Venture Building (VB)

Criação de novos negócios de risco direcionada pelos investidores

flexM4I > abordagens e práticas > Venture Building (VB) – versão 2.1
Autoria: Henrique Rozenfeld(roz@usp.br)

Mecanismo de criação de novos negócios ágeis e escaláveis (startups) de forma intencional e sistemática pelo investidor, com eventual envolvimento na operação e com apoio na fase subsequente de crescimento.

Classificação desta prática

Introdução 

O venture building (VB) é mais do que uma das modalidades de fomento de startups e empreendedorismo. É um mecanismo de criação de startups.

Repetimos a seguir a figura que mostra de forma integrada as possíveis alternativas de fomento de startups e empreendedorismo posicionadas ao longo das fases do ciclo de vida de um novo negócio. Assim, você pode localizar o venture building (VB) no contexto mais amplo. Se desejar ter uma visão sucinta das outras modalidades de fomento representadas na figura, visite o tópico “Fontes de fomento para startups e empreendedorismo” da seção “modalidades de fomento da inovação e empreendedorismo”.

Figura 784: fontes e ciclo de fomento de startups (clique na figura para aumentá-la)

Venture building (VB) é um mecanismo de criação de novos negócios ágeis e escaláveis (startups) de forma intencional e sistemática pelo investidor, com eventual envolvimento na operação e com apoio na fase subsequente de crescimento.

As organizações que realizam são conhecidas como “venture builders”. Na maior parte das vezes o VB é tratado como um sinônimo de startup studio ou fábrica de startups..

O objetivo é criar uma startup do “zero”. Não existe uma aceleração e nem um pitch. Também não é um venture capital, que é somente o investimento em um novo negócio de risco. No VB a ação é proativa, a startup é criada pelo investidor.

Você pode estar em dúvida sobre como diferenciar este mecanismo do empreendedorismo independente. A diferença está basicamente na definição das ideias e formação do time da startup, ou seja, na direção (fluxo) de criação do negócio. Vamos explicar:

  • No VB as startups surgem a partir de ideias dos investidores. Normalmente, os empreendedores (os fundadores) são trazidos de fora e já devem vir com experiência em empreendedorismo. Existem também casos de empresas de VB que procuram startups para apoiar, mas diferentemente de um venture capital (VC) tradicional, a empresa de VB envolve-se com o dia a dia da empresa (veja as características a seguir)
  • No empreendedorismo independente  (tradicional), os fundadores têm uma ideia, criam a startup e procuram apoio para desenvolvê-la

Fomento: O capital é aportado pela instituição criadora da startup, a empresa de venture building (VB). Mas pode ser financiada por venture capital, private equity ou corporate venture capital (CVC).

O envolvimento da empresa de VB é mais do que um investimento em startups e inovação, como no caso do venture capital. A empresa de VB cria / seleciona e acompanha / apoia startups no desenvolvimento de um novo negócio. Por isso é conhecida como “fábrica de startups”.

Seções da flexM4i relacionadas com inovação corporativa & empreendedorismo

Na próxima figura você pode localizar a seção atual. Baixe aqui o mapa de conteúdo em A3 com os  links das seções ou acesse os links depois da figura.

Figura 799 - Seções da flexM4i relacionadas com inovação corporativa & empreendedorismo (clique na figura para abrir em outra aba e para poder acessar os links das seções)

ABORDAGENS

PRÁTICAS  (ordem alfabética)

Processo

O processo de um VB deve ser baseado em metodologias ágeis, que incluem as seguintes atividades típicas:

  • Definir uma tese de inovação / investimento, que (segundo o nosso glossário) “direciona as iniciativas de inovação de uma empresa. Ela define porque inovar, onde inovar, quanto investir e qual a antítese. Uma tese de inovação deve estar alinhada com a estratégia da empresa.”
Leia a seção sobre tese de inovação.

 Identificar uma ideia: tanto uma ideia própria ou a identificação de startups com ideias promissoras que aceitam ser apoiadas por uma empresas de venture builder.

  • Formar equipe, que deve ser experiente, composta por pessoas que já empreenderam no passado. Em caso de startups já existentes, a experiência dos fundadores em empreendedorismo é um dos critérios de seleção.
  • Obter capital, que na maior parte das vezes é da própria empresa de VB. Porém, o venture builder pode ter parceiros de venture capital, como os citados acima no destaque sobre fomento.
  • Validar as hipóteses de valor (market fit) e de mercado (escalabilidade) por meio de experimentações.
Atenção !! As hipóteses da tese de inovação são amplas e relacionadas a um tipo de inovação. Não são as hipóteses de valor (market fit) e de mercado (escalabilidade) de uma inovação específica.
  • Dar apoio ao gerenciamento operacional da startup ou assumir a gestão (em alguns casos) e as tomadas de decisão na fase de validação das hipóteses e nas fases de desenvolvimento tecnológico das ofertas (produtos e serviços) e da infraestrutura para viabilizar a implementação e operação do negócio.
  • Prover ou contratar serviços, que podem ser compartilhados com outras empresas. Pode ocorrer a contratação de uma aceleradora. Porém, como a equipe deve ser experiente, a aceleração não precisa ocorrer.

Características

A VB utiliza metodologias consagradas, responsabiliza-se pelo aporte de capital e conhecimento, é direcionada por uma estratégia e conta com pessoas experientes em empreendedorismo.

A startup tem mais chance de dar certo e os empreendedores ficam mais seguros, pois a VB tem a capacidade de gerenciar os processos operacionais da startup, como os relacionados com a área financeira, jurídica, fiscal, contábil, marketing e gestão de pessoas. Além disso, a empresa de VB coloca à disposição das startups mentorias para ajudar no desenvolvimento e crescimento do negócio.

O envolvimento não é limitado ao investimento, como na maioria dos casos de venture capital. O envolvimento do venture building (VB) pode ser alto por meio do apoio à gestão e, às vezes, os investidores opinam sobre as tomadas de decisão. No venture building a participação dos investidores é intensa. Eles são responsáveis pelas tomadas de decisão (não técnicas) e pela operação do empreendimento, pois foram os investidores que surgiram com a ideia e montaram a startup.

Uma VB graças a um grande número de experiências em desenvolver startups, em geral, tem pessoas com repertório em criar modelos de negócios, assim como na construção / testes de MVP, ou seja experimentação, com base nas metodologias que utiliza. Assim, há uma redução dos riscos para a criação de novos negócios de risco.

Um investidor autônomo tem mais chance de recuperar com lucro os seus investimentos, se ele aportar recursos em uma empresa de VB. 

A ênfase do envolvimento é focada na operação da empresa e não na educação das pessoas, que já devem vir com experiência em empreendedorismo.

As características anteriores reduzem os riscos e agilizam a criação e desenvolvimento de startups. pois a taxa de falhas de empreendimentos, que surgem neste modelo, é menor do que nos modelos tradicionais.

Uma VB pode se tornar uma prestadora de serviços para corporações, que desejam começar a aplicação da corporate venture building (CVB). 

Caso a corporação já tenha alguma ideia mais radical, o caminho do empreendedorismo corporativo pode se iniciar com a contratação de uma empresa de VB ao invés de passar por um processo de aprendizado que se inicia com a contratação de startups ou mesmo com a criação de uma incubadora ou aceleradora corporativa, que demoram um pouco para se estabilizarem.

O funil de inovação de uma empresa estabelecida pode ter alguns projetos gerenciados por uma empresa de VB.

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