Mapa de empatia de 6 campos únicos

flexM4I > abordagens e práticas > Mapa de empatia de 6 campos únicos (versão 2.0) 

Autoria

Carina Campese (carina.c@alumni.usp.br ) e Henrique Rozenfeld (roz@usp.br) 

A empatia em design refere-se à capacidade de compreender e compartilhar as emoções, necessidades e perspectivas dos usuários durante o processo de design de produtos, serviços ou experiências. Um mapa de empatia registra a síntese do levantamento de informações de entendimento sobre um usuário, cliente ou stakeholder. Os 6 campos únicos são: o que a persona fala; pensa; faz; sente; suas dores e ganhos

Introdução

Esta seção descreve o mapa de empatia de 6 campos únicos, que é um dos mapas de empatia apresentados na flexM4i.

Visite a seção “mapa de empatia – visão geral e variaçõespara conhecer os tipos de mapas descritos na flexM4I.

Você pode encontrar em outras publicações, o mapa descrito nesta seção como simplesmente “mapa de empatia”. Nós acrescentamos a referência “6 campos únicos” com o objetivo de diferenciar dos outros mapas de empatia descritos na flexM4i.

Risco de reducionismo

Ao simplificar demais o processo de mapeamento da empatia, corre-se o risco de perder nuances importantes sobre os usuários. A complexidade dos seres humanos não pode ser totalmente representada em modelos simplificados, e é crucial reconhecer as limitações de qualquer ferramenta ou modelo.

O mapa é importante para compartilhar conhecimentos e para criar um ponto focal de discussão. Mas são as pessoas que adquirem conhecimento tácito sobre os clientes, usuários ou personas depois de aplicar métodos de entendimento (entrevistas, observações e estudo etnográfico).

Qual mapa (template) utilizar?

O tópico “Variações deste método - como selecionar?” da visão geral mostra que o template mais apropriado para o seu caso deve:

  • estar de acordo com a sua maturidade e repertório; e
  • ser articulado com outros métodos / ferramentas que você esteja utilizando para registrar as informações de entendimento. Assim, você evita realizar um trabalho redundante com métodos que se sobrepõem.
Como apresentado na seção “Adotar e combinar métodos e ferramentas existentes?”, um usuário de qualquer método ou ferramenta de design, que esteja maduro e possua um grande repertório (baseado em experiências) com métodos de design / inovação, não se prende às amarras dos formalismos ou campos definidos por uma ferramenta ou outra. Esses usuários criam os seus próprios templates para uma aplicação específica.

Itens desta seção

A maioria dos itens desta seção, que descrevem este método, é comum aos outros mapas de empatia. As diferenças estão:

  • na descrição resumida;
  • na etapa de construção e verificação do mapa de empatia, uma entre as 4 etapas de criação de uma mapa de empatia, pois ela é relacionadas os campos do template;
  • nos exemplos apresentados.

Por isso, recomendamos que você adote somente um dos mapas de empatia e utilize-o. A leitura das descrições de todos os tipos de mapas de empatia torna-se repetitiva. 

Sempre que um tópico repetir em outras seções da flexM4i, iniciamos o tópico com a frase “Este tópico é comum a  [indicação das seções]”

Descrição resumida

O mapa de empatia de 6 campos únicos é composto pelos seguintes campos: fala, pensa, faz e sente, suas dores e ganhos. Ele normalmente está associado a uma persona, que é detalhada por meio do mapa de empatia.

Um mapa de empatia é uma ferramenta para registrar a síntese do levantamento de informações de entendimento sobre um usuário, cliente ou stakeholder,  resultantes de observações (que inclui um possível estágio etnográfico) e entrevistas. Em geral, sintetizamos as características deste usuário, cliente ou stakeholder em uma persona para servir de referência inicial.

Conheça o método persona, que pode representar um cliente, usuário ou stakeholder específico.

A utilização do mapa de empatia ajuda a(o) designer a estabelecer hipóteses claras a respeito das necessidades do usuário, assim como seu comportamento e até mesmo outras características, como questões emocionais. A ideia do método é gerar insights (percepções) e criar um grau de empatia com o usuário, por meio das informações coletadas sobre o usuário (seja por meio de entrevistas, observações ou questionários).

Tais insights podem surgir a partir de contradições entre o que o usuário fala e faz, ou mesmo a partir de tensões e surpresas observadas.

