Escritório de entrega de valor - VDO

O que diferencia um VDO de um PMO?

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Autoria: Henrique Rozenfeld ([email protected]) com apoio do chatGPT (leia mais)
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Apresenta o conceito de Escritório de Entrega de Valor (VDO), discute suas funções, características e variações Mostra um modelo de maturidade de VDO, comparado com um modelo de PMO. Analisa sua aplicabilidade em contextos de inovação, produtos digitais e ofertas contínuas. Traz critérios para avaliar se — e quando — a migração para um VDO faz sentido. Também são propostas conexões com a governança da inovação e a gestão de portfólio orientada a fluxos de valor.

Introdução e origens do Value Delivery Office (VDO)

Esta seção complementa a discussão sobre o PMO apresentada na seção Escritório de Projetos (PMO), especialmente em seu estágio mais avançado de maturidade (modelo de Hill), onde o PMO já atua além da gestão tradicional de projetos, apoiando também processos e inovação. Aqui, exploramos uma evolução possível desse modelo: o Value Delivery Office (VDO), uma estrutura voltada especificamente à orquestração da entrega contínua de valor para o negócio.

O conceito de VDO (Value Delivery Office) surgiu como resposta a uma transformação estratégica no papel dos escritórios de projetos. Em vez de se limitarem à supervisão de prazos, custos e escopo, organizações mais maduras passaram a exigir estruturas capazes de orquestrar a entrega de valor real para o negócio — de forma adaptativa, contínua e integrada à estratégia.

Essa mudança ocorre em um contexto onde:

  • projetos não são mais o único meio de gerar valor (ex: produtos digitais com atualizações constantes, experimentos ágeis, ciclos de inovação contínua),
  • as métricas tradicionais (prazo, escopo, orçamento) são insuficientes para medir impacto estratégico, e
  • a governança de portfólio precisa ser orientada a resultados (OKRs, benefícios de negócio, outcomes) e não apenas a entregáveis.

O VDO, nesse cenário, não substitui necessariamente o PMO, mas representa uma evolução possível quando a organização passa a focar menos na entrega de projetos isolados e mais na entrega de valor ao longo do tempo — muitas vezes, por meio de produtos, plataformas e jornadas de inovação.

A seguir, exploramos o que caracteriza o VDO, como ele se diferencia do PMO (inclusive em seu estágio mais avançado), e como ele se insere nas tendências mais amplas de estruturas organizacionais orientadas a valor, conhecidas como xMOs.

Outros significados da sigla VDO: 

  • Value-Driven Outcome (VDO): abordagem centrada em resultados orientados a valor, usada especialmente em frameworks ágeis como o SAFe, com foco em metas de negócio.
  • Virtual Development Office (VDO): estrutura remota ou distribuída para desenvolvimento de produtos ou projetos, comum em contextos globais ou multiculturais.

Nesta seção, sempre que nos referirmos a VDO, estaremos tratando exclusivamente do Value Delivery Office.

O que é um Value Delivery Office (VDO)?

“O Value Delivery Office (VDO) é uma estrutura organizacional voltada à entrega contínua de valor estratégico, representando uma transição de modelos centrados em processos (como os PMOs tradicionais) para abordagens orientadas a resultados. Em vez de focar na supervisão de escopo, cronograma e orçamento, o VDO prioriza o alinhamento com os objetivos de negócio, a agilidade e a mensuração de impacto estratégico, conforme evidenciado por Moghaddasi et al. (2025).”

Apesar de o conceito de VDO ter sido frequentemente apresentado como contraponto às limitações dos PMOs tradicionais, a flexM4i interpreta essa estrutura como uma possível continuidade — ou, em alguns contextos, uma configuração conceitualmente equivalente — aos PMOs mais maduros, especialmente na forma de centros de excelência orientados a valor, conforme descrito no modelo de Hill.

Obviamente, quando autores ou empresas de consultoria propõem um novo modelo, eles o contrapoem ao que já existia. No entanto, uma análise das funções de um centro de excelência (nível 5 do modelo de maturidade do Hill — apresentado na seção sobre PMO) mostra que há espaço para considerar que esse último nível de maturidade possa representar — ou assumir as características de — um VDO.

Enquanto o conceito foi inicialmente promovido por consultorias e relatórios do PMI (Project Management Institute), pesquisas acadêmicas recentes já tratam o VDO como um modelo emergente de maturidade organizacional. 

Moghaddasi et al. (2025) analisam sua adoção em empresas globais e propõem o VDMM (Value Delivery Maturity Model), uma estrutura de cinco níveis que orienta a transição de organizações desde o reconhecimento inicial da importância da entrega de valor até a institucionalização plena de práticas orientadas a valor 

Segundo os autores, o VDO representa um avanço sobre o PMO clássico ao adotar um mindset centrado em valor, apoiar decisões estratégicas em tempo real e ampliar a responsabilidade da governança para além da entrega de projetos (Moghaddasi et al., 2025).

