Fatores contextuais e tipologias de inovação
Lista de tipologias

flexM4I > a teoria > fatores contextuais e tipologias de inovação > Lista de tipologias de inovação (versão 3.1)
Autoria: Henrique Rozenfeld (roz@usp.br)  

Coleção de tipologias utilizadas como inspiração para desenvolver a tipologia de inovação de referência da flexM4I.

Esta lista está sendo constantemente atualizada. Se você tiver alguma sugestão de tipologia que não foi tratada aqui, envie um e-mail para flexm4i.email@gmail.com.

O nível de detalhamento desta seção é avançado. Se você deseja ter uma visão introdutória sobre tipos de inovação, acesse a seção “Fatores contextuais e tipos de inovação” do capítulo introdutório sobre “o que é inovação?”.

Conteúdo desta página

Mapa do capítulo para localizar esta seção

Abaixo segue o mapa deste capítulo para você entender a ligação entre as seções e para localizar a seção atual. Clique na figura para ver uma versão em pdf que você pode baixar. Ao clicar nas caixas, você será direcionado para as seções correspondentes.

Mapa do capítulo “Fatores contextuais e tipologias de inovação” (clique na figura para ver uma versão em pdf)

Se desejar, acesse a descrição resumida de cada seção no tópico “Mapa do capítulo e descrição das seções” da introdução deste capítulo.

Introdução

Grande parte das tipologias vem da área de gestão de projetos. Como a inovação (como ação) geralmente ocorre por meio de projetos, vamos incorporar as tipologias de projetos nas de inovação, pois estamos tratando de inovação a partir da perspectiva de uma empresa e seu ecossistema.

No tópico “Qual a melhor tipologia de inovação?” ​ da seção “Tipologias de inovação” deste capítulo mostramos que ….

.. não há consenso sobre o que chamar de tipo de inovação

Na mesma seção, apresentamos também que existem quatro objetivos de uso de uma tipologia de inovação. Na flexM4I, focamos em tipologias para os seguintes objetivos:

  • 3. Classificar iniciativas / projetos de inovação para apoiar a gestão de portfólio
  • 4. Selecionar e aplicar práticas de inovação alinhadas com os fatores contextuais e os tipos de inovação

Para o objetivo 3, indicamos o uso da tipologia dos três horizontes (ou semelhantes), como apresentado no tópico “Tipologias para apoiar a gestão de portfólio”. 

Para o objetivo 4, como discutimos no tópico “Tipologias para apoiar a gestão contextual da inovação”, recomendamos que a sua empresa deveria:

  • desenvolver uma tipologia baseada nas tipologias listadas nesta seção ou
  • desenvolver uma tipologia específica com base em uma tipologia de inovação de referência,  que é uma síntese de algumas tipologias selecionadas da lista desta seção.

 

Lista de tipologias

São utilizados diferentes critérios para definir os tipos de inovação das tipologias estudadas, tais como: objeto da inovação (o que se quer inovar); grau de novidade; complexidade;  na contribuição da criatividade; estratégia, objetivo da inovação ou horizonte de planejamento; combinação de critérios. Quando utilizamos somente um critério (atributo) para definir uma tipologia, ela é unidimensional. Mas existem tipologias que combinam mais de um critério, ou seja, que são bi-, tri- ou multidimensionais. Com base nesses critérios são definidos alguns tipos de inovação, como mostramos a seguir.

A tipologia de referência proposta para o objetivo 4 listado acima, combina os seguinte critérios, que consideramos como sendo os atributos da tipologia de referência:

  • O(s) objeto(s) de inovação que será(ão) criado(s) ou modificado(s)
  • O grau de novidade do(s) objeto(s) de inovação
  • O grau de complexidade e modularidade do(s) objeto(s) de inovação
  • O nível de urgência da inovação
  • Os impactos ambientais, sociais e econômicos

Não vamos descrever em detalhes as tipologias listadas aqui. Consulte as referências citadas. Nas seções em que detalhamos a tipologia de referência para a gestão contextual da inovação, descrevemos os principais atributos que adotamos.

Tipologias com base no objeto da inovação

Veja no glossário o significado de objeto de inovação.

Ten types of innovation Doblin (Keeley et al.,2013)

Ten types of innovation Doblin (Keeley et al.,2013) 

Essa tipologia de inovação é famosa e bem pragmática. Segundo seus autores, todas as inovações já realizadas podem se encaixar em alguns desses tipos. Este framework foi desenvolvido com base na análise de perto de 2000 projetos de inovação e permite identificar novas oportunidades de inovação, que vão além das inovações em produto. Ele começou a ser desenvolvido em 1998.

