O que é inovação?
Inovação e sustentabilidade

flexM4I > a teoria > o que é inovação? > Inovação e sustentabilidade (versão 3.7)
Autoria: Henrique Rozenfeld (roz@usp.br)

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Figura 891: Mapa do capítulo “O que é inovação?” (clique na figura para ver uma versão em pdf)

Se desejar, acesse a descrição resumida de cada seção no tópico “Mapa do capítulo e descrição das seções” da introdução deste capítulo

Introdução

Ao longo de toda a flexM4I discutimos que inovação e sustentabilidade devem ser tratadas de forma integrada. Não se pode mais desconsiderar essa ligação. Esta seção traz uma visão introdutória sobre os principais temas e questões. Optamos por não fazer um capítulo específico sobre sustentabilidade e inovação. Todos os capítulos tratam deste tema.

Nesta seção listamos alguns impactos positivos e negativos da inovação. Alertamos sobre a nossa responsabilidade perante o planeta e sociedade. Introduzimos alguns conceitos sobre desenvolvimento sustentável. Resumimos o que é economia circular (temos uma seção específica sobre este assunto) e ciclo de vida das ofertas (produtos e serviços).

Inovação pode causar impactos positivos …

A empresa e o ecossistema de inovação (macro e micro) estão inseridos em um ecossistema mais amplo.

Na perspectiva da empresa, os impactos positivos da inovação, entre outros, são: aumento de produtividade, retorno financeiro, satisfação de clientes e colaboradores, aumento de market share, competitividade, reputação, lealdade do cliente, valor da marca e imagem, qualidade do produto, diminuição de custos, falhas e reclamações, e melhoria da excelência operacional.

Na perspectiva dos clientes a lista de impactos positivos é imensa: sua satisfação, percepção de valor, resolução de seus problemas, dores, novas experiências etc.

Empresas sustentáveis devem estar cuidando da sociedade em que está inserida, tanto no micro como no macro ecossistema. São funcionários satisfeitos, bairros e cidades onde ela está inserida recebendo os benefícios não somente dos impostos, mas de ações de preservação, educação ambiental e principalmente, em países com elevada desigualdade como o Brasil, ações sociais. Ações que passam por inclusão social, renda mínima, educação etc.

… mas a inovação pode causar impactos negativos

Existem impactos negativos potenciais das inovações, que entre outros, são: aumento de riscos de toda natureza, sejam eles financeiros, falhas, de reputação e imagem, e  sacrifícios de ganhos de curto prazo. Mas, os maiores impactos negativos da inovação são os impactos ambientais, sociais e economicos  causados pelos produto, processos, serviços, estratégias, modelo de negócio, tais como: poluição, diminuição dos mananciais, extinção de espécies, inundações, erosões, poluição do ar, cidades e mares, mudanças climáticas, destruição da camada de ozônio, chuva ácida, eutrofização, agravamento do efeito estufa, destruição de habitats, deflorestamento, ecotoxidade, depleção dos recursos naturais, geração de resíduos, entre outros.

Colocamos esses exemplos, às vezes repetitivos, para fortalecer a mensagem. Esses efeitos negativos são causados, em última análise,  pelos seres humanos. Acontece que os artefatos criados por nós e as relações entre as pessoas e organizações, resultantes da própria atividade econômica, contribuem significativamente para a existência desses efeitos negativos.

Esses são impactos ambientais.

Além disso uma inovação pode destruir “velhos” negócios

O progresso é inevitável. Quem hoje gostaria de viver sem antibióticos, internet, assistir filmes sob demanda ou celular? Pense na disrupção que foi a evolução do vinil para o CD. Como você ouve música hoje?

Além desses impactos, o que acontece com as pessoas que foram educadas e treinadas nas tecnologias ultrapassadas e dependiam dos negócios associados a essas tecnologias para viver? Este é um impacto pouco discutido e que temos de lidar com ele também. Em alguns países estão se formando bolsões de pessoas excluídas, que faziam parte da economia anterior.

E outros impactos sociais e econômicos causados pelo próprio ser humano?

Além dos impactos ambientais listados, em muito lugares, encontramos ainda:

  • violação dos direitos humanos;
  • corrupção;
  • preconceitos de gênero, racial e de idade (ageismo ou etarismo); 
  • desigualdade social e falta de equidade econômica; 
  • pobreza extrema, que leva a fome e doenças;
  • agressões entre etnias e guerras, que causam crises de refugiados;
  • alta taxa de mortalidade;
  • condições de trabalho degradantes e trabalho infantil;
  • trabalho escravo contemporâneo provocado por trabalho forçado, dívidas, condições degradantes, altas jornadas e agressões físicas e psicológicas;
  • assédio moral e sexual;
  • contrabando de pessoas;
  • falta de coesão social;
  • falta de valorização da cultura local;
  • falta de acesso à saúde, água, saneamento e educação.

