Estratégias, Objetivos e Indicadores
Propósito e planejamento estratégicoflexM4I > a teoria > estratégias, objetivos e indicadores > Propósito e planejamento estratégico (versão 2.0)
Autoria: Henrique Rozenfeld (roz@usp.br)
Esta seção trata do “Propósito e planejamento estratégico” no contexto da gestão da inovação. Para conceitos mais gerais, consulte a abordagem de planejamento estratégico.
O propósito de uma organização orienta, motiva as pessoas, os stakeholders e atrai talentos. O posicionamento deriva das estratégias genéricas e já é um tipo de inovação. As inovações podem ser derivadas do posicionamento estratégico em um caminho de cima para baixo. Mas orientadas pelo propósito, dentro de um clima e cultura apropriados, muitas inovações surgem de baixo para cima.
Propósito e inovação
Para ser inovadora a empresa deve ter um propósito (veja a definição no glossário) para que as pessoas estejam motivadas e também para atrair novos talentos. As estratégias devem estar alinhadas com o propósito e são definidas com base na análise dos contextos externo e interno citados no tópico anterior e que são levantadas pelos processos da categoria “rastrear, monitorar e analisar o contexto externo”, apresentados na “lógica da inovação”.
O propósito deve ser direcionado para a entrega de valor social e ambiental. Alguns autores falam da importância de se ter um propósito, no lugar da missão e visão que são praticados por muitas empresas. O argumento a favor de se usar propósito é válido hoje em dia, devido à distorção do uso da missão pelas empresas, ou seja, as empresas definiam missões sem pensar em um benefício para a sociedade como um todo (há exceções).
Um exemplo de propósito é o da da Google “Nossa missão é organizar as informações do mundo para que sejam universalmente acessíveis e úteis para todos”. Mas alguns autores chamam este propósito de missão. Ou seja, se a missão incluir uma visão do benefício para a sociedade, não precisa ser chamada de propósito.
Em um artigo na web, o autor afirma que esse propósito é uma pequena parte do que direciona os funcionários da Google. Ele afirma que um funcionário disse “realmente a empresa está trabalhando em coisas que literalmente estão mudando o mundo. Mas a maior parte das pessoas está aqui para fazer dinheiro”. Eles demonstram isso com base na avaliação de que 90% das receitas da Google vêm de anúncios.
Segundo Whittington et al. (2020) o propósito é definido de quatro formas:
- missão: descreve para os colaboradores e stakeholders porque a empresa existe
- visão: descreve qual é o futuro que a empresa deseja alcançar
- valores: comunica os princípios que guiam as estratégias e a forma como a empresa deve operar
- objetivos: resultados específicos que se pretende atingir
Consideramos que essas 4 formas trazem um pouco de confusão, pois todos os níveis de descrição poderiam ser considerados propósito. Cada empresa deve adotar o sistema que mais se adeque a sua história e terminologia, desde que os elementos mínimos estejam alinhados e presentes. Mais a frente, mostraremos o que vamos adotar na flexM4I, quando indicaremos o que julgamos como mínimo.
Planejamento estratégico
Este tópico tece considerações do planejamento estratégico no contexto da gestão da inovação. Conheça os grupos de atividades de planejamento estratégico na seção específica sobre planejamento estratégico.
A inovação já nasce no planejamento estratégico (caminho de cima para baixo) e deve estar alinhada com o surgimento de oportunidades, desafios e ideias de baixo para cima, que podem resultar em novas estratégias ou mudanças no direcionamento estratégico..
Veja na seção específica sobre planejamento estratégico, os grupos de atividades de planejamento.
Uma estratégia deve ser considerada uma hipótese a ser testada no mercado, contra outras tecnologias, de acordo com as regulamentações e competidores. Assim como o design de um produto precisa evoluir para permanecer competitivo, as estratégias de inovação também precisam evoluir. O processo de planejamento estratégico envolve experimentação contínua, aprendizado e adaptação (Pisano, 2015).
Posicionamento estratégico é um objeto de inovação
As ações necessárias para implementar essas estratégias variam de acordo com o setor. O conceito das estratégias genéricas mostra que a vantagem competitiva é uma decisão básica que direciona as ações (seção 1 deste capítulo: Vantagem competitiva e estratégias genéricas).