Essa tipologia mostra que um tipo de inovação ocorre em combinação com outros tipos. 

O nome Doblin veio de Jay Doblin, que em 1981 criou uma agência de design, juntamente com Larry Kelly,  para estabelecer princípios de design centrado no ser humano para resolver problemas de negócio de grande escala. Em 2013 a Deloitte comprou a agência e hoje a área de inovação da Deloitte chama-se Doblin (leia mais sobre essa história neste link). 

Esses tipos de inovação estão publicados em um livro baseados em vários exemplos, que já são relativamente ultrapassados (Keeley et al.,2013). Você pode consultar alguns exemplos da publicação original neste link. Alguns exemplos mais atuais você encontra neste site, que apresenta 30 novos casos (atualizado em 2019).

Um achado interessante dos autores é que as grandes inovações agregam uma combinação dos dez tipos de inovação. Ou seja, um tipo de inovação vem sempre acompanhado de outro tipo, como exemplificamos na teoria.

Os 10 tipos de inovação são divididos em três grupos:

  • inovação de configuração (modelos de lucro, rede, estrutura, processo); 
  • inovação da oferta (desempenho do produto; sistema produto);
  • inovação da experiência (serviço, canal, marca, engajamento do cliente)

A figura abaixo ilustra esses 10 tipos de inovação.

Figura 597: os 10 tipos de inovação – Doblin
Fonte: https://doblin.com/ten-types 

Neste site você pode ler mais sobre esses tipos e baixar um material que explica cada um dos tipos e como aplicar na prática.

Leia mais sobre essa tipologia nos links indicados a seguir.

 https://www.viima.com/blog/ten-types-of-innovation

https://brandgenetics.com/pt-br/human-thinking/ten-types-of-innovation-the-discipline-of-building-breakthroughs/

https://www.visualcapitalist.com/10-types-of-innovation-the-art-of-discovering-a-breakthrough-product/

Veja a lista de 100 táticas relacionadas com os 10 tipos de inovação (é uma inspiração para os desafios da inovação).

Manuais de Oslo 2005 e 2018

Manual de Oslo 2005

Tipos de inovação (OECD/Eurostat, 2005):

  • inovação de produto
  • inovação de processo
  • inovação organizacional 
  • inovação de marketing 

Manual de Oslo 2018

Tipos de inovação (OECD/Eurostat, 2018):

  • inovação de produto e 
  • inovação de processo 

Nesta versão mais nova os tipos foram resumidos em dois. Essa generalização faz sentido, quando utilizada para se definir como medir a inovação, pois são os dois princípios mais básicos da inovação, que correspondem à nossa diferenciação entre inovação (ação – processo) e inovação (resultado – produto). A partir de indicadores que representam esses dois tipos, fica mais simples realizar a comparação. No entanto, consideramos que esses dois tipos não são suficientes para se definir práticas de inovação e nem para apoiar a gestão de portfólio.

Essas tipologias servem para explicar o que já ocorreu, medir resultados ou comparar empresas e nações.

“Para se medir resultados da inovação com o objetivo de se comparar empresas e nações, surgiram tipos de inovações, que não são ambíguos. A OCDE publicou o “manual de Oslo”, que na sua última versão, definiu somente dois tipos de inovação: inovação de produtos ou de processos (OECD/Eurostat, 2018). Na versão anterior, o “manual de Oslo” definia quatro tipos de inovação: de produto, de processo, organizacional e de marketing (OECD/Eurostat, 2005).”

Devido às definições amplas desses dois termos, essas inovações cobrem todos os outros tipos de inovação.”

A tipologia do manual de Oslo é útil  para se realizar comparações entre nações, empresas, regiões etc. Porém, não servem para os objetivos de:

  • Identificar relações entre tipos de inovação e fatores de sucesso e/ou boas práticas
  • Classificar iniciativas / projetos de inovação para apoiar a gestão de portfólio
  • Aplicar práticas de inovação alinhadas com as iniciativas / projetos de inovação para apoiar a gestão contextual da inovação

Extraído do tópico “Objetivos de uso de uma tipologia de inovação” da seção “tipologias de inovação”..

Tipologia de Trott (2017)

Tipos de inovação:

  • inovação de produto
  • inovação de serviço
  • inovação de processo
  • inovação da organização
  • inovação de gestão
  • inovação de produção
  • inovação comercial / marketing.

