Networking

Para aprender, compartilhar conhecimentos e criar colaborativamente

flexM4I > abordagens e  práticas > Networking (versão 2.0)
Autoria: Henrique Rozenfeld (roz@usp.br)

O networking pode ser institucional ou pessoal. É uma forma de compartilhamento de conhecimentos e aprendizado. Normalmente, melhora o repertório dos colaboradores, que por sua vez resulta em uma maior capabilidade inovadora da empresa. Além disso, permite a criação colaborativa de novos conhecimentos e artefatos, tais como software e hardware.

Classificação desta prática

Descrição resumida

O networking pode ser institucional ou pessoal. É uma forma de compartilhamento de conhecimentos e aprendizado. Normalmente, melhora o repertório dos colaboradores, que por sua vez resulta em uma maior capabilidade inovadora da empresa. Além disso, permite a criação colaborativa de novos conhecimentos e artefatos, tais como software e hardware.

Participação em associações

Algumas associações, como entidades de classe, montam grupos de trabalho / interesse, nos quais são discutidas questões, princípios e práticas de gestão de tecnologias, que podem trazer novos conhecimentos importantes para a inovação.

Um exemplo é o PMI (project management institute), que possui seções (chapters) no Brasil. Nessas associações são compartilhados muitos conhecimentos e seus participantes criam uma rede de contatos e aprendem ao discutirem assuntos de interesse comum. Conheça o chapter do PMI de Minas Gerais: https://pmimg.org.br/

Participação em comitês

Entre os diversos tipos de comunidades existentes, um tipo em especial está relacionado com a gestão de conhecimento, as comunidades de práticas. Existem também as comunidades de interesse. 

A teoria que embasa a existência e participação nessas comunidades foi desenvolvida no final da década de 1990 e início dos anos 2000. Este termo foi criado por Etienne Wenger em 1991, que hoje possui uma consultoria em “aumentar a capabilidade empresarial em aprendizado social” . De lá para cá, o uso deste termo evoluiu e possui várias conotações, principalmente devido à ascensão das redes sociais.

No entanto, os seus princípios continuam válidos e podem ser conhecidos nos verbetes da Wikipédia em português:
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Comunidade_de_pr%C3%A1tica&oldid=58989768. Acesso em 19/9/2022

O verbete da wikipedia em inglês é mais completo, pois 

  • define os tipos de comunidades de prática em comparação com trabalho em time e comunidades de interesse;
  • lista os benefícios para o capital social de empresa e gestão de conhecimentos;
  • mostra a evolução do conceito de comunidades de práticas, que hoje enfatiza:
    • 1) o “engajamento mútuo” entre os membros da comunidade para a construção de relações de colaboração;
    • 2) o “empreendimento conjunto”, que é o que une os membros em um domínio específico;
    • 3) o “repertório compartilhado”, que são recursos compartilhados para apoiar os repertórios individuais
  • apresenta exemplos de comunidades de prática, sendo que a própria Wikipédia é considerada um deles

https://en.wikipedia.org/w/index.php?title=Community_of_practice&oldid=1094673185 Acesso em 19/9/2022

Participação em comunidades de prática

Entre os diversos tipos de comunidades existentes, um tipo em especial está relacionado com a gestão de conhecimento, as comunidades de práticas. Existem também as comunidades de interesse. 

A teoria que embasa a existência e participação nessas comunidades foi desenvolvida no final da década de 1990 e início dos anos 2000. Este termo foi criado por Etienne Wenger em 1991, que hoje possui uma consultoria em “aumentar a capabilidade empresarial em aprendizado social” . De lá para cá, o uso deste termo evoluiu e possui várias conotações, principalmente devido à ascensão das redes sociais.

