Curva S: entendendo os estágios de evolução e difusão da inovação

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Autoria: Henrique Rozenfeld (roz@usp.br) com apoio chatGPT (leia mais)   

Introdução

A curva S é uma ferramenta analítica amplamente utilizada para entender o ciclo de vida de inovações e tecnologias, desde a sua criação até a maturidade e, eventualmente, o declínio.

A curva-S é derivada da teoria da difusão da inovação.

Neste ensaio, exploraremos como a curva S pode ser utilizada para orientar decisões estratégicas em diferentes estágios de evolução de um negócio. Veremos também como a curva se relaciona com as categorias de usuários e o conceito de abismo da inovação, destacando sua importância na gestão de inovações. Além disso, discutiremos quando e por que utilizar a curva S como ferramenta de análise, e como ela se aplica na prática ao ciclo de vida das ofertas.

Quando utilizar a curva S

A curva S é uma ferramenta estratégica valiosa, recomendada em diversas situações que envolvem a análise do ciclo de vida de produtos, tecnologias e negócios. Aqui estão as principais situações em que a utilização da curva S é especialmente útil:

  • Identificação dos estágios de evolução da vida de um produto e tecnologia: A curva S é crucial para identificar em que estágio do ciclo de vida um produto ou tecnologia se encontra. Isso permite que as empresas determinem o momento ideal para intensificar investimentos, planejar melhorias incrementais ou preparar a transição para novas inovações.
  • Planejamento de inovação e pesquisa & desenvolvimento (P&D): Durante as fases iniciais da curva S, a inovação e o desenvolvimento de novas tecnologias são fundamentais. A curva S ajuda a identificar o momento certo para aumentar os esforços de P&D, maximizando o impacto da inovação no mercado.
  • Gestão de portfólio de produtos: A curva S é útil para gerenciar um portfólio diversificado, ajudando a alocar recursos de forma eficiente entre produtos em diferentes estágios de desenvolvimento, desde a criação até a maturidade e declínio.
  • Tomada de decisões estratégicas de mercado: A curva S auxilia na identificação de mercados emergentes ou em declínio, permitindo que as empresas ajustem suas estratégias de entrada ou saída, otimizando a rentabilidade e minimizando riscos.
  • Análise da competitividade: Ao posicionar uma empresa ou produto na curva S, é possível avaliar a competitividade no mercado, identificando oportunidades para fortalecer a posição ou responder a ameaças de novos entrantes.

Por que utilizar a curva S

A utilização da curva S traz uma série de benefícios estratégicos e operacionais, que podem impactar diretamente o sucesso de um negócio. A seguir, destacam-se as principais razões para adotar a curva S como ferramenta de análise:

  • Previsibilidade e planejamento: A curva S oferece uma visão clara da trajetória de crescimento e declínio de produtos ou tecnologias, permitindo que as empresas planejem suas ações com base em padrões estabelecidos, evitando surpresas e possibilitando uma preparação adequada para transições tecnológicas.
  • Eficiência na alocação de recursos: Ao entender o estágio da curva S em que um produto ou tecnologia se encontra, as empresas podem alocar recursos de maneira mais eficiente, direcionando investimentos para áreas com maior potencial de retorno e evitando desperdícios em áreas com crescimento limitado.
  • Apoio à inovação contínua: A curva S incentiva a busca por inovações contínuas, especialmente quando o crescimento começa a se estabilizar. Isso permite que as empresas permaneçam competitivas e relevantes em mercados dinâmicos.
  • Tomada de decisões informadas: A curva S serve como uma base sólida para a tomada de decisões estratégicas, permitindo que gestores ajustem suas estratégias de acordo com o estágio de evolução do mercado ou tecnologia, melhorando a capacidade de resposta a mudanças e garantindo a sustentabilidade do negócio.
  • Visão holística dos estágios de evolução: A curva S proporciona uma visão holística dos estágios de evolução dos produtos e tecnologias, ajudando as empresas a entenderem como diferentes fases interagem e influenciam umas às outras, o que é crucial para o sucesso a longo prazo.