Tipologia de inovação de serviços (Damanpour et al., 2009)

Tradicionalmente, a maior parte das tipologias de inovação são baseadas em empresas de manufatura com inovações de produtos (bens), centradas em tecnologias (*).

(*) Nota: na época da definição desta tipologia não existia a “revolução” da digitalização, que hoje cria muitas novas oportunidades para o setor de serviços. 

Tipos de inovação:

  • inovação nos serviços propriamente dita
  • inovação no processo tecnológico de apoio ao serviço
  • inovação nos processos administrativos (back office)

Tipologias com base no grau de novidade

Schumpeter (1934)

Schumpeter (1934)

Citamos este autor, porque foi o precursor da discussão sobre inovação e para mostrar que desde aquela época já se discutia a “dicotomia” sobre esses dois tipos de inovação. Existem muitos outros autores que utilizam e aperfeiçoaram as definições desses dois tipos, como mostra Garcia & Calantone (2002). 

Tipos de inovação (confira no nosso glossário):

Tipologia de Tushman & O’Reilly (1996)

Tipos de inovação:

Tipologia de inovação de Garcia & Calantone (2002)

O artigo de Garcia & Calantone (2002) é um clássico sobre tipologias de inovação. Foi baseado em um levantamento extenso sobre as tipologias de inovação existentes na época. Devido a sua importância, colocamos as definições dos tipos definidos pelos autores em nosso glossário (é só seguir os links dos tipos).

Tipos de inovação:

Esses três tipos são subdivididos em dois níveis (macro e micro) relacionados com a descontinuidade em marketing e tecnologia:

  • a descontinuidade em marketing: a inovação necessita de novos segmentos de mercado para evoluir e/ou novas habilidades da empresa;
  • a descontinuidade em tecnologia: a inovação necessita de um mudança de paradigma no estado da arte na ciência ou tecnologia usada pelo produto, demanda novos recursos de P&D e/ou novos processos de produção;
  • a descontinuidade na perspectiva macro: a inovação é percebida como nova para o mundo, setor ou mercado.
  • a descontinuidade na perspectiva micro: a inovação é percebida como nova para a empresa ou para os seus clientes.

A proposta desses autores trouxe um nível intermediário entre as inovações incremental e radical. As variações das continuidades resultaram em 8 combinações, que caracterizam os três tipos de inovação. Nas figuras a seguir, copiamos as figuras de cada um desses tipos de inovação do nosso glossário.

Figura 564: Caracterização de uma inovação “incremental” segundo as descontinuidades no nível macro e micro do marketing e tecnologia
Fonte: Garcia & Calantone (2002)

Figura 565: Caracterização de uma inovação “realmente nova” segundo as descontinuidades no nível macro e micro do marketing e tecnologia
Fonte: Garcia & Calantone (2002)

Figura 566: Caracterização de uma inovação “radical” segundo as descontinuidades no nível macro e micro do marketing e tecnologia
Fonte: Garcia & Calantone (2002)

O dilema do inovador (Christensen et al., 2015)

Devido a sua importância, esses os dois tipos de inovação citados pelo autor estão definidos no glossário. Ele foi o criador do termo “inovação disruptiva”.

Tipos de inovação:

Tipologia de design de produtos (Pahl et al., 2007)

Tipos de inovação: 

  • design original; 
  • design adaptado;
  • design variante.

Tipologias de projetos de desenvolvimento de produtos (Ulrich et al., 2020)

Tipos de projetos de inovação:

  • novas plataformas de produtos: Este tipo de projeto envolve um grande esforço de desenvolvimento para criar uma nova família de produtos baseada em uma nova plataforma comum. A nova família de produtos pode partir de categorias de produtos conhecidos, mas adicionar novos recursos e/ou tecnologias;
  • derivados de plataformas de produtos existentes: Esses projetos estendem uma plataforma de produtos existente para atender a mercados familiares ou adjacentes com novos produtos ou recursos;
  • melhorias incrementais em produtos existentes: Esses projetos podem envolver apenas a adição ou modificação de algumas características dos produtos existentes para manter a linha de produtos atualizada e competitiva;
  • produtos fundamentalmente novos: Esses projetos envolvem produtos ou tecnologias de produção radicalmente diferentes e podem ajudar a desenvolver mercados novos e desconhecidos. Tais projetos envolvem inerentemente mais risco. No entanto, o sucesso a longo prazo do empreendimento pode depender da aprendizagem obtida por meio desses importantes projetos.

