Inovação corporativa / empreendedorismo corporativo & intraempreendedorismo
flexM4I > abordagens e práticas > Inovação / empreendedorismo corporativo & intraempreendedorismo (versão 2.2)
Autoria: Henrique Rozenfeld ([email protected]) com a mentoria de Raoni Barros Bagno ([email protected])
Conteúdo desta página
- 1 Introdução
- 2 Definições
- 3 Importância da inovação / empreendedorismo corporativo
- 4 Barreiras e questões
- 5 Formas da inovação / empreendedorismo corporativo
- 6 O(A) intraempreendedor(a)
- 7 Informações adicionais
- 8 Metodologias e processos
- 9 Recomendações
- 10 Localização desta seção em um contexto mais amplo
- 11 Mecanismos e práticas
- 12 Referências
Introdução
O título desta seção é longo e mostra que vamos tratar:
- inovação corporativa como sinônimo de empreendedorismo corporativo e
- intraempreendedorismo como uma abordagem articulada com as anteriores, como explicamos nas definições.
Definições
Vamos partir da definição geral de empreendedorismo, que não representa somente a criação de startups, pois é mais ampla.
Empreendedorismo
“Empreendedorismo significa fazer algo novo, diferente, mudar a situação atual e buscar, de forma incessante, novas oportunidades de negócio, tendo como foco a inovação e a criação de valor” (Dornelas, 2020). Ele ainda complementa, “A ideia de atribuir ao empreendedorismo apenas à criação de novos negócios é muito limitada”. (Dornelas, 2020)
Leia mais na seção sobre empreendedorismo. |
O empreendedorismo pode ser dividido em duas abordagens, como ilustra a próxima figura:
Figura 800: hierarquia da terminologia relacionada com empreendedorismo
Fonte: adaptado de Sharma & Chrisman (1999) – a descrição da adaptação está no glossário
Empreendedorismo independente
O empreendedorismo independente é a ação de criação de startups sem vínculos com uma empresa.
Leia mais na seção sobre empreendedorismo independente. |
Empreendedorismo corporativo
O empreendedorismo corporativo compreende as atividades formais (processos) e informais de um indivíduo ou um grupo de indivíduos, em associação com uma organização existente para:
- criar ou mudar produtos e/ou serviços (ofertas) e/ou
- desenvolver e lançar novos negócios de risco internos ou externos à corporação (corporate venturing)
- melhorar as capabilidades da empresa (renovação estratégica) e/ou
- promover o “espírito empreendedor” em toda organização, que se reflete no comportamento empreendedor dos indivíduos
dentro ou fora do ambiente corporativo, mas que surgem a partir de iniciativas corporativas e que resultem em ganhos de produtividade, qualidade, novos mercados etc.
Leia no glossário como chegamos a essa definição. |
Inovação corporativa
Como consta no nosso glossário, …
“Inovação corporativa significa inovar em uma corporação (óbvio não?), ou seja, em uma empresa estabelecida.
“Inovação corporativa é um conceito muito amplo que inclui a geração, desenvolvimento e implementação de novas ideias ou comportamentos” (Damanpour, 1991, apud Kuratko et al., 2018)
Inovação corporativa:
- é um ciclo constante da busca pelo novo, sempre com o foco em solucionar desafios de uma forma diferente.
- é uma maneira de se posicionar à frente da concorrência, de se preparar para o futuro que necessariamente irá exigir mudanças.
- é o ato de criar soluções novas em todos os setores de uma empresa.
- é promover a cultura de inovação.
- é a forma encontrada por algumas organizações em incorporar o DNA de uma startup, ou seja, o espírito empreendedor.
- é uma estratégia para fomentar ideias disruptivas e transformá-las em novos produtos, serviços ou negócios que ajudem a empresa a se manter relevante em seu mercado.
- é o processo pelo qual empresas incluem inovações em modelos de negócio já existentes.
- é incentivar o pensamento inovador dentro da empresa
- é implementar novos produtos, serviços ou negócios
- é a mentalidade de melhoria contínua e do desenvolvimento de novas soluções ou novos mercados
Para as pessoas interessadas no nível de detalhamento avançado, exploramos no glossário da definição de inovação corporativa: – Por que consideramos inovação corporativa como sinônimo de empreendedorismo corporativo? – Fontes da web sobre inovação corporativa (em português) – Curiosidade: no Brasil se utiliza com maior frequência o termo inovação corporativa do que empreendedorismo corporativo O próximo tópico resume o primeiro item do glossário. |
Inovação corporativa como sinônimo de empreendedorismo corporativo
Na definição de inovação corporativa do nosso glossário apresentamos a razão pela qual …
… a inovação corporativa possui muitos elementos da gestão da inovação e pode ser utilizada como sinônimo de empreendedorismo corporativo.
Por isso, vamos utilizar o termo inovação / empreendedorismo corporativo.
Como a definição de empreendedorismo corporativo é mais sedimentada na literatura, ela será adotada como a definição de inovação corporativa, complementando as definições que apresentamos acima.
A inovação e empreendedorismo estão intimamente ligados no contexto corporativo, o que corrobora ainda mais utilizar o termo inovação / empreendedorismo corporativo, como mostram as definições:
Leia mais detalhes sobre a integração entre inovação e empreendedorismo no tópico “inovação, empreendedorismo e intraempreendedorismo” do capítulo introdutório “o que é inovação?” |
Empreendedorismo corporativo versus intraempreendedorismo
Muitos autores consideram:
- empreendedorismo corporativo como sinônimo de intraempreendedorismo (Torres, 2022) ou
- intraempreendedorismo como um dos componentes do empreendedorismo corporativo.
O termo intraempreendedorismo foi criado por Gifford Pinchot III e sua esposa Elizabeth Pinchot em um artigo de 1978: Pinchot, G., & Pinchot, E. (1978). Intra-Corporate Entrepreneurship, Tarrytown School for Entrepreneurs. Depois, em 1985, Gifford Pinchot III publicou o livro “Por que você não tem que deixar a corporação para se tornar um(a) empreendedor(a)?, no qual ele apresenta argumentos relacionados com a pergunta do título do livro (Pinchot III, G., 1985). Ele afirma que se consegue empreender dentro de empresas estabelecidas, dentro de certas condições. No livro ele explora mais os conceitos e práticas de intraempreendedorismo. |
O estudo de Amo (2010) destacou as seguintes diferenças:
- O empreendedorismo corporativo é geralmente definido no nível das organizações e refere-se a um processo de cima para baixo, ou seja, uma estratégia que a empresa pode utilizar para promover mais iniciativas inovadoras e/ou esforços de melhoria de sua força de trabalho e da organização.
- O intraempreendedorismo é de baixo para cima, relacionado a iniciativas proativas de indivíduos da empresa para melhorar os procedimentos de trabalho ou produtos e/ou para explorar novas oportunidades de negócios.
As duas abordagens têm como base comum o comportamento empreendedor das pessoas (dos intraempreendedores). Para fomentar este comportamento, os intraempreendedores devem ter algumas características, apresentadas a seguir dentro do tópico “O(A) intraempreendedor(a)” e deve existir o incentivo da liderança e, portanto, uma cultura de inovação apropriada.
Apesar dessa diferenciação “de cima para baixo (top-down)” versus “de baixo para cima (bottom-up”)”, na prática, é difícil diferenciar. Como a figura 800, apresentada acima, da hierarquia da terminologia relacionada com empreendedorismo ilustra, o empreendedorismo corporativo é mais abrangente que o intraempreendedorismo.
O intraempreendedorismo foca no(a) intraempreendedor(a) Como podemos ler na página da empresa “intrapreneur.com”, fundada pelo casal Pinchot, que criaram este termo. “ Assim como startups não ocorrem sem empreendedores, inovação nas grandes empresas não ocorrem sem intraempreendedores. O que impede a inovação não é a falta de ideias; é a falta de intraempreendedores capacitados para transformar ideias em realidades lucrativas.” (“Just as startups don’t happen without entrepreneurs, innovation in larger organizations doesn’t happen without intrapreneurs. What holds innovation back is not the lack of ideas; it’s the lack of empowered intrapreneurs to turn ideas into profitable realities.”) Na flexM4i, inovação nas grandes empresas é o que chamamos de inovação / empreendedorismo corporativo. |
Na tabela abaixo procuramos comparar essas abordagens.
Tabela 808: exemplos das diferenças entre empreendedorismo corporativo e intraempreendedorismo.
