Gestão da inovação
Gestão da inovação e capabilidades da empresaAutoria: Henrique Rozenfeld ([email protected]) e revisada por Raoni Barros Bagno ([email protected])
Conteúdo desta página
- 1 Mapa do capítulo para localizar esta seção
- 2 Capabilidades essenciais - um paradoxo
- 3 O que são capabilidades dinâmicas e ordinárias?
- 4 Cenários de combinação das capabilidades com a gestão da inovação
- 5 Quais são as capabilidades dinâmicas e ordinárias para inovação?
- 6 “Espírito empreendedor” e o aprendizado
- 7 E então?
- 8 Referências
Mapa do capítulo para localizar esta seção
Abaixo segue o mapa deste capítulo para você entender a ligação entre as seções e para localizar a seção atual. Clique na figura para ver uma versão em pdf que você pode baixar. Ao clicar nas caixas, você será direcionado para as seções correspondentes.
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Se desejar, acesse a descrição resumida de cada seção no tópico “Mapa deste capítulo e descrição das seções” da introdução deste capítulo.
Capabilidades essenciais - um paradoxo
Paradoxo: as capabilidades essenciais podem se tornar a rigidez da empresa
Com essa rigidez, as oportunidades para obtenção de novas competências são negligenciadas pelos executivos ou até mesmo subestimadas. Em muitos casos, quando essa rigidez torna-se arraigada nas empresas, remover essas barreiras frequentemente requer mudanças das pessoas de nível executivo (TIDD & BESSANT, 2018).
No caso da transformação digital, algumas empresas estão treinando os seus executivos para que eles conheçam quais são as novas tecnologias e quais são os potenciais que elas trazem para melhoria do negócio atual e futuro. Dessa forma, essas empresas procuram quebrar a rigidez sem substituir as pessoas.
Consideramos que o conceito das capabilidades essenciais na prática foi substituído pelo de capabilidades dinâmicas, como mostramos a seguir. Na academia esses termos ainda são distintos, pois utilizam diferentes constructos teóricos. Como o próprio nome diz, elas são dinâmicas porque incluem a habilidade de reconfigurar, redirecionar e transformar as competências essenciais.
Nota: observe uma inconsistência entre o uso do termo capabilidade e competência. Consulte o glossário para esclarecer qual a diferença. Porém, muitas vezes o termo “capabilidade” é traduzido como competência, capacidade ou mesmo capacitação, o que não consideramos correto, como explicamos na nota do verbete sobre capabilidade no glossário. |
O que são capabilidades dinâmicas e ordinárias?
As empresas possuem capabilidades ordinárias e precisam desenvolver as capabilidades dinâmicas, se quiserem ser competitivas. Seguem as definições:
Capabilidades ordinárias envolvem o desempenho de funções administrativas, operacionais e de governança, normalmente por meio de rotinas mais ou menos eficientes, que são (tecnicamente) necessárias para realizar seus processos (TEECE, 2014; TEECE, 2018).
Exemplos de capabilidades ordinárias (ver uma lista mais extensa aqui):
- inovação na implementação de práticas (existentes e de excelência) que aumentem a velocidade, qualidade e eficiência dos processos atuais
- coletar continuamente informações de desempenho e analisá-las contra metas de curto e médio prazo
Capabilidades dinâmicas compreendem as habilidades de “reconfigurar, redirecionar, transformar e moldar adequadamente e integrar competências existentes com recursos e estratégias externas e ativos complementares para enfrentar os desafios de um mundo de concorrência e imitação pressionado pelo tempo e em rápida mudança” (TEECE et al., 2016; TEECE, 2014).
Exemplos de capabilidades dinâmicas (ver uma lista mais extensa aqui):
- excelência em experimentação e aprendizagem
- desenvolvimento de conjecturas sobre: a evolução das preferências dos consumidores; problemas de negócio; evolução e tendências da tecnologia
Na figura a seguir ilustramos os tipos de capabilidades dinâmicas e as relações com as capabilidades ordinárias. Leia mais sobre essa figura na seção “capabilidades dinâmicas e ordinárias”
As capabilidades dinâmicas são divididas em três categorias:
- sensing (sentir),
- seizing (aproveitar) e
- transforming (transformar);
e em dois níveis:
- capabilidades de alto nível e
- “microfundamentos” (TEECE, 2018).
