Metodologia para conexão com startups
Esta seção apresenta uma metodologia prática e estruturada, na forma de checklist, para implementar e conduzir a conexão com startups. Associada a uma coleção de boas práticas, a metodologia oferece princípios fundamentais para esse tipo de colaboração. O checklist, disponível para download, pode ser adaptado a diferentes contextos organizacionais, servindo como exemplo diante de outras metodologias possíveis.

Introdução

Esta metodologia é um detalhamento da seção principal da “Conexão com startups”, que traz os tópicos citados na figura abaixo (a descrição geral desses tópicos está na introdução da seção principal).

Figura 1280: ilustração das seções relacionadas com a conexão empresastartup: a seção “Conexão empresa-startup” da perspectiva de uma empresa estabelecida; a seção que apresenta um exemplo de uma “Metodologia para conexão com startups”; e a seção com a compilação de “Boas práticas da conexão com startups” (se você clicar nesta figura, você pode baixar um pdf com os links para as três seções)

Na seção principal, citamos algumas metodologias de conexão com startups. A seção atual traz um exemplo de uma metodologia, que é uma síntese de dois guias, que serviram de referência:  ABDI (2018) e Softex (2022). Você pode conhecer os conceitos sobre a conexão com startups na seção principal e adotar qualquer outra metodologia como referência para desenhar o processo de conexão com startups de sua empresa.

Recomendamos que você leia antes a seção principal sobre conexão empresa-startup.

Esta metodologia é um checklist, que contém as fases, atividades e suas entregas. No tópico “Fases, atividades e entregas da metodologia” desta seção detalhamos a descrição de cada uma das fases e atividades. 

Esta metodologia é uma referência, e você deve adaptá-la às particularidades da sua empresa.

A metodologia deve ser aplicada conjuntamente com o checklist das dificuldades (seção principal) e com o checklist das melhores práticas.

Os três checklists estão representados em uma planilha que você pode baixar do material de apoio.

Conceitos sobre metodologia e processos

Segundo a definição de metodologia no nosso glossário, este termo pode ter três significados. Estamos tratando aqui da metodologia como “um conjunto de métodos”, que pode ser considerado sinônimo de modelo de referência de processo. Ou seja, a metodologia serve de referência para o desenho / definição de um processo (ou modelo de referência) para uma empresa específica (como ilustra a próxima figura). 

Figura 242: ilustração do modelo de referência ou metodologia (e outros termos equivalentes) como uma referência genérica que serve de inspiração para a definição de modelos de processo ou processos (e outros termos equivalentes) de uma empresa específica (clique na figura para aumentar)

Uma metodologia pode servir de inspiração para você definir o modelo de processo da sua empresa, ou seja, a metodologia para conexão com startups é uma referência para a definição do processo para conexão com startups. Este processo, por sua vez, você pode utilizar como referência para planejar projetos de conexão com startups.

Elementos relacionados com um processo

Um processo para conexão com startups da sua empresa, como todo processo de negócio, deve estar relacionado com outros elementos da empresa, como ilustra a próxima figura.

Figura 014: relação dos processos com elementos de outras perspectivas da empresa e seu ecossistema.

Uma explicação dessa figura está na definição de processo de negócio no glossário.

Construção desta metodologia

Este tópico é apropriado para as pessoas interessadas no nível de detalhamento avançado.

Como vimos no tópico anterior, um processo relaciona-se com alguns elementos das perspectivas de uma empresa.

Uma metodologia genérica, que vai servir de referência para a definição de um processo, não pode especificar todos esses elementos (da figura 014 do tópico anterior), porque ela normalmente não representa a realidade de uma empresa específica.

O guia, que usamos como referência para construir a metodologia desta seção (ABDI, 2018), especifica:

  • macroprocesso do fluxo de informação
  • atores genéricos representados no fluxo
  • atividades, tarefas, áreas (atores genéricos), documento (resultante da tarefa)
O guia  original denomina de framework de inovação aberta, apesar de tratar somente da conexão com startups.

Para deixar a metodologia mais genérica ainda, não consideramos os atores propostos pela metodologia da ABDI (2018). No próximo tópico discutimos as questões relacionadas com a estrutura organizacional para apoiar a conexão com startups.

