"Setor" de inovação

Responsável pela orquestração da inovação

2.0flexM4I > abordagens e  práticas > “Setor” de inovação (versão 2.0)
Autoria: Henrique Rozenfeld (roz@usp.br)

A inovação pode ser orquestrada por um “setor” centralizado com o cuidado para não inibir a inovação dentro da empresa.

Classificação desta prática

Descrição resumida

Recomendamos que você leia antes a prática “área de P&D”.

Inicialmente, é bom recordar o significado de inovação, que não abrange somente tecnologia ou desenvolvimento das ofertas (produtos e serviços). Envolve o desenvolvimento de diversos objetos de inovação.

Um “setor” de inovação poderia ser responsável:

Escolhemos usar o termo “setor” entre aspas porque pode ter diferentes denominações nas empresas, tais como, área, departamento, diretoria, centro, divisão, gerência de inovação.

Uma área única responsável pela inovação?

Vamos extrair alguns trechos do tópico “qual área deve coordenar a gestão da inovação?” da seção “arquitetura organizacional” do capítulo “pessoas e organização”.

Em uma visão de futuro, sua empresa deve “desconstruir” as abordagens de inovação para integrar e incorporar os princípios e práticas nas capabilidades da sua empresa, que estarão refletidas nos processos, ativos, pessoas, organização etc., ou seja, nos elementos do negócio.

Leia mais sobre “desconstruir abordagens para integrar seus princípios e práticas” na seção sobre Articulação da gestão da inovação com outras iniciativas 

No entanto, essa solução é ideal. Sua jornada de inovação vai criando aos poucos essa arquitetura. Por enquanto, pode ser que você ainda necessite de uma “área” responsável pela inovação.

Talvez seja mais interessante criar um movimento, uma iniciativa de todos pela inovação.

No “futuro”, elementos organizacionais orquestrados

No futuro, quando a gestão da inovação estiver incorporada e distribuída  por toda a empresa, você poderá ainda ter áreas específicas que cuidam, por exemplo:

  • do entendimento da situação atual e tendências do contexto interno e externo (business intelligence)
  • da relação com startups e universidades
  • da consolidação das ideias geradas pelo processo distribuído de gestão de ideias (todos podem ter ideias e se tornar intraempreendedores)
  • do planejamento e monitoramento do portfólio de projetos de inovação
  • da gestão dos processos integrada com a gestão de projetos (PPMO – process and project management office)
  • das pesquisas mais básicas (ok, pode usar o termo P&D, que historicamente já perdeu o sentido, pois deveria se chamar uma área de pesquisa  – veja a seção sobre gerações da gestão da inovação)
  • da proposição de inovações radicais para novos mercados e novos modelos de negócio (dentro do contexto da ambidestria organizacional)
  • do apoio ao intraempreendedorismo

Essas áreas poderiam ter denominações específicas, relacionadas com essas funções. Assim, ficaria claro que todos podem inovar. Ou seja, inovação não é um “privilégio” ou “obrigação” de uma única área.

Na próxima figura ilustramos possíveis áreas que poderiam compor os responsáveis pela inovação, Existe um número grande de combinações. Veja que destacamos o “setor” de inovação (substitua o termo “setor” por aquele mais apropriado à cultura da sua empresa) como orquestrador. Ele pode ser parte de um hub de inovação e deve trabalhar de forma orquestrada com a gestão do ecossistema.

Figura 1015: possíveis elementos organizacionais (áreas) que compõem o “setor” responsável pela gestão da inovação

Esse “futuro” pode não estar assim tão distante.

Comece definindo algumas áreas / departamentos / setores com algumas das responsabilidades que listamos acima. Só não incorra no reducionismo de definir, por exemplo, a relação com startups como a única responsabilidade do “setor” de inovação.

Criar uma área (setor) de inovação é uma configuração organizacional temporária e muitas vezes necessária para sinalizar que algo está mudando.

Outros significados e competências
Nem todos elementos da figura acima foram descritos nesta seção. Esse “setor” de inovação poderia incorporar outras práticas ou mecanismos de inovação, que discutimos em outras seções da flexM4i.

Na seção Inovação corporativa / empreendedorismo corporativo & intraempreendedorismo trazemos uma visão ampla e sistemática das possíveis abordagens e práticas. Mas a figura anterior destaca algumas delas, que você pode acessar nos links abaixo: 

 

Como na flexM4i, mostramos diversos elementos organizacionais possíveis, que são responsáveis por diversas práticas, que são termos diferentes e relacionados, o próximo tópico ilustra essa relação. Este próximo tópico é repetido nas seções que discutem todos os elementos organizacionais citados.

Elementos organizacionais versus práticas (termos diferentes e relacionados)

Este tópico é recomendado somente para os leitores dos níveis de detalhamento avançado.

Na flexM4i temos seções que discutem separadamente algumas práticas, que se confundem com elementos organizacionais, relacionadas com o assunto desta seção, mas que em cada empresa pode ter uma conotação diferente. Neste tópico mostramos como eles podem se relacionar para que a sua empresa adote a arquitetura organizacional mais apropriada para o nível de maturidade atual dela e seu ecossistema.

  • usamos o termo genérico “espaço” de inovação para denominar um espaço físico para apoiar a inovação. Este espaço pode conter um espaço maker ou um Fab Lab.
  • usamos o termo genérico “setor” de inovação para denominar um setor responsável pela orquestração da inovação, que em algumas empresas é a própria “área” de P&D. É relacionado com a inovação corporativa / gestão da inovação.
  • usamos o termo genérico “área” de P&D para denominar uma unidade organizacional onde se realizam as pesquisas e desenvolvimentos de tecnologias, produtos, serviços, processos etc. No entanto, o novo significado de P&D, descrito no tópico “reinventando o P&D”, torna este termo semelhante  com “setor de inovação”.
  • hub ou centro” de inovação em uma empresa (corporativo) está relacionado com o corporate venturing, com foco na construção de um ecossistema e com iniciativas de criação / conexão com startups. O hub promove a inovação aberta dentro do contexto da hélice tríplice.
  • em algumas empresas o “setor” e o “hub” de inovação podem estar integrados e podem incluir o P&D.
  • existem outros tipos de hubs de inovação, que não fazem parte de uma empresa (veja a seção correspondente)
  • a estrutura organizacional em geral é composta ainda por elementos organizacionais (departamentos, áreas etc.) e times multidisciplinares (como squads etc.), que realizam atividades de inovação, inseridos ou não nos elementos citados anteriormente 
  • e não devemos esquecer que todos podem inovar, como discutido no intraempreendedorismo, integrado com a inovação corporativa.

Não existe uma arquitetura organizacional universal para acomodar essas práticas organizacionais relacionadas com a inovação. A próxima figura ilustra as diferentes abrangências dessas práticas. As linhas pontilhadas mostram a possível expansão da abrangência de um elemento organizacional.

Figura 917: ilustração de possíveis abrangências dos termos que indicam elementos da estrutura organizacional e suas relações com práticas da inovação / empreendedorismo corporativo & gestão da inovação 

Crie (e experimente) uma estrutura para aprender (vai mudar constantemente); e utilize o termo mais alinhado com a cultura da sua empresa.

#printfriendly a { color: blue !important; text-decoration: underline !important; } #printfriendly i, #printfriendly em { color: purple !important; } @media print { .break-page-before { page-break-before: always !important; } h1 { page-break-before: always !important; font-size: 32px !important; } div.no-page-break-before h1, div.no-break-page-before h1 { page-break-before: avoid !important; } }