Gestão da inovação
Teoria da contingênciaflexM4I > a teoria > gestão da inovação > Teoria da contingência (versão 2.4)
Autoria: Henrique Rozenfeld ([email protected])
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Introdução
Não existe uma solução única para a gestão da inovação. Este é o motivo pelo qual falamos em gestão contextual da inovação. Toda gestão da inovação deve ser voltada para um contexto específico. Portanto, apresentamos aqui a teoria da contingência, que fornece fundamentos da gestão contextual da inovação, que por sua vez traz princípios a serem utilizados na gestão da inovação.
Definições
A teoria da contingência ou teoria contingencial defende que não há nada de absoluto nas organizações ou na teoria administrativa. Tudo é relativo e depende das condições do ambiente, o contexto. As abordagens e práticas a serem aplicadas dependem dos fatores contextuais para poder atingir com eficácia os objetivos da organização.
“A essência do paradigma da teoria da contingência é que a eficácia organizacional resulta da adequação das características da organização, como a sua estrutura, às contingências que refletem a situação da organização. Contingências incluem o ambiente, o tamanho organizacional e a estratégia organizacional” (Donaldson, 2001).
Origem e premissas
A teoria da contingência começou a ser formulada em 1951, quando Fred Fiedler, pesquisador da área de psicologia, começou a explorar estilos de liderança (Miner, 2005). Fiedler formalizou a teoria de um modelo contingencial de liderança na década de 60 e 70 em algumas publicações (Fiedler, 1964, 1967, 1971).
Burns & Stalker (1961) discutiram questões contingenciais na sua teoria clássica sobre estrutura organizacional, na qual eles demonstraram que novos negócios possuem requisitos diferentes relacionados a estrutura organizacional do que organizações maduras (Sine et al., 2006)..
Paul Lawrence e Jay Lorsch, pesquisadores da área de comportamento organizacional, publicaram um livro clássico para responder a uma questão: que tipo de organização consegue lidar com várias condições econômicas e de mercado? Eles discutem os conceitos antagônicos de diferenciação e integração. A diferenciação surge das atitudes e comportamentos dos membros das diversas áreas de uma empresa, que são orientados por objetivos particulares, habilidades pessoais e sofrem influência da estrutura organizacional. A integração aqui é baseada na qualidade da colaboração entre áreas e pessoas. Discutem então os diversos mecanismos e os riscos. As propostas deles são embasadas em várias evidências, que corroboram a teoria da contingência (Lawrence & Lorsch, 1967).
Em 2001 Shenhar publicou um artigo intitulado “One size does not fit all projects: exploring classical contingency domains” (Shenhar, 2001), cuja frase inicial indica um conceito básico, que muitas vezes é esquecido por gestores de projetos. Shenhar mostrou que, de acordo com a teoria da contingência, não existe uma metodologia de gestão de projetos que serviria para todos os tipos de projetos. Como a inovação ocorre por meio de projetos, é comum usar os tipos de projetos para definir os tipos de inovação.
A premissa da teoria da contingência é que as empresas devem adaptar suas organizações e estratégias ao contexto. Essa teoria “refuta a ideia que existe um conjunto genérico e fixo de fatores de sucesso” (van der Duin & Ortt, 2020).
A teoria da contingência propõe que devemos explorar e desenvolver abordagens específicas de gestão da inovação para atender (ter “fit”) às particularidades das empresas e seus ambientes.
Não existe uma estratégia ótima para todas organizações; as escolhas estratégicas são alteradas pelos fatores contingenciais (Ortt, 2008).
Para quem estiver interessado no nível de detalhamento avançado sobre a teoria da contingência no contexto da gestão da inovação, recomendamos a leitura do capítulo 3 “From Contingency to Contextual” do livro de van der Duin & Ortt (2020) para conhecer um panorama amplo da história e as principais publicações sobre a teoria da contingência. |
Exemplos de relações contingenciais:
- A aplicação da gestão ágil de projetos (boa prática) é apropriada para inovações com elevado grau de incertezas (tipo de inovação);
- A empresa estar inserida em um ecossistema de inovação (fator de sucesso ou boa prática) facilita o desenvolvimento de inovações radicais (tipo de inovação);
- Empresas instaladas em países com inflação baixa e mais estável e impostos baixos e com poucas mudanças (fatores de sucesso) conseguem assumir mais riscos e, portanto, desenvolvem projetos de inovação mais radicais (tipo de inovação).