Conceito da curva S

A curva S é um modelo amplamente utilizado para representar o crescimento e a adoção de inovações, tecnologias, produtos ou processos ao longo do tempo. Seu formato em “S” reflete diferentes estágios pelos quais a inovação passa, desde a criação até a aceleração, sustentação e, eventualmente, a maximização da eficiência e declínio. Este conceito é crucial para entender como as inovações evoluem e como elas são adotadas no mercado.

A curva S é geralmente dividida em cinco estágios principais:

  • Criação (também chamado de introdução): Este estágio inicial é caracterizado por um crescimento lento, à medida que a inovação é desenvolvida e introduzida no mercado. Nesta etapa, os desafios técnicos e a aceitação limitada pelos usuários iniciais resultam em uma adoção moderada.
  • Aceleração (também chamado de crescimento acelerado): Com o avanço da adoção, a inovação atinge um ponto de inflexão, e o crescimento começa a acelerar. A adoção aumenta rapidamente, impulsionada por melhorias na tecnologia, maior reconhecimento e uma base de usuários em expansão.

Os próximos dois estágios também são chamados de maturidade

  • Sustentação: Eventualmente, o crescimento começa a desacelerar, mas ainda há espaço para expansão. Neste estágio, a inovação atinge um nível de maturidade onde os esforços são direcionados para manter a competitividade e consolidar a posição no mercado.
  • Eficiência: Este estágio foca na maximização dos resultados e da eficiência operacional. A inovação está plenamente estabelecida, e os esforços são concentrados em otimizar processos, reduzir custos e aumentar o valor entregue ao cliente. Este estágio pode preceder o declínio, caso a inovação não se renove ou se adapte às mudanças no mercado.
  • Declínio: O último estágio pode ocorrer quando a inovação começa a perder relevância ou é substituída por novas tecnologias. O declínio pode ser gradual ou rápido, dependendo do contexto do mercado e da capacidade da inovação de se adaptar às mudanças.

Esses estágios de evolução do negócio podem se sobrepor no tempo. Por exemplo, os estágios de criação e aceleração podem ocorrer simultaneamente, assim como as etapas de sustentação e aumento de eficiência. A figura abaixo ilustra esses estágios em uma curva S típica:

Esses estágios estão ilustrados na próxima figura, que é conhecida como curva-S por causa do seu formato e que surgiu para explicar a difusão e adoção da tecnologia e os tipos de clientes em cada fase (Rogers, 1962). Hoje, todavia, essa curva também é usada para descrever estágios de evolução da difusão de inovações. Existem outras denominações para esses estágios.

Figura 306: Estágios de evolução de um negócio, produto ou tecnologia

É importante observar que, embora estejamos tratando de estágios de evolução de produtos ou tecnologia, cada oferta pode representar um novo empreendimento ou uma inovação que passa por esses estágios resultando em um novo negócio (startup) ou a evolução dentro de um negócio já existente. Por essa razão, utilizamos o termo “estágio de evolução do negócio”. Mas você pode utilizar os termos “estágio de evolução do produto” ou “estágio de evolução da tecnologia”.

Breve histórico e a contribuição de Everett Rogers

A origem da curva S pode ser rastreada até os trabalhos do sociólogo francês Gabriel Tarde, que no final do século XIX estudou a difusão das inovações e descreveu como as ideias, práticas e tecnologias se espalham pela sociedade. No entanto, foi Everett Rogers, em seu livro “Diffusion of Innovations” (1962), que popularizou o conceito da curva S como modelo para descrever o processo de adoção de inovações.

Rogers definiu a difusão da inovação como 

“o processo pelo qual uma inovação é comunicada por meio de certos canais ao longo do tempo pelos membros de um sistema social”.

Leia mais sobre a teoria da difusão da inovação.

Na figura anterior mostramos uma curva-S com uma inclinação para ilustrar os estágios de evolução. Se a adoção da inovação for mais rápida, a inclinação da curva será mais acentuada. Ao contrário, uma curva mais suave indica que a difusão da inovação é mais demorada. Veja a ilustração abaixo, retirada do livro do Rogers (1962).