A figura a seguir ilustra um template deste método.É uma extensão do template do método de empatia de 4 campos. No qual foram  adicionados dois campos:

  • As dores podem representar problemas, limitações, insatisfações,  frustrações, resultados indesejados, obstáculos, riscos.
  • Os ganhos podem ser considerados necessidades ou desejos, ou seja, os resultados ou benefícios que os cliente querem.

Figura 925: template de mapa de empatia de 6 campos: fala, pensa, faz, sente, dores e ganhos

O que é empatia em design?

Este tópico é comum para todos os métodos de mapa de empatia.

A empatia em design refere-se à capacidade de compreender e compartilhar as emoções, necessidades e perspectivas dos usuários durante o processo de design de produtos, serviços ou experiências. É uma abordagem centrada no ser humano que busca criar soluções que atendam às necessidades reais das pessoas.

Ao incorporar a empatia no design, os designers se esforçam para entender as experiências e pontos de vista dos usuários, levando em consideração fatores como suas habilidades, contexto cultural, limitações físicas e emocionais, motivações e objetivos. Isso envolve a realização de pesquisas, entrevistas, observações e outros métodos para obter insights valiosos sobre as necessidades dos usuários.

A empatia em design permite que os designers criem produtos e serviços que sejam mais intuitivos, úteis e agradáveis de usar. Ao considerar ativamente as perspectivas dos usuários, é possível evitar problemas de usabilidade, identificar oportunidades de inovação e projetar soluções que realmente resolvam os desafios enfrentados pelas pessoas.

Além disso, a empatia em design também ajuda a estabelecer uma conexão emocional entre os usuários e os produtos ou serviços, o que pode resultar em maior satisfação do usuário, fidelidade à marca e sucesso comercial.

Por que você deveria utilizar este método?

Este tópico é comum para todos os métodos de mapa de empatia.

  • Um bom design é baseado em uma compreensão profunda e compartilhada da pessoa para quem você e sua equipe estão projetando. Para isso, criar empatia pelo usuário/cliente é de extrema importância. Organizar os dados obtidos de acordo com o template do método ajuda na busca da empatia pelos usuários.
  • Por meio dele, você pode obter insights sobre as necessidades do usuário, e elas irão te auxiliar melhor na definição do problema do projeto e entender a real importância das funcionalidades e características do seu produto ou serviço.
  • Ajuda a sintetizar e documentar descobertas do trabalho de campo (observação, entrevistas etc.) em relação à persona definida. Por isso, complementa os benefícios listados no método persona.

Segundo Pereira (2023), “o Mapa da Empatia hoje faz parte do currículo de grandes Universidades como Stanford e Harvard, onde David Kelley, fundador da IDEO e seu parceiro de negócios, Tom Kelley, dão aula e a consideram como um dos três grandes desafios de criatividade dos líderes da IDEO”.

Quando você deveria utilizar este método?

Este tópico é comum para todos os métodos de mapa de empatia.

  • Como parte de um método de design para definição da proposição de valor.
  • Após coletar as informações do usuário (persona) sobre:
    •  o uso de determinado produto ou serviço, quando já existir um produto ou serviço ou 
    • sobre a experiência do usuário em uma situação para a qual estamos desenvolvendo uma solução, que seria a motivação para o seu projeto de inovação.
  • Essas informações podem ter sido obtidas por meio de:
    • observação, estágio etnográfico, entrevistas, questionários ou outro tipo de trabalho de campo ou
    • análise de dados de “Consumer / customer intelligence”. 

O foco é no usuário / cliente (persona), mas pode haver outros stakeholders (investidores, sócios, agentes reguladores, parceiros etc.) que consideramos relevantes para o desenvolvimento de um projeto de inovação.

Recomendamos que você utilize um mapa de stakeholders para definir / priorizar para quais você deve construir um mapa de empatia.

  • Quando não existir uma especificação do produto fornecida pelo cliente ou para complementar o entendimento dos usuários, mesmo que seu cliente já tenha fornecido uma especificação do produto final (nas relações B2B).
  • Durante a aplicação de um brainstorming, card sorting ou mesmo entrevista, para sintetizar em profundidade e organizar informações qualitativas sobre um usuário / cliente típico (persona).
  • Para você entender um “usuário” antes de criar um “user story”.
  • Pode ser aplicado após a definição de uma persona. No entanto, algumas versões de personas já possuem informações do mapa de empatia (o que chamamos de “persona expandida”).
  • Em alguns casos, o mapa de empatia é definido antes da confecção da persona. As informações do mapa de empatia, nesses casos, contribui para a definição do perfil da persona (as variações de aplicação da persona com o mapa de empatia estão discutidas no tópico “O que está relacionado com este método?”).
  • Este método por ser aplicado em qualquer tipo de empresa e para todos os tipos de inovação.
Dica: Atente que devemos ter empatia pelo usuário antes de aplicar o mapa de empatia, desde os primeiros contatos, ao observar, ao entrevistar, ao vivenciar a situação “problema” etc. Em todas essas ocasiões e em todos os momentos do levantamento de dores, sentimentos, problemas etc., temos de agir com empatia. A aplicação do mapa de empatia é para documentar o que observamos e os insights. E não é linear. Após a primeira versão do mapa de empatia podemos voltar e realizar mais entrevistas e/ou observações para  adquirir mais conhecimentos sobre os usuários.