Esses impactos podem não são necessariamente causados por inovações. 

Você tem coragem de falar sobre inovação e não pensar nesses problemas? Isso não tem nada a ver com você ou com a situação atual da sua empresa e da sua sociedade? 

A inovação não pode contribuir para eliminar ou ao mesmo mitigar os efeitos desses problemas?

Qual a nossa responsabilidade perante o planeta e a sociedade?

Se nós, seres humanos, não tivermos a responsabilidade de cuidar e manter o nosso planeta, outras espécies e a nossa sociedade, entraremos em colapso, e poderá ser tarde demais para tomar qualquer ação. Veja o exemplo do aquecimento global. Por isso, o momento é agora.

Temos a obrigação ética e moral de deixar um legado positivo para as próximas gerações.

Precisamos respeitar os limites do planeta e as necessidades das pessoas e outras espécies para mitigar as consequências desses impactos. Para isso, devemos considerar a sustentabilidade no seu significado mais amplo, em todas as iniciativas de inovação, que é atender às necessidades do presente sem comprometer a habilidade de futuras gerações em atender às suas próprias necessidades” (BRUNDTLAND, 1987). Na verdade, devemos aproveitar o potencial da inovação para criar soluções sustentáveis. A inovação sustentável traz diversas oportunidades que se tornam viáveis economicamente, ao mesmo tempo que causam impactos positivos, mitigando os efeitos negativos citados. Empresas sustentáveis reduzem suas necessidades de materiais e geram receitas adicionais por meio de produtos melhores, serviços e processos mais eficazes e novos modelos de negócios.

Reflita: não existe o dilema entre ser sustentável ou lucrativo. Inovação sustentável traz muitas oportunidades e atende às necessidades de seus stakeholders. Quem seguir nessa direção agora terá grandes vantagens competitivas no futuro próximo.

Você pode estar pensando que esse assunto não tem a ver com o seu momento atual e que existem outras prioridades. Isso não é um discurso de ativismo ambiental.  É uma estratégia empresarial. As leis ambientais educam as empresas a irem nessa direção. Mas, não devemos inovar de forma sustentável por causa de leis. O perigo iminente do aquecimento global, destacando um impacto entre os listados anteriormente, exige que façamos algo.

E lembre-se das perspectivas que também estão relacionadas com a sustentabilidade: ambiental, social, econômica e financeira (separamos a econômica da financeira).

Inovação e desenvolvimento sustentável

Inovação é direcionada para atender às necessidades e aos valores humanos.

Desenvolvimento sustentável é orientado para respeitar valores humanos.

Observamos, então, que ambas as abordagens possuem objetivos semelhantes.

O ser humano não está respeitando sua gaia e isso irá se voltar contra a própria humanidade. Não somos o centro do universo.

A lógica atual é a ego-lógica antropocêntrica (veja a próxima figura), na qual o ser humano egoísta é o centro do entendimento do mundo. Além disso, ainda colocamos o homem “acima” da mulher e de todos os outros seres vivos. Lógico que existem alguns países em que a igualdade entre homens e mulheres é uma realidade, mas esses países ainda representam uma pequena parcela da população mundial. Existem ainda, como citamos no tópico “E outros impactos sociais e econômicos causados pelo próprio ser humano?”, os preconceitos de gênero, racial e de idade.   

Devemos sair da ego-lógica mudar para uma eco-lógica

Nessa lógica percebemos que compartilhamos o planeta com vários outros seres. Somos interdependentes, não podemos destruir o nosso habitat. A empresa está dentro de um ecossistema de inovação e todos nós fazemos parte de um ecossistema biológico.

Figura 100: contraponto entre a visão ego-lógica antropocêntrica e a visão eco-lógica

A eco-lógica vai além das preocupações ambientais. O ecossistema em que nossas empresas e o nosso ecossistema de inovação estão inseridos podem afetar todos os serem mostrados no círculo do lado direito da figura anterior, que inclui as relações sociais e econômicas.