Consulte no glossário o significado de spin-off |
Observe na tabela que a diferença entre empreendedorismo corporativo e intraempreendedorismo depende da perspectiva e é sutil.
Você pode utilizar esses dois termos de forma indistinta, tendo sempre em mente essa diferenciação. Mas o foco do intraempreendedorismo é sempre nas pessoas e nas condições para que elas possam ser inovadoras.
Convergência das abordagens no mundo corporativo
No mundo corporativo podemos utilizar de forma indiferente os termos “inovação corporativa” e “empreendedorismo corporativo”, como mostramos no tópico “inovação corporativa como sinônimo de empreendedorismo corporativo.
Inovação e empreendedorismo devem ser tratados de forma integrada, como mostramos na “Visão atual da relação entre inovação e empreendedorismo” dentro do tópico “inovação, empreendedorismo e intraempreendedorismo”.
Nas empresas estabelecidas (corporações), as seguintes abordagens estão cada vez mais convergentes:
- gestão da inovação
- inovação corporativa
- empreendedorismo corporativo
- intraempreendedorismo
Convergente significa que essas abordagens compartilham princípios e práticas. Clique nos links para acessar as definições desses termos. |
A próxima figura ilustra que empreendedorismo e inovação devem estar integrados, diferentemente da visão tradicional que limita a inovação somente à criação de ofertas e o empreendedorismo ao estabelecimento de novos negócios / empresas com base nas ideias / ofertas.
Figura 804: visão atual da integração entre inovação e empreendedorismo
Essa figura ilustra que, de um lado, inovar está associado a empreender, pois as novas ofertas podem resultar em mudanças no negócio atual e, muitas vezes, até no desenvolvimento de um novo negócio. Por outro lado, empreender pressupõe inovar (não estamos falando aqui de empreendimentos tradicionais). Ou seja, ambos estão intrinsecamente ligados entre si.
É lógico que em uma inovação incremental muito simples não há mudanças significativas no negócio.
Se você desejar conhecer um pouco mais sobre a visão tradicional versus a visão integrada, leia o tópico “inovação, empreendedorismo e intraempreendedorismo” do capítulo “o que é inovação?”, de onde tiramos a figura anterior. |
Na próxima figura 805, adicionamos à figura anterior (804) as abordagens citadas no início deste tópico para ilustrar a convergência entre elas.
Figura 805: ilustração da convergência das abordagens de inovação / empreendedorismo corporativo & intraempreendedorismo e a gestão da inovação
Ou seja, essas quatro abordagens podem ser tratadas de forma integrada. Gestão da inovação é mais ampla; inovação corporativa e empreendedorismo corporativo tratamos como sinônimos, pois vão além da criação de startups (que é o foco de um subconjunto do empreendedorismo corporativo, o corporate venturing); e intraempreendedorismo é uma outra perspectiva do empreendedorismo corporativo com foco nas pessoas.
Elas podem resultar em:
- produtos e/ou serviços (ofertas) e/ou
- novos negócios de risco internos ou externos à corporação (corporate venturing) e/ou
- capabilidades da empresa (renovação estratégica) e/ou
- promoção do "espírito empreendedor” em toda organização, que se reflete no comportamento empreendedor dos indivíduos
Esses resultados influenciam tanto a aplicação dessas abordagens como as pessoas da organização que as executam.
Na verdade .....
... como discutimos no tópico final “Qual mecanismo ou prática que você deve utilizar?”, presente em todas as seções sobre inovação corporativa & empreendedorismo, ...
... não importa o rótulo da abordagem que você está utilizando na sua empresa e sim quais os princípios que você está adotando e as práticas que você aplica.
Se é uma prática de gestão da inovação, inovação corporativa, empreendedorismo corporativo, intraempreendedorismo, inovação aberta não interessa. Esses rótulos existem para enquadrar os princípios e práticas e estruturar sua apresentação.
O importante é entender os princípios, ver como eles podem ser articulados em uma solução específica para a sua empresa e depois começar a aplicar os mecanismos e práticas das abordagens, de acordo com o grau de maturidade da sua empresa e sempre com foco na entrega de valor, hoje e sempre, para os stakeholders.
Repetindo o último parágrafo para fixar os insights do que é importante:
- entender os princípios das abordagens
- ver com eles podem ser articulados em uma solução específica para a sua empresa
- começar a aplicar os mecanismos e práticas das abordagens (para isso você tem de conhecer o potencial de cada um dos mecanismos e práticas e contar com a ajuda de consultorias, hubs de inovação, comunidades, networking, além do conhecimento teórico)
- de acordo com o grau de maturidade da sua empresa (aprenda e evolua de forma harmônica respeitando os conhecimentos e limitações atuais, que podem ser acelerados pela contratação de pessoas e com as ajudas citadas no item anterior)
- sempre com foco na entrega de valor (este é o propósito da empresa)
- hoje e sempre (pense hoje sobre o futuro, mexa no time que está ganhando, mate o seu negócio atual no futuro)
- para os stakeholders (o foco são nos clientes com suas diversas faces, mas temos de entregar valor para outros stakeholders também, tais como, acionistas, colaboradores, parceiros e sociedade)
Seções da flexM4i relacionadas com inovação corporativa & empreendedorismo
Na próxima figura você pode localizar a seção atual. Baixe aqui o mapa de conteúdo em A3 com os links das seções ou acesse os links depois da figura.
Figura 799 - Seções da flexM4i relacionadas com inovação corporativa & empreendedorismo (clique na figura para abrir em outra aba e para poder acessar os links das seções)
ABORDAGENS
- Articulação entre abordagens relacionadas com a inovação corporativa e empreendedorismo
- Gestão da inovação
- Empreendedorismo
- Empreendedorismo independente
- Inovação corporativa, empreendedorismo corporativo e intraempreendedorismo
- Ecossistema de inovação e de empreendedorismo
- Inovação aberta
- Hélice tríplice
PRÁTICAS (ordem alfabética)
- Alianças estratégicas
- Análise de investimento (em desenvolvimento)
- “Área” de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D)
- Business plan (plano de negócios)
- Contratação de serviços de inovação
- Corporate venture building (CVB)
- Corporate venture capital (CVC)
- Desafios e prêmios
- “Espaço” de inovação
- Fusões e aquisições (M&A)
- Gestão de ideias (em desenvolvimento)
- Hackathons
- Hub de inovação
- Incubadora e aceleradora (independente)
- Incubadora e aceleradora corporativa
- Joint Venture
- Licenciamento de propriedade intelectual
- Modalidades de fomento da inovação & empreendedorismo
- Networking
- Processo de empreendedorismo independente
- “Setor” de Inovação
- Transferência de tecnologia
- Venture Capital (VC)
- Venture Building (VB)
Importância da inovação / empreendedorismo corporativo
A inovação corporativa ou o empreendedorismo corporativo são abordagens essenciais para a sobrevivência e sucesso das empresas já estabelecidas. “Tem se tornado uma opção estratégica para muitas empresas, principalmente para as de grande porte, pois é uma tentativa de levar para elas a mentalidade e o conjunto de habilidades demonstradas pelos empresários de startups bem-sucedidas.” (Silva, 2022)
Não vamos nos estender neste tópico, pois …
… a importância está em simplesmente garantir a sobrevivência e sucesso das empresas já estabelecidas
Barreiras e questões
Como a gestão da inovação e a inovação / empreendedorismo corporativo & intraempreendedorismo são abordagens que se superpõem, as barreiras para sua implementação são praticamente as mesmas.
Quando listamos barreiras genéricas, tipo “cultura organizacional”, elas valem para quaisquer abordagens, mas não dizem muito. Isso porque cada abordagem está relacionada com algumas características da cultura organizacional. Mas no contexto da gestão da inovação, várias características da cultura organizacional são semelhantes entre as abordagens.
Por isso, vamos replicar a seguir os tópicos sobre “barreiras e questões da gestão da inovação” da seção “estruturação da gestão da inovação”. Se você já leu e conhece esses tópicos não precisa rever, a não ser que queira recordar.
Incertezas na gestão da inovação
Inovar é lidar com incertezas. As inovações incrementais são mais simples de realizar, pois possuem menos incertezas tecnológicas. A maior incerteza em uma inovação incremental é se ainda existe mercado para ela ou se um concorrente surgiu com uma inovação disruptiva que torna o design dominante obsoleto.