Na figura abaixo representamos onde aplicar este método no contexto de um processo genérico de design thinking. Consulte este processo no tópico “O design thinking como um processo” da abordagem de design thinking da flexM4i.

Figura 923: localização da aplicação do método do mapa de empatia no contexto do processo genérico de design thinking 

Repare que o mapa de empatia é aplicado no início da convergência para chegar em um ponto de vista sobre o stakeholder (com foco no cliente / usuário). Ele deve ser articulado com o método persona, como mostramos no tópico “O que está relacionado com este método”).

Quando você estiver criando um objeto / artefato (modelo de negócio, produto, serviço, experiência, campanha de marketing, melhoria de processo etc), você inicia com a definição do segmento de mercado e/ou dos stakeholders.

O próximo passo é definir uma proposição de valor, que exige o conhecimento profundo do cliente / usuário / stakeholders. Após a criação da persona, o mapa de empatia complementa a persona e é utilizado para auxiliar no entendimento mais profundo do cliente /usuário.

Fatores contextuais da aplicação deste método. Apropriado para:

  • empresas de todos os tamanhos
  • todos os tipos de inovação
  • empresas em todos os níveis de consolidação
  • todas as estratégias de marketing (B2C, B2B, B2B2C, B2G)

Etapas e atividades do método

Com as informações das fases anteriores em mãos, dividimos o desenvolvimento do mapa de empatia em quatro etapas:

  • Preparação da aplicação do mapa de empatia
  • Organização das informações levantadas
  • Construção e verificação do mapa de empatia
  • Análise e identificação de insights

Preparação da aplicação do mapa de empatia

Esta etapa é comum para todos os métodos de mapa de empatia.

As principais atividades são:

  • Estruturar um time multidisciplinar, que de preferência tenha alguns membros que participaram das fases anteriores de entendimento / observação dos stakeholders (com foco nos clientes e usuários)
  • Avaliar se o template deste método é o mais adequado considerando o contexto da sua utilização, ou os métodos de entendimento do usuário de uma metodologia mais ampla que você esteja aplicando (como, por exemplo, uma metodologia de design thinking).
  • Verificar o alinhamento deste método com o seu repertório para decidir se vale a pena expandir o repertório ou não.
  • Criar um quadro de acordo com o template selecionado. Ele pode ser um pôster em papel para pregar na parede, um software de quadros na web (como MIRO ou MURAL) ou em um quadro branco. Se preferir, imprima o template selecionado (baixar do material de apoio).
  • Baixar os demais materiais de apoio.
  • Imprimir essa lista de etapas e atividades para servir de guia durante a criação do mapa de empatia
  • “Estudar” os resultados das aplicações dos métodos de entendimento (entrevistas e observações) e estude o seu diário de campo, se estiverem disponíveis.
  • Compartilhar as informações e insights iniciais entre os membros do time.

Caso você não tenha participado da coleta de informações baseadas nas observações em campo, procure envolver no time de inovação alguém que tenha participado, pois o conhecimento tácito adquirido por essa pessoa é importante para conhecer o que está “nas entrelinhas”, ou seja, o que não está explicitado nas informações resultantes das entrevistas e observações.

Caso não consiga que alguém que participou das fases iniciais faça parte do time, convide os participantes das fases anteriores para compartilharem as informações com o time atual.

Organização das informações levantadas

Esta etapa é comum para todos os métodos de mapa de empatia.

  • Com base nos resultados das fases anteriores de levantamento de informações e insights iniciais do time,  criar frases curtas em post-its que representem os resultados. Se necessário mantenha uma referência com frases mais explicativas ou mesmo citações dos próprios usuários (”entre aspas”) quando for o caso.
  • Organizar os post-its com conteúdos semelhantes para evitar a inserção de informações repetidas.