Matriz da inovação mercado versus tecnologia ou modelo de negócios I (Hough, 2020)

A matriz é estruturada de acordo com o grau de novidade dessas três características (duas delas integradas em um mesmo eixo), resultando em 4 tipos de inovação: incremental, arquitetura, disruptiva e radical

  • inovação incremental
  • inovação de arquitetura
  • inovação disruptiva 
  • inovação radical

Figura 300: tipologia de inovação tecnologia e modelo de negócio versus mercado
Fonte: Hough (2020)

Matriz da inovação mercado versus tecnologia II

Essa matriz traz alguma diferença da anterior: Matriz da inovação mercado versus tecnologia ou modelo de negócios I (Hough, 2020). Ela combina o grau de inovação da tecnologia com o grau de impacto no mercado, resultando em 4 tipos: : 

  • inovação disruptiva, 
  • inovação radical, 
  • inovação incremental e 
  • inovação sustentação

Comparada com a anterior, os autores substituíram arquitetura por sustentação e inverteram a posição da radical com a disruptiva. Isso porque os autores indicam que é raro ocorrerem inovações radicais e que o impacto no mercado seria a longo prazo, se comparada com a disruptiva (fonte: blog VIIMA, visitado em 28/3/2022).

Figura 302: matriz de inovação da consultoria VIIMA
Fonte: https://www.viima.com/blog/types-of-innovation

A explicação sobre cada um dos tipos de inovação está no site citado.

Nesta mesma página, a autora, Julia Kyliäinen, apresenta a discussão dos objetos de inovação e em seguida mostra uma combinação entre esses fatores, como mostrado no tópico “com base em uma combinação de critérios mais a frente”.

A definição de inovação disruptiva é parcialmente consistente com a definição do criador deste tipo de inovação, confira no glossário.

Tipologia baseada na complexidade

Tipologia de Clark & Fujimoto (1991)

Baseada na complexidade da estrutura interna do produto e na complexidade da interface do produto com o cliente.

Tipologia baseada na contribuição da criatividade

The Propulsion Model of Creative Contributions  (Sternberg et al., 2003)

Tipos de inovação:

  • replicação,
  • redefinição,
  • incremental,
  • incremental avançado,
  • redireção,
  • reconstrução / redireção

Tipologias com base na estratégia, objetivo da inovação ou horizonte de planejamento

Tipos de difusão da inovação (Rogers, 1962)

Tipos de difusão da inovação (Rogers, 1962)

Tipos de inovação:

O autor não denominou exatamente da forma como colocamos. Citamos seu livro seminal, pois ele foi o pesquisador que sistematizou a difusão da inovação (como uma evolução do trabalho de Tarde, 1903), que define etapas da evolução do negócio, que podem demandar diferentes estratégias. Acrescentamos novos termos aos originais, pois eles são usualmente empregados atualmente. É a origem da curva S neste contexto que serve para outros fins, mas também para definir tipos de inovação para cada etapa da evolução.

Types of responsiveness (Ansoff et al., 2019)

Tipos de inovação são baseados na capacidade de resposta:

  • operacional;
  • competitiva;
  • inovadora;
  • empreendedora
  • e administrativa.

Não citaram explicitamente como tipos de inovação, mas sim como “tipos de capacidade de resposta” do ponto de vista estratégico. Mas uma análise da descrição desses tipos remete a possíveis tipos de inovação, apesar que um dos tipos de resposta é chamado de inovação, que segundo os autores significa: iniciativas de curto prazo para desenvolver o potencial de lucro da empresa (ou seja, um tipo de inovação).

Três horizontes de inovação

Os três horizontes definem inovações para (Baghai et al., 2000):

  • H1: proteger e ampliar os negócios atuais
  • H3: criar opções para negócios futuros (visão)
  • H2: nutrir novos negócios emergentes (empreendedorismo)

Nas figuras abaixo mostramos inicialmente a tipologia inicial e depois sua evolução.

Figura 523: proposição original dos três horizontes de planejamento da inovação
Fonte: adaptado de Baghai et al. (2000)

Figura 591: evolução da interpretação da tipologia de três horizontes
Fonte: adaptação de Sharpe (2013)

Figura 524: evolução dos três horizontes como uma abordagem de transformação
Fonte: adaptado de https://resources.h3uni.org/tutorial/three-horizons/  

Devido a sua importância, temos uma seção dedicada a essa tipologia, que explica essa evolução, assim como a figura acima. Essa tipologia é a mais comum de se ouvir na prática. Porém, como mostramos, ela é considerada uma “Tipologia para distribuir os esforços e investimentos em um portfólio equilibrado utilizada na gestão de portfólio dentro do planejamento da inovação.

