Corporate Venturing

flexM4I > abordagens e práticas > Corporate Venturing (versão 1.4)
Autoria: Henrique Rozenfeld (roz@usp.br)

Definições

O empreendedorismo pode ser dividido em duas abordagens, como ilustra a próxima figura:

Figura 800: hierarquia da terminologia relacionada com empreendedorismo
Fonte: adaptado de Sharma & Chrisman (1999) – A descrição completa desta figura está na descrição de empreendedorismo.

Pela figura observamos que o corporate venturing é uma das divisões do empreendedorismo corporativo.

A definição a seguir foi extraída do nosso glossário. Ela é uma síntese de definições de corporate venture extraídas de publicações, que podem ser conferidas no glossário.

Corporate venturing é um termo utilizado para descrever o desenvolvimento de (novos) negócios de risco (venture) dentro ou fora dos limites da corporação a partir de iniciativas corporativas. Como não existe uma tradução concisa em português, continuaremos a utilizar o termo em inglês, que é mais sucinto.

Categorias de corporate venturing

As atividades de corporate venturing podem ser classificadas em duas categorias (Kuratko et al., 2015):

  • internas: novos negócios (de risco) são criados; eles pertencem à corporação e normalmente residem na estrutura corporativa atual. São conhecidos como internal corporate ventures (ICVs).
  • externas: envolve novos negócios que são criados por terceiros e posteriormente investidos ou adquiridos pela corporação. Esses negócios externos geralmente são empreendimentos muito jovens ou empresas em estágio inicial de crescimento. São conhecidos como external corporate ventures (ICVs).
Conheça mais adiante os mecanismos e práticas dessas categorias de corporate venturing

fim do conteúdo de níveis básico e executivo nesta seção – retornar para o mapa da sua trilha >

O conteúdo a seguir é para os níveis de treinamento e avançado.

Localização do corporate venturing em um contexto mais amplo

Neste tópico apresentamos uma “visão estrutural” das principais abordagens relacionadas com inovação corporativa e empreendedorismo para ilustrar as relações e superposição entre elas. Para isso, repetimos a seguir a figura da seção “Articulação entre abordagens de inovação corporativa e empreendedorismo”, destacando a abordagem relacionada com a seção atual. Para conhecer a descrição completa da figura, visite a seção de articulação citada.

Em seguida trazemos:

  • as seções da flexM4i relacionadas com inovação corporativa & empreendedorismo;
  • outras abordagens relacionadas;
  • a importância de uma visão integrada e articulada das abordagens e práticas;
  • os links de mecanismos e práticas relacionadas; e
  • uma discussão sobre qual mecanismo ou prática você deve implementar na sua organização.

Figura 811: ilustração das principais abordagens relacionadas com a inovação corporativa e empreendedorismo com destaque para o corporate venturing.

Essa figura ilustra que o corporate venturing compartilha mecanismos e práticas com as seguintes abordagens:

A figura ainda ilustra que todas iniciativas de corporate venturing devem estar relacionadas com o ecossistema de inovação e empreendedorismo.

Seções da flexM4i relacionadas com inovação corporativa & empreendedorismo

Na próxima figura você pode localizar a seção atual. Baixe aqui o mapa de conteúdo em A3 com os  links das seções ou acesse os links depois da figura.

Figura 799 - Seções da flexM4i relacionadas com inovação corporativa & empreendedorismo (clique na figura para abrir em outra aba e para poder acessar os links das seções)

ABORDAGENS

PRÁTICAS  (ordem alfabética)

Outras abordagens relacionadas

Importância de uma visão integrada e articulada das abordagens e práticas

As corporações precisam inovar criando ou participando de um ecossistema de inovação e empreendedorismo e, assim, praticar a inovação aberta com a visão da hélice tríplice. E dentro deste ecossistema, as startups são as que mais inovam, pois são criadas por empreendedores na busca de disrupção. Além disso, essas pessoas acompanham os avanços tecnológicos tanto sendo pesquisadores de universidades quanto profissionais do mercado.

Estar conectado com essa realidade cria o potencial da tendência atual da inovação / empreendedorismo corporativo. Só assim essas empresas vão conseguir acompanhar o ritmo das mudanças mercadológicas e tecnológicas. A geração de novas ideias somente a partir de recursos internos não é mais viável. Demora demais.