Alternativa 1: Se a quantidade de post-its iniciais for grande, pense em aplicar um diagrama de afinidades para organizar as informações em grupos para diminuir a quantidade e sintetizar os resultados das fases anteriores.

Alternativa 2, para não usar o diagrama de afinidades, é:

  • deixar cada membro do time “responsável” por uma quantidade de post-its;
  • antes de inserir o post-it no mapa de empatia, o responsável deve ler em voz alta o conteúdo do post-it;
  • qualquer outro membro que tiver em mãos um post-it com conteúdo semelhante deve se manifestar;
  • o time decide qual a frase que resume o conteúdo dos post-its afins. 
Se fizer sentido, insira somente um post-it por grupo de afinidades no mapa de empatia. Porém, mantenha a referência dos dados originais para não perder conteúdo. Tente criar um post-it que reflita o conteúdo do grupo. Se a frase ficar longa, coloque um resumo, mas mantenha uma referência com o significado expandido da frase para não perder conteúdo. Sempre comunique isso para o time e compartilhe os conhecimentos tácitos relacionados com as informações inseridas no mapa de empatia.

Construção e verificação do mapa de empatia

Preencher os campos do template enquanto revisa as anotações, áudios e vídeos de seu trabalho de campo (resultado dos questionários, entrevistas ou observações) e o seu diário de campo.

Para o preenchimento dos campos do template, você precisa diferenciar se:

  • o usuário está interagindo com produtos e serviços existentes, ou
  • se você está observando a jornada dele em uma situação para a qual você pretende inovar (desenvolver novos produtos, serviços, experiência, processos, modelo de negócio etc).
  • Comece preenchendo os campos de identificação da persona, para qual você está desenvolvendo um mapa de empatia, e outras informações de identificação do mapa de empatia: projeto, responsável(is), data etc.
  • Preencha, em seguida, os campos mais explícitos: o que o usuário “fala” e “faz”, que resultam geralmente de entrevistas e observações. Esses campos são mais simples de serem preenchidos, em comparação com os próximos.
  • Agora preencha os campos mais implícitos que exigem uma certa experiência do designer / time de inovação: o que o usuário “pensa” (racional) ou “sente” (emocional).
  • Finalmente, preencha os campos “dores” e “ganhos”, lembrando que:
    • As dores podem representar problemas, limitações, insatisfações, frustrações, resultados indesejados, obstáculos, riscos.
    • Os ganhos podem ser considerados necessidades ou desejos, ou seja, os resultados ou benefícios que os cliente querem.
Dicas importantes !!!
A realização das atividades acima exige uma certa experiência. Veja o material de apoio “MF.MAP0041 – Dicas para preenchimento dos campos dos mapas de empatia”, que traz detalhes e questões que podem auxiliar na obtenção de cada um desses campos do template.

Avaliar se o preenchimento dos campos está coerente e equilibrado. Se alguns dos campos não tiverem sido preenchidos ou estiverem com poucos elementos, pode ser:

  • um sinal que você e sua equipe devem se aprofundar no entendimento do cliente e aplicar novamente alguns dos métodos e ferramentas de observação, entrevista etc. ou conversar mais com quem participou da fase de levantamento das informações iniciais.
  • que você não conseguiu obter a profundidade desejada na “tradução” das evidências explícitas e implícitas. Nesse caso, avalie se existe outro método mais apropriado para ser aplicado (veja os métodos semelhantes).

Análise e identificação de insights

Esta etapa é comum para todos os métodos de mapa de empatia.

Um insight é uma percepção notável que pode ajudar o time a responder melhor a um desafio de design ou na prospecção de uma nova oportunidade de inovação.

  • Em time, durante um workshop, procure levantar insights aproveitando a perspectiva de cada uma das pessoas do time.
  • Avaliar se não seria bom envolver os usuários / clientes para validação do mapa de empatia.

Premissas, dicas e cuidados

Esta etapa é comum para todos os métodos de mapa de empatia.

Algumas dicas já foram inseridas em pontos importantes dos outros tópicos. Vamos repeti-las neste tópico para que estejam todas em um só local.