Innovation Ambition Matrix (Nagji & Tuff, 2012)

Esta tipologia é bidimensional e avalia a relação da inovação de mercado e cliente versus produtos e ativos, como mostra a figura abaixo, resultando em três tipos.

Inovações do tipo core:

  • otimizam os produtos existentes para os clientes atuais;
  • realizam mudanças incrementais nos produtos existentes e 
  • são incursões incrementais em novos mercados
  • são baseadas nas capabilidades existentes

Inovações do tipo adjacente:

  • expandem o negócio atual para um negócio “novo para a empresa”, entrando em mercado adjacente ao atual.
  • compartilham características com os tipos core e transformacional;
  • envolvem alavancar o que a empresa faz bem em novos espaços;
  • são baseadas nas capabilidades atuais empregadas em novas aplicações;
  • requerem novos insights únicos sobre necessidades dos clientes, tendências de demanda, estrutura do mercado, dinâmica competitiva, tendência tecnológica e outras variáveis do mercado. 

Inovações do tipo transformacional:

  • desenvolvem inovações radicais e criam soluções para um mercado que ainda não existe, ou seja criam um novo mercado
  • as novas ofertas e muitas vezes os novos negócios servem novos mercados e novas necessidades dos clientes
  • requerem que a empresa obtenha capabilidades não conhecidas, como por exemplo, para a obtenção de um entendimento profundo de clientes para comunicar sobre produtos e serviços que não tenham similares, assim como para desenvolver mercados inexistentes
  • também são chamadas de inovações breakthrough, disruptivas, game changing

Figura 590: Innovation Ambition Matrix
Fonte: adaptado de Nagji & Tuff (2012)

Esta tipologia lembra a de três horizontes e também é usada para se distribuir esforços e recursos. Seus autores não citaram essa relação com os três horizontes e sim como uma evolução da matriz de Ansoff (próximo tópico). “Nossa versão substitui as escolhas binárias de Ansoff de produto versus mercado (existentes – antigos versus novos) com uma variedade de valores” (Nagji & Tuff, 2012). 

Segundo os autores, “empresas, que se destacam em gestão da inovação, investem simultaneamente nos três níveis de ambição e administram cuidadosamente o equilíbrio entre esses níveis”.

Muitas pessoas aplicam essa matriz juntamente com a abordagem dos três horizontes de inovação e crescimento, o  que é uma simplificação do conceito dos três horizontes.

Matriz de Ansoff

Você pode ler sobre a matriz de Ansoff na wikipedia. O artigo que a originou (Ansoff, 1957) não apresenta a matriz na forma como ela ficou famosa, mas define os quatro tipos de estratégias para se alocar investimento em iniciativas de crescimento (inovação):

  • para penetração de mercado existente,
  • desenvolvimento de um novo mercado para a empresa, 
  • desenvolvimento de produto e
  • diversificação 

No verbete da wikipedia citado você pode ler a descrição de cada uma dessas estratégias. Na próxima figura ilustramos a representação que é conhecida.

Figura 836: matriz de Ansoff (1957) que classifica os tipos de estratégias para se alocar investimento em iniciativas de crescimento (inovação), que o autor chamou de estratégias alternativas para crescimento do negócio

Na próxima figura mostramos a figura original do artigo.

Figura 837: estratégias alternativas para crescimento do mercado
Fonte: Ansoff (1957)   

O artigo de Ansoff (1957) é intitulado “estratégias para diversificação”, que é um dos tipos definidos por ele. A diversificação é o foco do artigo. No artigo ele afirma que a “diversificação geralmente requer novas habilidades, novas técnicas e novas instalações”, enquanto que as outras três “usualmente utilizam os mesmos recursos técnicos, financeiros e mercadológicos, que são utilizados para a linha de produto original”. Essa é a razão pela qual, Ansoff definiu esse formato na matriz, ou seja, a mesma linha de produto para novos mercados ou diferentes linhas de produtos para o mercado atual.

“O resultado da diversificação leva invariavelmente a mudanças físicas e organizacionais na estrutura do negócio, que representa uma ruptura com as experiências anteriores de negócio” (Ansoff, 1957).

Observe que em 1957, anos antes da criação do termo “ambidestria organizacional”, Ansoff já descrevia características dessa abordagem.