No entanto, os seus princípios continuam válidos e podem ser conhecidos nos verbetes da Wikipédia em português:
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Comunidade_de_pr%C3%A1tica&oldid=58989768. Acesso em 19/9/2022

O verbete da wikipedia em inglês é mais completo, pois 

  • define os tipos de comunidades de prática em comparação com trabalho em time e comunidades de interesse;
  • lista os benefícios para o capital social de empresa e gestão de conhecimentos;
  • mostra a evolução do conceito de comunidades de práticas, que hoje enfatiza:
    • 1) o “engajamento mútuo” entre os membros da comunidade para a construção de relações de colaboração;
    • 2) o “empreendimento conjunto”, que é o que une os membros em um domínio específico;
    • 3) o “repertório compartilhado”, que são recursos compartilhados para apoiar os repertórios individuais
  • apresenta exemplos de comunidades de prática, sendo que a própria Wikipédia é considerada um deles

https://en.wikipedia.org/w/index.php?title=Community_of_practice&oldid=1094673185 Acesso em 19/9/2022

Participação em redes

Hoje em dia as redes sociais possuem um grande potencial de unir pessoas com objetivos comuns. Algumas redes especializadas na área profissional, como o LinkedIn, possuem grupos dedicados a assuntos específicos relacionados com a inovação. Uma busca realizada nesta rede em setembro de 2022 resultou em:

  • 1.200 grupos relacionados com inovação e
  • 30.000 grupos relacionados com innovation 

Não se pode afirmar que todos esses grupos tratam de gestão da inovação, mas uma olhada nos primeiros mostra que os com mais membros tratam deste tema, tais como:

  • Innovation Management Group (mais de 71 mil membros)
  • Front End of Innovation (mais de 51 mil membros)
  • New Product Development and Agile Innovation (mais de 38 mil membros)
  • Comunidade da Inovação (mais de 3200 membros)
  • Design thinking – inovação em negócios (mais de 2800 membros)
  • Gestão do conhecimento e Inovação (mais de 2500 membros)
  • Gestão da inovação (mais de 1700 membros)

Podemos afirmar que essas comunidades na rede representam uma nova versão das comunidades de prática / interesse.

Redes de inovação

Além das redes sociais, que podem ser consideradas o meio de comunicação, existe também o conceito de “redes de inovação”.

Segundo Ahrweiler & Keane (2013): 

  • “Redes de inovação são aquelas redes que envolvem a interação de pessoas, ideias e organizações para criar novos produtos, processos e estruturas organizacionais, tecnologicamente viáveis e comercialmente realizáveis”. Eles afirmam que a inovação em rede não é fácil de se caracterizar.
  • “Na inovação em redes, participantes de diferentes áreas/disciplinas/organizações participam desde o início de um projeto e definem novos critérios para o controle de qualidade do produto final.
  • “As contribuições de diferentes participantes refletem visões de mundo e perspectivas variadas, em termos de quais objetivos e conteúdos de cada projeto devem ser negociados. Interesses divergentes lutam pela primazia de qualquer interpretação na definição do que exatamente constitui a inovação”

Moszkowicz et al. (2018) dizem que “as redes de inovação consistem em um conjunto de relações verticais e horizontais, estabelecidas entre várias organizações e orquestradas por uma empresa central (hub firm), visando o proveito das invenções.”O conceito de empresa central pode ser expandido para grupos e centros de pesquisa, que formam uma rede, com a possibilidade de ser financiada com recursos públicos, como o caso do Programa de P&D da ANEEL.

Programa de P&D da ANEEL

“Tem o objetivo de promover e viabilizar o ciclo completo da cadeia de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I), incentivando a associação de empresas em torno de iniciativas que disponham de escala apropriada para desenvolver conhecimento e transformar boas idéias, experimentos laboratoriais bem sucedidos e qualidade de modelos matemáticos em resultados práticos que melhorem o desempenho das organizações e a vida das pessoas, com base em diretrizes de PD&I e contínuo levantamento de oportunidades e lacunas tecnológicas. https://antigo.aneel.gov.br/programa-de-p-d 

Comunidades de open source

Vamos manter o termo “open source” em inglês, pois o uso da sua tradução (“código fonte aberto”) não é usual fora da área de tecnologia da informação.

Segundo o trabalho de Macul (2015), existem variações deste termo que especificam campos específicos de atuação:

    • open source hardware
    • commons-based peer production
    • product-oriented web-based interactive innovation
    • mass collaborative product realization
    • open source innovation
    • open source development
    • open design

Na dissertação de mestrado de Macul (2015), de acesso livre no portal de teses da USP (veja o link nas referências), as definições desses diferentes termos são apresentadas.