Em um artigo de 2011, Porter, explica que o posicionamento estratégico, que vem das estratégias competitivas genéricas, é diferente da excelência operacional, que significa realizar os processos mais rapidamente, com menos recursos e defeitos que os concorrentes..
Exemplos de estratégias competitivas genéricas:
(*1): leia mais na seção “Vantagem competitiva e estratégias genéricas” deste capítulo (*2) leia mais na seção “Planejamento estratégico” |
O posicionamento estratégico significa realizar processos diferentes ou semelhantes de uma forma diferente que os seus concorrentes (Porter, 2011).
Posicionamento estratégico envolve um conjunto de atividades do planejamento estratégico apresentado no próximo tópico.
Em uma visão tradicional, marketing era envolvido após a definição da proposta de valor com o objetivo de “vendê-la”. Isso só dá certo em economia de escassez, na qual os consumidores estão ávidos por “qualquer” oferta, como por exemplo produtos de primeira necessidade em mercados emergentes. Em mercados mais maduros, o posicionamento estratégico envolve processos e profissionais de marketing.
Segundo o nosso glossário …
“Posicionamento é a ação de projetar a oferta e a imagem da empresa para ocupar um lugar diferenciado na mente do público-alvo? O objetivo é posicionar a marca na mente dos consumidores a fim de maximizar a vantagem potencial da empresa. Um posicionamento eficaz da marca ajuda a orientar a estratégia de marketing, esclarecendo a essência da marca, identificando os objetivos que ela ajuda o consumidor a alcançar e mostrando como isso é feito de maneira inigualável. Todos na empresa devem assimilar o posicionamento da marca e usá-la no contexto da tomada de decisões.
O resultado do posicionamento é a criação bem-sucedida de uma proposição de valor focada no cliente, isto é, um motivo convincente pelo qual o mercado-alvo deve comprar determinado produto.” (Kotler & Keller, 2019)
Ou seja, o posicionamento estratégico é um dos possíveis objetos de inovação
Segundo o nosso glossário, objeto de inovação é aquilo que está sendo inovado e, portanto, determina um tipo de inovação. A nossa tipologia de inovação de referência é representada por uma matriz morfológica, que repetimos na próxima figura. Nela, o posicionamento é um dos possíveis objetos de inovação.
Figura 791: matriz morfológica da tipologia de inovação de referência com destaque para o posicionamento estratégia como um dos possíveis objetos de inovação.
O posicionamento estratégico exige ações de marketing de um lado e tem como consequência uma mudança da marca e influencia quais características o produto deve ter (como exemplifica a figura a seguir). Essa relação é mais um exemplo de que um tipo de inovação sempre ocorre com outros tipos de inovação.
Figura 792: relação de causa e efeito entre inovações de diferentes objetos de inovação para ilustrar que um tipo de inovação sempre ocorre com outros tipos de inovação
Em geral, o posicionamento inicia com a segmentação do mercado-alvo baseado nos perfis dos clientes, que é a como se inicia o desenvolvimento de uma nova proposição de valor.
Posicionamento estratégico e inovações mais radicais
Porém, no desenvolvimento de inovações mais radicais, somente após a validação de algumas hipóteses de valor e de mercado é que se consegue definir o mercado-alvo. Nesses tipos de inovações, a lógica tradicional top-down não funciona. A diretriz estratégica seria “explorem e experimentem novas oportunidades para depois definirmos estratégias mais específicas”. Lógico que várias condições têm de estar presentes para se viabilizar esse tipo de direcionamento estratégico, conforme o tipo prospector apresentado anteriormente.
Em outras palavras, o posicionamento estratégico pode não ocorrer de forma top-down, mas depois de comprovar as hipóteses de uma ideia radical ou disruptiva.