Os autores da “Innovation Ambition Matrix” (tópico anterior) argumentam que eles refinaram a matriz de Ansoff ao adicionar mais opções de inovações de mercado e produto.

Invincible Company (2020)

A proposta desta metodologia é gerenciar de forma integrada o portfólio de projetos de desenvolvimento, melhoria e transformação de modelos de negócio de exploration (explorar o novo) e de exploitation (explorar o existente). Apresenta uma biblioteca de 39 padrões (patterns) de modelos de negócio com exemplos reais e traz uma proposta de como transformar a cultura para aplicação da metodologia. 

Esta metodologia é baseada no livro de Osterwalder et al. (2020) intitulado The invincible company. Neste livro, Osterwalder e seus coautores propõem a gestão da inovação baseada na gestão de portfólio de modelos de negócio dividida em dois quadros: o de exploration e o de exploitation (Osterwalder et al., 2020).

Esta metodologia propõe um “mapa de portfólio”, dividido em dois quadros, como uma ferramenta de gestão estratégica que simultaneamente permite a visualização, análise e gestão dos 

  • modelos de negócio futuros que a empresa está procurando e testando (exploration)
  • modelos de negócio que a empresa está melhorando e focando em crescimento (exploitation)

Pode ser considerada uma tipologia de inovação?

Apesar desta tipologia focar em modelos de negócio (o que é esperado dos autores), podemos fazer um paralelo com outros objetos de inovação inseridos em modelos de negócio (como produtos, serviços, processos, iniciativas de marketing, implementação de novas tecnologias e inovações em pessoas e organização). 

Se compararmos com outras tipologias, como a dos três horizontes de inovação e crescimento, podemos considerar que as 8 classes de modelos de negócio estruturadas dentro dos dois quadros (exploration e exploitation)  podem ser consideradas uma tipologia de projetos de inovação, focadas no modelo de negócio relacionado com as ofertas (objeto de inovação).

Essas 8 classes estão ilustradas na próxima figura.

Figura 839: classificação de modelos de negócio de acordo com o seu posicionamento nos quadros de explore ou exploit da proposta da metodologia da invincible company
Fonte: baseado em Osterwalder et al. 2020.

Leia mais na seção sobre a metodologia da invincible company.

Tipologias com base em uma combinação de critérios

Modelo diamante NTPC - novelty, technology, complexity, and pace - (Shenhar & Dvir, 2007)

É um modelo voltado à gestão de projetos. Os tipos resultam da combinação de quatro eixos:

  • novidade (derivativa – incremental, plataforma, disruptiva);
  • tecnologia (low, medium, high, super high);
  • complexidade (conjunto, sistema, sistema de sistemas)
  • ritmo (regular, rápido / competitivo – são os projetos comuns, tempo crítico, urgente).

Essas características representam a incerteza, complexidade e ritmo de um projeto. A incerteza refere-se à informação disponível sobre o objetivo do projeto, as tarefas que devem ser realizadas e o ambiente. Eles dividiram a incerteza entre incerteza de mercado e tecnológica. Observe que esta tipologia envolve aspectos do contexto.

A figura abaixo representa esses eixos.

Figura 589: Modelo diamante de tipos de projeto
Fonte: adaptado de Shenhar & Dvir (2007)

Tipologia de projetos de Rabechini Jr & Carvalho (2009)

Essa tipologia propõe um sistema de gerenciamento contingencial de projetos com base em quatro eixos orientadores: 

  • integração (“relacionado às necessidades de agregar áreas de uma organização, equipes multidisciplinares, elementos de diversas naturezas”);
  • inovação (“refere-se a projetos que predominam as inexatidões tecnológicas, de mercado e de informações, ausência de convicções, dificuldades tecnológicas e instabilidade); 
  • impactos (relacionados “aos efeitos que os projetos geram no meio ambiente, nos interessados, no comportamento humano e na ética dos envolvidos”); 
  • imediato (“refere-se às restrições/limitações do projeto que envolvem atenção às metas de prazos, custos e qualidade”).

Na época, os autores propuseram expandir as áreas de conhecimento em gestão de projetos do PMI, com as seguintes áreas:

  • criatividade
  • conhecimento de inof
  • saúde, meio ambiente e segurança 
  • jurídica

A combinação dos eixos orientadores forma tipos de projetos, que são associados a clusters do sistema de gestão por contingência de projetos (GCP):

  • GCP simples: quando todas as variáveis possuem baixa intensidade
  • GCP único:  quando uma variável possui alta intensidade
  • GCP duplo: quando duas variáveis possuem alta intensidade
  • GCP triplo: quando três variáveis possuem alta intensidade
  • GCP intenso: quando todas variáveis possuem alta intensidade

Cubo de inovação em sustentabilidade (Hansen et al., 2009)

O cubo é estruturado em três dimensões (que chamamos de atributos da tipologia) com os seguintes valores:

Tipo de inovação:

Ciclo de vida:

  • manufatura
  • uso
  • fim de vida

Objetivos (efeitos):

  • ecológico
  • social
  • econômico

A próxima figura ilustra o cubo.