Além disso, um relatório do PMI com a PwC destaca que os chamados xMOs (veja o tópico correspondente) refletem a necessidade de transição “de uma mentalidade de controle para uma mentalidade de valor”, em que os escritórios deixam de ser centros de conformidade e passam a apoiar a entrega de resultados de negócio concretos por meio de ciclos curtos, indicadores de impacto e feedback contínuo (PMI & PwC, 2021).

Diferenças entre modelos centrados em entrega (PMO) e modelos centrados em valor (VDO)

A distinção entre PMOs e VDOs não está apenas no nome, mas em seu foco, governança e métricas de sucesso. A tabela a seguir resume essas diferenças fundamentais.

Tabela 1374: comparação entre modelos centrados em entrega (PMO) e modelos centrados em valor (VDO)

Dimensão PMO tradicional VDO
Foco principal Entrega de projetos Entrega de valor estratégico
Métrica dominante Prazo, escopo, orçamento ROI, benefícios realizados, NPS, OKRs
Horizonte de atuação Ciclo de vida do projeto Ciclo de vida do produto ou iniciativa contínua
Governança Controle, auditoria, conformidade Alinhamento estratégico e feedback adaptativo
Interlocução principal Gerentes de projeto e áreas funcionais Equipes de produto, liderança executiva
Métodos e abordagens Preditivos e estruturados (waterfall) Ágeis, lean, orientados a experimentação

Essa mudança de perspectiva exige repensar a forma como as organizações medem valor e estruturam suas decisões de investimento. Como sintetizam Moghaddasi et al. (2025), “a proposta do VDO não é substituir o PMO, mas sim reposicionar a governança em torno da entrega de valor — antes, durante e após cada projeto” (p. 11).

Além desse reposicionamento, os autores destacam que os VDOs, mesmo ao introduzirem uma lógica organizacional mais integrada e estratégica, frequentemente preservam funções operacionais típicas dos PMOs tradicionais — como o controle de portfólio e o suporte metodológico. Ao adotar uma abordagem híbrida, essas estruturas permitem que os projetos mantenham aderência aos padrões e frameworks organizacionais, ao mesmo tempo em que incorporam práticas de agilidade e inovação, favorecendo o equilíbrio entre consistência e adaptabilidade (Moghaddasi et al., 2025, p. 12).

Modelos de maturidade e a entrega contínua de valor

A evolução dos escritórios de gestão — sejam eles focados em projetos, processos ou valor — tem sido frequentemente descrita por meio de modelos de maturidade. Este tópico apresenta o Value Delivery Maturity Model (VDMM), proposto por Moghaddasi et al. (2025), e o compara com o modelo de Hill (2013), amplamente utilizado para descrever o amadurecimento dos PMOs. 

A partir dessa comparação, a flexM4i constrói uma leitura integrada que reconhece trajetórias complementares de transformação organizacional.

A seguir, são apresentados três subtópicos:

  • Uma descrição sintética dos cinco estágios do modelo de Hill, já detalhado na seção sobre PMO;
  • Uma explicação do modelo VDMM, com seus cinco estágios voltados à entrega contínua de valor;

Uma proposta autoral da flexM4i que estabelece correspondências entre os dois modelos, como mostrado na figura comparativa.

Modelo de maturidade do PMO segundo Hill

O modelo de maturidade proposto por Hill (2013) descreve a evolução dos escritórios de projetos (PMOs) em cinco estágios. A progressão vai desde funções operacionais básicas, como supervisão de projetos (estágio 1), até a atuação como centro de excelência (estágio 5), onde o PMO integra a gestão de projetos, processos e inovação com foco estratégico.

A figura a seguir resume essa trajetória, destacando os principais marcos evolutivos.

Figura 1349: estágios de evolução das competências de um escritório de projetos (PMO – project management office) – clique na figura para abrir em outra aba
Fonte: adaptado de Hill (2013)

A explicação detalhada de cada estágio pode ser consultada na seção Escritório de Projetos (PMO).

O modelo de maturidade em entrega de valor (VDMM)

O estudo de Moghaddasi et al. (2025) propõe o Value Delivery Maturity Model (VDMM) como uma estrutura para avaliar e orientar a evolução das organizações rumo à entrega contínua de valor por meio dos VDOs. O modelo define cinco estágios progressivos, cada um caracterizado por diferentes níveis de institucionalização, foco estratégico e práticas de gestão. São eles:

  • Estágio 1 – Iniciação (initiation): desenvolvimento inicial do VDO com práticas ad hoc e baixa integração com a estratégia do negócio. Exemplo: startup com estrutura informal para acompanhar valor gerado por iniciativas.
  • Estágio 2 – Inspiração (inspiration): estruturação de processos e aumento da conscientização sobre valor. Começa a haver engajamento com a ideia de entregar valor de forma sistemática. Exemplo: empresa em crescimento que começa a formalizar funções voltadas a valor.
  • Estágio 3 – Ideação (ideation): o VDO já possui estrutura definida, papéis claros e alinhamento com a estratégia organizacional. Exemplo: empresa estabelecida com VDO integrado às decisões de portfólio.
  • Estágio 4 – Implementação (implementation): adoção de métricas de desempenho, processos de melhoria contínua e foco explícito em valor entregue. Exemplo: corporação com monitoramento de KPIs estratégicos associados a valor.
  • Estágio 5 – Otimização (optimization): a organização adota práticas proativas de criação de valor, com foco em inovação estratégica, adaptação contínua e alinhamento dinâmico. Exemplo: empresa líder do setor com VDO adaptativo, capaz de reconfigurar portfólio em tempo real.