As dicas relacionadas com o preenchimento dos campos do template estão no material de apoio MAP0041.
  • A premissa principal é ter acontecido uma fase anterior de levantamento de informações e entendimento dos usuários / clientes..
  • Atente que devemos ter empatia pelo usuário já antes de aplicar essa ferramenta do mapa de empatia (desde os primeiros contatos, ao observar, ao entrevistar, ao vivenciar a situação “problema” etc.). Em todas essas ocasiões e em todos os momentos de levantar dores, sentimentos, problemas etc., temos de agir com empatia.
  • A aplicação do mapa de empatia é para documentar o que observamos e os insights. E não é linear. Após a primeira versão do mapa de empatia pode ser que seja necessário realizar novas atividades de entendimento (entrevistas, observações etc.) para adquirir mais conhecimentos sobre os/as clientes / usuários(as).
  • Trabalhe com post-its para preencher os campos dos templates (mesmo se for em ambientes virtuais).
  • Escreva apenas uma frase/informação para cada post-it.
  • Se alguns dos campos não tiverem sido preenchidos ou estiverem com poucos elementos, pode ser um sinal que você e sua equipe devem se aprofundar no entendimento do cliente e aplicar novamente alguns dos métodos e ferramentas de observação, entrevista etc.  Outra possibilidade é que você não conseguiu obter a profundidade na “tradução” das evidências explícitas e implícitas. Nesse caso, avalie se existe outro método mais apropriado para ser aplicado (veja os métodos semelhantes).

Importância dos insights

  • Um insight é uma percepção notável que pode ajudar o time a responder melhor a um desafio de design ou na prospecção de uma nova oportunidade de inovação:
  • Os insights podem ser obtidos em qualquer momento e geralmente surgem a partir de contradições entre informações inseridas no mapa de empatia. 
  • Uma maneira de identificar insights é capturar “tensões” e “contradições” observadas nas fases anteriores de observações e entrevistas.
  • Anote os insights potenciais no seu diário de campo, ao lado de seu Mapa de Empatia ou já dentro do campo de um template de uma outra ferramenta.
  • Pergunte "Por quê?" várias vezes, quando você notar uma informação estranha sobre o que o/a cliente fala, faz, pensa ou sente. Essas perguntas têm o potencial de adquirir mais informações relevantes. 
Avalie utilizar a ferramenta dos 5 whys para explorar mais a fundo as informações levantadas. 

Material de apoio

Como este template é simples (veja o tópico “descrição resumida”), considere desenhá-lo em um quadro branco ou em outra mídia, tais como:

  • em um pôster pregado na parede para visualização do time.
  • em uma plataforma de colaboração virtual, como MIRO ou MURAL.
  • em um software gráfico ou mesmo de apresentação.

Abaixo você encontra o template desta figura, tanto no formato PowerPoint, como no formato pdf. Você escolhe qual é o mais apropriado para o seu caso.

  • MF.MAP0035 – template 1 mapa de empatia 6 campos únicos (PowerPoint)
  • MF.MAP0035 – template 1 mapa de empatia 6 campos únicos (pdf)

Como material de apoio para complementar as dicas deste método, utilize:

  • MF.MAP0041 – Dicas para preenchimento dos campos dos mapas de empatia

Exemplos

Mapa de empatia para melhorias de uma serra circular de bancada.

A empresa fabricante de serras circulares de bancada identificou que seus produtos precisavam de melhorias, principalmente relacionadas à segurança. Para o novo projeto, o método então foi aplicado para identificar exatamente quais problemas os seus usuários enfrentavam, e aproveitando o contato com eles, identificou também melhorias que poderiam ser adicionadas em relação às novas funcionalidades e aspectos estéticos. Muitos usuários foram identificados (por exemplo: operador da serra em obra, marceneiro, construtor). Esse mapa de empatia apresentado trata das informações coletadas apenas do operador da serra em obra.

Figura 972: exemplo de um mapa de empatia de 6 campos únicos do operador (persona) de uma serra circular de bancada em obra para melhorias da serra (clique na figura para aumentar)

Mapa de empatia de um recém-graduado interessado em se tornar um microempreendedor

O método foi aplicado em uma turma de recém-graduados, de forma a identificar suas necessidades e obstáculos para abrir seu próprio negócio. 

Figura 973: exemplo de um mapa de empatia de 6 campos únicos de um recém-graduado (persona) interessado em se tornar um microempreendedor (clique na figura para aumentar)

Mapa de empatia para melhoria de um inalador

Projeto: melhorias para inalador
Usuário: mulher, mãe de dois filhos

Figura 974: exemplo de um mapa de empatia de 6 campos únicos de uma  mãe de dois filhos (persona) para melhoria de um inalador (clique na figura para aumentar)

Nos exemplos apresentados, observamos a flecha que indica que no lado esquerdo do template estão os campos relacionados com a observação e no direito com a dedução.