Na metodologia original, o fluxo do processo é representado com um diagrama de processo, que usa o formalismo simplificado do BPMN (business process modelling notation).

O segundo guia de relacionamento entre empresas e startups em estágio inicial foca em boas práticas dessa abordagem, estruturadas abaixo de quatro processos, representados também com o mesmo formalismo que o anterior, mas sem detalhamento. 

Estrutura da metodologia

Nós estruturamos a metodologia usando somente os seguintes elementos:

  • fases
  • atividades
  • entregas (correspondentes aos documentos da primeira referência) 

O formato é de um checklist para deixar mais flexível para a sua empresa desenhar um processo específico para ser adaptado (tailoring) às particularidades da sua empresa e ecossistema

Você pode acessar o checklist no material de apoio.

Estrutura organizacional para apoiar a conexão com startups

Não existe uma referência amplamente aceita para apoiar a definição de uma estrutura organizacional “ideal” para apoiar o processo de conexão com startups.

É comum que empresas, que estão trilhando a implementação da gestão da inovação, criem uma área intitulada de “inovação”, que fique responsável pela conexão com startups, ou seja, pela inovação aberta.

Já dissemos que inovação aberta é mais do que conexão com startups.

Bagno (2014) propõe que a inovação seja uma função organizacional Este estudo foi baseado na experiência de grandes empresas no Brasil. Depois deste trabalho, ele e sua equipe demonstraram que esta é uma proposta cada vez mais utilizada pelas empresas inovadoras. 

Como discutimos em “Qual área deve coordenar a gestão da inovação?”, a existência de uma “área” responsável pela gestão da inovação é uma definição temporária, mas no futuro deveríamos ter “áreas” responsáveis por funções mais específicas, coordenadas pelos processos de inovação.

O framework apresentado no guia da ABDI (2018), define as seguintes áreas relacionadas com a conexão com startups:

  • Board/ Liderança: Líderes responsáveis pela tomada de decisões estratégicas da empresa.
  • Sponsors Startups: Comitê constituído por membros de cada área interveniente no processo de inovação. Recomenda-se o convite a colaboradores com perfil empreendedor e com habilidades de boa comunicação e resolução de problemas.
  • Conexão Startup: Responsável pela conexão/interação com startups dentro da indústria.
  • Jurídico: Equipe jurídica da indústria, são responsáveis pela análise e elaboração de documentos que norteiam a relação.
  • Área Cliente: Área com a demanda que gerou a conexão, o conhecimento técnico embasará a solução adequando-a às necessidades da área.
  • Suprimentos: São os responsáveis pelo processo de negociação, contratação e pagamento dos fornecedores

O guia do relacionamento com startups (Softex, 2022) definiu as seguintes “equipes”:

  • Alta Liderança: líderes responsáveis pela tomada de decisões estratégicas da empresa.
  • Sponsors: comitê constituído por membros de cada área participante no processo de inovação. Recomenda-se o convite a colaboradores com perfil empreendedor e com habilidades de boa comunicação e resolução de problemas.
  • Área de Inovação: setor centralizado ou descentralizado responsável pela conexão/interação com startups dentro da empresa, pela criação e suporte metodológico das ações de inovação aberta para as demais áreas internas e pelo relacionamento com o ecossistema externo de inovação.
  • Área-cliente: setor com o desafio organizacional que gera o desafio e/ou a demanda a ser trabalhada pela startup. O seu conhecimento técnico embasará a solução, adequando-a às necessidades da área.
  • Área-suporte: setores internos como compras, jurídico, compliance, tecnologia da informação, entre outros, que podem providenciar dados, informações e ações necessárias para a adequação, implementação e gestão das atividades com as startups.

Observe que as duas estruturas organizacionais propostas são semelhantes. Em uma o responsável pela conexão é denominado de “Conexão Startup” (o que consideramos muito bom) e na outra de “Área de Inovação”, o que pode ocorrer na maior parte das empresas.

Decidimos não especificar na metodologia qual a área “genérica” responsável. Considerando os papéis listados acima, cada empresa pode decidir qual área / setor / departamento será responsável pelas atividades do processo a ser derivado da metodologia.