Mas são tantas as abordagens, princípios, mecanismos e práticas que deixam as empresas com dúvidas de qual o caminho a seguir.

A conexão com startups é uma estratégia essencial na busca por inovação, e muitas empresas consideram que essa seja a única estratégia / abordagem. Mas não é a única. O contexto da inovação aberta é mais amplo, assim como o de outras abordagens relacionadas com a inovação corporativa e o empreendedorismo

O ideal é combinar as forças de cada uma dessas abordagens, seus princípios, mecanismos e práticas.

Mas a implementação dessas abordagens traz novos desafios para as empresas existentes. São desafios que discutimos no tópico “barreiras e questões” da inovação / empreendedorismo corporativo & intraempreendedorismo, que no fundo são equivalentes às barreiras contra a própria gestão da inovação

Este é o motivo pelo qual articulamos na flexM4i algumas abordagens e práticas, que surgiram de várias escolas e hoje precisam ser tratadas de forma integrada. A seção “Articulação entre abordagens de inovação corporativa e empreendedorismo”, como o próprio nome diz, mostra a relação entre essas abordagens, que surgiram muitas vezes de comunidades diferentes.

Mecanismos e práticas de corporate venturing

Este tópico lista os mecanismos e práticas de corporate venturing, que também são considerados mecanismos e práticas de outras abordagens, como ilustrado no tópico anterior. As descrições desses mecanismos e práticas estão em outras seções da flexM4i ou em fontes externas. Por isso, trazemos somente os links que remetem a eles.

Links dos mecanismos e práticas de corporate venturing

Na próxima figura inserimos os mecanismos e práticas de corporate venturing. Os mecanismos podem representar arranjos organizacionais, áreas de uma empresa e seus processos e práticas correspondentes.

Figura 812: lista de mecanismos e práticas de corporate venturing

Alguns atores do ecossistema de inovação e empreendedorismo possuem seus pares semelhantes na versão corporativa. Estão enquadrados dentro da área de corporate venturing externo porque uma empresa estabelecida pode investir nesses atores.

A corporação pode atuar como uma fonte de venture capital e investir em startups visando somente obter uma rentabilidade financeira como para alavancar seus negócios (ou criar novos negócios em novos mercados). Segue os links das seções que tratam dos mecanismos e práticas destacadas em vermelho na figura:

Os títulos das práticas possuem parênteses com o termo relacionado com corporação porque as seções correspondentes apresentam conjuntamente a prática tradicional, como parte do ecossistema de inovação e empreendedorismo, e em seguida a sua versão corporativa. 

Mecanismos e práticas que pertencem a duas categorias

Observe na figura que a abordagem de corporate venturing é uma divisão da inovação corporativa / empreendedorismo corporativo. Então, todos os mecanismos e práticas de corporate venturing também são de inovação corporativa e empreendedorismo corporativo.

O que os diferencia é o objeto resultante. Toda vez que a inovação resulta em novos negócios (de risco), ou seja, novos ventures, consideramos os mecanismos e práticas como sendo de corporate venture.  

Portanto, os seguintes mecanismos e práticas são enquadrados tanto na inovação corporativa / empreendedorismo corporativo como no corporate venturing, dependendo se o objeto de inovação está relacionado com uma nova oferta ou com um novo negócio de risco ou não:

Outros mecanismos relacionados com a inovação corporativa ou empreendedorismo corporativo estão listados na seção correspondente.

Qual mecanismo ou prática que você deve utilizar?

Primeiramente, você deve conhecer as abordagens

Como há uma superposição entre as abordagens de inovação corporativa & empreendedorismo, uma prática pode ser enquadrada / classificada em mais de uma abordagem.

Por exemplo, qual a diferença que faz você conhecer se a prática de corporate venture capital (CVC) é uma prática de inovação aberta, de inovação corporativa, de empreendedorismo corporativo, de corporate venturing, de hélice tríplice, ou de conexão com startups?

Não importa o rótulo da abordagem que você está utilizando na sua empresa e sim quais os princípios que você está adotando e as práticas que você aplica.

Conhecer as abordagens, que se complementam, é importante para você adotar os princípios que se adequam a sua realidade. Mas o principal é identificar quais são as práticas daquela abordagem a serem aplicadas na sua empresa. Depois de identificar, você deve ...