Segundo a tipología de Miles & Snow (1978) apresentada, a estratégia genérica poderia ser do tipo prospectora. Repetimos a seguir as características dessa estratégia:
- procurar explorar novas oportunidades de mercado, produtos e serviços;
- monitora o contexto interno e externo, assim como eventos que possam influenciar o desempenho;
- pode mudar o setor em que atua;
- crescimento baseado em desenvolvimento de produtos, serviços e mercados;
- tecnologia flexível e experimenta novas tecnologias;
- baixo nível de formalismo;
- foco em marketing e P&D;
- contrata pessoas de fora para alavancar conhecimentos;
- estrutura pouco formalizadas e horizontal (com poucos níveis hierárquicos);
- precisa resolver conflitos entre áreas;
- responde rapidamente a mudanças de mercado e tecnologia, mas não consegue desenvolver soluções muito eficientes;
- a capacidade de inovação protege a empresa de mudanças de mercado, mas traz os riscos de baixa lucratividade;
- desempenho e incentivos com base no marketing e P&D;
- possui flexibilidade e efetividade, mas com baixa utilização de recursos.
Veja que essa tipologia é genérica, ou seja, deve ser adaptada e complementada pelas estratégias específicas, que orientam o posicionamento estratégico.
Fatores contextuais e tipos de inovação
Já vimos várias vezes que não existe o one-size-fits-all (Shenhar, 2001). Os fatores contextuais, que são tratados em outro capítulo, determinam a gestão da inovação e também determinam a definição de estratégias de negócio e de inovação.
Veja no capítulo sobre incertezas, que em alguns setores, os negócios evoluem rapidamente ao meio de incertezas e que portanto devem priorizar inovações radicais tecnológicas, não esquecendo de praticar a ambidestria organizacional para poder extrair a lucratividade dos negócios atuais.
Uma empresa, cujo negócio está mais maduro e estável, deve procurar oportunidades de inovação na definição de novos modelos de negócio e também em inovações disruptivas.Mas aquelas empresas, cuja plataforma está crescendo rapidamente, devem focar nos seus recursos e capabilidade para expandir seus negócios (Pisano, 2015).
Essa discussão é semelhante à consideração dos estágios de evolução do negócio, constante no capítulo “o que é inovação?”.
Incertezas e gestão de risco
Incerteza é a falta de informação e conhecimentos sobre fatos futuros, que não se consegue prever (Olsson, 2007) e são inerentes de qualquer ambiente e ainda mais na inovação, que resulta em uma situação futura da empresa e do seu ecossistema.
Essas incertezas causam dificuldades em se predizer:
- custos,
- prazos para se lançar novas ofertas
- sucesso tecnológico da ofertas
- sucesso mercadológico das ofertas.
O risco é o efeito das incertezas sobre os objetivos (no nosso caso, objetivos da inovação) e deve ser mensurável.
Por isso a gestão de riscos já deve iniciar no planejamento estratégico
Leia mais:
|
No contexto da gestão da inovação e também considerando a inovação / empreendedorismo corporativo, é comum que se defina uma tese de inovação para orientar as inovações. Alguns consideram que a tese de inovação é equivalente às estratégias de inovação. Outros afirmam que é complementar, pois é mais direcionada ao corporate venturing.
Temos uma seção específica sobre tese de inovação, da qual retiramos o próximo tópico “Tese de inovação no contexto mais amplo do planejamento estratégico” que traz um mapa conceitual para relacionar os principais conceitos relacionados com o planejamento estratégico no contexto da inovação.
Tese de inovação no contexto mais amplo do planejamento estratégico
“Tese de inovação” é um jargão muito utilizado nas comunidades de inovação & empreendedorismo, que deriva do termo “tese de investimento” dos fundos de investimento. Consideramos que este termo se tornou ambíguo com a estratégia de inovação e a própria tese de investimento. Na figura a seguir, trazemos um mapa conceitual, no qual procuramos delimitar a tese de inovação perante outros termos relacionados.
Figura 798: mapa conceitual que posiciona a tese de inovação com relação a outros conceitos relacionados
Na definição de missão você pode observar, que este termo pode ser equivalente ao propósito, desde que possua as características deste último. O propósito, missão e visão orientam a definição das estratégias da empresa com base na pesquisa e análise da situação atual da empresa (quando existir) e da situação atual e futura (previsões e tendências) do negócio. Essa situação envolve PESTEL, mercado, costumes, tecnologias e avanços em modelos de negócio, como mostra a seção “rastrear, monitorar e analisar o contexto” do capítulo “lógica da inovação”, que representa a perspectiva de processos da gestão da inovação.