De acordo com o ensaio apresentado na seção “setor de inovação”…

Criar uma área (setor) de inovação é uma configuração organizacional temporária e muitas vezes necessária para sinalizar que algo está mudando

e ainda …

Talvez seja mais interessante criar um movimento, uma iniciativa de todos pela inovação

Leia mais na flexM4i:
inovação aberta
“setor” de inovação, que apresenta um ensaio sobre diversas denominações que podemos dar para diferentes elementos organizacionais responsáveis por funções / processos da gestão da inovação 

Material de apoio

O material de apoio é a planilha MF.MAP0068 – Checklists – conexao com startups, que contém 3 checklists:

  1. checklist das barreiras à conexão com startups
  2. checklist da metodologia para conexão com startups
  3. checklist das boas práticas da conexão com startups

Somente o segundo checklist está relacionado com a seção atual, os outros dois estão relacionados com as seções “Conexão com startups” e “Boas práticas da conexão com startups”.

Entregas das atividades

No guia que utilizamos como referência para propor esta metodologia (leia mais no tópico anterior “Construção da metodologia”), cada tarefa produz um documento. 

Não adotamos a mesma terminologia. Como a metodologia vai ser a base para a definição de um processo da sua empresa, que servirá de referência para a realização de projetos específicos, adotamos o termo “entregas”.

Cada conexão é considerada um projeto, mas o processo possui atividades que abrangem o desenvolvimento da capabilidade da sua empresa em ser capaz de se relacionar com startups.

Entrega, segundo o nosso glossário, é “qualquer produto ou resultado único e verificável, que seja necessário de ser produzido para completar um processo, fase ou projeto”. 

Não detalhamos a descrição das entregas, pois consideramos que a sua empresa irá definir da melhor forma qual o conteúdo e formato. No guia da ABDI (2018) há uma descrição de algumas entregas (documentos no guia).

Fases, atividades e entregas da metodologia

Utilize este checklist como uma referência para definir o processo de conexão com startups da sua empresa. Ou seja, você tem de adaptar (tailoring) a metodologia às particularidades da sua empresa. E o processo vai evoluir. Aplique os conceitos e práticas de gestão de processos para acompanhar a evolução.

Cuidado com a especificação de um processo! Ela pode engessar a sua organização

Documente até um nível de detalhamento que seja apropriado para o nível de maturidade da sua empresa. Deixe flexível para as pessoas inovarem visando incrementar o processo.

Considere os checklists das barreiras e das boas práticas em conjunto ao desenvolver e aplicar o seu processo de conexão com startups, com base nesta metodologia.

Os três checklists estão representados em uma planilha que você pode baixar do material de apoio.

Dentro das fases dos seguintes tópicos (toggles) estão as atividades, sua descrição e entregas. O checklist da planilha não contém a descrição das atividades.

Estratégia para inovação aberta

Etapa inicial que estabelece as bases para o processo de inovação com startups, com foco no alinhamento estratégico definido pela alta liderança da empresa. Nesse momento, são traçadas orientações sobre estratégias de execução, caminhos possíveis, responsáveis, orçamento, metas e objetivos a serem alcançados.

Definição de diretrizes de inovação aberta

  • Desenvolver o planejamento estratégico institucional, consolidando diretrizes para inovação aberta.
  • Incluir no documento os responsáveis pelo processo, objetivos, metas e orçamento.
  • Formar um grupo de sponsors para sustentar e promover a inovação aberta.

Entrega:
Documento com diretrizes de inovação.


Criação do time de sponsors

  • Estabelecer um grupo multissetorial de sponsors que será responsável por impulsionar a inovação aberta com startups.
  • Garantir que esse grupo tenha autonomia para tomar decisões e gerir investimentos necessários para o processo.

Entrega:
Grupo de sponsors formado e ativo.

Planejamento

Primeira etapa prática no relacionamento com startups. Consiste em definir as estratégias e abordagens específicas para engajar essas empresas, detalhando o cronograma e as atividades necessárias para viabilizar a conexão.