Figura 329: as capabilidades dinâmicas de alto nível, seus microfundamentos e as relações com as capabilidades ordinárias
A gestão da inovação é bem abrangente e por isso vamos considerá-la como um conjunto de princípios e práticas, que podem ser consideradas capabilidades dinâmicas e/ou ordinárias.
As capabilidades ordinárias podem ser codificadas e aprendidas por meio de melhores práticas. No passado elas até poderiam ser consideradas boas fontes de vantagens competitivas na medida em que sua difusão era lenta e o acesso ao conhecimento a elas associado poderia ser dificultado. Porém, com a drástica redução de barreiras de acesso ao conhecimento, essas capabilidades são uma fonte cada vez menos confiável de vantagens competitivas, mesmo quando são consideravelmente complexas.
As capabilidades dinâmicas relacionam-se com a inovação mais radical e são difíceis de serem imitadas, o que traz uma vantagem competitiva. Quando as capabilidades dinâmicas (um conhecimento tácito e proprietário, que traz um diferencial competitivo), se tornam de domínio público, disponível em livros, consultorias, escolas de engenharia e de negócios, elas se transformam em capabilidades ordinárias (TEECE, 2014).
Por exemplo, a aplicação da qualidade total (TQM – total quality management) trouxe um diferencial competitivo para muitas empresas no passado. O TQM nunca foi algo trivial (mesmo hoje em muitos contextos) e exigia esforço considerável de interpretação, ajuste e implantação. Em um primeiro momento, era sim algo inovador na realidade gerencial das empresas e um diferencial competitivo para as que se alinhavam primeiro.
O TQM era difundido por consultorias, auditorias, normas, livros etc. Nessa época, muitas empresas do mundo dito ocidental, procuravam ser imitadores de práticas consolidadas [principalmente] em empresas japonesas. Articular a abordagem deTQM, como um diferencial competitivo de inovação em processos, foi uma capabilidade dinâmica. Era para a busca de excelência operacional por meio da qualidade, mas também do lançamento de produtos sem defeitos, o que era um diferencial naqueles tempos.
Um dos princípios do TQM, “o cliente é Rei. Não se permitir servi-lo se não com produtos de qualidade” (Wikipédia), hoje em dia é óbvio, mas naquela época direcionou muitas inovações. Hoje a qualidade é uma base mínima para empresas de alguns setores, como o automotivo.
Depois de um tempo, os princípios e práticas de TQM foram disseminados e muitas empresas passaram a aplicar a mesma abordagem. Algumas até com variações, como o six sigma, que introduziu novos princípios e práticas. Assim, essa abordagem tornou-se uma capabilidade ordinária. Lógico que ainda existem empresas que não atingiram este nível de evolução. Elas precisam aplicar as práticas de TQM para melhorar o seu desempenho para permanecer no mercado. Porém, dificilmente a aplicação dessa prática traz hoje um diferencial competitivo de nível elevado (veja os níveis citados na introdução do próximo tópico “cenários de combinação das capabilidades com a gestão da inovação”). Já é considerada um patamar mínimo para alguns tipos de sistemas de produção de algumas empresas.
Se uma empresa estiver em um mercado regional ou mesmo nacional, no qual as outras empresas ainda não aplicaram essa abordagem, a aplicação de TQM resulta em um diferencial competitivo. Mas ela não conseguirá competir globalmente somente com base nessa abordagem. Ela deverá buscar capabilidades dinâmicas, que permitam, por exemplo, integrar os princípios do TQM com a indústria 4.0. Essa integração é uma capabilidade dinâmica, que pode trazer um diferencial competitivo (temporário até outras empresas seguirem pelo mesmo caminho).
A empresa que desejar ter um diferencial com relação aos seus competidores, deve possuir as capabilidades dinâmicas para sempre se reinventar e criar inovações radicais e disruptivas. Mais uma vez afirmamos que a inovação é uma jornada sem fim.