Figura 311: Curva de adoção de uma inovação
Fonte: Rogers (1962)

No contexto de Rogers (1962), inovação é considerada “uma ideia, prática ou objeto que é percebido como novo por um indivíduo ou unidade de adoção”.

Observe na figura anterior, que Rogers introduziu o conceito das diferentes categorias de usuários nas extremidades da curva-S: os primeiros adeptos (earlier adopters) e o adeptos tardios (late adopters). Exploramos essas categorias mais à frente do tópico “A Curva S e as categorias de usuários”.

Essa curva-S é construída por meio da acumulação de uma distribuição normal da quantidade de pessoas que adotaram a inovação, como ilustra a figura abaixo retirada no artigo de Kinnunen (1996) em que ele cita a fonte, Rogers (1983), que é uma edição mais recente do livro original Rogers (1962) da figura anterior.

Figura 312: Distribuição acumulada da adoção da inovação
Fonte: Fonte: Roger (1983) apud Kinnunen (1996)

Observe que na figura anterior surgiram outras categorias de usuários (que adotam a inovação):

  • inovadores
  • primeiros adeptos
  • maioria inicial
  • maioria tardia
  • retardatários (laggards) 

A Curva S e as categorias de usuários

A curva S da difusão da inovação, que descreve a taxa de adoção de uma inovação ao longo do tempo, permite categorizar os usuários em diferentes grupos, conforme eles adotam a inovação em momentos distintos. Esta categorização é essencial para entender o comportamento do mercado e as estratégias necessárias para alcançar a adoção em massa.

A curva da taxa de difusão da inovação no tempo, conforme descrita no tópico anterior, também representa a taxa de adoção da inovação pelos usuários, permitindo a definição das seguintes categorias:

  • Inovadores: São entusiastas com novidades e representam o primeiro grupo a adotar uma nova tecnologia ou produto. São poucos, mas muito importantes, pois estão dispostos a correr riscos com as novidades, mesmo que a inovação ainda esteja em fases iniciais e sujeita a falhas. Inovadores desempenham um papel crucial na divulgação e no feedback inicial, frequentemente influenciando seus círculos sociais. Eles divulgam a inovação e compartilham suas experiências com amigos e grupos de relacionamentos. Hoje em dia, a difusão é maior graças às redes sociais.
  • Primeiros adeptos (early adopters): Este grupo adota a inovação logo após os inovadores, motivado pelo desejo de obter uma diferenciação em relação aos seus pares. Esses usuários estão dispostos a correr riscos e estão mais interessados em explorar os benefícios e as possibilidades que novas tecnologias podem oferecer. Eles sabem que falhas em produtos inovadores é normal e não se importam se a oferta ainda não estiver finalizada. Em outras palavras, eles adotariam um protótipo ou um MVP (um produto minimamente viável), desde que consigam utilizar e perceber valor no produto. Nesse período, podemos testar a aceitação e receber um feedback dos usuários. Eles se tornam influenciadores e ajudam a definir tendências no mercado. Seu feedback e aceitação são essenciais para preparar a inovação para a adoção em massa.

A adoção de uma inovação mais radical por esses grupos é crucial para o sucesso inicial de um produto inovador.

Para passar ao próximo estágio e satisfazer a maioria inicial, a oferta (inovação) tem de ser mais robusta e apresentar poucas falhas significativas. A passagem na curva S da adoção dos primeiros adeptos e a maioria inicial é conhecida como “abismo da inovação”. As estratégias e ações de marketing são muito importantes para ultrapassá-lo.

Leia mais sobre o abismo da inovação no glossário.