As estratégias da empresa podem ser desdobradas em estratégias de inovação, entre outras. As estratégias de inovação podem ser desdobradas em objetivos de inovação, dentro da lógica top-down, mas cada vez mais no contexto de intraempreendedorismo, podem surgir objetivos de inovação de baixo para cima (bottom-up), que são então alinhados e podem mudar ou adaptar as estratégias de inovação. Veja uma discussão sobre essa lógica na seção “Objetivos da inovação”.
A tese de inovação, como definida anteriormente nesta seção,
direciona as iniciativas de inovação de uma empresa. Ela define as hipóteses de valor e de mercado a serem testadas e contém as seguintes informações: porque inovar, onde inovar, quanto investir e qual a antítese. Uma tese de inovação deve estar alinhada com a estratégia da empresa.
A tese de inovação deve conter uma descrição sucinta do porque inovar, quanto investir e onde inovar. Os templates propostos para se obter uma tese de inovação contém informações redundantes com aquelas levantadas para se realizar o planejamento estratégico. Por isso é que alguns autores tratam como equivalentes a estratégia de inovação (não é a estratégia do negócio, mas sim a parte da estratégia do negócio voltada para inovação).
No entanto, como hoje em dia a estratégia de inovação de empresas engloba os investimentos em startups, quando uma empresa aplica a prática de CVC (corporate venture capital), é normal que se acrescente à tese de inovação as informações típicas de uma tese de investimento. Ou seja, a tese de inovação pode ter informações , tais como tipos de startups (tanto o segmento quanto o estágio de evolução das startups) , valor médio de investimento (ticket médio), quantidade de startups etc.
Por exemplo (retirado do nosso glossário sobre tese de investimento), um fundo de investimento elaborou a seguinte tese de investimento:
“Buscar empresas com potencial grande de escalada que estão prestes a embarcar em um ritmo de crescimento rápido. Em geral, essas empresas se enquadram em rodadas de Série A, mas também existe uma verba separada para investimentos em rodadas de Seed, caso exista algum fundador muito acima da média que chame atenção dos investidores. A prática principal e mais comum do fundo é de investimentos que giram em torno de três a cinco milhões de dólares.” (Mattos, 2020)
Veja que o exemplo que colocamos veio de um fundo de investimento e não de uma empresa. Mas se uma empresa praticar o CVC, as informações da tese de inovação relacionadas com a tese de investimento podem ser equivalentes. Elas devem ainda ser acrescidas das informações relacionadas com a estratégia, pois no CVC as empresas (corporações) normalmente investem em negócios alinhados com as suas estratégias. |
Não importa o nome dado ao “documento”, entenda qual o conteúdo e evite redundâncias. Nada impede que sua empresa declare quais as estratégias de inovação que irão direcionar as inovações internas e uma tese de inovação / investimento, que oriente os investimentos em startups.
Referências
Essas referências estão relacionadas a todo o conteúdo do capítulo “estratégias, objetivos e indicadores” e não serão divididas por seção ou página na web. Em todas as páginas deste capítulo repetimos a mesma lista de referências.
Ansoff H.I., Kipley D., Lewis A.O., Helm-Stevens R., Ansoff R. (2019) Implanting Strategic Management. Palgrave Macmillan, Cham
Cândido, C. J. F., & Santos, S. P. (2015). Strategy implementation: What is the failure rate? Journal of Management & Organization, 21(2), 237–262. https://doi.org/10.1017/jmo.2014.77
Ceschin, F., & Gaziulusoy, İ. (2020). Design for Sustainability (Open Access): A Multi-level Framework from Products to Socio-technical Systems. Routledge.
Doerr, J. (2018). Measure what matters: How Google, Bono, and the Gates Foundation rock the world with OKRs. Penguin.
Kim, W. C., & Mauborgne, R. (2015). Blue ocean strategy, expanded edition: How to create uncontested market space and make the competition irrelevant. Harvard Business Review Press.