Esse modelo oferece uma trilha evolutiva que vai desde a conscientização inicial sobre valor até a incorporação plena de uma cultura de valor na gestão de projetos, produtos e iniciativas.

Modelos de maturidade orientados a projetos e à entrega contínua de valor: duas perspectivas complementares

Este tópico propõe uma  comparação crítica entre dois modelos de maturidade apresentados anteriormente:

  • o modelo de Hill (2013), que descreve a evolução funcional dos Escritórios de Projetos (PMOs),
  • e o Value Delivery Maturity Model (VDMM), proposto por Moghaddasi et al. (2025), que estrutura a evolução de um Escritório de Entrega de Valor (VDO).

Ambos os modelos descrevem trajetórias de amadurecimento organizacional, mas o fazem a partir de perspectivas distintas: o modelo de Hill foca na institucionalização da gestão de projetos, enquanto o VDMM trata da construção progressiva de uma lógica de entrega contínua de valor.

A tabela a seguir resume as principais diferenças conceituais entre os dois modelos.

Tabela 1375: comparação dos modelos de maturidade de PMO e VDMM

Aspecto Modelo de Hill (PMO) Modelo VDMM (VDO)
Unidade de gestão central Projeto Entrega contínua de valor
Evolução da maturidade Aumento da capacidade técnica e integração com estratégia Ampliação da orientação a valor e da institucionalização do VDO
Foco no valor Pode estar presente, mas ainda vinculado ao ciclo de vida do projeto Está presente desde o início, mesmo que de forma informal
Exemplo no estágio inicial Escritório operacional de projetos (PMO básico ou funcional) Startup com estrutura informal voltada à entrega de valor
Lógica dominante Governança de portfólio baseada em escopo, prazo e custo Governança orientada a resultados, impacto e ciclos de valor

Relações possíveis entre os dois modelos

Embora não haja equivalência direta entre os estágios de cada modelo, é possível identificar momentos organizacionais nos quais a lógica da entrega contínua de valor começa a emergir, mesmo em estruturas tradicionalmente orientadas por projetos. Em outras palavras, uma empresa que evolui dentro do modelo de Hill pode, em determinado momento, “acordar” para a necessidade de estruturar a entrega de valor como algo contínuo, estratégico e integrado.

A empresa pode “acordar” para a orientação da entrega contínua de valor (VDO)

A figura a seguir representa visualmente essas interseções contingenciais, mostrando que os estágios do VDMM podem surgir em diferentes pontos da evolução de um PMO.

Figura 1372: proposta de relação entre os modelos de maturidade de PMO (Hill, 2013) e VDO, conforme o VDDM (Moghaddasi et al., 2025) 

A figura propõe uma leitura autoral da flexM4i sobre como os estágios de maturidade do modelo VDMM (orientado à entrega contínua de valor) podem se articular com os estágios do modelo de Hill para PMOs. A proposta destaca relações que representam continuidade e expansão entre os dois modelos. Ela indica que estruturas orientadas à entrega contínua de valor (VDO) podem emergir como desdobramentos ou reconfigurações de PMOs em diferentes estágios.

Embora os dois modelos partam de enfoques distintos — um voltado à evolução funcional do escritório de projetos e o outro à institucionalização da entrega contínua de valor —, é possível estabelecer pontos de conexão e sobreposição parcial entre suas trajetórias.

Nesse modelo autoral interpretativo representado pela figura anterior:

  • O estágio 1 do VDMM (Iniciação) pode emergir em organizações com PMOs ainda incipientes (estágio 1), quando há primeiras tentativas informais de focar no valor gerado, mesmo sem processos maduros. É o caso, por exemplo, de uma startup que já nasce com o objetivo de desenvolver um SaaS ou um PSS aplicado a produtos físicos.;
  • O estágio 2 (Inspiração) pode ocorrer entre os estágios 2 e 4 do PMO, quando a organização começa a estruturar funções de apoio e processos a partir do reconhecimento do valor como critério de avaliação, mesmo sem uma estrutura formal de VDO;
  • O estágio 3 (Ideação) pode coexistir com PMOs do tipo padrão ou avançado, quando a orientação por VDO passa a ter papéis definidos e começa a atuar estrategicamente;
  • O estágio 4 (Implementação) é atingido quando as métricas de desempenho, processos de melhoria contínua e foco explícito em valor entregue são adotadas. Isso pode ocorrer já a partir do estágio 3 do PMO, quando o escritório passa a atuar de forma transversal e dispõe de processos, metodologias e governança formalizadas. Alternativamente, um PMO integrado — no papel de centro de excelência — pode também adotar o foco na entrega contínua de valor ao atingir seu nível máximo de maturidade.
  • O estágio 5 (Otimização)  do VDMM pode surgir em paralelo ou como desdobramento dos estágios 4 ou 5 PMO (estágio 5 de Hill), ou ainda, em substituição progressiva, quando o VDO assume a lógica dominante da governança de entrega.