Elaboração do plano de ação

  • Desenvolver o plano de ação e estratégia da inovação aberta com base nas diretrizes estabelecidas.
  • Definir o objetivo da empresa, orçamento, indicadores de acompanhamento e responsáveis pelas atividades do processo.

Entrega:
Plano de ação e estratégia da inovação aberta.


Desenvolvimento de instrumentos jurídicos e documentos necessários

Descrição:

  • Criar instrumentos jurídicos e outros documentos que facilitem a execução do processo de inovação aberta.
  • Garantir que os documentos atendam às exigências legais e operacionais do projeto.

Entrega:
Modelos de instrumentos jurídicos e documentos prontos.


Identificação e priorização de demandas

Descrição:

  • Realizar análise e avaliação das demandas, desafios ou oportunidades identificadas pelas áreas clientes.
  • Alinhar essas demandas às diretrizes definidas no plano de ação.
  • Priorizar as demandas aplicando técnicas de planejamento de portfólio.

Entrega:
Portfólio de ações a serem realizadas com startups.


Organização do processo de seleção de startups

Descrição:

  • Planejar e estruturar o canal de prospecção de startups, que pode incluir parceiros externos ou chamadas internas da indústria.
  • Estabelecer critérios e etapas para a seleção das startups.

Entrega:
Processo de seleção de startups definido e estruturado.

Prospecção e Seleção de Startups

Identificar e selecionar startups que atendam às necessidades da indústria por meio de chamadas próprias ou parcerias. A fase inclui a avaliação das soluções com sinergia estratégica e a decisão sobre as startups que avançarão para a Prova de Conceito.

Organização de edital

  • Elaborar um edital para prospecção e seleção de startups
  • Planejar a divulgação externa, selecionar canais de divulgação, escolher a plataforma de inscrições, definir critérios de seleção e organizar uma banca avaliadora.
Caso a empresa realize esta prospecção com o apoio de um hub ou consultoria já especializada na busca de parcerias com startups, essa organização será realizada em conjunto com o hub ou consultoria. Ou seja, serão utilizados os procedimentos e recursos do hub ou consultoria.

Entrega:
Edital elaborado e processo de chamada estruturado.


Lançamento do edital

  • Publicar o desafio estruturado e o edital.
  • Envolver as áreas de comunicação e marketing para apoiar a divulgação externa e/ou dos parceiros de prospecção de startups.
  • Buscar, eventualmente, parceiros baseados em base de dados de startups (de alguns hubs ou dos parceiros de prospecção) ou receber indicações e pessoas da organização ou fora da organização com experiência com algumas startups.

Entrega:
Edital lançado ao público.


Análise e seleção inicial de startups

  • Avaliar startups inscritas com base nos critérios definidos.
  • Selecionar as mais alinhadas para apresentação aos responsáveis pela seleção

Entrega:
Lista de startups selecionadas para apresentação.


Seleção de parceiro para prospecção externa

  • Definir um parceiro externo para prospecção de startups, como 100 Open Startups, hackathons, eventos ou aceleradoras.
  • Iniciar a prospecção por meio desse canal.
Este é um caminho alternativo e complementar às atividades anteriores. Caso a empresa tenha decidido realizar somente com um parceiro de prospecção, essas atividades são unificadas.

Entrega:
Parceria estabelecida com canal de prospecção externo.


Encaminhamento de demandas ao parceiro

  • Enviar demandas ou oportunidades identificadas internamente para o parceiro realizar a divulgação nos canais acordados.

Entrega:
Demandas encaminhadas ao parceiro.


Análise de startups prospectadas pelo parceiro

  • Revisar a lista de startups pré-filtrada pelo parceiro, verificando alinhamento estratégico e identificando as mais promissoras.

Entrega:
Lista de startups selecionadas para avaliação estratégica.


Seleção para Prova de Conceito (POC)

  • O time de Sponsors Startup avalia startups pré-selecionadas e decide, com base em objetivos estratégicos, quais avançarão para a etapa de Prova de Conceito.

Entrega:
Startups aprovadas para a fase de Prova de Conceito.


Divulgação das startups selecionadas

  • Realizar divulgação interna e externa das startups selecionadas, fortalecendo a cultura de empreendedorismo e inovação na organização.