Se você desejar conhecer um pouco mais sobre este assunto, leia a seção “capabilidades dinâmicas e ordinárias” do repositório de abordagens e práticas de inovação. |
Cenários de combinação das capabilidades com a gestão da inovação
As empresas devem possuir ambas as capabilidades, o que nem sempre ocorre.
Paulo Figueiredo e outros autores propõem, em seu livro “Imperativo do fortalecimento da competitividade industrial no Brasil: evidências em nível de empresas” (Figueiredo et al., 2018 apud IED 2019), uma escala de inovação, que pode estar associada a uma evolução de níveis de maturidade, na qual o nível inicial (1) é chamado de “capacidade de operação”.
Este nível corresponde a capabilidade “de implementar atividades operacionais básicas que garantem um funcionamento mínimo da organização com base em padrões locais / regionais de eficiência, qualidade, confiabilidade e segurança” (Figueiredo et al., 2018 apud IED 2019). Veja que essa descrição é semelhante à definição de capabilidades ordinárias.
A partir deste nível 1, a empresa pode inovar, passando pelos seguintes níveis de capabilidade inovadora: 2. básica; 3. intermediária; 4. avançada; e 5. liderança mundial.
Os três cenários apresentados a seguir são uma discussão qualitativa de casos em que empresas podem dar preferência a um tipo de capabilidade em detrimento a outro; ou elas podem procurar um equilíbrio entre as duas capabilidades.
Cenário 1: a empresa possui capabilidades dinâmicas e somente algumas capabilidades ordinárias
Nessa figura ilustramos que a gestão da inovação incorporou os princípios e práticas das abordagens de inovação que trazem um diferencial competitivo. Elas consistem, portanto, em capabilidades dinâmicas. A gestão da inovação também abrange princípios e práticas consolidadas em rotinas. As capabilidades ordinárias, se não estiverem consolidadas e não forem praticadas, podem comprometer a gestão da inovação.
É o caso de startups, que conseguem inovar e se realinhar (pivotar) conforme novos rumos sejam definidos, após a experimentação para validação de hipótese de valor ou mercado (capabilidades dinâmicas). As startups já nascem inovando e não possuem as capabilidades ordinárias, pois obviamente ainda não possuem rotinas administrativas, operacionais e de governança.
Somente depois da comprovação do market fit e passando o vale da morte e o abismo da inovação, elas precisam considerar a aplicação de práticas que resultem em capabilidades ordinárias.
Em algumas rodadas de investimento e no momento de exit (se ela for adquirida em um processo de M&A), ela passa pela due diligence (diligência prévia). Já necessita para isso um pouco de capabilidades ordinárias. Se a startup crescer (que é o objetivo), mais e mais capabilidades ordinárias são necessárias para ela conseguir crescer com padrões de eficiência, qualidade, confiabilidade e segurança.
Figura 330: representação qualitativa da gestão da inovação de uma empresa que possui capabilidades dinâmicas, mas poucas capabilidades ordinárias, que podem sustentar o crescimento
Cenário 2: a empresa só possui capabilidades ordinárias
Estamos falando aqui de empresas estabelecidas que desejam aumentar o seu nível de excelência em inovação. É difícil que uma empresa consiga inovar se ela ainda não aplica as práticas que definem a suas capabilidades ordinárias.
Essa não é uma condição para startups. Lógico que essa discussão é condicionada ao segmento e tipo de oferta, pois em alguns segmentos (como o médico), mesmo sendo startup, a empresa precisa seguir regulamentações. Elas precisam homologar produtos, o que exige capabilidades ordinárias. |
Representamos essa situação na figura abaixo. No entanto, muitas empresas nem atingiram este nível básico de possuir as capabilidades ordinárias. Elas devem então começar a construir a base para evoluir e aumentar a sua competitividade. Após atingir o nível de maturidade de domínio das capabilidades ordinárias, ela poderia evoluir e adquirir capabilidades dinâmicas.