As incertezas estão mais presentes nas inovações mais radicais, estratégicas ou transformacionais E são essas inovações que trazem um diferencial competitivo e garantem a competitividade futura de uma empresa. Com as oportunidades que as novas tecnologias trazem, quem não inovar será ultrapassado pelos concorrentes que inovarem. Porém, essas inovações estão associadas com incertezas.
No entanto, existem muitos tipos de incertezas, que dependem do setor, dos demais fatores contextuais (que inclui o tipo de inovação) e da fase de desenvolvimento. Consulte o capítulo sobre incertezas da inovação para conhecer os tipos existentes, assim como entender a diferenciação das incertezas conforme as fases de desenvolvimento.
Quando essas incertezas são mensuráveis, elas se tornam riscos e podem ser gerenciadas, como mostra a seção sobre gestão de riscos. No entanto, cuidado para não burocratizar e perder a agilidade. Veja no tópico “O risco em projetos exploratórios” da seção sobre gestão de riscos, a partir de qual momento você deve tratá-los com alguma formalidade.
“Anticorpos” contra a inovação
É comum que existam limitações nas empresas estabelecidas, que são os “anticorpos contra a inovação”, tais como:
- cultura voltada a resultados de curto prazo
- baixa tolerância a falhas
- organização hierárquica
- processos burocráticos para apoiar a inovação
- indicadores de desempenho individuais, associados à remuneração variável, não são alinhados com a inovação
- liderança não apropriada para inovação (comando - controle)
- falta de autonomia para os intraempreendedores
- dificuldade em convivência, no mesmo ambiente, entre inovações incrementais e de sustentação necessárias com inovações mais arriscadas, inerentes do intraempreendedorismo
- dificuldades iniciais impedem iniciativas inovadoras
Esses “anticorpos” podem resultar das capabilidade essenciais de uma empresa, que tornam as pessoas avessas a mudanças, pois “não querem mexer em time que está ganhando”. Leia mais sobre isso no tópico “capabilidades essenciais - um paradoxo”.
Observe, então, que se uma empresa estabelecida conseguir eliminar as limitações listadas (o que não é fácil), ela poderá usufruir do potencial das abordagens de inovação e, assim, tornar-se inovadora.
Para isso, a empresa estabelecida tem de aplicar as abordagens, metodologias, métodos e ferramentas de inovação que apresentamos na flexM4I.
Exemplos de abordagens são design thinking, servitização, transformação digital, ambidestria organizacional, gestão híbrida de projetos (preditiva e ágil), inovação / empreendedorismo corporativo, intraempreendedorismo etc.
Acesse o repositório de abordagens de inovação da flexM4i para conhecer mais abordagens de inovação. |
Questões da gestão da inovação
A estruturação da gestão da inovação deve responder, por exemplo, às seguintes questões:
- quais são as estratégias de inovação, como elas são desdobradas e quais os indicadores de desempenho?
- como acontece a governança da inovação?
- as condições atuais são apropriadas para inovação? caso contrário, como obtê-las?
- qual a estrutura organizacional para apoiar a inovação?
- quais pessoas são alocadas para inovação e quais são as suas responsabilidades?
- quem são os tomadores de decisão?
- quais são os processos de inovação?
- como os recursos são alocados?
- como é a relação com o ecossistema de inovação?
- como garantir o aprendizado organizacional constante com base em experimentações?
As questões acima são exemplos, porque devemos adotar a visão sistêmica e em cada perspectiva fazer a pergunta relevante para o momento atual da empresa.
No fundo, a pergunta principal que se deseja responder na gestão da inovação é ..
como estruturar a gestão da inovação para o momento atual e que seja alinhada com os objetivos e condições atuais e com uma visão de futuro?
Em outras palavras é reconhecer qual o nível de maturidade atual e qual o próximo patamar que desejamos atingir na jornada da inovação, considerando os fatores contextuais e os tipos de inovação. É obter as capabilidades ordinárias e dinâmicas.
Não podemos esquecer dos dilemas da gestão da inovação da perspectiva de “pessoas e organização”, que estão associados às questões aqui colocadas, apresentados no próximo tópico.
Dilemas da gestão da inovação com relação a pessoas e organização
Não confundir este tópico com o famoso livro do Clayton Christensen intitulado “o dilema do inovador” (cuja versão em português tem o título de “o dilema na inovação”), que é quando as novas tecnologias causam o fracasso de grandes empresas estabelecidas.
Os dilemas que tratamos neste tópico são tácitos e operacionais, relacionados com a gestão da inovação nas perspectivas de pessoas e organização.
Nos últimos tempos, devido à importância da inovação, as empresas estão criando áreas de inovação (departamento, diretoria, setor… e qualquer que seja a denominação que a sua empresa utiliza). Após a criação de uma área responsável pela inovação, começam os dilemas e questionamentos, tais como:
- Qual é mesmo a função da área de inovação? Ahh orquestrar a inovação. Como?
- Já sei !! Cuidaremos da inovação aberta. Toda relação com startups será por meio da nossa área. Inovação aberta é só se relacionar com startups?
- Também fomentamos a criação ou inserção de nossa empresa no ecossistema de inovação.
- Mas como identificar quais startups podem contribuir para as iniciativas de inovação?
- Uma vez selecionada uma startup, como proceder?
- Trabalhar com aceleradoras, incubadoras, hubs, criar uma incubadora ou hub corporativo, investir em startups (corporate venture capital), criar novas startups (spin offs) por meio de venture building (leia sobre os tipos de fomento na seção “conhecimentos adicionais sobre inovação”)?
- Quem vai cuidar da gestão de ideias? E do intraempreendedorismo?
- E as outras áreas da empresa? Elas devem inovar também? Como articular conosco?
- Como articular com a área de P&D?
- Minha área fica com inovação disruptiva e as outras áreas com inovações menos radicais?
- Como promover a busca por novos modelos de negócio?
- Como implementar a ambidestria organizacional?
- Precisamos promover a cultura de inovação. Mas e a área de gestão de pessoas? (em algumas empresas ainda conhecida como RH)
- Como engajar as pessoas na jornada da inovação?
- TI ficou com a digitalização? Mas eles não conhecem o negócio….
- As nossas ofertas ficam no mercado por anos. Não somos nós que cuidamos da gestão do ciclo de vida. Afinal, existe uma área de sustentabilidade. Como podemos trabalhar de forma coordenada? Ou não tem nada a ver com inovação?
- E as outras iniciativas que de certa forma possuem relação com a inovação?
As questões apresentadas não tiveram o intuito de esgotar os dilemas possíveis. São somente exemplos de dilemas. As respostas a esses questionamentos passam pela estruturação da gestão da inovação da empresa, que envolve a articulação com
- outras iniciativas de gestão
- os processos de inovação
- o ecossistema de inovação,
além de orquestração com as perspectivas de estratégia e de indicadores.
Antes de procurar responder a algumas dessas questões (que não têm uma única resposta), você precisa obter uma visão sistêmica da perspectiva de pessoas e organização da sua empresa e conhecer alternativas de arquitetura organizacional, cargos e papéis relacionados com a inovação, competências e atitudes individuais e cultura organizacional voltada à inovação.
O capítulo “pessoas e organização” procura tratar desses temas. |
Formas da inovação / empreendedorismo corporativo
Zhuang (2022) mostra que existem muitas formas de se realizar a inovação corporativa:
Por meio da inovação em gestão, da perspectiva interna, que inclui:
- melhorar a habilidade dos (intra) empreendedores.
- inovação do conceito de gestão: reflete a maneira de pensar da empresa e é a alma da inovação em gestão da empresa.
- estabelecimento de um mecanismo de incentivo efetivo.
Por meio da inovação em gestão, da perspectiva externa (inovação aberta), que inclui:
- estabelecimento de um mecanismo contínuo de inovação: não se trata apenas da mudança do modo de gestão, mas também do estabelecimento de um mecanismo de inovação para fornecer incentivos e garantias para as atividades e realizações inovadoras dos funcionários e promover a criação contínua de empresas (startups).
- o mecanismo de inovação deve ser orientado ao mercado.
- incentivo da consciência inovadora das pessoas: o foco deve ser no cultivo da criatividade das pessoas por meio de uma visão compartilhada e métodos motivacionais.
- o senso de inovação da liderança: somente quando os líderes promovem a implementação do novo conceito de gestão, eles podem ajudar o ambiente interno a se tornar um ambiente de inovação.
- inovação da gestão estratégica.
- inovação da cultura organizacional.