Cada vez mais pessoas, empresas e governos estão conscientes dos riscos que estamos correndo. A mentalidade da nova geração está mudando. A postura dos nossos clientes, tanto na relação B2C como na B2B, já não admite que os nossos produtos e processos causem efeitos negativos no ambiente e na sociedade. Já se tornou uma questão de sobrevivência no mercado. A qualidade é um atributo intrínseco em todas as iniciativas de inovação.

Apesar de ainda serem tratadas separadamente, a sustentabilidade já está se tornando mais um atributo intrínseco dos negócios e, portanto, da inovação.

Já existe um termo que integra os conceitos de inovação e sustentabilidade empregado por muitas empresas: Innovability, ou em português, Inovabilidade.

 A questão básica aqui é a mentalidade e ética de cada um em praticar ações sustentáveis e da empresa ser sustentável e lançar ofertas sustentáveis.

Inovação sustentável é uma questão ética de cada um de nós perante o planeta e outros seres vivos.

Considere como você pode contribuir para mitigar os problemas listados. Comece no círculo mais próximo da sua família e colaboradores, expanda para a sua vizinhança, para o entorno da sua empresa, seja ela de presença local, regional ou global.  Nunca diga que se outros agem assim, este é o normal. Com uma visão de ciclo de vida e sustentabilidade, tanto do ponto de vista de um provedor como cliente, pense com você pode fazer a diferença.

Qual a sua contribuição? Desde sua postura para minimizar as condições sub humanas de pessoas exploradas no seu entorno ou para combater preconceito de gênero, passando por aceitar custos maiores para não degradar o meio ambiente, até o boicote e pressão para não comprar de fornecedores, que na sua cadeia utilizam matéria prima produzida com trabalho infantil ou semi escravo, para ficar em poucos exemplos. Faça sua parte. Pense nisso.

Economia circular

Economia circular é um sistema industrial restaurativo e regenerativo por intenção e design regenerativo (EMF, 2013), no qual a entrada de recursos, desperdícios, emissões, e perda de energia são minimizados diminuindo-se a velocidade, fechando e estreitando os ciclos de materiais e energia. Isso pode ser atingido por meio de design robusto de produtos com vida longa, manutenção, reparo, reuso, remanufatura, recondicionamento e reciclagem” (Geissdoerfer et al., 2019).

A sustentabilidade e economia circular são consideradas abordagens na flexM4I, que devem estar presentes, como a qualidade, em todos as perspectivas da empresa e seu ecossistema, assim como nos projetos de inovação .

Sustentabilidade é uma abordagem ampla e a economia circular é um dos possíveis caminhos para se atingir o desenvolvimento sustentável nas empresas. Veja as definições correspondentes no glossário.

  • As práticas de inovação sustentável e economia circular possuem o potencial de diminuir os efeitos negativos da inovação.
  • A economia circular promove iniciativas sistêmicas e apresentam evidências robustas sobre benefícios resultantes da implementação de seus princípios nas empresas.
  • Inovação é uma questão ética de cada um de nós perante o planeta e outros seres humanos.

Por isso, vamos sintetizar práticas de inovação sustentável para que você as considere na sua jornada de inovação. Mas a questão básica aqui é a mentalidade e ética de  cada um em praticar ações sustentáveis e da empresa ser sustentável e lançar ofertas sustentáveis.

Considere como você pode contribuir para mitigar os problemas listados. Comece no círculo mais próximo da sua família e colaboradores, expanda para a sua vizinhança, para o entorno da sua empresa, seja ela de presença local, regional ou global.  Nunca diga que se outros agem assim, este é o normal. Com uma visão de ciclo de vida e sustentabilidade, tanto do ponto de vista de um provedor como cliente, pense com você pode fazer a diferença. Qual a sua contribuição? Desde sua postura para  minimizar as condições sub humanas de pessoas exploradas no seu entorno ou para combater preconceito de gênero, passando por aceitar custos maiores para não degradar o meio ambiente, até o boicote e pressão para não comprar de fornecedores, que na sua cadeia utilizam matéria prima produzida com trabalho infantil ou semi escravo, para ficar em poucos exemplos. Faça sua parte. Pense nisso.

Veja a seção sobre economia circular, na qual mostramos as estratégias e práticas para se criar um sistema produtivo regenerativo por intenção de design. 