Essa é a situação de muitas empresas instaladas no Brasil. Elas estão acomodadas com a situação atual, todos estão na zona de conforto e focam somente em inovações incrementais. Não se sentem ameaçadas. Talvez ela consiga competir em um mercado local, mesmo assim por um tempo até ser ameaçada por uma empresa que compete globalmente e pode, por exemplo, da China ameaçar o seu negócio no Brasil.
Figura 331: representação qualitativa da gestão da inovação de uma empresa que não possui capabilidades dinâmicas, mas somente capabilidades ordinárias
Cenário 3: a empresa possui capabilidades dinâmicas e em equilíbrio com capabilidades ordinárias necessárias (melhores práticas)
Quando essas empresas obtiverem capabilidades dinâmicas únicas que trazem um diferencial competitivo e, ao mesmo tempo, praticarem com excelência os fundamentos da gestão da inovação, por meio das capabilidades ordinárias, ela obtém um grande potencial de inovação. Ela pode desenvolver inovações radicais ou disruptivas e, assim, suas soluções podem se tornar plataformas que outras empresas desejam usar até o ponto de se tornar um novo design dominante.
Por exemplo, a Apple com o iPhone criou o Smartphone, que hoje é um padrão no mercado de celulares. Outras empresas, como a Samsung, possuem ecossistemas competitivos (com o Android da Google, por exemplo) e dominam mercados amplos de baixo poder aquisitivo. Porém, a Apple domina no mercado de celulares premium de alto desempenho.
As capabilidades ordinárias necessárias são aquelas consideradas melhores práticas, que apoiam o desenvolvimento e exploração de inovações, que podem ser manifestações tangíveis das capabilidades dinâmicas de uma empresa.
As capabilidades dinâmicas apresentam um diferencial competitivo; é algo intrínseco à realidade e maturidade da empresa. Portanto, é difícil trazer exemplos, que não sejam os genéricos, que são parte da definição (“… as habilidades de “reconfigurar, redirecionar, transformar e moldar …”). A maior parte dos exemplos de capabilidades dinâmicas são genéricos (veja o link no final deste tópico). Se uma capabilidade dinâmica chegar ao ponto de ser citada, significa que alguém pode tentar imitar.
Um exemplo é a Google, que possui cultura, liderança e capacidade tecnológica para inovar constantemente. De dentro da Google surgiram inovações, que hoje são grandes negócios, como a AWS, que hoje domina o mercado de computação na nuvem as a service. Hoje em dia, a Google tem o potencial de desdobrar inovações a partir de tecnologias radicais criadas pela empresa X (https://x.company/), que define novas plataformas para manter um crescimento constante da empresa (ou criar outras empresas).
Figura 332: representação qualitativa da gestão da inovação de uma empresa que possui um equilíbrio entre as capabilidades dinâmicas e as ordinárias
A busca deste equilíbrio é uma das condições para a empresa se tornar inovadora.
Acesse na seção específica sobre capabilidades dinâmicas e ordinárias: |
Quais são as capabilidades dinâmicas e ordinárias para inovação?
Veja os exemplos de capabilidades dinâmicas voltadas para inovação. Elas são genéricas, pois se conseguíssemos listar todas as possíveis práticas, não trariam um diferencial. Além da quantidade de práticas ser grande, lembre-se que não existe o one-size-fits-all.
Hoje existem empresas que estão se diferenciando e, conforme esses casos sejam de conhecimento público, essas práticas começam a ser difundidas e adotadas por outras empresas. Mas será que as condições de uma empresa que obteve sucesso, existem em outras empresas que adotam as mesmas práticas?
Além disso, de acordo com a discussão do tópico “como articular a gestão da inovação como as demais abordagens?”, a empresa que deseja ser inovadora deve estar continuamente experimentando as novas abordagens de gestão, sem esquecer das práticas consolidadas, que constituem as capabilidades ordinárias.
Consideramos que o caminho para se obter as capabilidades dinâmicas passa pela excelência nas capabilidades ordinárias. No entanto, isso depende do estágio de evolução do negócio.