Cuidado com “boas práticas empacotadas” que não consideram o contexto
Comumente, a implementação de novas práticas não considera o contexto, que inclui o tipo de inovação. Isso é o que ocorre quando uma empresa contrata uma consultoria que já vem com a solução pronta para melhorar a gestão da inovação sem considerar a situação atual ou o contexto interno, assim como o externo.
Por exemplo, hoje em dia muitas consultorias já vêm com um pacote pronto para implementar a gestão ágil de projetos e a reestruturação em squads para “garantir” que a sua empresa possa inovar. Não consideram os fatores contextuais, tais como: quais objetivos e estratégias estão direcionando essa implementação; se a gestão ágil e os squads seriam apropriados para todos os tipos de inovação; se as condições culturais estão alinhadas com os princípios da gestão ágil; etc.
Mas não devemos generalizar. Existem consultorias, que adaptam e ajustam as práticas à realidade, ou seja, ao contexto dos seus clientes.
Não somos contra as novas boas práticas de gestão da inovação. Só consideramos que a sua implementação deve estar alinhada com a estratégia e o contexto. Além disso, a implementação deve conter um período de experimentação para adequação ou mesmo pivoteamento, caso os resultados não sejam satisfatórios.
Há variações de implementação que ainda trazem um diferencial, pois não aplica a prática “by the book”, ou seja, seguindo estritamente o que a prática documentada “prescreve”. Essa é a riqueza da gestão da inovação. Os responsáveis pela implementação precisam ter repertório (que só se adquire com experiência) e devem considerar os fatores contextuais para criar uma forma específica de implementar uma prática em uma empresa, que resulta em um diferencial competitivo.
Existem boas práticas de inovação que podem contribuir para o sucesso da gestão da inovação, mas elas devem ser analisadas e adaptadas para cada caso, ou seja, os fatores contextuais devem influenciar sua adoção ou não.
Dessa forma, a empresa aprimora suas capabilidades dinâmicas, que trazem um diferencial competitivo. Só aplicar uma boa prática “by the book” contribui para construir capabilidades ordinárias. São importantes e até essenciais, pois estabelecem um patamar mínimo de excelência. Porém, só implementar práticas que se tornam capabilidades ordinárias não trazem um diferencial competitivo.
Leia mais sobre isso na seção “Gestão da inovação e capabilidades da empresa” deste capítulo. |
Contexto é dinâmico e exige que as práticas mudem
O contexto muda constantemente por causa de fatores exógenos (causas externas), devido aos resultados de inovações (“Iniciativas de inovação podem transformar / atualizar os fatores contextuais”) ou a partir do conhecimento do potencial de sucesso de boas práticas de gestão da inovação (ilustrado na próxima figura). As mudanças do contexto são refletidas nos fatores contextuais da empresa.
Figura 573: Ciclo de causa e efeito da relação entre fatores contextuais e gestão da inovação
Proposição (externa) de novas práticas
Novas práticas são propostas constantemente, assim como relatos de sua aplicação e sucesso no ambiente externo da empresa, a partir de muitas fontes tais como:
- Estudos e publicações
- Blogs, vídeos, podcasts e chatbots
- Benchmarking e eventos
- Consultorias e cursos
- Ecossistema
- Repertório de gestores
- Corpos de conhecimentos, modelos de referência, metodologias e toolboxes
- Experimentações
Essas fontes são descritas na seção “Fontes de conhecimento para a gestão da inovação” |
Decisão de implementação da prática
Os gestores, ou qualquer pessoa na empresa, podem propor a implementação de uma nova prática a partir do conhecimento das práticas propostas externamente ou por meio da criação interna de uma nova prática. Essa proposição interna pode ser baseada em insights das pessoas e a empresa pode experimentar para se diferenciar dos seus competidores.