Open source design

Para se diferenciar do open source software, Macul (2015) propôs a definição do termo open source design, como:

  • “uma estratégia de desenvolvimento de produtos físicos
  • por meio de uma plataforma de colaboração acessível e compartilhável,
  • em que comunidades motivadas, com práticas comuns, 
  • compartilham, adotam, produzem e desenvolvem continuamente soluções inovadoras sob os créditos e licenças estabelecidas em comum acordo,
  • desde que essas licenças permitam que qualquer pessoa possa estudar, modificar, distribuir, produzir, e vender o design ou o produto baseado nesse design,
  • formando uma cadeia de valor caracterizada pela co-criação e comunicação contínua”.

Uma denominação que possui uma tradução em português significativa é o open collaborative innovation, inovação colaborativa aberta.

Segundo o nosso glossário, a inovação colaborativa aberta (open source) … 

“Envolve colaboradores que compartilham o trabalho para gerar um design, e revelam abertamente os resultados de seus esforços individuais e coletivos para que qualquer pessoa possa usar. Desse modo, os colaboradores não são remunerados por suas contribuições. Esses projetos devem possuir duas características essenciais:

(1) os participantes não podem ser competidores com respeito à geração do design, e 

(2) eles não podem, individualmente ou coletivamente, planejar vender produtos ou serviços que incorporem a inovação gerada, ou os direitos de propriedade intelectual relacionados a ela (Baldwin & Von Hippel, 2011).

Atenção: essa definição difere fundamentalmente de inovação aberta (open innovation), que uma abordagem mais abrangente, que envolve vários mecanismos, princípios e práticas e não tem a restrição relacionada a não remuneração dos colaboradores (pelo contrário).

Os participantes de um desenvolvimento de open source design formam uma comunidade em rede.

Comunidades de open source design

Apesar de ter sido conceituada há anos, ultimamente essas comunidades podem ser enquadradas no movimento de design aberto, que envolve o desenvolvimento de produtos físicos, máquinas e sistemas por meio do uso de informações de design compartilhadas publicamente.

Diferença para o desenvolvimento de software open source

Uma diferença para o desenvolvimento de software open source é que o no software o “produto final” pode ser compartilhado via web. O produto final de um produto físico não pode ser compartilhado na web. O que se compartilha são as especificações de design e talvez de fabricação do produto. Isso levanta a necessidade de se realizar atividades presenciais para testar os protótipos resultantes desses desenvolvimentos.

O desenvolvimento de um produto físico (hardware) inclui a criação de free and open-source software (FOSS) – software livre e de código aberto, bem como open source hardware (de código aberto).

O processo geralmente é facilitado pela Internet e muitas vezes realizado sem compensação monetária. Os objetivos e a filosofia do movimento são idênticos aos do movimento de código aberto, mas são implementados para o desenvolvimento de produtos físicos em vez de software. O design aberto é uma forma de cocriação, onde o produto final é projetado pelos usuários, em vez de uma parte interessada externa, como uma empresa privada (https://en.wikipedia.org/wiki/Open-design_movement Acesso em:19/9/2022)

Todas essas ações e comunidades de open source são enquadradas no conceito de economia compartilhada, que é uma das abordagens de sustentabilidade.

Referências

Ahrweiler, P., & Keane, M. T. (2013). Innovation networks. Mind & Society, 12(1), 73-90.

Baldwin, C., & Von Hippel, E. (2011). Modeling a paradigm shift: From producer innovation to user and open collaborative innovation. Organization science, 22(6), 1399-1417.

Macul, V. C. (2015). Caracterização do processo de desenvolvimento de produtos em uma comunidade de open source design. Dissertação de Mestrado, Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos. doi:10.11606/D.18.2015.tde-05112015-083941. Recuperado em 2022-02-19, de www.teses.usp.br 

Moszkowicz, M., Castro, N. J. de, La Rovere, R. L. la, & Lima, A. (2018). TDSE 84: Redes de Inovação: uma Abordagem Teórica. In GESEL- Grupo de Estudos do Setor Elétrico. http://gesel.ie.ufrj.br/app/webroot/files/publications/20_TDSE_84.pdf

Wenger, E. (1991). Communities of practice: where learning takes place. Benchmark Magazine, 1-6.

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