Kim, W. C., & Mauborgne, R. (2017). Blue ocean shift: Beyond competing-proven steps to inspire confidence and seize new growth. Hachette Books.
Kotler, P. & Keller, K.L. (2019) Administração de marketing, 15a edição, Pearson
Lafley, A. G., & Martin, R. L. (2013). Playing to win: How strategy really works. Harvard Business Press.
MICHAELIS online Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/ Acesso em: 22 de novembro de 2021
Mintzberg, H. (1987). The Strategy Concept I: Five Ps For Strategy. California Management Review, 30(1), 11–24. https://doi.org/10.2307/41165263
Mintzberg, H., McCarthy, D. J., & Markides, C. (2000). View from the top: Henry Mintzberg on strategy and management [and commentary]. The Academy of Management Executive (1993-2005), 31-42.
Mills, J., Platts, K., & Gregory, M. (1995). A framework for the design of manufacturing strategy processes: A contingency approach. International Journal of Operations and Production Management, 15(4), 17–49. https://doi.org/10.1108/01443579510083596
Nappi, V. (2014). Framework para desenvolver um sistema de medição de desempenho para PLM (Product Lifecycle Management) com indicadores de sustentabilidade. Dissertação de Mestrado, Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos. doi:10.11606/D.18.2014.tde-23062014-091227. Recuperado em 2021-11-17, de www.teses.usp.br
Neely, A.; Gregory, M.; Platts, K. (2005). Performance measurement system design: a literature review and research agenda. International Journal of Operations and Production Management, v.25, p.1228-1263.
Neely, A., Gregory, M., & Platts, K. (2005). Performance measurement system design: A literature review and research agenda. International journal of operations & production management, 25(12), 1228-1263.
Niven, P. R., & Lamorte, B. (2016). Objectives and key results: Driving focus, alignment, and engagement with OKRs. John Wiley & Sons.
Olsson, R. (2007). In search of opportunity management: Is the risk management process enough? International Journal of Project Management, 25(8), 745–752. https://doi.org/10.1016/j.ijproman.2007.03.005
Pisano, G. P. (2015). You need an innovation strategy. Harvard Business Review. June (44-54).
Porter, M.E. (1997). Competitive strategy: techniques for analyzing industries and competitors. The free press, New York.e: Creating and Sustaining Superior Performance, Free Press, New York.
Porter, M. E. (1998). Competitive Advantage: Creating and Sustaining Superior Performance, Free Press, New York.
Savkín, Aleksey. (2020). "25 Indicadores para o Balanced Scorecard de Inovação", BSC Designer, abril https://bscdesigner.com/pt/inovacao-kpis.htm Acesso em: 12/10/2022
SHENHAR, A. (2001). One size does not fit all projects: exploring classical contingency domains. Management Science, 47(3), 394–414.
Sollosy, Marc D (2013). "A Contemporary Examination of the Miles and Snow Strategic Typology Through the Lenses of Dynamic Capabilities and Ambidexterity". Dissertations, Theses and Capstone Projects. Paper 552.
Sterman, J. (2012). Sustaining Sustainability: Creating a Systems Science in a Fragmented Academy and Polarized World. In M. P. Weinstein & R. E. Turner (Eds.), Sustainability Science: The Emerging Paradigm and the Urban Environment (Vol. 9781461431, pp. 21–58). Springer New York. https://doi.org/10.1007/978-1-4614-3188-6
Thomas, A. S., & Ramaswamy, K. (1996). Matching Managers to Strategy: Further Tests of the Miles and Snow Typology. British Journal of Management, 7(3), 247–261. https://doi.org/10.1111/J.1467-8551.1996.TB00118.X
UNAIDS, H. D. (2010). An Introduction to Indicators. UNAIDS Monitoring and Evaluation Fundamentals. Geneva: UNAIDS.
Whittington, R., Regnér, P., Angwin, D., Johnson, G., & Scholes, K. (2020). Exploring Strategy: Text and Cases. Pearson UK.
Zahra, S. A., & Pearce, J. A. (1990). Research Evidence On The Miles-Snow Typology. Journal of Management, 16(4), 751–768. https://doi.org/10.1177/014920639001600407