  • Maioria inicial: Composta por uma grande parte do mercado, a maioria inicial adota a inovação depois que ela já foi testada e validada pelos primeiros adeptos. Este grupo é mais conservador e busca soluções que sejam confiáveis e bem estabelecidas, pois são menos propensos a correr riscos. Esses usuários desejam algo mais seguro que não falhe. Se a inovação tiver sucesso com os inovadores e os primeiros adeptos, ela provavelmente deve ser adotada pela maioria inicial. A adoção pela maioria inicial é um indicador de que a inovação está ganhando escala e alcançando maturidade no mercado.
  • Maioria tardia: Usuários céticos e resistentes à mudança, a maioria tardia adota a inovação apenas quando ela já foi amplamente testada e aceita pelo mercado. Muitas vezes, a adoção ocorre por pressão social ou quando o preço da inovação diminui, tornando-a mais acessível.
Esses dois últimos grupos exigem que o produto tenha uma utilidade clara e seja suportado por um bom serviço e infraestrutura
  • Retardatários (laggards): São os últimos a adotar uma inovação, geralmente por ou por falta de alternativas. Eles tendem a adotar uma inovação somente quando ela deixa de ser novidade ou quando todas as outras opções foram esgotadas. Este grupo é difícil de alcançar com campanhas de marketing tradicionais.

Relação dos estágios de evolução do negócio com as fases do ciclo de vida

Para entendimento deste tópico você deve conhecer as fases BOM, MOL e EOL do ciclo de vida, explicadas no tópico “Ciclo de vida das ofertas (produtos e serviços)” da seção “Inovação e sustentabilidade” do capítulo introdutório sobre “O que é a inovação?”. 

Fase de BOL (begin of life)

É relacionada com o estágio de criação do negócio, que envolve: 

  • desenvolvimento de produtos e/ou serviços
  • desenvolvimento de tecnologia
  • desenvolvimento do modelo de negócio
  • outros tipos de inovações diretamente relacionadas com a oferta (produto e serviços).

Essas outras inovações podem envolver:

  • a criação de novos canais de relacionamento com clientes, 
  • melhoria da experiência do usuário com as ofertas, entre outros. 

As decisões tomadas nesta fase têm um impacto significativo não apenas na fase de EOL (end of life), mas também na fase de MOL (middle of life), especialmente em produtos de alto consumo de energia.

Por exemplo, ao considerar a eficiência energética e a redução de emissões de CO2 desde a concepção do produto, é possível influenciar positivamente o desempenho durante a fase de uso, contribuindo para menores impactos ambientais ao longo de todo o ciclo de vida do produto.

Fase de MOL (middle of life)

Relaciona-se com os estágios de aceleração, sustentação e aumento de eficiência. Na aceleração e sustentação, podem ser realizadas inovações em vários elementos das perspectivas da empresa e sua cadeia de valor, tais como

  • inovações incrementais ou de sustentação nas ofertas,
  • melhorias de processos de atendimento e recursos correspondentes,
  • novas parcerias. 

Em produtos onde o consumo de energia é significativo, inovações durante o MOL podem focar em soluções que diminuam o consumo energético e as emissões de CO2, alinhando-se às decisões tomadas na fase de BOL.

Na etapa de aumento de eficiência, as inovações focam na melhoria dos processos produtivos na busca pela excelência operacional (diminuição de custos de produção e/ou aumento da eficiência). Esse aumento de eficiência .

Um exemplo é a digitalização desses processos, que introduz novos recursos (digitais) para aumentar velocidade de produção e entrega e/ou diminuição de custos. 

Na verdade a aplicação de tecnologias digitais (digitalização) pode ocorrer em outras etapas / fases:

  • na criação (BOL): com a aplicação da prototipagem digital e testes rápidos de conceitos
  • na aceleração (MOL): na expansão de canais de distribuição digital, automação do atendimento dos clientes, diagnósticos à distância, manutenção preditiva e personalização de ofertas (desde que no design realizado no BOL isso tenha sido previsto)
  • no fim de vida (EOL): para rastreabilidade e logística reversa

Leia mais na flexM4i:

 

Essas iniciativas mantêm a competitividade no mercado e garantem que o produto permaneça relevante e eficiente ao longo de sua vida útil.

Fase de EOL (end of life) 

Esta fase não se relaciona explicitamente com os estágios de evolução, pois essa fase é caracterizada pelo retorno do produto para que o seu valor seja reaproveitado, causando o menor impacto ambiental. Isso pode ocorrer com a adoção de algumas estratégias de sustentabilidade.