Essa leitura reconhece que os dois modelos refletem trajetórias distintas, mas complementares: uma baseada na maturidade funcional em gestão de projetos e outra centrada na orientação à entrega contínua de valor. A flexM4i propõe que essas trajetórias sejam analisadas em conjunto, como possibilidades de hibridação ou transição estrutural, e não como modelos mutuamente excludentes.

Com isso, abre-se um espaço para um diálogo entre as duas abordagens, permitindo que as organizações visualizem sua maturidade atual e identifiquem caminhos evolutivos — seja pela lógica tradicional de projetos, seja pela orientação à entrega contínua de valor.

O que são os xMOs e como o VDO se encaixa

A sigla xMO emerge nos relatórios do PMI e da PwC como uma forma de compreender uma família de escritórios organizacionais com foco especializado. Esse termo genérico indica que esses escritórios avançados “ainda apoiam a execução de projetos, mas têm como objetivo a entrega de valor, e, como resultado, são cada vez mais chamados por nomes diferentes de PMO” (PMI & PwC, 2021, p. 2).

Esses escritórios são frequentemente agrupados sob a sigla xMO, onde o “x” representa o foco estratégico principal da estrutura. Trata-se de um termo genérico adotado para se referir a escritórios especializados que vão além do escopo tradicional dos PMOs, como o VDO (foco em entrega de valor), o SMO (foco estratégico), entre outros. Abaixo, apresentamos os principais tipos:

  • VDO (Value Delivery Office): foca na entrega contínua de valor, priorizando resultados de negócio e benefícios mensuráveis.
  • VMO – Value Management Office: Um escritório que garante que os projetos, programas e iniciativas estejam sempre alinhados com a entrega de valor, muitas vezes focando em métricas estratégicas, retorno sobre investimento, e resultados para o negócio. Ele pode funcionar como sinônimo ou variante do VDO, dependendo da organização.
  • SMO – Strategy Management Office: Estrutura que atua como ponte entre a formulação estratégica e a execução, monitorando o desdobramento de metas estratégicas e garantindo que os projetos e iniciativas estejam coerentes com a direção de longo prazo da organização.
  • EVMO – Enterprise Value Management Office: Uma estrutura com escopo corporativo que coordena a criação, mensuração e captura de valor em múltiplas dimensões — financeira, estratégica, operacional e de inovação. Atua na integração entre áreas como finanças, governança, transformação digital e estratégia, oferecendo uma visão sistêmica da performance organizacional. O EVMO é mais comum em grandes empresas que adotam abordagens como gestão baseada em valor (VBM – Value-Based Management).

xMOs ampliam o papel tradicional dos PMOs ao integrar estratégia, valor e execução.

Tendência à modularização conforme foco estratégico

De acordo com o relatório da PwC/PMI, os xMOs se destacam por ter um mindset flexível, suporte adaptativo e capacidade de foco estratégico, favorecendo uma cultura orientada a valor em vez de processos (PMI & PwC, 2021).

Isso sinaliza uma clara tendência de modularização nas organizações: em vez de um único PMO generalista, muitas empresas estão estruturando vários escritórios — cada um com um propósito definido (valor, estratégia, agilidade, digital, inovação) — atuando de forma coordenada ou complementar.

Nesse ecossistema, o VDO assume um papel central em empresas orientadas a produtos, plataformas e ciclos contínuos de inovação. Ele pode coexistir com outras estruturas, contanto que suas funções estejam claramente definidas dentro do sistema de governança organizacional.

Centro de excelência como orquestrador de múltiplos escritórios especializados

O conceito de xMO é útil para descrever diferentes tipos de escritórios organizacionais com foco especializado — como PMO, BPMO(*), VDO, SMO, VMO, EVMO. Na prática, entretanto, muitas organizações optam por integrar esses focos sob uma estrutura mais ampla e adaptável, que pode ser chamada de Centro de Excelência, Escritório Corporativo de Gestão, Escritório de Transformação, entre outros.
(*) BPMO é a sigla de business process management office – leia mais sobre ele na >

O importante não é a nomenclatura, mas a capacidade dessa estrutura de orquestrar múltiplas dimensões da governança organizacional, alinhando valor, estratégia, agilidade e execução. Assim, o Centro de Excelência pode assumir um papel de integração entre diferentes xMOs — ou, em algumas empresas, incorporar suas funções em uma única entidade com escopo ampliado.

Quando (e por que) migrar para um VDO

Migrar de um PMO tradicional para uma estrutura como o VDO representa mais do que uma simples mudança estrutural — trata-se de uma resposta às transformações profundas nos modelos de entrega, na estratégia de valor e na dinâmica organizacional contemporânea. Essa transição pode ocorrer gradualmente, como parte da evolução do próprio PMO, ou surgir como uma reconfiguração mais ampla da governança de portfólio e da estratégia de inovação.