Ciclo de vida das ofertas (produtos e serviços)

Vimos no tópico anterior que a inovação (ação) pode resultar em novas ofertas ou ter o objetivo de somente criar / mudar outros elementos do negócio. As ofertas (produtos e serviços) que fazem parte da situação futura possuem seus ciclos de vida. Uma das visões de ciclo de vida estabelece três fases:

  • BOL (beginning of life) –  início da vida
  • MOL (middle of life) – no meio da vida
  • EOL (end of life) – fim da vida

A consideração das fases de ciclo de vida surgiram da preocupação com a sustentabilidade, ou melhor, com os aspectos e impactos ambientais, econômicos e sociais dos produtos.

Não confunda o ciclo de vida das ofertas com o ciclo de vida de um projeto.

Essas fases abrangem tanto o ciclo da informação (que ocorre por meio dos processos de negócio) quanto o ciclo (fluxo) de material, como mostra a tabela abaixo. Após a tabela apresentamos as observações destacadas com (*). O foco aqui é no impacto ambiental do produto, quando ele for um bem físico.

Tabela 303: paralelo dos principais processos /fases entre o fluxo de informações e o fluxo de materiais nas fases do ciclo de vida

Observações:

(*1): são destacados somente alguns dos processos de negócio que estão diretamente relacionados com ciclo (fluxo) de material
(*2): a criação e desenvolvimento referem-se às ofertas.  As melhorias referem-se a qualquer objeto de inovação associado com as ofertas: modelo de negócio, processos, canais, tecnologia, pessoas, organização etc.
(*3): do ponto de vista ambiental, o objetivo na fase de produção é não gerar resíduos (graças ao DfE – design for environment) realizado no BOL (criação – desenvolvimento) ou por meio de inovações: melhorias durante a fase de MOL (mudanças tecnológicas no produto ou processo produtivo, substituição de matéria prima, recursos produtivos mais eficientes etc.)
(*4): do ponto de vista ambiental, o objetivo na fase de uso e consumo é prolongar a vida do produto (graças ao  DfE – design for environment) ou reduzir a geração de resíduos por meio de inovações: melhorias durante a fase de MOL (mudanças tecnológicas no produto ou processo produtivo, substituição de matéria prima, recursos produtivos mais eficientes etc.)
(*5): coletar e retornar o produto visa reutilizar, redistribuir, remanufaturar ou recondicionar o produto para ele entrar em uma nova fase de uso (MOL) sem a geração de resíduos.
(*6): a destinação dos resíduos pode envolver: reutilização, reciclagem, ou compostagem e reaproveitamento energético.
(*7): a disposição (final) envolve distribuir os rejeitos em aterros, observando as normas existentes para minimizar os impactos ambientais. Rejeitos são resíduos sólidos que não podem sofrer qualquer outro tratamento, após serem esgotadas todas possibilidades.
(*8): esses ciclos referem-se a ofertas que geram resíduos sólidos. Não foram citadas nesta discussão as estratégias e atividades para minimizar os impactos sociais.

Como toda representação é limitada, pode parecer que esses ciclos são lineares. Mas como o próprio termo “ciclo” remete, eles são circulares, como representado na próxima figura.

Figura 304: representação do ciclo de vida de um material e do fluxo correspondente dos processos de negócio, que são compostos pelas atividades realizadas, e suas informações produzidas ao longo das três grandes fases: início de vida (BOM: beginning of life), meio de vida (MOL: middle of life); e fim de vida (EOL: end-of-life).

Outras estratégias de sustentabilidade e economia circular não foram discutidas neste tópico. Na abordagem de economia circular, são considerados os ciclos técnico e biológico representados pelo “figura da borboleta”.  A figura acima representa um detalhamento do ciclo técnico. Era a visão mais usual do ciclos ciclos de retorno (os Rs) da visão de ciclo de vida, antes da economia circular incluir o ciclo biológico.

Os Rs da sustentabilidade evoluíram e não representam hoje em dia somente os retornos. As estratégias de economia circular também contribuíram para expandir a visão de ciclo trazendo uma visão sistêmica dos negócios.

Leia mais:

Onde surgem oportunidades de inovação?

Observe na figura anterior que em todas as atividades do ciclo de vida surgem oportunidades de inovação. As oportunidades que aparecem nas fases de MOL e EOL são de melhorias incrementais ou de sustentação. É quando ocorrem inovações que buscam a excelência operacional para diminuição de custo.

Podemos relacionar essas inovações com os estágios de evolução do negócio, pois em cada fase de evolução (todas ainda no MOL), devemos enfatizar um tipo de inovação.