Por meio da inovação em marketing, que inclui:
- expandir e inovar os seus canais de vendas.
- encurtar os canais de vendas e melhorar a eficiência das vendas.
- reconfigurar os produtos para realizar novas combinações de vendas.
Consideramos que essas formas propostas por Zhuang (2022) ainda são parciais e poderiam ser complementadas por uma grande combinação de tipos de inovação, que apresentamos na seção “Fatores contextuais e tipos de inovação”.
O(A) intraempreendedor(a)
O(A) intraempreendedor(a) também é conhecido(a) como empreendedor(a) corporativo(a).
Todas as características de um(a) empreendedor(a) independente (mostradas na seção sobre empreendedorismo independente) são válidas para um(a) intraempreendedor(a). Por isso, repetimos aqui as características de um(a) empreendedor(a) e depois complementamos com as características específicas de um(a) intraempreendedor(a). No final, mostramos porque precisamos identificar e apoiar os(as) intraempreendedores(as).
Características de um(a) empreendedor(a)
Essas características são típicas de quem cria uma startup, mas podem fazer descrever um(a) intraempreendedor(a), cujo sucesso depende da cultura da organização e apoio da liderança. Essas capacidades também são conhecidas como soft skill, ou habilidades não técnicas.
Lógico que um(a) empreendedor(a) deve ter as competências técnicas, nas áreas tecnológicas relacionadas com o objeto da inovação, ou seja, com o que compõe a proposição de valor da startup. Na verdade, a composição de um time de pessoas pode apresentar uma complementaridade entre essas características.
As principais características de um(a) empreendedor(a) são:
Visão e estratégia
- capacidade de criar visão do resultado pretendido
- capacidade de identificar tendências e oportunidades de novos negócios e experimentar rapidamente
- visão sistêmica ampla (holística) e estratégica
Conhecimento
- domínio e conhecimento sobre o produto, serviço e tecnologia envolvidos
- orientação para o mercado e a resultados
- criar valor para a sociedade
- adaptabilidade cognitiva para entender, refletir, pivotar e aprender
- conhecer os princípios e práticas de gestão (marketing, administração, gestão de projetos, gestão de processos, finanças)
Liderança e trabalho em equipe / time
- saber liderar (e gerenciar) e construir times
- saber trabalhar em equipe e colaborar com parceiros de times
- capacidade de mobilizar pessoas para inovar
- veja as características de um líder de inovação (observe que há superposições com as características listadas aqui)
Criatividade
- curiosidade e criatividade, consegue integrar princípios aparentemente contraditórios para propor novas soluções
- pensar fora da caixa
- possuir atitudes inovadoras (veja a lista de atitudes)
Tomada de decisão
- definir e avaliar alternativas
- conhecer técnicas de tomada de decisão
- facilidade para tomar de decisão, principalmente em momentos adversos e diante de trade-offs
Relacionamento pessoal – networking e comunicação
- ser bem relacionado com capacidade de montar uma rede de relacionamentos (networking)
- empatia para realmente entender e se conectar com outras pessoas
- saber negociar para chegar a um ponto de vista comum nos momentos de trade-off
- capacidade de persuasão e comunicação
Fazer acontecer e experimentar
- ter atitude para concretizar uma intenção e propósito
- explorar ao máximo as oportunidades
- reconhecer e enfrentar os desafios sem medo (movido a desafios)
- viés de fazer ao invés de planejar, mas ter a capacidade de planejamento e organização para não se perder em situações de simples dificuldades
- capacidade de aplicar combinações dos recursos disponíveis para resolver novos problemas ou identificar novas oportunidades
- conseguir criar protótipos bem cedo (MVP) com poucos recursos disponíveis
- tomar iniciativas de inovação com os recursos disponíveis, põe a mão na massa por meio de tentativas e erros, sem pensar em um primeiro momento no resultado a ser atingido, mas para aprender (effectuation)
Características pessoais
- pensamento crítico
- dedicação, foco e muito trabalho
- ter paixão e motivação pelo que faz
- otimismo mesmo diante das adversidades
- dinamismo e agilidade
- possuir flexibilidade no trabalho para se adaptar depois de aprender, nas mudanças de cenários ou ao receber críticas a partir de feedbacks
- autoconfiança, autocontrole e inteligência emocional
- inconformados com a rotina e a realidade
- ser determinado, sabe o que quer
- capacidade de resolver problemas, aprender a aprender sempre, visando um desenvolvimento pessoal e profissional
- ser ousado, não ter medo de arriscar e falhar, assumir riscos associados com as incertezas, mas calculados, ou seja, gerenciar os riscos
- adaptabilidade (perante mudanças constantes) e resiliência para trabalhar sob pressão diante das dificuldades
- ter iniciativa própria, pró-atividade e não esperar ordens
- pensar de forma estruturada para conectar os conhecimentos sobre o mercado e tecnologia
- ser independente, sem amarras que limitem sua capacidade de sonhar e realizar os seus sonhos
- autonomia e autogestão
- ser dinâmico
- ser um bom orador para poder “vender” o empreendimento para financiadores
- ética e honestidade !!!
- complementar com as competências gerais de um inovador
Você e o seu time possuem as características de um(a) empreendedor(a)?
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O(A) empreendedor(a) independente transforma suas ideias em um novo negócio.
Características adicionais de um(a) intraempreendedor(a)
Além das características anteriores, um(a) intraempreendedor(a), ou empreendedor(a) corporativo(a), deve (adaptado de Hisrich et al., 2017):
- entender o ambiente corporativo
- convencer liderança e colaboradores
- criar opções de gestão neste ambiente
- encorajar o trabalho em time
- construir uma rede de apoiadores
- persistir no objetivo
- não se prender a amarras institucionais
- além dos princípios e práticas de gestão, deve conhecer a gestão de mudança, pois uma inovação / empreendimento é uma mudança (que pode ser uma melhoria como uma transformação – veja o tópico “Qual a diferença entre mudança, melhoria e transformação?”)
Mas não adianta somente a empresa descobrir / conseguir uma pessoa com essas características. O intraempreendedorismo necessita de outras condições relacionadas a outras perspectivas da empresa: cultura voltada para inovação, liderança comprometida, espírito empreendedor, ambiente de trabalho propício para inovação, estrutura organizacional, processos etc.
Leia mais sobre gestão da mudança. |
Precisamos identificar e apoiar os(as) intraempreendedores(as)
Podemos denominar as pessoas que possuem as características listadas nos tópicos anteriores de empreendedor(a), mesmo que ele/ela esteja dentro de uma empresa estabelecida pois essas são características individuais.
Soft skill
Reveja as características listadas anteriormente. É difícil conseguir avaliar se uma pessoa possui essas características, que envolve valores, atitudes e habilidades, que, por sua vez, definem o seu comportamento. Fala-se muito sobre “soft skills”. “Testes de avaliação” da área de gestão de pessoas tentam medir essas características. É só procurar na web por “como medir soft skills” que você irá encontrar várias “receitas de bolo”.
Existem cursos cuja proposta é apoiar as pessoas na aquisição de conhecimentos relacionados. Porém, obter um soft skill, depois de uma personalidade já formada, não é simples. Veja a lista de cursos na seção “fontes de conhecimentos adicionais sobre inovação”. Destacamos o curso Empretec, indicado adiante do tópico “cursos sobre empreendedorismo”, que faz com que um(a) “candidato(a) a empreendedor(a)” possa se conhecer e avaliar se ele/ela possui essas características.
As empresas serão mais inovadoras se identificarem os(as) intraempreendedores(as) ou se deixarem que eles(elas) surjam e ajam dentro da organização.
Mas para isso, as empresas precisam aplicar práticas que fomentem a inovação e evitar que os “anticorpos matem” essas iniciativas. Repetimos mais uma vez que a cultura organizacional voltada para inovação é crucial para deixar que os/as intraempreendedores(as) consigam alavancar novas ideias e fazer florescer novos negócios..
Vimos no final das características de um(a) empreendedor(a), que o(a) empreendedor(a) individual transforma suas ideias em um novo negócio.
O/A intraempreendedor(a) desenvolve suas ideias (ou de outras pessoas) dentro de uma empresa existente, que pode resultar em um novo negócio dentro ou fora da empresa atual.
Informações adicionais
Atenção: este tópico é compartilhado entre a seção de empreendedorismo independente e a de inovação / empreendedorismo corporativo & intraempreendedorismo. Se você já conhece, não precisa ler novamente porque o conteúdo é o mesmo.