Este tópico está dividido em cinco partes:

  • Condições organizacionais que favorecem ou exigem a adoção de um VDO;
  • Sinais de que o PMO não é mais suficiente para dar conta dos desafios atuais de valor, agilidade e alinhamento estratégico;
  • Um checklist diagnóstico com perguntas que ajudam a avaliar se a organização está pronta;
  • Exemplos típicos;
  • Discussão sobre a relação com gestão de produtos.

 

Condições organizacionais

Algumas condições favorecem ou até exigem a transição para um VDO:

  • Adoção de modelos de negócio orientados a produtos, plataformas ou jornadas de cliente, com entregas contínuas e ciclos curtos de realimentação;
  • Foco estratégico em valor entregue, e não apenas em controle de escopo, prazo e custo;
  • Integração entre portfólio de projetos e objetivos estratégicos, exigindo governança adaptativa e métricas ligadas a resultados de negócio;

Pressão por agilidade e experimentação contínua, com estruturas mais leves e iterativas.

Sinais de que o PMO não é mais suficiente

Mesmo PMOs bem estruturados podem se mostrar insuficientes quando:

  • A organização entrega valor além da conclusão de projetos, como em produtos digitais ou serviços recorrentes;
  • Os indicadores clássicos (tempo, custo, escopo) não capturam o impacto real para o negócio;
  • A governança exige alinhamento dinâmico, com decisões orientadas por dados e por resultados em tempo real;
  • Há dificuldade em articular times multifuncionais, ágeis e orientados a outcomes, como squads permanentes.

Checklist diagnóstico: estamos prontos para migrar para um VDO?

A seguir, apresentamos um conjunto de perguntas que podem ajudar líderes e gestores a refletirem sobre a pertinência — ou urgência — de adotar uma estrutura como o VDO. Não se trata de um modelo prescritivo, mas de um instrumento de diagnóstico para apoiar decisões estratégicas.

Sobre o modelo de entrega atual:

  • Temos iniciativas em andamento que operam por meio de fluxos contínuos de entrega, e não mais por projetos com início, meio e fim?
  • Nossa organização já conta com squads, times de produto ou estruturas estáveis que não se encaixam bem no modelo tradicional de projetos?
  • Temos percebido que indicadores como escopo, prazo e custo não refletem bem o impacto real das entregas?

Sobre a estratégia e a governança:

  • A organização enfrenta dificuldades para conectar os projetos aos objetivos estratégicos?
  • A liderança tem demandado métricas voltadas a valor, benefícios e resultados de negócio, além dos indicadores clássicos de projetos?
  • As decisões de priorização, alocação de recursos e acompanhamento precisam ser mais dinâmicas e orientadas por dados em tempo real?

Sobre cultura e maturidade organizacional:

  • Estamos promovendo ou planejando adotar práticas ágeis, ciclos curtos de entrega, experimentação ou inovação contínua?
  • O PMO atual tem enfrentado limitações para acompanhar essa transformação cultural e operacional?
  • Já existem estruturas paralelas ou informais (ex: squads de produto, núcleos de transformação, escritórios digitais) que vêm assumindo o papel de entregar valor?

Se a maioria das respostas a essas perguntas for sim, é provável que a estrutura atual esteja limitada e que migrar para um VDO represente um passo coerente com a evolução da organização. Caso ainda haja incertezas, o checklist pode servir como base para uma discussão estruturada sobre como ajustar a governança à nova lógica de entrega de valor.

Exemplos típicos de contextos em que o VDO se mostra mais apropriado

A adoção de uma estrutura como o VDO tende a fazer mais sentido em ambientes onde há entregas contínuas, foco em valor estratégico e ciclos curtos de realimentação. Abaixo, listamos alguns exemplos de contextos organizacionais em que o VDO pode assumir um papel mais relevante do que um PMO tradicional:

