Estratégias, Objetivos e Indicadores
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Autoria: Henrique Rozenfeld ([email protected])
Esta seção trata da “Execução de estratégias” no contexto da gestão da inovação.
Falhas na execução das estratégias
Um artigo da Fortune de 1999, intitulado “Why CEO’s Fail”, é muito citado e afirma que a taxa de falha da execução de estratégias é de 70% (Charan & Colvin, 1999).
Apesar deste número ser questionável (ver a discussão no início da apresentação das metodologias de execução das estratégias), o fato é que a forma tradicional de desdobramento das estratégias de cima para baixo, sem uma conexão e alinhamento com os objetivos e metas / resultados, leva ao não atingimento dos objetivos e, portanto, das estratégias.
Na seção anterior sobre “objetivos da inovação” mostrou a relação entre propósito, estratégias, objetivos, metas, resultados e indicadores.
Metodologias de execução das estratégias
As metodologias de execução das estratégias existem para garantir que as estratégias estabelecidas sejam atingidas.
As principais metodologias são:
- 1950 – Hoshin Kanri – (*)
- 1950 – OGSM (Objectives, goals, strategies and measures) – (*)
- 1954 – Gestão por objetivos (MOB – management by objectives)
- 1981 – SMART (specific, measurable, assignable, realistic, time-related)
- 1989 – EFQM (the European Foundation for Quality Management) – (*)
- 1993 – balanced scorecard
- 1993 – OKR (objective and key results)
- 2012 – 4DX – 4 disciplines of execution
(*): As metodologias Hoshin Kanri, OGSM e EFQM abrangem mais do que a execução. Elas abrangem também o estabelecimento das estratégias.
Apesar dessas metodologias serem gerais para a execução de todo o tipo de estratégia, elas são essenciais para serem aplicadas de forma articulada com a gestão de projetos para a execução das estratégias de inovação.
Um destaque que fazemos é para a metodologia OK&R, que também é conhecida como uma forma de relacionar indicadores de medição de resultados da inovação com os objetivos da inovação.
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Desenvolva sempre um portfólio de projetos de inovação para atingir suas estratégias
Se a empresa estiver em um nível de maturidade que permita trabalhar com a abordagem de ambidestria organizacional, ao mesmo tempo ela estará administrando inovações mais radicais com inovações de sustentação e eficiência. Por isso, o gerenciamento do portfólio de seus projetos de inovação é importante para encontrar um mix entre os tipos de inovação.
Para apoiar o planejamento do portfólio utilize a tipologia dos três horizontes de inovação e crescimento.
Lógico que a empresa deve equilibrar o portfólio e saber que investirá pouco (proporcionalmente) em vários projetos mais radicais, pois muitos irão falhar. O investimento maior será em projetos de sustentação e aumento de eficiência, que podem estar relacionados com ofertas em diferentes níveis de evolução do negócio (de cada oferta). A ambidestria organizacional exige ainda outras características do negócio, que não foram discutidas aqui.
Utilize uma combinação de métodos e ferramentas para planejar e executar as estratégias
Observe pelo conteúdo deste capítulo, que não existe um caminho único para se planejar e principalmente executar as estratégias. Existem muitas metodologias de planejamento estratégico com seus métodos e ferramentas.
No capítulo “disciplinas relacionadas com a inovação”, enfatizamos a superposição de disciplinas relacionadas com a inovação. O mesmo vale para o planejamento e execução das estratégias. Essas disciplinas se sobrepõem, como ilustra a próxima figura (visite o capítulo “disciplinas relacionadas com a inovação” para conhecer a visão completa).
Figura 489: ilustração da sobreposição entre o planejamento execução das estratégias com algumas disciplinas relacionadas com a inovação para representar que existem princípios e práticas comuns entre elas
Isso significa que práticas dessas disciplinas podem ser usadas no planejamento estratégico, ou seja, práticas de marketing, inovação, design, administração, ciências contábeis e economia. Na verdade, não importa o rótulo. Na sua empresa, de acordo com os fatores contextuais do momento, você deve criar uma combinação coerente dos métodos e ferramentas de planejamento e execução das estratégias, que se relacionam com a gestão da inovação.
Como dissemos no início, este capítulo é um “detalhamento” do “planejar estratégia” da lógica da inovação. Veja bem, não estamos falando de planejamento da inovação, que é um processo também conhecido como front-end da inovação. Aqui tratamos da definição das estratégias de inovação no contexto do planejamento estratégico para enfatizar que a consideração da inovação inicia no planejamento estratégico.
Como apresentado na lógica da inovação, a categoria de processos para “rastrear, monitorar e analisar o contexto interno e externo”, que com seus métodos e ferramentas fornecem as informações necessárias para se “iniciar” o planejamento estratégico. Em outras palavras, as práticas para “rastrear, monitorar e analisar o contexto”, que repetimos a seguir, apoiam o “início” do planejamento estratégico e, portanto, a definição das estratégias e objetivos de inovação:
- Big data e data analytics
- Foresight
- Forecast
- Business Intelligence (inteligência de mercado ou de negócios)
- Inteligência competitiva
- Inteligência tecnológica
- Imitação competitiva
- Roadmapping
- Vigilância tecnológica
- Benchmarking
- Gestão da tecnologia (inclui a propriedade intelectual e vigilância tecnológica)
- Teoria das restrições
Essas práticas devem ser aplicadas de forma integrada às práticas relacionadas com o planejamento e execução das estratégias apresentadas neste capítulo.
Por exemplo, a abordagem de roadmapping está associada a outros métodos e ferramentas das abordagens listadas acima. Ou seja, o roadmapping pode apoiar não só o “rastrear, monitorar e analisar o contexto” mas também o planejamento estratégico e o planejamento da inovação. Pode ainda ser usado como referência para a execução das estratégias. Mas tem de ser complementado com outras práticas.
Além disso, vimos que:
- o planejamento estratégico não é estanque e não vem somente de cima para baixo (top-down)
- o envolvimento das pessoas, que executam as estratégias, no estabelecimento dos objetivo, metas e os seus indicadores, é essencial para o atingimento das estratégias
A próxima figura traz uma visão de como o planejamento e a execução da estratégia se sobrepõem à gestão da inovação (na perspectiva de processos, que é a da lógica da inovação).
Figura 490: representação da sobreposição do planejamento e execução das estratégias com outras atividades dos processos de inovação.
Conclusão….!!!
Utilize uma combinação de métodos e ferramentas das diversas disciplinas para planejar e executar as estratégias sem se importar com os rótulos
Essa combinação deve ser alinhada com a maturidade e fatores contextuais atuais. No futuro, você necessitará de uma nova combinação, porque os fatores contextuais mudarão e sua empresa estará em um outro nível de maturidade. Mais uma vez repetimos, a inovação é uma jornada sem fim.
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Referências
Essas referências estão relacionadas a todo o conteúdo do capítulo “estratégias, objetivos e indicadores” e não serão divididas por seção ou página na web. Em todas as páginas deste capítulo repetimos a mesma lista de referências.
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