Figura 598: Cubo de inovação em sustentabilidade
Fonte: Hansen et al. (2009)

Innovation types and network relationships (Partanen et al., 2014)

Voltada para o empreendedorismo e trabalho em rede. Possui 4 tipos de combinações com base em dois critérios:

  • inovação autônoma versus sistêmica
  • inovação incremental versus radical

As combinações definem 4 tipos:

  • autônoma e radical
  • sistêmica e radical
  • autônoma e incremental
  • sistêmica e incremental

Para cada tipo, o autor indica o tipo de rede (parceiro) e se a ligação entre este parceiro e a empresa deve ser fraca ou forte. Em seguida, ele apresenta como essa rede contribui para a comercialização da inovação. Com base em quatro exemplos, o autor ilustra esses tipos de inovação.

Tipologia Bessant & Tidd (2015) para um produto

Essa tipologia bidimensional (complexidade versus grau de novidade), possui esses dois atributos com os seguintes valores alternativos.

Valores para o atributo complexidade:

  • nível de componente
  • nível de sistema

Valores para o grau de novidade:

  • incremental: fazer de melhor maneiro o que já fazemos
  • novo para a empresa
  • radical: novo para o mundo

A combinação desses atributos e valores resulta em 6 tipos de inovação:

  • melhoria de componentes;
  • novas versões do sistema;
  • novos componentes para sistemas existentes;
  • novas gerações dos sistemas;
  • materiais avançados para melhorar o desempenho dos componentes;
  • sistemas “revolucionários” de tecnologias

A figura a seguir ilustra esses tipos.

Figura 596: Tipos de inovações para produto segundo o nível de componentes versus grau de novidade
Fonte: Bessant & Tidd (2015)

Tipos de redes de inovação Bessant & Tidd (2015)

Redes de inovação são cada vez mais importantes para inovação, pois nenhuma empresa inova sozinha. Além disso, as redes de inovação são essenciais para o empreendedorismo.

Tipos de redes:

  • redes baseadas em empreendedores
  • redes formais e informais internas (com dificuldades para ultrapassar os limites organizacionais)
  • redes de intraempreendedores
  • comunidades de prática
  • cluster locais (ecossistemas)
  • consórcio para desenvolvimento de produtos ou processos
  • consórcio para desenvolvimento de tecnologias
  • redes para definição de padrões emergentes
  • redes de aprendizagem
  • redes de inovação recombinantes: grupos cross setoriais para transferência de ideias
  • redes gerenciadas de open innovation: com o objetivo de ampliar o acesso a ideias e recursos externos
  • redes de usuários
  • marketplace de inovação: estágio anterior a redes gerenciadas de open innovation
  • abordagens de crowdfunding

Tipologia 4Ps (Tidd & Bessant, 2018)

Essa tipologia combina alguns objetos de inovação com o grau de novidade de cada objeto.

Objetos de inovação:

  • produto (mudança nas ofertas – produtos e serviços)
  • processo (mudança na forma em que o produto en criado e entregue)
  • posição (mudança do contexto)
  • paradigma (mudança do modelo mental)

Em cada “eixo” desses objetos, essa tipologia propõe uma escala entre:

  • incremental (“fazer melhor”)
  • radical (“fazer diferente”)

Essa tipologia cria um espaço de inovação, representado na figura a seguir.

Figura 595: Tipologia de inovação 4Ps de Tidd & Bessant
Fonte: Tidd & Bessant (2018)

Hipercubo da Inovação (Salerno & Gomes, 2018)

O Hipercubo é um framework que define “blocos” fundamentais para construir um sistema de gestão. As formas desse blocos “dependem de uma série de fatores, como escolhas estratégicas, trajetória da empresa, até mesmo o setor” (Salerno & Gomes, 2018).