Entrega:
Startups divulgadas internamente e externamente.


Formalização do NDA com startups selecionadas

  • Firmar o Acordo de Confidencialidade (NDA – Non-Disclosure Agreement) entre a indústria e as startups selecionadas para a próxima fase.

Entrega:
NDAs assinados pelas startups selecionadas.

Muitas vezes, esta atividade é demorada por causa da aprovação jurídica da empresa. Deve ser criado um fast track (um caminho rápido) para não burocratizar em demasia as cláusulas do NDA.
Leia mais sobre NDA.

Desenvolvimento da prova de conceito (POC)

Validar a solução proposta pela startup por meio de um modelo prático. Nesta fase,é definido o escopo do projeto, elaborado o plano de trabalho, firmado o Acordo de Cooperação Técnica e Financeira, e é realizada a validação da POC.

Elaboração do plano de trabalho

  • Desenvolver, em conjunto com a startup e a área cliente, um plano de trabalho para a Prova de Conceito (POC).
  • O plano deve incluir o escopo do projeto, cronograma, ações a serem realizadas e um calendário de revisões periódicas.

Entrega:
Plano de trabalho para desenvolvimento da POC.


Formalização do acordo de cooperação técnica e financeira

  • Firmar um Acordo de Cooperação Técnica e Financeira entre a indústria e a startup.
  • O acordo deve contemplar elementos como escopo da POC, propriedade intelectual, uso da solução, desembolsos financeiros e período de execução.

Entrega:
Acordo de Cooperação Técnica e Financeira assinado.

Esta atividade muitas vezes é demorada quando as empresas adotam procedimentos administrativos tradicionais. Além disso, a startup precisa de recursos e não pode esperar muito tempo para receber pela execução da POC. Por isso, recomendamos explicitamente, que esta fase deve contemplar o desembolso de recursos financeiros com agilidade para as startups.

Codesenvolvimento e acompanhamento da Prova de Conceito

  • Desenvolver a POC de forma colaborativa entre a startup e a área cliente, com envolvimento ativo da indústria.
  • Compartilhar conhecimentos e recursos técnicos e físicos, quando necessário.

Entrega:
Prova de Conceito desenvolvida e documentada.

O plano deve definir quais os recursos humanos e financeiros de responsabilidade da empresa para não atrasar o desenvolvimento da prova de conceito (POC).

Validação da Prova de Conceito

  • Validar os resultados da POC junto à área cliente.
  • Caso aprovada, a POC avança para a fase de piloto.
  • Caso não seja aprovada, é possível revisar o plano de trabalho para ajustes e retomada.

Entrega:
Validação final da POC, com indicação para fase piloto ou ajustes no plano de trabalho.

Desenvolvimento do projeto piloto

Desenvolver a solução da POC de forma conjunta entre a startup e a indústria, adaptando-a às necessidades do cliente. Inclui a criação de novo plano de trabalho e acordo, co-desenvolvimento do piloto e validação para possível avanço à contratação.

Em alguns casos, a POC trata de um problema simples ou já apresentou resultados significativos que permitem que se passe para a implementação sem a realização de um projeto piloto. 

Elaboração do plano de trabalho para o piloto

  • Desenvolver um novo plano de trabalho em conjunto com a startup e a área cliente para o codesenvolvimento do piloto.
  • O plano deve incluir cronograma, ações detalhadas, revisões periódicas, critérios e indicadores de performance do piloto.
  • Alinhar expectativas sobre a escalabilidade da solução e o preparo da startup para demandas futuras.

Entrega:
Plano de trabalho para desenvolvimento do piloto.


Formalização do acordo de cooperação técnica e financeira para o piloto

  • Firmar um novo Acordo de Cooperação Técnica e Financeira que estabeleça: escopo do piloto, período de execução, propriedade intelectual, investimentos e uso da solução gerada, entre outros aspectos.

Entrega:
Acordo de Cooperação Técnica e Financeira assinado.

Esta atividade muitas vezes é demorada quando as empresas adotam procedimentos administrativos tradicionais. Além disso, a startup precisa de recursos e não pode esperar muito tempo para receber pela execução da POC. Por isso, recomendamos explicitamente, que esta fase deve contemplar o desembolso de recursos financeiros com agilidade para as startups.