Por exemplo, no estágio de evolução de um negócio conhecido por “criação" (“momento startup” de uma empresa existente - estabelecida), não se pode pensar em eficiência e sim em criar e testar algo de valor para os stakeholders (principalmente para o cliente / usuário) para confirmar suas hipóteses de valor e de mercado. Depois de atingir a maturidade, as capabilidades ordinárias devem ser suficientes para se realizar inovações incrementais com o objetivo de se obter excelência operacional. Porém, se surgirem novas tecnologias, como as da indústria 4.0 , as capabilidades ordinárias não vao apoiar o aumento da excelência operacional por meio dessa tecnologia. É necessário adquirir capabilidades dinâmicas para dominar a nova tecnologia.
“Espírito empreendedor” e o aprendizado
- a tomada de risco,
- inovação
- proatividade
- autonomia e
- agressividade competitiva.
Uma cultura de inovação / empreendedora apropriada dá origem ao espírito empreendedor em toda organização que se reflete no comportamento empreendedor das pessoas (próxima figura).
Figura 802: relação entre cultura de inovação / empreendedora, espírito empreendedor e comportamento empreendedor
Por essa razão, a cultura inovadora / empreendedora é tão importante na gestão da inovação e compõe um dos principais vetores para a construção da capabilidade de inovação.
Aprender contribui para melhorar a capabilidade de inovação
Um fator determinante para gerar novas capabilidades de inovação é o aprendizado que ocorre durante a gestão de inovação.
- Aprende-se quando se monitora, se analisa e se entende qual a situação atual e tendências do contexto interno e externa;
- Aprende-se durante a validação de hipóteses de valor e mercado nas fases iniciais da inovação com base na experimentação de POCs e MVPs de vários níveis de abstração e por meio do contato com clientes em potencial (veja o tópico sobre a comparação entre POC, MVP e protótipos);
- Nas fases de detalhamento outros protótipos são testados. São protótipos virtuais ou funcionais, que retratam com maior fidelidade as características do produto e/ou serviços;
- Durante a implementação, ocorrem novos aprendizados baseados na experiência adquirida. Principalmente com os primeiros defeitos;
- O trabalho com parceiros do ecossistema é uma outra fonte de aprendizado. Em alguns casos, o contato com startups e parceiros tecnológicos contribui para o aprendizado dos colaboradores da nossa empresa. A convivência com esses parceiros pode influenciar a cultura organizacional.
- Na fase de uso (MOL – middle of life – veja o tópico “ciclo de vida das ofertas” na seção “inovação e sustentabilidade”) ocorre o monitoramento das ofertas, que é outro momento de aprendizado.
- Quando o produto retorna e é, por exemplo, remanufaturado ou reutilizado para entrar em um novo ciclo de uso, ocorrem novos aprendizados.
O mais importante são as pessoas e a cultura
Vimos na visão sistêmica, que os elementos básicos para se conseguir inovar são:
- pessoas competentes, motivadas, com mentalidade inovadora (entre outras características) e
- cultura organizacional orientada à inovação
A gestão da inovação deve sempre promover o aprendizado individual e coletivo.
Esses são elementos essenciais das capabilidades dinâmicas e ordinárias necessárias para se inovar. O gerenciamento das capabilidades e, principalmente, a aquisição de novas capabilidades criam o potencial para a inovação no futuro. Vamos explorar esses conceitos no final deste capítulo.
O aprendizado está relacionado com a gestão do conhecimento, que você pode consultar no tópico “gestão da inovação e gestão do conhecimento”.
E então?
Na flexM4I você tem a possibilidade de conhecer algumas das abordagens de inovação consagradas e outras que são básicas e essenciais, mas que “saíram da moda” e, por isso, muitas empresas esquecem desses fundamentos.
Para sua empresa obter um diferencial competitivo, ela precisa adotar as boas práticas e constantemente experimentar novas combinações resultantes da criatividade do seu pessoal.
Lembre-se que a inovação é uma jornada sem fim.
Assim, na próxima seção trazemos recomendações de como você pode estruturar a gestão da inovação da sua empresa.
Referências
Essas referências estão relacionadas a todo o conteúdo do capítulo “gestão da inovação” e não serão divididas por seção ou página na web. Em todas as páginas deste capítulo repetimos a mesma lista de referências.
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