  • Empresas SaaS (Software as a Service): com produtos digitais que evoluem continuamente, entregando valor incremental por meio de atualizações frequentes. Nesses casos, a estrutura de governança precisa acompanhar métricas de uso, satisfação, retenção e resultado de negócio — não apenas a entrega técnica de funcionalidades.
Podemos considerar o SaaS como um caso particular de PSS (product-service system), apesar que o SaaS não é propriamente um produto físico. Mas o termo PSS pode ser substituido por “alguma coisa as a service”– também mencionado como XaaS, tal como explicamos no próximo item.
  • Empresas que oferecem soluções como serviço (PSS – Product-Service Systems): modelos de negócio que combinam produtos e serviços de forma integrada, com foco no valor de uso e na experiência contínua do cliente. Isso inclui desde contratos de assinatura de veículos e equipamentos industriais até soluções de uso recorrente com suporte técnico e atualização embutidos. Nesses contextos, o VDO pode apoiar o acompanhamento do ciclo de vida do valor entregue, integrando desenvolvimento, operação, melhoria contínua e relacionamento com o cliente.
Leia na flexM4i a seção específica sobre PSS, e também os exemplos como pay-per-lux, mobility as a service, equipment as a service etc.
  • Plataformas digitais com múltiplos fluxos de valor: marketplaces, bancos digitais ou plataformas logísticas que operam com roadmaps dinâmicos, jornadas de usuário e múltiplas equipes autônomas. O VDO atua como elo entre os fluxos operacionais e a estratégia de valor da empresa.
  • Organizações com squads estáveis e multidisciplinares: quando os times são perenes e orientados por produtos, jornadas ou domínios, a lógica de projeto deixa de ser o centro da governança. O VDO pode apoiar a priorização, a mensuração de valor e a orquestração entre os squads.
  • Empresas em transformação digital contínua: em ambientes que combinam inovação, experimentação e reconfiguração estratégica constante, o VDO pode substituir estruturas mais rígidas (como o PMO tradicional), atuando como centro de coordenação estratégica da entrega de valor.
  • Empresas que oferecem serviços com contrato contínuo (B2B): como consultorias, agências ou empresas de TI que operam com base em SLAs, melhorias contínuas ou co-desenvolvimento com o cliente. O VDO apoia o alinhamento entre os entregáveis e os objetivos de negócio do cliente, com foco no impacto percebido.

Esses exemplos não esgotam todas as possibilidades, mas ilustram como a lógica do VDO se adapta melhor a ambientes dinâmicos, interativos e orientados por valor — nos quais a governança tradicional por projetos isolados já não oferece suporte adequado.

Gestão de produto e sua relação com o VDO

Em muitos dos contextos discutidos anteriormente — especialmente em ofertas contínuas, produtos digitais e soluções do tipo as-a-service — a governança organizacional deixa de estar centrada exclusivamente em projetos e passa a se orientar pela gestão do produto ao longo de seu ciclo de vida. Essa mudança tem implicações diretas para o papel do VDO.

A transição para estruturas como o VDO muitas vezes está ligada à adoção de uma lógica de gestão de produto, e não apenas de projetos.

Conforme descrito no PMBOK (PMI, 2021), a gestão de produto se refere à integração de pessoas, dados, processos e sistemas para criar, manter e evoluir produtos ou serviços ao longo de todo o seu ciclo de vida. Diferentemente dos projetos — empreendimentos temporários com entregáveis únicos — os produtos podem conter múltiplos projetos e programas associados em momentos diferentes — desde a concepção até a descontinuação — gerando valor de forma contínua. 

A figura abaixo ilustra essa relação, mostrando como diferentes projetos podem ser iniciados ao longo das fases do ciclo de vida de um produto — introdução, crescimento, maturidade e declínio. O VDO, nesse contexto, atua como estrutura de governança contínua, assegurando que as decisões de investimento, priorização e realinhamento sejam feitas com foco em valor de negócio.

Figura 1373: Ciclo de vida do produto com múltiplos projetos associados no contexto da gestão de produto
Fonte: adaptado de PMI, 2021.

VDO como evolução ou reinvenção?

O conceito de Value Delivery Office (VDO) é frequentemente apresentado na literatura recente como uma ruptura com o PMO tradicional — uma estrutura que, em vez de supervisionar projetos com foco em escopo, prazo e custo, passa a orquestrar a entrega contínua de valor, com foco em benefícios estratégicos, resultados para o cliente e alinhamento organizacional. Essa formulação costuma enfatizar o VDO como uma reinvenção da governança da entrega, em resposta às limitações percebidas nos PMOs centrados em processos.

No entanto, como discutido ao longo desta seção, a flexM4i adota uma leitura crítica e contingencial: o VDO pode, em muitos contextos, ser entendido como uma continuidade evolutiva dos PMOs mais maduros — especialmente daqueles que já atuam como centros de excelência, com responsabilidades que vão além da gestão de projetos isolados e incorporam processos, produtos e inovação.

A resposta à pergunta “VDO é uma evolução ou uma reinvenção?” depende, portanto, de três fatores:

  • Do ponto de partida da organização: para um PMO que opera de forma burocrática e reativa, o VDO representa uma mudança profunda. Já em organizações com um PMO estratégico e adaptativo, o VDO pode surgir como reconfiguração progressiva.
  • Do escopo e da ambição da transição: se o foco for apenas em novas métricas ou ferramentas, trata-se de evolução. Se implicar em reconfiguração estrutural, novos papéis e outras lógicas de governança, trata-se de reinvenção.
  • Da arquitetura organizacional: em ambientes com múltiplos escritórios especializados (xMOs), o VDO pode se posicionar como orquestrador transversal. Em estruturas mais integradas, ele pode absorver funções de outros escritórios.

A flexM4i propõe, portanto, que o VDO não seja tratado como substituto automático do PMO, mas como uma possibilidade estratégica que pode emergir de diferentes trajetórias — como transição, ampliação, fusão de escritórios ou redesenho completo da governança da entrega de valor.