Hoje existe uma grande quantidade de informações disponíveis de acesso gratuito, que você pode acessar e estudar visando empreender.
Vamos listar algumas, mas não se esqueça das dicas anteriores. Principalmente daquelas que indicam a participação de ecossistemas, busca de mentorias etc. Essas informações adicionais e mesmo esta seção sobre empreendedorismo e intraempreendedorismo são conceitos iniciais. Não esqueça que ...
... só praticando é que você vai conseguir ser um empreendedor
Essa é a razão do sucesso dos empreendedores seriais. Eles já “erraram” nos primeiros empreendimentos e, portanto, aprenderam muito mais do que com a leitura. Assim, eles amadureceram e se tornaram mais seguros. No entanto, segundo relatos de empreendedores, eles nunca pararam de ler e estudar para adquirir insights adicionais. Principalmente quando a startup já passou das ideias iniciais e precisa captar mais investimentos e começa a ter os “problemas” naturais de crescimento, que necessitam de conhecimentos em gestão.
Fontes de consulta na web
Abaixo listamos somente algumas fontes de leitura sobre empreendedorismo, que analisamos. Eles devem ser complementados pelas fontes indicadas na seção “Fontes de conhecimentos adicionais sobre inovação”, onde você pode encontrar fontes de fomentos, hubs, comunidades, consultorias, aceleradoras, parques tecnológicos, associações, portais, escolas, cursos, blogs, podcasts e webinars voltados para o empreendedorismo.
Empreendedorismo
O verbete sobre empreendedorismo da Wikipedia é muito bom e completo.
O verbete sobre empreendedorismo da wikipedia em inglês é mais completo do que o em português, indicado acima.
Neste artigo curto e superficial na web, Jackie Villaci da Babson School propõe uma nova definição de empreendedorismo, que vai além da criação de um novo negócio. Indica que o empreendedorismo é uma maneira de pensar, uma mentalidade (mindset), que inclui a obsessão por aproveitar uma oportunidade, uma abordagem holística e uma liderança única.
A página sobre empreendedorismo da FIA é bem estruturada e trata de aspectos mais práticos em um linguajar simples com muitos links para fontes externas.
Intraempreendedorismo
O verbete sobre intraempreendedorismo da wikipedia em inglês é muito bom (na data de hoje, 20/02/2022, o verbete da Wikipedia era muito limitado)
Neste blog voltado para franquias, o Caleu Nunes faz uma boa descrição do que é intraempreendedorismo. Sua comparação entre empreendedorismo e intraempreendedorismo não é totalmente consistente com o que é apresentado nesta seção. Por isso é interessante comparar essas definições.
O Erico Rocha, no seu blog, tem um post sobre a diferença entre empreendedor e intraempreendedor, que está consistente com o que apresentamos, mas ele traz características adicionais e bem práticas na sua comparação.
No blog na MIT management Sloan School, Meredith Somers mostra um resumo sobre aspectos do intraempreendedorismo e indica leituras adicionais.
Neste link você pode baixar gratuitamente um livro sobre intraempreendedorismo.
Relatórios
Algumas consultorias - hubs de inovação no Brasil publicam relatórios, que trazem informações adicionais sobre empreendedorismo e inovação:
Mapa da inovação corporativa
A AEVO e a inventta criaram um diagnóstico de inovação interativo na web e com base nesse diagnóstico, já respondido por mais de 600 empresas (em 3/1/2023), eles compilaram um mapa da inovação corporativa, que você pode baixar gratuitamente. É interessante não somente avaliar a situação das empresas, mas principalmente os tópicos do diagnóstico (e do mapa), que fornece uma visão de quais aspectos devem ser considerados na inovação corporativa.
Consideramos que o diagnóstico e mapa correspondente trazem uma visão geral sobre esses aspectos. Porém, muitos aspectos são avaliados de forma bem superficial. A vantagem é ter todos esses aspectos integrados em um único diagnóstico. Mas diagnósticos específicos devem ser realizados com o cuidado para não se perder a “visão do todo”.
Livros sobre (intra)empreendedorismo
Como mencionado anteriormente, a leitura constante de livros sobre empreendedorismo é uma dica essencial, pois muitas experiências são relatadas, que podem fornecer insights importantes sobre empreendedorismo.
Mas existe uma grande quantidade de livros direcionados para o empreendedorismo. Cada pessoa com o seu repertório e experiências indica alguns livros. Todos são unânimes em dizer que um empreendedor (ou candidato a) precisa ler alguns desses livros.
Cuidado com os vendedores de uma “metodologia” por meio de suas publicações !
Não podemos deixar de citar o Steve Blank, que foi o professor do Eric Reis (autor do lean startup), que depois publicou, juntamente com o Bob Dorf, o manual do empreendedor para criação de startups, com mais de 1000 páginas.
Blank, S., & Dorf, B. (2012). The startup owner's manual: The step-by-step guide for building a great company. John Wiley & Sons. (link na Amazon da versão em português).
Eles dizem no manual
“Nenhuma publicação oferece um roadmap completo para todas as perguntas dos empreendedores”
Como na flexM4I sempre usamos a visão sistêmica, podemos dizer que esses livros enfatizam algumas das perspectivas e não o todo. Com a visão sistêmica, você pode ir montando um quadro integrado na sua mente, mesmo lendo especificidades de cada uma das perspectivas. E é só experimentando que você aumenta o seu repertório.
121 livros para você ler….
Para preparar uma lista de livros de empreendedorismo para você ler, fizemos o seguinte:
- Selecionamos 20 sites que indicam quais os livros que todo empreendedor deveria ler;
- Pontuamos os livros de acordo com sua sequência na indicação.
- A pontuação foi normalizada pela quantidade de indicações de cada site.
- Na aba “pontuação” você poderá ver a sequência (ranking) de livros de acordo com a sua pontuação
- 74 desses livros foram indicados somente uma vez
Resultado da nossa análise: os 20 sites indicaram 121 livros. Isso mostra que não existe unanimidade entre as indicações (e é impossível ler todos esses livros).
Se desejar, visite neste link a planilha que criamos para levantamento dos livros. Na planilha você pode visitar os sites de indicação de livros e conferir uma pequena resenha.
Listamos a seguir os 15 livros com maior pontuação.
- Lean startup - Eric Reis
- De zero a um - Peter Thiel & Blake Masters
- Trabalhe 4 horas por semana - Tim Ferriss
- O lado difícil das situações difíceis: Como construir um negócio quando não existem respostas prontas - Ben Horowitz
- Como fazer amigos e influenciar pessoas - Dale Carnegie
- Pai Rico, Pai Pobre - Robert Kiyosaki e Sharon L. Lechter
- Marketing 3.0 - Philip Kotler
- Mindset: a nova psicologia do sucesso - Carol S. Dweck
- A Startup de $100 - Chris Guillebeau
- Business Model Generation - Alexander Osterwalder
- Os sete hábitos das pessoas altamente eficazes - Stephen R. Covey
- Os Segredos da Mente Milionária - T. Harv Eker
- Quem Pensa Enriquece - Napoleon Hill
- O poder do hábito - Charles Duhigg
- Grow to greatness: smart growth for entrepreneurial businesses - Edward D. Hess
Observe que o ranking de livros é enviesado pela característica do método adotado para pontuação. Alguns desses livros podem ser considerados de “auto-ajuda”. Mas foi o resultado dessa análise.
O surgimento de novos livros é muito dinâmico. Difícil acompanhar e ainda mais ler todos.
O podcast Growthaholics da ACE apresenta algumas dicas de leitura, apresentadas pelas pessoas que estão “nas trincheiras da inovação”, como o Pedro Waengertner, CEO da ACE sempre diz. Vamos listar três episódios:
- Dezembro de 2022 - Episódio 166 - Quais livros todo inovador deve ler?
- Julho de 2021 - Episódio 93 - Quais livros todo empreendedor deve ler [Parte 2]. Nos comentários são indicados alguns livros citados no podcast.
- Outubro de 2019 - Episódio 09 - Quais livros todo empreendedor deve ler. Nos comentários está uma lista completa de todos os livros citados no episódio.
Mais livros
Existem muitas outras publicações que tratam diretamente sobre os temas de empreendedorismo e intraempreendedorismo.