Isso se aplica aos campos fala e faz, que podem ser levantados por meio de observações ou mesmo entrevistas; e aos campos pensa (racional) e sente (emocional), que são obtidos a partir das percepções (insights) do time de design / marketing.

No entanto, a flecha não está relacionada com os campos dores e ganhos, pois a lógica de sua obtenção é outra, como indicamos no tópico “dicas para preenchimento dos campos do template”.

Por este motivo, não apresentamos esta flecha no template da descrição resumida e no material de apoio.

O que está relacionado com o mapa de empatia?

Este tópico é comum a todos os mapas de empatia.

Se você estiver interessado no nível de detalhamento básico ou executivo, leia somente o próximo tópico “o que fazer a seguir?”.

Mas se você estiver interessado no nível de detalhamento avançado, visite o tópico “Aplicação integrada com outras ferramenta e métodos” da seção principal sobre “Mapa de Empatia - visão geral e variações”, para conhecer quais são as possíveis relações do mapa de empatia com os métodos: persona, mapa de jornada, job-to-be-done e design da proposta de valor.

O que fazer a seguir?

  • Verifique se o mapa de empatia, juntamente com as dores e necessidades levantadas, já é capaz de sintetizar a maior parte das informações do seu trabalho de campo. Caso contrário, você pode decidir usar métodos adicionais para suprir as lacunas, como um mapa de jornada, JTBD (job-to-be-done), mapa piramidal das necessidades dos usuários, persona, entre outros.
Veja na discussão no tópico “Os ganhos e dores não se esgotam com o mapa de empatia” na seção principal sobre o mapa de empatia.
  • No entanto, se você sentir que as informações estão suficientemente sintetizadas, você pode prosseguir para a ideação.
A obtenção de empatia é um processo iterativo. Após criar outros artefatos do seu processo de design, pode ser que você deseje atualizar o seu mapa de empatia.

Referências

Carvalho, H. (2019). Vida de produto. O que é, e como fazer um mapa de empatia. Disponível em: https://vidadeproduto.com.br/mapa-de-empatia/   . Acesso em 05 de maio de 2023.

Chen, K., & Chou, W. (2013). Emotional Experience and Interactive Design in the Workplace.In: International Conference of Design, User Experience, and Usability. (pp. 446–454). Springer Berlin Heidelberg.

Cowan, A. (2022). Cowan+. Personas for design, development, & growth. Disponível em: <https://www.alexandercowan.com/tutorial-personas-problem-scenarios-user-stories// >, Acesso em 05 de maio de 2023.

Griffin, A., & Hauser, J. R. (1993). The Voice of the Customer. Marketing Science, 12(1), 1–27.

Gray (2017). Update to the Empathy Map. Disponível em: https://gamestorming.com/update-to-the-empathy-map/ Acesso em: 11 novembro 2023.

Kumar, V. (2012). 101 design methods: A structured approach for driving innovation in your organization. John Wiley & Sons.

Lewrick, M., Link, P., & Leifer, L. (2018). The design thinking playbook: Mindful digital transformation of teams, products, services, businesses and ecosystems. John Wiley & Sons.

Lewrick, M., Link, P., & Leifer, L. (2020). The design thinking toolbox: A guide to mastering the most popular and valuable innovation methods. John Wiley & Sons.

Nogueira, H. L. C. (2014). Design Thinking : uma nova perspectiva para a prática museal. Faculdade de Ciência da Informação da Universidade de Brasília, Brasília.

Osterwalder, A., Pigneur, Y., Bernarda, G., & Smith, A. (2014). Value proposition design: How to create products and services customers want. John Wiley & Sons.

Pereira, D. (2023). Mapa de Empatia: o que é. Disponível em: https://analistamodelosdenegocios.com.br/mapa-de-empatia-o-que-e/ Acesso em: 10/11/2023

Plattner, H. (2010). Bootcamp bootleg. Institute of Design at Stanford.

Timoshenko, A., & Hauser, J. R. (2019). Identifying customer needs from user-generated content. Marketing Science, 38(1), 1–20. https://doi.org/10.1287/mksc.2018.1123

#printfriendly a { color: blue !important; text-decoration: underline !important; } #printfriendly i, #printfriendly em { color: purple !important; } @media print { .break-page-before { page-break-before: always !important; } h1 { page-break-before: always !important; font-size: 32px !important; } div.no-page-break-before h1, div.no-break-page-before h1 { page-break-before: avoid !important; } }