Conexões entre VDO, governança da inovação e gestão de portfólio

A adoção de um VDO não deve ser entendida apenas como uma mudança na estrutura de apoio à execução, mas como um reposicionamento da governança organizacional em direção à geração contínua de valor. Isso o aproxima diretamente de duas práticas já abordadas na flexM4i: a governança da inovação e a gestão de portfólio de iniciativas.

Governança da inovação e o VDO

Como discutido na seção sobre governança da inovação, estruturas que orquestram a inovação precisam:

  • promover alinhamento estratégico com os objetivos de médio e longo prazo,
  • sustentar ambientes adaptativos e propícios à experimentação,
  • e garantir continuidade e coerência nos fluxos de investimento e aprendizado.

O VDO pode contribuir diretamente para esses objetivos ao:

  • atuar como ponto focal de coordenação entre áreas técnicas, estratégicas e de negócios,
  • apoiar a priorização de iniciativas com base em hipóteses de valor,
  • e sustentar métricas de impacto e aprendizado que vão além dos indicadores de projeto.

Em organizações com portfólios de inovação distribuídos, o VDO pode inclusive funcionar como um eixo de convergência entre centros de competência, núcleos ágeis, áreas de produto e equipes de projeto, reforçando a coerência entre o que se executa e o que se pretende transformar.

Gestão de portfólio e o VDO

Já do ponto de vista da gestão de portfólio, o VDO oferece uma alternativa ao modelo tradicional baseado em demandas e priorização por projeto. Ele possibilita:

  • organizar o portfólio com base em fluxos de valor (veja o próximo tópico), não apenas por área ou tipo de projeto;
  • priorizar iniciativas com base em contribuição estratégica e valor esperado, e não apenas em esforço, escopo ou urgência;
  • e adotar métricas de progresso e sucesso baseadas em impacto, como KPIs estratégicos e resultados de cliente.

Dessa forma, o VDO pode atuar como estrutura de apoio à governança do portfólio — especialmente quando este inclui projetos, produtos e ações de inovação em ciclos contínuos e de diferentes naturezas.

Organização do portfólio com base em fluxos de valor

Organizar o portfólio com base em fluxos de valor significa estruturar, priorizar e acompanhar as iniciativas não a partir de departamentos, tipos de projeto ou ciclos orçamentários, mas de acordo com os caminhos pelos quais a organização efetivamente gera valor para seus clientes e demais stakeholders.

Essa abordagem pressupõe identificar fluxos de atividades que entregam valor de ponta a ponta e alocar recursos, equipes e governança com base nesses fluxos, em vez de estruturas funcionais. Exemplos de fluxos de valor:

  • a aquisição e retenção de clientes,
  • o desenvolvimento e evolução de produtos, 
  • o suporte ao usuário ou 
  • a operação de plataformas digitais.

Segundo Moghaddasi et al. (2025), os VDOs são caracterizados por esse foco em fluxos de valor, em vez de apenas nas entregas isoladas de projetos. Essa abordagem assegura que os projetos, além de bem executados, contribuam de forma significativa para a cadeia de valor da organização, fortalecendo a performance geral do negócio (p. 13).

Na conclusão do estudo, os autores reforçam que a ênfase dos VDOs em fluxos de valor e centros de excelência representa uma mudança importante em relação ao modelo tradicional de PMO. Essa reestruturação, segundo eles, é fundamental para fomentar uma cultura de agilidade, inovação e melhoria contínua — aspectos essenciais para sustentar a vantagem competitiva em ambientes de mercado que evoluem rapidamente (p. 18).

Essa lógica também está presente em frameworks como o SAFe – Scaled Agile Framework, nos quais a gestão do portfólio é feita com base em value streams. Nesse modelo, a priorização, o financiamento e o acompanhamento das iniciativas são organizados com base em sua contribuição para os fluxos contínuos de valor, e não a partir de projetos pontuais ou silos funcionais (Scaled Agile, 2023).

Fluxos de valor e processos ponta a ponta

Embora o termo fluxo de valor seja amplamente utilizado em abordagens ágeis e de governança de portfólio, sua essência conceitual se aproxima fortemente da noção de processo de negócio ponta a ponta, como definido na própria flexM4i. Ambos descrevem percursos organizados de entrega de valor ao cliente, integrando múltiplas áreas e conectando atividades de forma transversal.

Muitos associam processos de negócio apenas à busca por eficiência ou controle interno — o que é uma visão limitada e desatualizada. As abordagens modernas de gestão por processos (BPM) enfatizam que processos ponta a ponta devem ser desenhados a partir da perspectiva do cliente, com foco na entrega de valor e na superação das barreiras organizacionais.

A distinção entre os termos fluxo de valor e processo de negócio também reflete suas origens conceituais distintas:

  • Os fluxos de valor têm origem no Lean Thinking, com foco na eliminação de desperdícios e no alinhamento entre atividades e valor gerado para o cliente — originalmente em contextos produtivos, mas progressivamente estendidos a domínios como serviços, software e inovação;
  • Já os processos de negócio, oriundos da tradição da gestão por processos (BPM), carregam inicialmente uma preocupação com eficiência, controle e repetibilidade — mas evoluíram para incluir orientação ao cliente, transversalidade e aprendizado organizacional.