Empreendedorismo
Bagno, R. B.; Souza, M. L. P.; Cheng, L.C. - editores (2020). Perspectivas sobre o empreendedorismo tecnológico: da ação empreendedora aos programas de apoio e dinâmica do ecossistema. Curitiba: Brasil Publishing.
Dornelas, J. (2021). Empreendedorismo: transformando ideias em negócios -8a. edição. Empreende Editora.
Hisrich, R.D., Peters, M.P. & Shepherd,D. A. (2017) Entrepreneurship, 10th ed., New York: McGraw-Hill Education
Empreendedorismo corporativo
Owens, T., & Fernandez, O. (2014). The lean enterprise: How corporations can innovate like startups. John Wiley & Sons.
Dornelas, J. (2020). Empreendedorismo corporativo: como ser um empreendedor, inovar e se diferenciar na sua empresa - 4a. edição. Empreende Editora.
Intraempreendedorismo
Hashimoto, Marcos. Espírito empreendedor nas organizações. Saraiva Educação SA, 2017.
Pinchot, Gifford; Pellman, Ron; . Intra-Empreendedorismo na Prática: Um guia de inovação. 2004.
Pinchot, Gifford. Intrapreneuring: por que você não precisa deixar a empresa para tornar-se um empreendedor. Harbra, 1989.
Uma das dicas para empreender que apresentamos (dica 13) é ler livros sobre empreendedorismo. Cada um traz alguns aspectos e relata algumas experiências, mas lembre-se
O estudo e leitura abrem os horizontes e você aumenta seus conhecimentos e qualificação, mas é somente por meio da prática dessas abordagens é que você poderá obter a competência sobre empreendedorismo.
Empreender exige muito mais do que a leitura.
Essa é a razão da importância dos empreendedores seriais, que podem se tornar mentores de novos empreendedores.
Cursos sobre empreendedorismo
Listamos a seguir alguns cursos, de acesso gratuito (ainda estamos buscando cursos adicionais gratuitos focados em empreendedorismo e não mais amplos sobre inovação).
Empretec do SEBRAE: Este curso é muito bem avaliado por todos empreendedores que conhecemos. “É o principal programa de formação de empreendedores no mundo, um seminário intensivo criado pela Organização das Nações Unidas (ONU), promovido em 40 países e que no Brasil é exclusivo do Sebrae”. É uma imersão de seis dias, nos quais os futuros empreendedores são desafiados e aprendem várias técnicas. Não é fácil conseguir uma vaga, mas vale a pena.
Explore o material do SEBRAE: Comece por esta página e deste ponto acesse o extenso material de acesso gratuito disponível. Entre também na página inicial dos cursos online do SEBRAE e selecione empreendedorismo.
Veja mais cursos no tópico “Escolas e Cursos sobre inovação”. Porém, alguns serão pagos.
Casos e exemplos
(em construção)
Exemplos de intraempreendedorismo
Este site traz “14 inspiring examples of intrapreneurship and employee ideas in action” (em inglês)
fim do conteúdo de níveis básico e executivo nesta seção – retornar para o mapa da sua trilha >
O conteúdo a seguir é para os níveis de treinamento e avançado.
Metodologias e processos
Assim como comentamos sobre as metodologias e processos de empreendedorismo independente, também não existe a “receita de bolo” para a inovação / empreendedorismo corporativo & intraempreendedorismo. Na verdade, existe uma grande quantidade de propostas de metodologias e processos.
Além disso, como há uma convergência entre as abordagens, como mostramos no tópico de definições desta seção, diversas dessas propostas podem ser utilizadas. Porém, os fatores contextuais e os tipos de inovação são diferentes, o que exige metodologias e processos adaptados para cada caso. É o que denominamos de “gestão contextual da inovação”, ou seja, gestão da inovação, pois toda gestão deve ser contextual, como mostra a teoria da contingência.
Devido à dificuldade de listar a “melhor metodologia” (porque não existe o “one-size-fits-all”), vamos trazer no próximo tópico algumas recomendações de como desenvolver a inovação / empreendedorismo corporativo & intraempreendedorismo.
Recomendações
As recomendações de como desenvolver a inovação / empreendedorismo corporativo & intraempreendedorismo deste tópico são semelhantes às de gestão da inovação em geral, mas existem pontos adicionais específicos. Apresentamos as recomendações em tópicos sem definir uma ordem.
O CEO e outros executivos do C-level (diretoria) devem defender e promover a inovação corporativa
- Definir um chief innovation officer (ou semelhantes) – veja a seção “Cargos e papéis para a gestão da inovação”, na qual discutimos as diversas denominações possíveis para este cargo.
O trabalho de Thornberry (2003) mostrou que muitos gerentes de empresas estabelecidas podem ser treinados para agir como empreendedores e que essas ações podem trazer resultados significativos na criação de valor. No entanto, as empresas que desenvolvem esses programas de treinamento corporativo também precisam estar cientes das armadilhas e problemas que podem acontecer, quando empreendedores corporativos recém-treinados reingressam na organização.
Lições aprendidas:
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- Desenvolver um propósito que incentive a inovação.
- Estabelecer estratégias, objetivos e indicadores voltados para inovação – veja o capítulo “Estratégias, Objetivos e Indicadores”.
- Alinhar as iniciativas com as estratégias
Alinhar as iniciativas com as estratégias Assim, como a gestão da inovação parte do alinhamento com a estratégia, a inovação / empreendedorismo corporativo também deve estar alinhado com as estratégias. Mas o que significa isso? Que sempre devemos responder à questão “por que estamos implementando essa abordagem de inovação / empreendedorismo corporativo? Não responda de uma forma ampla e genérica, mas mostre quais os ganhos com a aplicação de cada uma das práticas de inovação / empreendedorismo corporativo & intraempreendedorismo. Isso significa que além do planejamento estratégico “tradicional”, é bom que a empresa determine qual a tese (ou teses) de inovação associadas às estratégias corporativas. E não são somente os ganhos financeiros, mas do ponto de vista estratégico para aumentar o ganho financeiro futuro, mudança cultural, exploração de novas oportunidades. Como mostramos na seção “objetivos de inovação”, não é só desdobrando as estratégias, mas englobando também o alinhamento de baixo para cima (bottom-up), pois é na execução que as estratégias falham. Veja quais são os mecanismos e práticas mais adiante. |
- Aproveitar as marcas dos seus negócios para alavancar as conexões com o ecossistema e o lançamento e difusão das ofertas (produtos e serviços)
Por exemplo, uma empresa com marca conhecida no mercado pode atrair muitas startups, que desejam apresentar no seu portfólio o trabalho conjunto que uma corporação de renome, o que aumenta sua visibilidade. No entanto, se o tratamento dado às startups não for dentro de um contexto de ganha-ganha, a grande empresa pode ficar “famosa por não tratar startups de uma forma ética” e “queimar a imagem da empresa” Se isso ocorrer, a corporação não conseguirá atrair no futuro startups de qualidade, mas somente aquelas que buscam qualquer parceria.
- Definir um portfólio de iniciativas e projetos orquestrado com os três horizontes de inovação (H1, H2 e H3)
Para ser capaz de gerenciar o portfólio de iniciativas e projetos de inovação, sua empresa deve praticar a ambidestria organizacional. Lógico que a melhor estruturação da gestão da inovação depende dos fatores contextuais e os tipos de inovação, ou seja, das estratégias, mercado, setor, tecnologia, ecossistema, organização, pessoas, cultura, inovação incremental, inovação da oferta, inovação em marketing, inovação de sustentação etc. Neste contexto, a empresa deve reservar uma parte do seu orçamento (budget), assim como recursos / pessoas, para investir em iniciativas de intraempreendedorismo vindas de baixo para cima relacionadas com os três horizontes. Ou seja, já ter uma verba disponível para a realização de POCs (proof of concept) sem passar pelos processos burocráticos de contratação e compras. |
- Uma prática interessante é a empresa reservar um capital no orçamento (budget) para investir em iniciativas de intraempreendedorismo, assim como recursos / pessoas direcionados ao intraempreendedorismo. São valores pequenos, que não necessitariam de aprovações e teriam um fast track para poder iniciar e testar rapidamente as hipóteses de valor.
- Entender seu mercado, as dores dos seus clientes, a situação dos concorrentes, a evolução da tecnologia – veja a seção “Rastrear, monitorar e analisar o contexto” da lógica da inovação.
- Vislumbrar o futuro.
- Estimular a cultura de inovação e intraempreendedorismo alinhada com as estratégias, teses e objetivos de inovação – veja a seção “Cultura organizacional e gestão da mudança”.