As decisões tomadas nas fases de BOL e MOL influenciam diretamente a facilidade com que o produto pode ser reciclado ou reaproveitado no final de sua vida útil, minimizando impactos ambientais e fechando o ciclo de vida do produto de forma sustentável.

Leia mais na flexM4i sobre os “Rs da sustentabilidade”. 

Exemplos práticos de aplicação dos estágios de evolução em diferentes setores

A curva S e os estágios de evolução do negócio são aplicáveis em diversos setores, cada um apresentando suas particularidades e desafios ao longo do ciclo de vida de produtos, serviços e tecnologias.

A seguir, apresentamos exemplos práticos de como esses estágios se manifestam em diferentes setores.

Setor de Tecnologia: Smartphones

  • Criação: O lançamento do primeiro iPhone em 2007 é um exemplo clássico do estágio de criação. A Apple introduziu um produto inovador, que combinava telefone, navegador de internet e iPod em um único dispositivo. No início, o crescimento foi lento, à medida que a empresa trabalhava para refinar a tecnologia e convencer os primeiros adeptos.
  • Aceleração: A partir de 2010, com o lançamento de modelos subsequentes e a inclusão de novas funcionalidades, como a App Store, a adoção de smartphones cresceu exponencialmente. O mercado expandiu rapidamente, com outras empresas lançando seus próprios modelos, como Samsung e Google.
  • Sustentação: Atualmente, o mercado de smartphones atingiu um estágio de maturidade, com inovações focadas em melhorias incrementais, como câmeras mais avançadas, maior capacidade de processamento e melhor duração da bateria.
  • Eficiência: Empresas como Apple e Samsung agora se concentram na eficiência dos processos produtivos e na sustentabilidade, implementando iniciativas como a reciclagem de dispositivos e a redução da pegada de carbono na fabricação.

Fontes:

Isaacson, W. (2011). Steve Jobs: A Biography. Simon & Schuster.

West, J., & Mace, M. (2010). “Browsing as the killer app: Explaining the rapid success of Apple’s iPhone.” Telecommunications Policy, 34(5-6), 270-286.

Helft, M., & Vance, A. (2010). “Apple’s 4th-quarter iPhone sales lead to record profit.” New York Times. Disponível em: https://www.nytimes.com/2010/01/26/technology/26apple.html. Acesso em: 14 de agosto de 2024.

Setor Automotivo: Veículos Elétricos (VEs)

  • Criação: A Tesla, fundada em 2003, liderou o estágio de criação com o lançamento do Tesla Roadster em 2008. Este veículo elétrico de alto desempenho visava um nicho de mercado composto por entusiastas de tecnologia e ecologicamente conscientes.
  • Aceleração: Com o lançamento do Model S em 2012 e o Model 3 em 2017, a Tesla e outras empresas automotivas começaram a ver uma adoção mais ampla de veículos elétricos. Incentivos governamentais e a crescente preocupação com as emissões de CO2 impulsionaram esse estágio.
  • Sustentação: O mercado de veículos elétricos agora está se movendo em direção à sustentação, com diversas montadoras tradicionais, como Volkswagen, GM e Ford, introduzindo suas próprias linhas de VEs. O foco agora está na ampliação da infraestrutura de carregamento e na melhoria da autonomia dos veículos.
  • Eficiência: A próxima fase para veículos elétricos envolve a maximização da eficiência em termos de custos de produção, reciclagem de baterias e integração de energias renováveis na cadeia de abastecimento.

Fontes:

Lazzari, S. (2020). Elon Musk: Tesla, SpaceX, and the Quest for a Fantastic Future. Ecco.

Bohnsack, R., Pinkse, J., & Kolk, A. (2014). “Business models for sustainable technologies: Exploring business model evolution in the case of electric vehicles.” Research Policy, 43(2), 284-300.

Tesla, Inc. (2023). 2023 Impact Report. Disponível em: https://www.tesla.com/ns_videos/2023-tesla-impact-report.pdf.  Acesso  em: 14 de agosto de 2024.