Por isso, quando autores ou práticas ágeis propõem fluxos de valor como “superação” da lógica de processos, é importante lembrar que parte dessa crítica recai sobre uma versão simplificada e funcionalista da gestão por processos, e não sobre sua forma mais avançada.

Na prática, muitas organizações que estruturam seus portfólios por fluxos de valor estão, de fato, priorizando processos ponta a ponta com foco externo. A flexM4i recomenda que essa convergência seja reconhecida e usada para integrar as abordagens, e não para contrapô-las de forma estanque.

Acesse a definição de processo ponta-a-ponta no glossário.

Procedimentos e apoio do chatGPT

Foi utilizada a versão mais recente do ChatGPT-4o, com funcionalidades aprimoradas de análise e geração textual.

Preparação antes da interação com o ChatGPT

Antes de iniciar a colaboração com o ChatGPT, o autor já havia estudado em profundidade os conceitos relacionados a estruturas organizacionais, modelos de maturidade de PMOs e práticas emergentes como VDOs, xMOs e fluxos de valor. Também foram recuperados conteúdos existentes na flexM4i — especialmente a seção sobre PMO, o glossário de processo ponta a ponta e a seção sobre PSS — e imagens conceituais previamente esboçadas pelo autor. Além disso, foram consultados previamente documentos fundamentais, como a 7ª edição do PMBOK (PMI, 2021) e o artigo acadêmico de Moghaddasi et al. (2025), cuja leitura detalhada embasou parte significativa da argumentação.

Trabalho interativo com o ChatGPT

A elaboração desta seção contou com um processo iterativo estruturado entre o autor e o modelo ChatGPT, distribuído ao longo de 8 horas, 65 interações e aproximadamente 93 páginas geradas de conversa. O conteúdo foi desenvolvido a partir de uma sequência de decisões autorais — incluindo definição do sumário, escopo de tópicos, estrutura de argumentação e estilo de apresentação textual.

O ChatGPT foi utilizado como apoio redacional e analítico, contribuindo com sugestões de estrutura, rascunhos de texto, análise de fontes, verificação cruzada de consistência argumentativa e proposição de comparações conceituais (como entre o modelo de Moghaddasi e o modelo de Hill). Em vários momentos, o autor compartilhou trechos extraídos diretamente do PMBOK e do artigo base, solicitando que o ChatGPT os analisasse antes de propor qualquer formulação. Quando necessário, foram feitas buscas internas nos arquivos para localizar definições, citações exatas e trechos conceitualmente relevantes.

O desenvolvimento da seção foi realizado com foco na clareza conceitual, na adequação prática ao contexto da inovação e na articulação com os conteúdos já consolidados da flexM4i. Após definir um sumário preliminar, o autor coordenou a redação colaborativa de cada tópico e subtópico, refinando a estrutura à medida que novas demandas e conexões surgiam. Em particular, foram criados elementos comparativos entre VDOs e PMOs avançados, entre diferentes tipos de xMO, e entre fluxos de valor e processos ponta a ponta — com o ChatGPT contribuindo para estruturar quadros, tabelas e notas explicativas.

A redação final dos textos foi feita sempre sob orientação crítica do autor, que interveio diretamente na escolha de termos, na formulação de argumentos e na reescrita de trechos para garantir alinhamento com a abordagem conceitual da flexM4i. Nenhuma seção foi gerada de forma automática; todas passaram por ciclos iterativos de sugestão, revisão, tensionamento e decisão editorial.

Além do texto, a seção também incorporou figuras explicativas elaboradas pelo autor com base em modelos conceituais, posteriormente descritas e comentadas pelo ChatGPT. Foram feitas análises de convergência e divergência entre modelos, e propostas formulações autorais originais, como o mapeamento entre os estágios do VDMM e os níveis do modelo de Hill.

Durante todo o processo, foi solicitado que o ChatGPT adotasse uma postura crítica, evitando concordar automaticamente com as hipóteses do autor. Em diversas ocasiões, o modelo sugeriu contrapontos ou caminhos alternativos, que foram avaliados com discernimento e, quando pertinentes, incorporados com ajustes. A edição final foi feita manualmente pelo autor da flexM4i, com conferência de todas as fontes e consistência entre os blocos de conteúdo.

Referências

Hill, G. M. (2013). The Complete Project Management Office Handbook (3rd ed.). CRC Press.

Moghaddasi, A., Ahmadi, M., & Kalantar, M. (2025). Redefining project management: Embracing value delivery offices for enhanced organizational performance. International Journal of Project Management.

PMI. (2021). A guide to the project management body of knowledge (PMBOK® guide) – Seventh edition. Newtown Square, PA: Project Management Institute.

Project Management Institute & PwC. (2021). The evolution of PMOs: Delivering value through xMOs. PMI Research Report. Recuperado de https://www.pmi.org/learning/library/evolution-pmos-delivering-value-xmos-13090

Scaled Agile Inc. (2023). SAFe 6.0 Framework. Retrieved from https://www.scaledagileframework.com/ 

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