- Promover uma cultura de experimentação / teste para comprovação de hipóteses de valor (market fit) e de mercado (escalabilidade).
- Experimentar de forma disciplinada (use métodos).
- Ter tolerância a falhas, mas não a incompetência (difícil diferenciar entre erro ocasional de aprendizado e falta de comprometimento ou negligência).
- Criar um ambiente de confiança, seguro para que todos sejam francos e tenham diálogos abertos e sinceros sobre os problemas e conflitos.
- Investir em capacitação das pessoas.
- Incentivar o feedback.
- Promover a colaboração e a comunicação aberta.
- Criar um senso coletivo comum.
- Incentivar o compartilhamento de conhecimento.
- Favorecer a liberdade criativa para proposição de ideias.
- Não descartar ideias “malucas” e “fora da caixa” sem antes avaliar com critérios não financeiros (no caso de ideias incipientes).
Como avaliar / validar ideias e propostas de soluções? Um mote existente no empreendedorismo corporativo é que as corporações devem se comportar como startups. Não é tão simples assim devido aos “anticorpos” contra a inovação que citamos várias vezes nesta seção, que inclui os métodos de avaliação e validação das ideias e propostas. Por isso, é que se deve trabalhar com a abordagem de ambidestria organizacional e as pessoas devem conhecer e experimentar as diversas práticas de inovação para se testar o mais cedo possível as hipóteses de valor e de mercado, utilizando-se, por exemplo, provas de conceitos ou MVPs. Mas tem outro aspecto importante: construir planos de negócio apropriados com o nível de incerteza da inovação, ou seja, não utilizar somente a previsão futura do fluxo de caixa descontado para iniciativas relacionadas com muito incerteza. Nesses casos, além de métodos de avaliação (valuation) mais qualitativos, os tomadores de decisão da corporação precisariam se comportar com investidores em startups. |
- Estimular a autonomia das pessoas e equipes.
- Manter o comprometimento com o propósito, estratégias e objetivos estabelecidos.
- Criar estruturas horizontais com líderes “de facto”.
- Eliminar burocracias e flexibilizar processos engessados.
- Realizar uma gestão inclusiva.
- Incentivar a diversidade.
- Aplicar métodos ágeis e outras práticas na execução das estratégias
Uma recomendação de destaque é analisar as alternativas e obter fontes de financiamento para a inovação.
O grande diferencial do intraempreendedorismo comparado com o empreendedorismo “independente” é que este último necessita de várias rodadas de captação de capital para financiar a startup. Uma corporação, em geral, pode colocar no seu orçamento verbas destinadas ao intraempreendedorismo. Mas existe também a possibilidade de captação de fundos para financiar a inovação e, portanto, a incubação / aceleração e desenvolvimento das ideias dos intraempreendedores. No entanto, a empresa existente precisa combinar:
Essas características da inovação / empreendedorismo corporativo & intraempreendedorismo dependem da cultura de inovação empreendedora. |
Uma recomendação essencial é …
… IMPLEMENTAR OS MECANISMOS E PRÁTICAS DE INOVAÇÃO / EMPREENDEDORISMO CORPORATIVO & INTRAEMPREENDEDORISMO …
… que são apresentados no tópico “Mecanismos e práticas”.
Localização desta seção em um contexto mais amplo
Neste tópico apresentamos uma “visão estrutural” das principais abordagens relacionadas com inovação corporativa e empreendedorismo para ilustrar as relações e superposição entre elas. Para isso, repetimos a seguir a figura da seção “Articulação entre abordagens de inovação corporativa e empreendedorismo”, destacando a abordagem relacionada com a seção atual. Para conhecer a descrição completa da figura, visite a seção de articulação citada.
Em seguida trazemos:
- as seções da flexM4i relacionadas com inovação corporativa & empreendedorismo;
- outras abordagens relacionadas;
- a importância de uma visão integrada e articulada das abordagens e práticas;
- os links de mecanismos e práticas relacionadas; e
- uma discussão sobre qual mecanismo ou prática você deve implementar na sua organização.
Figura 809: ilustração das principais abordagens relacionadas com a inovação corporativa e empreendedorismo com destaque para a inovação corporativa & empreendedorismo corporativo
Essa figura ilustra que a inovação corporativa & empreendedorismo corporativo abrange as seguintes abordagens e, portanto, compartilha com elas vários mecanismos e práticas:
A figura ainda ilustra que todas iniciativas de inovação corporativa & empreendedorismo corporativo devem estar relacionadas com o ecossistema de inovação e empreendedorismo.
Seções da flexM4i relacionadas com inovação corporativa & empreendedorismo
Na próxima figura você pode localizar a seção atual. Baixe aqui o mapa de conteúdo em A3 com os links das seções ou acesse os links depois da figura.
Figura 799 - Seções da flexM4i relacionadas com inovação corporativa & empreendedorismo (clique na figura para abrir em outra aba e para poder acessar os links das seções)
ABORDAGENS
- Articulação entre abordagens relacionadas com a inovação corporativa e empreendedorismo
- Gestão da inovação
- Empreendedorismo
- Empreendedorismo independente
- Inovação corporativa, empreendedorismo corporativo e intraempreendedorismo
- Ecossistema de inovação e de empreendedorismo
- Inovação aberta
- Hélice tríplice
PRÁTICAS (ordem alfabética)
- Alianças estratégicas
- Análise de investimento (em desenvolvimento)
- “Área” de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D)
- Business plan (plano de negócios)
- Contratação de serviços de inovação
- Corporate venture building (CVB)
- Corporate venture capital (CVC)
- Desafios e prêmios
- “Espaço” de inovação
- Fusões e aquisições (M&A)
- Gestão de ideias (em desenvolvimento)
- Hackathons
- Hub de inovação
- Incubadora e aceleradora (independente)
- Incubadora e aceleradora corporativa
- Joint Venture
- Licenciamento de propriedade intelectual
- Modalidades de fomento da inovação & empreendedorismo
- Networking
- Processo de empreendedorismo independente
- “Setor” de Inovação
- Transferência de tecnologia
- Venture Capital (VC)
- Venture Building (VB)
Outras abordagens relacionadas
As abordagens de inovação a seguir, estão relacionadas com a gestão da inovação e devem também ser consideradas na inovação corporativa / no empreendedorismo corporativo. No repositório de abordagens, você pode encontrar outras abordagens, além dessas.
- Ambidestria organizacional
- Balanced Scorecard
- Design thinking
- Economia circular
- ESG – governança ambiental, social e corporativa
- Gestão da mudança
- Gestão de marketing
- Gestão de portfólio
- Gestão de (por) processos (BPM)
- Gestão de projetos (em desenvolvimento)
- Gestão de riscos da inovação
- Gestão de stakeholders
- Iniciativas e temas em sustentabilidade
- Inovação do modelo de negócio (em desenvolvimento)
- Três horizontes de inovação e crescimento
- Lean Startup (em desenvolvimento)
- Metodologias de execução de estratégias
- Processo de desenvolvimento de clientes
- Roadmapping
- Servitização
- Transformação digital
Importância de uma visão integrada e articulada das abordagens e práticas
As corporações precisam inovar criando ou participando de um ecossistema de inovação e empreendedorismo e, assim, praticar a inovação aberta com a visão da hélice tríplice. E dentro deste ecossistema, as startups são as que mais inovam, pois são criadas por empreendedores na busca de disrupção. Além disso, essas pessoas acompanham os avanços tecnológicos tanto sendo pesquisadores de universidades quanto profissionais do mercado.
Estar conectado com essa realidade cria o potencial da tendência atual da inovação / empreendedorismo corporativo. Só assim essas empresas vão conseguir acompanhar o ritmo das mudanças mercadológicas e tecnológicas. A geração de novas ideias somente a partir de recursos internos não é mais viável. Demora demais.
Mas são tantas as abordagens, princípios, mecanismos e práticas que deixam as empresas com dúvidas de qual o caminho a seguir.
A conexão com startups é uma estratégia essencial na busca por inovação, e muitas empresas consideram que essa seja a única estratégia / abordagem. Mas não é a única. O contexto da inovação aberta é mais amplo, assim como o de outras abordagens relacionadas com a inovação corporativa e o empreendedorismo.
O ideal é combinar as forças de cada uma dessas abordagens, seus princípios, mecanismos e práticas.