... entender quais são os benefícios e as limitações e como implementar uma prática para você decidir se ela é a apropriada ou não para o momento e condições atuais da sua empresa (nível de maturidade atual).

Desconstruir para integrar

Assim como na proposta que fizemos com a gestão da inovação, todas abordagens precisam ser "desconstruídas" e seus princípios e práticas devem ser integrados.

Veja a discussão sobre “desconstruir” e integrar os princípios e práticas de gestão da inovação no tópico “Como articular a gestão da inovação com as demais abordagens?”. O mesmo princípio deve ser empregado no contexto das abordagens de inovação corporativa & empreendedorismo.

Defina uma estratégia

Após conhecer os mecanismos e práticas de uma abordagem, você deve estabelecer uma estratégia para implementar a prática mais apropriada em um processo evolutivo de maturidade. Lembre que a inovação é uma jornada sem fim.

Por exemplo, na definição da estratégia de conexão com startups, a corporação define as premissas de conexão com startups, ou seja, qual a tese de inovação, que vai direcionar a relação da sua empresa com startups e a aplicação das abordagens, mecanismos e práticas de inovação corporativa & empreendedorismo.

Comece a experimentar os mecanismos e práticas

Sejam eles mecanismos e práticas de inovação corporativa, empreendedorismo corporativo, gestão da inovação, inovação aberta, corporate venturing, conexão com startups, ecossistema de inovação e empreendedorismo etc., o importante é começar a experimentar os mecanismos mais simples e evoluir.

Por exemplo, sua empresa pode começar a contratar startups para realizar serviços específicos. Assim, os processos da sua empresa serão adaptados para se tornarem ágeis e alinhados com as necessidades de relacionamento com startups.

Um outro caminho seria entrar em contato com hubs / consultorias em inovação e/ou participar de um ecossistema de inovação e empreendedorismo maduro para que seus colaboradores aprendam a se relacionar com um ecossistema e aí então evoluir.

Um outro ainda seria fazer um diagnóstico de cultura de inovação. Depois de “criar” o ambiente apropriado baseado na mudança cultural obtida com algumas conexões com startups, sua empresa pode utilizar os mecanismos e práticas mais sofisticadas / complexas. 

Observe que são vários caminhos possíveis. Não existe uma regra. Se você contar com uma boa parceria de uma consultoria ou de pessoas qualificadas e experientes em conexão com startups, sua empresa irá encontrar um caminho mais apropriado de evolução.

Utilize um portfólio de mecanismos e práticas

Tanto nas práticas de inovação, como nas de empreendedorismo corporativo, além de não existir o one-size-fit-all (uma solução não serve para tudo), dentro de uma mesma empresa, para objetivos distintos, uma gama de soluções podem ser utilizadas concomitantemente. Ou seja, utilize um portfólio de mecanismos e práticas.

Por exemplo, diferentes unidades de negócio podem adotar formas distintas de colaborar com startups. Além disso, uma “área” de P&D pode estar em um grau de maturidade mais avançado e adotar outras estratégias e práticas de inovação corporativa.

A orquestração de todas essas iniciativas é importante para que a empresa possa obter o ganho da sinergia resultante da aplicação desses mecanismos e práticas.

Conheça as recomendações e por onde começar  

Como há uma grande quantidade de alternativas de práticas, conheça rapidamente as alternativas, estudando as abordagens e suas superposições (comece pela seção “Articulação entre abordagens de inovação corporativa e empreendedorismo”).

Em seguida, avalie as recomendações e por onde começar na seção “Estruturação da gestão da inovação?”.

Avalie se os conhecimentos, cultura e nível de maturidade da sua empresa em inovação permitem que você aplique a “Metodologia de adaptação dos processos aos fatores contextuais”, ou seja, a definição de uma tipologia de inovação da sua empresa e a associação de práticas (processos, metodologias, ferramentas etc.) aos tipos de inovação. 

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Referências

Kuratko, D. F., Hornsby, J. S., & Hayton, J. (2015). Corporate entrepreneurship: the innovative challenge for a new global economic reality. Small Business Economics, 45(2), 245–253. https://doi.org/10.1007/s11187-015-9630-8   

Sharma, P., & Chrisman, J. J. (1999). Toward a reconciliation of the definitional issues in the field of corporate entrepreneurship, Entrepreneurship: Theory and Practice, v.23, n.3, p. 11-27.

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