Setor de Alimentos: Alimentos Orgânicos

  • Criação: O movimento em direção aos alimentos orgânicos começou na década de 1960, com um pequeno grupo de consumidores preocupados com a saúde e o meio ambiente. Pequenos agricultores começaram a adotar práticas agrícolas sustentáveis, embora o crescimento inicial fosse lento.
  • Aceleração: Na década de 1990, o mercado de alimentos orgânicos começou a acelerar, impulsionado por uma maior conscientização sobre os impactos ambientais e de saúde associados ao uso de pesticidas e produtos químicos na agricultura convencional. Grandes redes de supermercados começaram a oferecer produtos orgânicos, ampliando o acesso e a adoção.
  • Sustentação: Atualmente, os alimentos orgânicos atingiram um estágio de maturidade, com muitos produtos disponíveis em supermercados e uma base de consumidores bem estabelecida. O crescimento agora é incremental, focando na ampliação da gama de produtos e na certificação de práticas sustentáveis.
  • Eficiência: No estágio de eficiência, os produtores de alimentos orgânicos buscam otimizar suas operações, reduzindo custos e melhorando a cadeia de suprimentos, além de investir em práticas de agricultura regenerativa para aumentar a produtividade e a sustentabilidade.

Fontes:

Paull, J. (2013). “Kandanga Farm: The world’s first certified organic farm.” Journal of Organic Systems, 8(2), 26-33.

Lockie, S., & Halpin, D. (2005). “The ‘conventionalisation’ thesis reconsidered: Structural and ideological transformation of Australian organic agriculture.” Sociologia Ruralis, 45(3), 284-307.

Organic Trade Association. (2022). The US Organic Industry Survey. Disponível em: https://www.ota.com/resources/market-analysis. Acesso  em: 14 de agosto de 2024.

Setor Energético: Energia Solar

  • Criação: O desenvolvimento inicial da energia solar fotovoltaica começou na década de 1950, com aplicações limitadas a satélites espaciais. O crescimento foi lento devido aos altos custos e à baixa eficiência dos painéis solares.
  • Aceleração: A partir dos anos 2000, a adoção da energia solar começou a acelerar significativamente, impulsionada por avanços tecnológicos, subsídios governamentais e uma crescente demanda por fontes de energia renováveis. O custo dos painéis solares caiu drasticamente, tornando-os mais acessíveis para residências e empresas.
  • Sustentação: A energia solar agora está em um estágio de sustentação, com muitos países integrando essa fonte de energia em suas redes elétricas. O foco atual é em melhorias incrementais na eficiência dos painéis e na integração com sistemas de armazenamento de energia.
  • Eficiência: A próxima fase envolve a maximização da eficiência na produção e instalação de sistemas solares, bem como a redução do impacto ambiental associado à fabricação de painéis solares e ao descarte de componentes ao final de sua vida útil.

Fontes:

Nemet, G. F. (2009). “Demand-pull, technology-push, and government-led incentives for non-incremental technical change.” Research Policy, 38(5), 700-709.

IEA (International Energy Agency). (2022). Renewables 2022: Analysis and Forecast to 2027. Disponível em: https://www.iea.org/reports/renewables-2022.  Acesso em: 14 de agosto de 2024.

Fraunhofer ISE. (2021). Photovoltaics Report. Disponível em: https://www.ise.fraunhofer.de/en/publications/studies/photovoltaics-report.html. Acesso  em: 14 de agosto de 2024.

A Curva S e a Gestão da Inovação

A curva S é essencial para guiar a gestão da inovação, fornecendo uma estrutura que auxilia na tomada de decisões estratégicas ao longo do ciclo de vida de produtos e tecnologias. Cada estágio da curva — Criação, Aceleração, Sustentação e Eficiência — exige diferentes abordagens e prioridades de gestão, que devem ser alinhadas às características e necessidades específicas da inovação em questão.

Durante o estágio de Criação, a gestão deve incentivar a experimentação e o rápido desenvolvimento de protótipos, validando o produto no mercado. Conforme a inovação avança para o estágio de Aceleração, o foco se torna a escalabilidade, a qualidade e a captura de mercado, o que demanda uma operação mais robusta e um marketing eficaz.