Mas a implementação dessas abordagens traz novos desafios para as empresas existentes. São desafios que discutimos no tópico “barreiras e questões” da inovação / empreendedorismo corporativo & intraempreendedorismo, que no fundo são equivalentes às barreiras contra a própria gestão da inovação.
Este é o motivo pelo qual articulamos na flexM4i algumas abordagens e práticas, que surgiram de várias escolas e hoje precisam ser tratadas de forma integrada. A seção “Articulação entre abordagens de inovação corporativa e empreendedorismo”, como o próprio nome diz, mostra a relação entre essas abordagens, que surgiram muitas vezes de comunidades diferentes.
Mecanismos e práticas
Este tópico lista os mecanismos e práticas de inovação / empreendedorismo corporativo & intraempreendedorismo, que também são considerados mecanismos e práticas de outras abordagens, como ilustrado no tópico anterior. As descrições desses mecanismos e práticas estão em outras seções da flexM4i ou em fontes externas. Por isso, trazemos somente os links que remetem a eles.
Como a abordagem apresentada nesta seção é abrangente, pois integra várias abordagens ampla, como a própria gestão da inovação, o próprio conteúdo teórico da flexM4i pode trazer um embasamento para a sua escolha, além dos links que apresentamos no próximo tópico. Então:
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Links dos mecanismos e práticas
Na próxima figura destacamos em vermelho os mecanismos e práticas da inovação corporativa e empreendedorismo corporativo.
Figura 810: lista de mecanismos e práticas da inovação corporativa e empreendedorismo corporativo
Segue os links das seções que tratam dos mecanismos e práticas destacadas em vermelho na figura:
- “Área” de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D)
- “Setor” de Inovação
- “Espaço” de inovação
- Alianças estratégicas
- Joint venture
- Contratação de serviços de inovação (incluindo startups)
- Networking
- Transferência de tecnologia
- Licenciamento de propriedade intelectual
- Gestão de ideias (em desenvolvimento)
Mecanismos e práticas que pertencem a duas abordagens
Observe na figura que a abordagem de corporate venturing é uma divisão da inovação corporativa / empreendedorismo corporativo. Então, todos os mecanismos e práticas de corporate venturing também são de inovação corporativa e empreendedorismo corporativo.
O que os diferencia é o objeto resultante. Toda vez que a inovação resulta em novos negócios (de risco), ou seja, novos ventures, consideramos os mecanismos e práticas como sendo de corporate venture.
Portanto, os seguintes mecanismos e práticas são enquadrados tanto na inovação corporativa / empreendedorismo corporativo como no corporate venturing, dependendo se o objeto de inovação está relacionado com uma nova oferta ou com um novo negócio de risco ou não:
Repare na posição do intraempreendedorismo na figura. Ele é uma abordagem bottom-up equivalente ao empreendedorismo corporativo, como apresentamos nesta seção. Pode ser aplicado tanto para inovações internas como as de corporate venturing. |
Outros mecanismos relacionados com a criação de um novo negócio estão listados na seção sobre corporate venturing.
Qual mecanismo ou prática que você deve utilizar?
Primeiramente, você deve conhecer as abordagens
Como há uma superposição entre as abordagens de inovação corporativa & empreendedorismo, uma prática pode ser enquadrada / classificada em mais de uma abordagem.
Por exemplo, qual a diferença que faz você conhecer se a prática de corporate venture capital (CVC) é uma prática de inovação aberta, de inovação corporativa, de empreendedorismo corporativo, de corporate venturing, de hélice tríplice, ou de conexão com startups?
Não importa o rótulo da abordagem que você está utilizando na sua empresa e sim quais os princípios que você está adotando e as práticas que você aplica.
Conhecer as abordagens, que se complementam, é importante para você adotar os princípios que se adequam a sua realidade. Mas o principal é identificar quais são as práticas daquela abordagem a serem aplicadas na sua empresa. Depois de identificar, você deve ...
... entender quais são os benefícios e as limitações e como implementar uma prática para você decidir se ela é a apropriada ou não para o momento e condições atuais da sua empresa (nível de maturidade atual).
Desconstruir para integrar
Assim como na proposta que fizemos com a gestão da inovação, todas abordagens precisam ser "desconstruídas" e seus princípios e práticas devem ser integrados.
Veja a discussão sobre “desconstruir” e integrar os princípios e práticas de gestão da inovação no tópico “Como articular a gestão da inovação com as demais abordagens?”. O mesmo princípio deve ser empregado no contexto das abordagens de inovação corporativa & empreendedorismo. |
Defina uma estratégia
Após conhecer os mecanismos e práticas de uma abordagem, você deve estabelecer uma estratégia para implementar a prática mais apropriada em um processo evolutivo de maturidade. Lembre que a inovação é uma jornada sem fim.
Por exemplo, na definição da estratégia de conexão com startups, a corporação define as premissas de conexão com startups, ou seja, qual a tese de inovação, que vai direcionar a relação da sua empresa com startups e a aplicação das abordagens, mecanismos e práticas de inovação corporativa & empreendedorismo.
Comece a experimentar os mecanismos e práticas
Sejam eles mecanismos e práticas de inovação corporativa, empreendedorismo corporativo, gestão da inovação, inovação aberta, corporate venturing, conexão com startups, ecossistema de inovação e empreendedorismo etc., o importante é começar a experimentar os mecanismos mais simples e evoluir.
Por exemplo, sua empresa pode começar a contratar startups para realizar serviços específicos. Assim, os processos da sua empresa serão adaptados para se tornarem ágeis e alinhados com as necessidades de relacionamento com startups.
Um outro caminho seria entrar em contato com hubs / consultorias em inovação e/ou participar de um ecossistema de inovação e empreendedorismo maduro para que seus colaboradores aprendam a se relacionar com um ecossistema e aí então evoluir.
Um outro ainda seria fazer um diagnóstico de cultura de inovação. Depois de “criar” o ambiente apropriado baseado na mudança cultural obtida com algumas conexões com startups, sua empresa pode utilizar os mecanismos e práticas mais sofisticadas / complexas.
Observe que são vários caminhos possíveis. Não existe uma regra. Se você contar com uma boa parceria de uma consultoria ou de pessoas qualificadas e experientes em conexão com startups, sua empresa irá encontrar um caminho mais apropriado de evolução.
Utilize um portfólio de mecanismos e práticas
Tanto nas práticas de inovação, como nas de empreendedorismo corporativo, além de não existir o one-size-fit-all (uma solução não serve para tudo), dentro de uma mesma empresa, para objetivos distintos, uma gama de soluções podem ser utilizadas concomitantemente. Ou seja, utilize um portfólio de mecanismos e práticas.
Por exemplo, diferentes unidades de negócio podem adotar formas distintas de colaborar com startups. Além disso, uma “área” de P&D pode estar em um grau de maturidade mais avançado e adotar outras estratégias e práticas de inovação corporativa.
A orquestração de todas essas iniciativas é importante para que a empresa possa obter o ganho da sinergia resultante da aplicação desses mecanismos e práticas.
Conheça as recomendações e por onde começar
Como há uma grande quantidade de alternativas de práticas, conheça rapidamente as alternativas, estudando as abordagens e suas superposições (comece pela seção “Articulação entre abordagens de inovação corporativa e empreendedorismo”).
Em seguida, avalie as recomendações e por onde começar na seção “Estruturação da gestão da inovação?”.
Avalie se os conhecimentos, cultura e nível de maturidade da sua empresa em inovação permitem que você aplique a “Metodologia de adaptação dos processos aos fatores contextuais”, ou seja, a definição de uma tipologia de inovação da sua empresa e a associação de práticas (processos, metodologias, ferramentas etc.) aos tipos de inovação. |
fim desta seção – retornar para o mapa da sua trilha ou para o sumário >
Referências
Åmo, B. W. (2010). Corporate entrepreneurship and intrapreneurship related to innovation behaviour among employees. Int. J. Entrepreneurial Venturing, 2(2), 144–158.
Damanpour, F. (1991). Organizational innovation: A meta-analysis of effects of determinants and moderators. Academy of Management Journal, 34(3), 555–590. https://doi.org/10.1159/000192893
Dornelas, J. (2020). Empreendedorismo corporativo: como ser um empreendedor, inovar e se diferenciar na sua empresa – 4a. edição. Empreende Editora.
Hisrich, R.D., Peters, M.P. & Shepherd,D. A. (2017) Entrepreneurship, 10th ed., New York: McGraw-Hill Education
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