Gerenciar ecossistema de inovação ocorre antes, durante e depois da execução de projetos, como mostra a figura anterior do framework, tais como (trazemos somente alguns exemplos):

• entrar em contato com hubs de inovação para encontrar startups, que possam contribuir para a execução do projeto; 
• conectar com startups para se realizar provas de conceitos;
• desenvolver um novo negócio, que necessite de parceiros do ecossistema;
• buscar fundos de venture capital (no caso de projetos disruptivos que resultam em spin offs) ou agências de fomento para apoiar inovações; 
• licenciar patentes;
• realizar merge & acquisitions.

Essas atividades estão associadas a mecanismos e práticas de inovação / empreendedorismo corporativo & intraempreendedorismo.

Dentro dos projetos provavelmente são realizadas atividades relacionadas com o gerenciamento do ecossistema de inovação.

O conceito de ecossistema de inovação expandiu a ideia de colaboração para inovação inspirado na ideia de ecossistemas naturais (veja a definição de ecossistema no glossário).

Como sintetizamos na nossa seção sobre ecossistema de inovação, …

ecossistema de inovação é  um conjunto, em constante evolução, de atores interdependentes e heterogêneos, artefatos e atividades que: 

• possuem relações multilaterais de colaboração (complementaridade) e de competição (substituição);

• compartilham objetivos e conhecimentos;

•  focam na criação e captura conjunta de valor para stakeholders com ênfase nos clientes.

A evolução do ecossistema de inovação compreende um ciclo de vida com as fases: emergente, diversificação, convergência, consolidação e renovação

Gerenciar o ecossistema envolve planejar, criar, manter e dissolver as relações colaborativas e competitivas com esses atores, artefatos, e atividades. Muitas delas acontecem sem a nossa intervenção ou participação, pois essa é uma característica do ecossistema.

Apesar do precursor do termo ecossistema diferenciar ecossistema de inovação da abordagem de open innovation, consideramos que essas duas abordagens são complementares e que do ponto de vista prático poderiam ser utilizadas de forma integradas. Ou melhor, o ecossistema de inovação trata do “conjunto” citado na definição acima, e open innovation é uma abordagem mais ampla.

Do ponto de vista acadêmico é importante diferenciar esses termos.

Adner (2006) no seu artigo, que tornou o termo ecossistema de inovação popular, afirmou que open innovation é um dos termos que indicavam o que é ecossistema de inovação. Já em 2017, Adner apresentou a diferença entre ecossistema e outras abordagens que representam a interdependência entre empresas. Entre essas abordagens está a open innovation. Nessa nova publicação, ele diz que as questões de coordenação multilateral não fazem parte do escopo da open innovation (Adner, 2017).

O autor que criou o termo open innovation, Chesbrough, em uma publicação recente, diz que o conceito de open innovation evoluiu e não trata mais somente da colaboração entre duas empresas com o objetivo de abrir o processo interno de inovação de uma empresa focal.  A criação e gestão de comunidades de inovação torna-se cada vez mais importante para a open innovation. Esse movimento envolve as relações B2C e B2B com foco no ecossistema  (Chesbrough, 2019). Ele discute o engajamento com startups e envolvimento com investidores de risco. Chesbrough recomenda o livro do Adner (2012) sobre ecossistema por apresentar uma discussão sobre o papel de empresas, que oferecem produtos e serviços complementares, no sucesso da inovação.

Existe uma grande quantidade de evidências científicas que demonstram que a abordagem de inovação aberta traz benefícios para o desempenho empresarial (Chesbrought, 2019).

Chesbrough (2019) afirma ainda que a inovação aberta traz benefícios para toda a sociedade para disseminação e absorção das inovações, que em sua análise vai fazer com o aumento de produtividade alcance empresas de vários tipos e não somente as de maior destaque. Neste contexto, ele enfatiza que os governos possuem uma grande responsabilidade em criar as condições nas universidades, agências e entidades de fomento para que a inovação traga valor para toda a sociedade.

Existe uma abordagem que trata deste último tema conhecida como a hélice tríplice, que agrega governo, universidade e empresas para apoiar a inovação e o empreendedorismo. A wikipedia em inglês traz um artigo mais completo sobre a hélice tríplice e ainda apresenta algumas críticas sobre essa abordagem.

Atualmente é comum encontrar publicações sobre open innovation ecosystem, ou em português, ecossistema de inovação aberto. É um termo que une as duas abordagens sem necessidade, pois ecossistema é sempre aberto. Mas enfim, esse mundo da gestão precisa estar criando novidades também. 

Por causa das semelhanças, consideramos que, do ponto de vista pragmático, não precisamos diferenciar essas duas abordagens. Deixamos essa diferenciação para trabalhos mais acadêmicos.

Leia a abordagem específica sobre inovação aberta para obter uma visão ampla deste assunto

 

O gerenciamento do ecossistema envolve muitas abordagens de inovação corporativa & empreendedorismo, que hoje estão associadas à gestão da inovação. Na verdade, essas abordagens possuem mecanismos e práticas semelhantes.

Por isso, recomendamos que você leia a seção de “Articulação entre abordagens de inovação corporativa e empreendedorismo” para obter uma visão abrangente sobre este assunto.

Na próxima figura você pode localizar a seção atual. Baixe aqui o mapa de conteúdo em A3 com os  links das seções ou acesse os links depois da figura.

Figura 799 - Seções da flexM4i relacionadas com inovação corporativa & empreendedorismo (clique na figura para abrir em outra aba e para poder acessar os links das seções)

ABORDAGENS

• Articulação entre abordagens relacionadas com a inovação corporativa e empreendedorismo
• Gestão da inovação
• Empreendedorismo
• Empreendedorismo independente
  • Startups
• Inovação corporativa, empreendedorismo corporativo  e intraempreendedorismo
  • Corporate Venturing
  • Conexão com startups
• Ecossistema de inovação e de empreendedorismo
• Inovação aberta
• Hélice tríplice

PRÁTICAS  (ordem alfabética)

• Alianças estratégicas
• Análise de investimento (em desenvolvimento)
• “Área” de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D)
• Business plan (plano de negócios)
• Contratação de serviços de inovação
• Corporate  venture building (CVB)
• Corporate venture capital (CVC)
• Desafios e prêmios
• “Espaço” de inovação
• Fusões e aquisições (M&A)
• Gestão de ideias (em desenvolvimento) 
• Hackathons
• Hub de inovação
• Incubadora e aceleradora (independente)
• Incubadora e aceleradora corporativa
• Joint Venture
• Licenciamento de propriedade intelectual
• Modalidades de fomento da inovação & empreendedorismo
• Networking
• Processo de empreendedorismo independente
• “Setor” de Inovação
• Transferência de tecnologia
• Venture Capital (VC)
• Venture Building (VB)

As referências a seguir não são somente desta seção, mas de todo o capítulo da lógica da inovação .

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