Ao atingir a fase de Sustentação, a ênfase da gestão se volta para a otimização e inovação incremental, garantindo que o produto continue competitivo e relevante. Finalmente, no estágio de Eficiência, a prioridade é maximizar a produtividade e reduzir custos, assegurando a longevidade e a sustentabilidade da inovação no mercado.

Superar o “abismo da inovação” é um desafio crítico que ocorre entre os primeiros adeptos e a maioria inicial. Este abismo precisa ser ultrapassado para que a inovação atinja a fase de Aceleração, onde o crescimento se torna exponencial. A gestão eficaz deve focar em refinar o produto, torná-lo mais robusto e utilizar estratégias de marketing direcionadas para convencer a maioria inicial a adotar a inovação.

A curva S, assim, não só orienta a gestão de inovações existentes, mas também prepara a organização para futuras ondas de inovação, promovendo uma cultura de adaptação e inovação contínua.

Comentários Finais

Embora a curva S tenha sido desenvolvida há várias décadas, ela continua a ser uma ferramenta relevante e poderosa na gestão da inovação. Sua capacidade de capturar a essência dos estágios de evolução das inovações a mantém atual em um ambiente de rápidas mudanças tecnológicas e mercadológicas.

Mesmo que a constatação desses estágios muitas vezes ocorra após o fato, sua aplicação permite que gestores e estrategistas entendam melhor o desenvolvimento de seus produtos e tecnologias, preparando suas organizações para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades que surgem ao longo dessa jornada.

Apoio do chatGPT 4.0

Uma primeira versão deste ensaio foi desenvolvida pelo autor deste de leituras das referências de obras de Gabriel Tarde (1903) e Everett Rogers (1962 e 11983). Sim, acessei os originais.

A partir desse material, o chatGPT auxiliou na estruturação e refinar do texto para ampliar os conceitos abordados.

A cada etapa, o autor criticava algumas das sugestões oferecidas pelo chatGPT, ajustando-as para garantir que o conteúdo estivesse alinhado com a visão e entendimento do autor sobre o tema, assim como com as publicações citadas nas referências. Em outros momentos, as propostas do chatGPT foram complementadas, integrando observações do autor.

O chatGPT contribuiu para a organização lógica do ensaio, sugerindo a divisão inicial em tópicos e oferecendo exemplos práticos que enriqueceram o texto. No entanto, a colaboração não foi isenta de ajustes e revisões críticas, garantindo que o resultado final fosse coeso, preciso e refletisse com fidelidade os conceitos importantes da curva S.

O processo de criação foi verdadeiramente colaborativo com 74 iterações. Esse número reflete a troca contínua de ideias, ajustes, e refinamentos que fizemos para chegar à versão final do ensaio.

Referências

Bohnsack, R., Pinkse, J., & Kolk, A. (2014). “Business models for sustainable technologies: Exploring business model evolution in the case of electric vehicles.” Research Policy, 43(2), 284-300.

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IEA (International Energy Agency). (2022). Renewables 2022: Analysis and Forecast to 2027. Disponível em: https://www.iea.org/reports/renewables-2022.  Acesso em: 14 de agosto de 2024.

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Nemet, G. F. (2009). “Demand-pull, technology-push, and government-led incentives for non-incremental technical change.” Research Policy, 38(5), 700-709.

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Rogers, E. M. 1962. Diffusion of Innovations. New York: The Free Press

Rogers, E. M. 1983. Diffusion of Innovations. Third Edition. New York: The Free Press.

Tarde, G. (1903) The Laws of Imitation. Clouchester, Massachusetts (tradução do livro : Tarde, G. 1890. Les lois de l’imitation. Editions Kimé, Paris.)

Tesla, Inc. (2023). 2023 Impact Report. Disponível em: https://www.tesla.com/ns_videos/2023-tesla-impact-report.pdf.  Acesso  em: 14 de agosto de 2024.

West, J., & Mace, M. (2010). “Browsing as the killer app: Explaining the rapid success of Apple’s iPhone.” Telecommunications Policy, 34(5-6), 270-286.

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