Os autores afirmam que existem “diferentes tipos de projetos (novos produtos, processos ou modelos de negócios) em diferentes graus (incremental e radical)” e que “esses tipos e graus de inovação de projetos possuem diferentes graus de complexidade e incerteza.” Essas duas características (complexidade e incerteza)formam o primeiro plano bidimensional do hipercubo, no qual localizam-se os seguintes tipos de inovação:

  • inovação incremental;
  • inovação de tecnologia / plataforma
  • inovação mais radical (foco do livro) e 
  • inovação radical. 

Na outra face do Hipercubo estão as dimensões (que denominamos na flexM4I de perspectivas): 

  • mindset e estratégia;
  • organização e pessoas
  • portfólio de projetos
  • gestão de incertezas e
  • ecossistema.

O Hipercubo serve para alertar que “diferentes tipos e graus de inovação demandam abordagens, estruturas, sistemas de gestão, capacitação e infraestruturas específicas” (Salerno & Gomes, 2018). Em seguida, eles detalham com bastante profundidade esses elementos das perspectivas com o foco na “inovação mais radical”.

 

Figura 593: Hipercubo da Inovação
Fonte: Salerno & Gomes (2018) – reprodução permitida por um dos autores

Tipologia Tidd & Bessant (2018) de inovações para sustentabilidade

É uma tipologia bidimensional (conhecimento versus aplicação), voltada para inovações sustentáveis, resultando em 4 tipos (próxima figura):

  • melhorias incrementais no desempenho e qualidade dos produtos e serviços existentes;
  • desenvolvimento de tecnologias alternativas nas aplicações existentes;
  • coevolução de novos sistemas sóciotécnicos;
  • criação de novos produtos e serviços para nichos específicos.

Figura 594: Tipologia de inovações para sustentabilidade
Fonte: Tidd & Bessant (2018) 

Tipologia de inovação VIIMA

No tópico de tipologias com base no grau de novidade, já apresentamos a matriz de inovação da consultoria VIIMA. A proposta da VIIMA é combinar em uma matriz o grau de novidade com objetos de inovação. A matriz é dividida então nesses dois eixos, contendo os seguintes valores para cada um dos atributos.

Os objetos de inovação são:

  • produto
  • serviço
  • processo
  • tecnologia
  • modelo de negócio
  • marketing
  • arquitetura
  • social

Os valores para grau de novidade são:

  • incremental
  • disruptivo
  • sustentação (na nossa análise, o termo sustentação não um grau de novidade e sim uma das etapas de evolução do negócio, que necessitam de alguns tipos de inovação – é um fator contextual)
  • radical

Na combinação, eles colocam nos dois eixos os valores produto e serviço, para criar uma combinação entre os objetos (o que consideramos um pouco inconsistente, veja nossa proposta de tipologia de referência). 

Veja abaixo a figura desta matriz.

Figura 592: matriz da inovação VIIMA
Fonte: https://www.viima.com/blog/types-of-innovation

No site da VIIMA, você pode consultar uma explicação sobre cada um dos atributos dessa matriz.

LEAD Innovation Types

A empresa LEAD desenvolveu uma tipologia que combina os objetos de inovação (What is being innovated?) versus grau da inovação (How new is the innovation?). O grau de inovação considera para quem é novo. Então valores desses três atributos são:

Objetos de inovação:

  • inovação de produto
  • inovação de serviço
  • inovação do modelo de negócio
  • inovação de processo e tecnologia
  • inovação da organização
  • inovação social
  • inovação ambiental (considera o pilar ambiental da sustentabilidade)

Novo para quem?

  • para a empresa
  • para o mercado ou setor
  • para o mundo inteiro

Grau de novidade:

  • inovação radical
  • inovação incremental

No site citado, você ainda pode encontrar uma descrição dos tipos de inovação (de sustentação ou disruptiva); segundo a origem (market-pull ou technology-push); segundo o grau de abertura (closed innovation ou open innovation).

Segundo o autor, 

  • a classificação principal é a de objeto de inovação versus grau de inovação;
  • existe uma zona cinzenta entre os tipos de inovação
  • as empresas precisam determinar os tipos mais apropriados para a sua realidade
  • a classificação tem uma relevância estratégica para a gestão da inovação, ou seja, para determinar o foco da estratégia de inovação
  • outro objetivo seria definir um processo de inovação, de acordo o tipo de inovação

 

Tipologias de sistemas produto-serviço (PSS)

Veja os tipos de PSS na seção sobre PSS.

Referências

Essas referências estão relacionadas a todo o conteúdo do capítulo “fatores contextuais e tipologias de inovação” e não será dividido por seção ou página na web. Em todas as páginas deste capítulo repetimos a mesma lista de referências.

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