Codesenvolvimento e acompanhamento do piloto

  • Realizar o desenvolvimento do piloto em colaboração entre a startup e a indústria, representada pelas áreas cliente e Conexão com Startups.
  • Garantir acompanhamento ativo e suporte necessário durante a execução do piloto.

Entrega:
Piloto codesenvolvido e acompanhado.

O plano deve definir quais os recursos humanos e financeiros de responsabilidade da empresa para não atrasar o desenvolvimento do piloto

Validação do piloto

  • Avaliar e validar a solução desenvolvida durante o piloto junto à área cliente.
  • Caso o piloto seja aprovado, o processo avança para a etapa de contratação.
  • Caso reprovado, revisitar o plano de trabalho e ajustar para uma nova tentativa.

Entrega:
Relatório de avaliação e validação do piloto.

Contratação da startup para implementação da solução

Formalizar o modelo de relacionamento entre a startup e a empresa. Abrange negociações sobre termos contratuais, como valores, entregas, prazos, propriedade intelectual  da solução e assinatura do contrato.

Pode parecer que a startup estaria investindo tempo e recursos sem garantia de remuneração até esta fase de contratação. Isso ocorre em alguns casos, nos quais a empresa estabelecida explora a startup devido à possibilidade de um contrato no momento da implementação.  Isso pode ser problemático, especialmente para startups nas fases iniciais,  que geralmente têm recursos limitados.

Na prática de mercado e dentro da abordagem de open innovation, é comum que haja acordos formais estabelecidos já nas fases iniciais, como durante a Prova de Conceito (POC) e o Piloto. Esses acordos podem incluir termos sobre propriedade intelectual, confidencialidade e, crucialmente, compensação financeira ou reembolso de custos incorridos pela startup durante essas fases.

O escopo da “Fase de Contratação” após o piloto geralmente envolve a formalização de um contrato mais abrangente para a implementação em larga escala da solução, incluindo detalhes sobre licenciamento, suporte contínuo, acordos de nível de serviço (SLAs) e possíveis modelos de parceria ou investimento.

Portanto, seria aconselhável estabelecer contratos ou acordos iniciais antes da fase de contratação final, como explicitamos nesta metodologia. Esses contratos iniciais servem para proteger ambas as partes, definindo expectativas claras, responsabilidades e termos financeiros desde o início da colaboração. Isso ajuda a garantir que a startup não trabalhe sem remuneração e que a indústria tenha garantias sobre o comprometimento e a entrega da startup.

Elaboração do plano de trabalho para implementação da solução

  • Criar um plano de trabalho para a implementação da solução em conjunto com a startup.
  • O plano deve incluir cronograma, ações a serem executadas, KPIs, revisões periódicas e critérios de avaliação para medir o sucesso durante a execução.

Entrega:
Plano de trabalho para a implementação da solução.


Treinamento de atores internos e externos

  • Capacitar os envolvidos, tanto da indústria quanto da startup, para atuarem alinhados com os objetivos do projeto.
  • Garantir integração de práticas e processos entre os dois lados.

Entrega:
Treinamento realizado com todos os atores envolvidos.


Operacionalização da solução codesenvolvida

  • Colocar em prática a solução codesenvolvida, sob a responsabilidade da área cliente.
  • Monitorar os indicadores e critérios definidos no plano de trabalho durante toda a fase de implementação.

Entrega:
Solução operacionalizada com indicadores acompanhados.


Mensuração e avaliação de resultados

  • Avaliar os resultados da implementação com base nos KPIs e nos critérios definidos no plano de trabalho.
  • Decidir, ao final, sobre a possibilidade de expandir a solução internamente na organização.

Entrega:
Relatório de avaliação de resultados com recomendação sobre expansão interna da solução.

Implementação e Expansão da Solução

Incorporar e operacionalizar a solução na área cliente. A fase inclui elaboração de um plano de trabalho, treinamento de usuários, monitoramento de resultados e análise de oportunidades para expansão da solução na indústria.