Em alguns casos, na perspectiva temporal, a fase de uso da oferta (produtos e serviços) – MOL –  pode durar anos e ser, portanto, muito maior do que as demais fases. Isso significa que surgem muitas oportunidades de inovação incremental nesse período, pois sempre aparecem novas necessidades e tecnologias. Assim, provavelmente outros elementos do negócio também sofrem inovação.

Este é o caso da indústria aeronáutica. Um avião pode operar até 25 a 30 anos até ser aposentado.

Figura 305: ilustração comparativa (qualitativa) da duração das três grandes fases do ciclo de vida de uma oferta / produto: início de vida (BOM: beginning of life), meio de vida (MOL: middle of life); e fim de vida (EOL: end-of-life). Essa duração pode variar significativamente conforme o tipo de produto.

Do ponto de vista ambiental, durante a fase de MOL é quando se procura diminuir o impacto da produção por meio da produção mais limpa, entre outras abordagens. Porém, em alguns casos, o MOL é o momento de maior impacto devido ao uso do produto (pense na produção de CO2 de um motor de combustão). 

A fase EOL é um momento de condução das atividades que diminuem o impacto ambiental por meio da reutilização, redistribuição, remanufatura e recondicionamento dos produtos; ou por meio da destinação dos resíduos (reciclagem ou reaproveitamento), quando pode se considerar a possibilidade de encontrar parceiros para a simbiose industrial; ou disposição final dos rejeitos. Mas essas atividades devem ser delineadas nas fases anteriores.

Devemos focar na fase de BOL para realizar inovações (mais) radicais ou disruptivas, que também implicam na diminuição do impacto ambiental e social. A própria definição de economia circular afirma que temos de pensar em sustentabilidade no design ao repensar a forma de consumo.

Na fase de BOL, na criação,  que se consegue “desenhar” um modelo de negócios ou uma solução que tenha um menor impacto no MOL e no EOL. É o momento de repensar a lógica de uso e consumo para aumentar a vida útil dos produtos, reduzir a necessidade de materiais, regenerar os sistemas naturais, eliminar os resíduos, rejeitos e a poluição desde o início do MOL etc. Durante a fase de BOL são definidas as características (aspectos) da oferta e cadeia de valor que irão causar impactos nas demais fases.

Deixar para pensar nessas questões somente no MOL pode ser tarde demais. Por isso, as inovações na fase de BOL devem considerar a aplicação de estratégias de economia circular e DfE (design for environment), que engloba o eco design.

Leia mais sobre isso nas abordagens de economia circular, sustentabilidade e ESG: environmental, social and corporate governance (as duas últimas ainda estão sendo editadas).

ESG - governança ambiental, social e corporativa

ESG – governança ambiental, social e corporativa é um framework para incorporar a sustentabilidade de uma forma ampla nas empresas por meio de diversas ações orientadas aos objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU, cujos resultados podem ser reportados em relatórios auditáveis para mostrar que a empresa realmente incorpora a sustentabilidade em suas práticas.

ESG é bem mais do que um sistema de indicadores de desempenho ambiental, social e de governança corporativa, é uma abordagem para a implementação da sustentabilidade.

Esses relatórios orientam os investidores, que cada vez mais procuram empresas sustentáveis. Isso causa um círculo virtuoso. Os investidores procuram empresas que conseguem reportar resultados de ações de sustentabilidade, documentados nos relatórios de demonstração de resultados ou desempenho. As empresas procuram realizar ações de governança ambiental, social e corporativa para receberem os investimentos. E aí por diante.

Veja a seção sobre ESG – governança ambiental, social e corporativa

Sustentabilidade na flexM4i

Como dissemos na introdução desta seção, optamos por não fazer um capítulo específico sobre sustentabilidade e inovação, pois alguns capítulos tratam da sustentabilidade relacionada ao tema do capítulo. Isso quer dizer que temos seções e tópicos sobre sustentabilidade nos capítulos, assim como seções com abordagens e práticas de sustentabilidade.

Além das seções já citadas de economia circular e ESG mencionadas anteriormente, a flexM4i possui as seguintes seções que tratam da sustentabilidade::

Apresentação de diversos casos de sustentabilidade dentro do repositório de casos e do repositório de coletâneas de casos

Início do capítulo

< 2. Visão sistêmica, ecossistema e aspectos adicionais da inovação

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4. Alternativas básicas de inovação >

Referências

Essas referências estão relacionadas a todo o conteúdo do capítulo “o que é inovação?” e não será dividido por seção. Em todas as seções deste capítulo repetimos a mesma lista de referências.

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