A proposição vinda de qualquer pessoa ocorre em ambientes que praticam o intraempreendedorismo.
Em um certo momento, a empresa toma a decisão de implementar e/ou experimentar
Influência da tipologia de inovação da empresa
Segundo a teoria da contingência, as empresas devem se adaptar ao contexto. Não existe o one-size-fits-all, ou seja, não existem soluções universais que servem para qualquer tipo de inovação.
A aplicação das boas práticas é influenciada pela tipologia de inovação. Ou seja, a tipologia de inovação “determina limites” e guia a aplicação das boas práticas. Somente algumas práticas devem ser aplicadas para um tipo de inovação.
Por exemplo, a inovação em marketing de um novo tipo de campanha nas mídias sociais necessita da aplicação de práticas de inovação diferentes da inovação incremental na funcionalidade de um produto eletrônico. A inovação mais radical de um modelo de negócio visando a “venda do uso do produto” por meio de uma assinatura (servitização tornando o negócio um PSS) exige a aplicação de práticas distintas se comparadas com as práticas de desenvolvimento dos produtos.
A empresa precisa definir uma tipologia de inovação, ou seja, quais os tipos de inovação que diferenciam quais práticas devem ser aplicadas
Na verdade, uma tipologia para se determinar quais as práticas a serem utilizadas é uma das tipologias que a empresa precisa definir. Para a gestão de portfólio, a empresa precisa definir outra tipologia com o objetivo de distribuir de forma equilibrada os seus investimentos. Leia mais sobre isso na seção “Tipologias de inovação”. |
Nova configuração / estrutura de inovação
A adequação às mudanças dos fatores contextuais resulta na incorporação de novas práticas. Essas novas práticas podem ser adaptações de práticas já aplicadas, desenvolvimento interno de novas práticas ou implementação de práticas propostas externamente, como aquelas citadas anteriormente.
Dessa forma, a empresa cria uma nova configuração para gestão da inovação. A nova configuração pode resultar da “estruturação da gestão da inovação”.
A configuração da gestão da inovação representa os elementos do negócio (processos; estrutura organizacional e cultura; pessoas com suas competências, repertórios e mentalidades; sistemas de informação e recursos) e suas relações, que executam a gestão da inovação. Na flexM4I utilizamos como sinônimos, os termos configuração e estruturação da gestão da inovação como a atividade de mudança. |
Resultados na inovação
A nova configuração da gestão da inovação obtém resultados, mensurados por meio do desempenho das ofertas no mercado (produtos e serviços) e da empresa (lucratividade, market share etc.). A eficiência e eficácia da aplicação das novas práticas também podem ser mensuradas por meio de outros indicadores ou de forma combinada com os indicadores citados.
Esses resultados podem indicar o sucesso da aplicação de novas práticas, que passam a fazer parte do contexto, como apresentado no tópico “iniciativas de inovação podem transformar / atualizar os fatores contextuais”.
Resultados não satisfatórios também causam mudanças nos fatores contextuais, que implicam em uma busca por mudanças (transformações ou melhorias) na gestão da inovação. Ou seja, implementação de novas práticas.
Neste ponto voltamos para o início da descrição desta dinâmica, ou seja, é um ciclo.
A mudança no contexto exige que as práticas de inovação a serem aplicadas também mudem.
Essa é a “jornada sem fim” da inovação. Esse ciclo de relações de causa e efeito é denominado de feedback loop (ciclo de retroalimentação) na teoria da dinâmica de sistemas.
A dinâmica apresentada mostra que as empresas não podem deixar de incorporar novas práticas de gestão da inovação, assim como adaptar sua aplicação para cada tipo de inovação.
A teoria da contingência é a base teórica que fundamenta a gestão contextual da inovação.
< 2. Características da gestão da inovação
< 3. Gerações da gestão da inovação (para leitores do nível avançado)
Referências
Essas referências estão relacionadas a todo o conteúdo do capítulo “gestão da inovação” e não serão divididas por seção ou página na web. Em todas as páginas deste capítulo repetimos a mesma lista de referências.
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