Elaboração do plano de trabalho para implementação da solução

  • Criar, em conjunto com a startup, um plano de trabalho para a implementação da solução.
  • O plano deve incluir cronograma, ações a serem realizadas, KPIs e revisões periódicas, além de critérios para avaliar o sucesso durante a execução.

Entrega:
Plano de trabalho para implementação da solução.


Treinamento de atores internos e externos

  • Realizar treinamento dos atores envolvidos, internos e externos, para garantir alinhamento com os objetivos e práticas da startup e da indústria.

Entrega:
Atores treinados para implementação e operação da solução.


Operacionalização da solução codesenvolvida

  • Implementar a solução codesenvolvida com a startup.
  • Monitorar os indicadores de desempenho e outros critérios definidos no plano de trabalho ao longo da execução.

Entrega:
Solução operacionalizada com acompanhamento de indicadores.


Mensuração e avaliação de resultados

  • Avaliar os resultados obtidos durante a implementação com base nos indicadores e critérios estabelecidos.
  • Realizar uma análise para decidir sobre a expansão interna da solução.

Entrega:
Relatório de resultados e decisão sobre expansão interna da solução.


Divulgação do case de inovação internamente

  • Divulgar internamente os resultados e o case de implementação e operacionalização da solução desenvolvida com a startup.
  • Fortalecer a cultura de inovação dentro da organização.

Entrega:
Case de inovação e business case divulgados internamente.


Elaboração do planejamento da expansão

  • Planejar, em conjunto com a startup, a expansão da solução implementada dentro da indústria.
  • Desenvolver um aditivo ao termo de parceria, incorporando a expansão, e criar um plano detalhado para a ampliação da solução.

Entrega:
Aditivo ao termo de parceria e plano de expansão da solução.


Acompanhamento da performance e consolidação da solução

  • Monitorar a performance da implementação, conforme critérios previamente definidos, para garantir que a solução atinja a maturidade necessária para uma operação escalável.

Entrega:
Solução madura e consolidada em operação.

Avaliação da conexão com startups

Momento de analisar o desempenho de todo o processo de conexão com startups, identificando desafios superados, aprendizados e resultados alcançados. Inclui a disseminação dos resultados para a organização, além de ajustes e identificação de novas oportunidades para futuras iniciativas.

Avaliação do processo de conexão com startups

Descrição:

  • Realizar uma avaliação completa do processo de conexão com startups
  • Identificar problemas enfrentados, barreiras superadas, boas práticas implementadas e lições aprendidas.

Entrega:
Relatório de avaliação do processo de inovação aberta.


Apresentação de resultados e aprendizados

Descrição:

  • Preparar e realizar uma apresentação para o Board e a Alta Liderança.
  • Compartilhar resultados alcançados, lições aprendidas e pontos de melhoria identificados ao longo do processo, destacando também a solução co-desenvolvida e implementada.

Entrega:
Apresentação consolidada dos resultados e aprendizados do ciclo de inovação aberta.


Análise de novas oportunidades de aplicação da solução

Descrição:

  • Investigar possibilidades de aplicação adicional da solução implementada.
  • Identificar novas oportunidades, seja para expansão interna ou para aplicação em outros contextos externos.

Entrega:
Relatório com novas oportunidades de aplicação da solução identificadas.

Referências

ABDI (2018). Boas práticas de conexão startup – indústria. Disponível em: https://startupindustria.com.br/fasttrack Acesso em: 19/12/2022 (este acesso não está mais disponível). Encontramos uma versão deste manual em: https://www.ipdeletron.org.br/wwwroot/pdf-publicacoes/45/ManualBoasPrticas_V8semgoverno.pdf Acesso em: 22/11/2024 

Bagno, R. B. (2014). Inovação como uma nova função organizacional: caracterização a partir da experiência de empresas industriais de grande porte no Brasil (tese de doutorado, Universidade de São Paulo). https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/3/3136/tde-30122014-112317/en.php 

Softex (2022). Fast Track – um guia com 25 boas práticas para o relacionamento entre empresas e startups em estágio inicial. Disponível em: https://softex.br/fast-track-conecta/ Acesso em: 22/11/2024.

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