O framework
Fundamentos do Framework

Entenda o que é um framework e o conceito utilizado

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Nesta página você vai:

  • saber o que é um framework; 
  • conhecer as características do framework da flexM4I; 
  • entender como que montamos o framework e denominamos suas etapas

O que é um framework?

A tradução literal deste termo em português seria “estrutura” ou “quadro”. Estrutura neste nosso contexto não serve. Mas quadro poderia ser usada. Na verdade, um termo em português que poderia representar o que é um framework é “tela”, que um pintor usa para criar um quadro. Tela que em inglês é “CANVAS”, um termo que vem sendo usado ultimamente com grande frequência na área de inovação de modelo de negócio (business model innovationBMI). Alguns autores denominam o CANVAS vazio de framework. Leia mais sobre isso na seção “abordagens: inovação de modelo de negócio”.

CANVAS (quadro)

No seu livro “businness model generation”, o Osterwalder propôs um framework para representar os componentes de um modelo de negócio, que ele chamou de “the business model CANVAS”, cuja tradução literal seria “tela para modelo de negócio. Nas suas palavras “uma linguagem compartilhada para descrever, visualizar, avaliar e mudar modelos de negócio”.  Esse framework ficou tão famoso, que o termo CANVAS tornou-se sinônimo do seu framework. Depois da fama, surgiram vários outros CANVAS (“telas/quadros”) para representar, de forma gráfica, vários conteúdos. Alguns exemplos são: lean CANVAS para empresas nascentes; CANVAS da proposição de valor; project modelo CANVAS; the staehler business model CANVAS; etc.  Vários autores de outros frameworks, denominam seus “quadros vazios” de CANVAS.

  Na área de software o termo framework vem sendo empregado há muito tempo para designar uma plataforma de desenvolvimento de aplicativos, que contém classes pré-definidas de objetos que um programador pode combinar e especializar para desenvolver uma nova solução. Esse último significado nos inspirou para intitularmos o nosso framework de inovação. Mas não completamente, pois não teremos itens prontos no framework. Ele na verdade serve para direcionar a escolha de abordagens, metodologias, métodos e ferramentas de inovação.

Vamos usar uma figura de linguagem para explicar melhor. Imagine que o framework seja uma prateleira vazia, com os espaços reservados para serem ocupados pelas práticas que você irá usar para inovar.

 Veja na figura a seguir, uma ilustração das escolhas que você pode fazer para ocupar algumas prateleiras depois que configurar o que você irá usar para inovar, de acordo com seus objetivos e condições específicas.

Diferentemente de um CANVAS em que você necessariamente preenche todos os “campos” vazios (que representam os componentes de um modelo de negócio, por exemplo), no nosso caso você pode deixar algumas “prateleiras” vazias. Ou seja, você não precisa considerar algumas opções do framework de inovação da flexM4I. Portanto, iremos usar o termo em inglês framework, pois as traduções não são apropriadas para o nosso contexto.

Depois de apresentar o framework, vamos mostrar como utilizá-lo e então ficará mais claro o significado de “não considerar algumas opções do framework”.

O framework de inovação é genérico?

É impossível ter uma única representação que serve para todo o tipo de inovação. Muito menos uma representação de processos de inovação. Por isso que o framework que propomos é uma referência para você se orientar. Conforme o caso você pode adotar diretamente uma metodologia de inovação. Mas alertamos, a maior parte das abordagens e metodologias são parciais, cobrem somente algumas perspectivas da inovação. Por isso, considere seguir a orientação do framework da flexM4I para definir com você irá inovar.

O framework de inovação é enviesado?

Sim. Toda representação possui limitações. Já dissemos que toda representação erra. Exagerado não? Mas é somente para enfatizar que a representação da realidade sempre será enviesada. Normalmente usamos modelos para representar a realidade. Eles são sempre parciais. É impossível conseguir colocar em um modelo todas as características de uma realidade. Lógico que vários modelos, com muito desenvolvimento matemático, conseguem simular com bastante acurácia o comportamento de um fenômeno para que possamos predizer ou explicar o fenômeno.

No nosso caso, em cada perspectiva usada na visão sistêmica usamos um tipo de representação.

O framework é enviesado porque é uma síntese de algumas abordagens

O framework de inovação da flexM4I surgiu de um trabalho de síntese de outros frameworks, abordagens, metodologias e processos de inovação de vários autores. Não de todas as abordagens, isso é impossível. Mas de algumas que selecionamos, pois pertencem ao nosso repertório, e elas são mais conhecidas e utilizadas.

Dúvida: o framework é um armário vazio, e ele serve para você preencher “as prateleiras” com as práticas de inovação, mas ele já foi criado com base em algumas abordagens. Então é muito enviesado mesmo. Qual a lógica?

Resposta das abordagens existentes (veja a seção “Como dizer que uma abordagem tem eficácia comprovada?”). Ele poderá ser atualizado com essas aplicações. Nos testes realizados, ele se mostrou robusto para permitir que você “encaixe” outras abordagens nas “prateleiras”.: por ser a síntese de várias fontes, que foram analisadas, classificadas e agrupadas, o framework  possui uma “generalidade provisória”. Ele será considerado até ser falseado em uma das aplicações, como a maioria

Lembre-se que a flexM4I é flexível

O framework é um guia, você pode adotar uma metodologia consagrada e adaptá-la de acordo com o seu repertório, que esperamos que você aprimore por meio do uso da flexM4I, tanto para melhorar seu repertório teórico como para ter mais experiências advindas da aplicação do framework.

O framework é enviesado. Mas como ele parte de uma síntese ampla, que será aperfeiçoada continuamente, você pode utilizá-lo como guia para definir como você vai inovar.

Centralidade da perspectiva de processo

Veja na figura abaixo que a visão sistêmica da empresa e seu ecossistema, que apresentamos no capítulo de conceitos. Observe que a perspectiva de processo se relaciona com as demais, e por isso está no centro da figura da visão sistêmica. Essa perspectiva representa a “ação” da inovação.

Mas o ponto focal da inovação são as pessoas

A perspectiva de processo pode estar no centro na figura, pois se relaciona com as outras perspectivas e representa a “ação” da inovação, mas não significa que essa perspectiva seja o ponto focal, condição para que a inovação ocorra com sucesso.

Mantenha em mente que:

1)  a inovação visa prover valor para stakeholders sempre guiada pelo propósito da sua empresa

2) conseguimos inovar somente se as pessoas forem competentes, tiverem a mentalidade voltada à inovação (em todos os níveis hierárquicos), e estiverem motivadas.

Veja na visão sistêmica como essas características das pessoas possuem interdependências com diversas variáveis relacionadas com outros elementos das perspectivas de pessoas e da organização. Por essas razões que apresentamos, no framework, a síntese de práticas de inovação de outras perspectivas e não somente da perspectiva de processo.

3) o ponto focal de qualquer iniciativa são as pessoas como um ser de um ecossistema de inovação e todos estão inseridos no ecossistema biológico mais amplo que é o nosso planeta terra.

Recorde o que dissemos sobre este último tópico na visão sistêmica por meio da próxima figura abaixo. Ela por si já explica a afirmação anterior. Mas se você quiser ler a explicação, reveja a seção sobre visão sistêmica.

O framework é estruturado de acordo com a visão sistêmica

Recorde na seção “o que é a inovação?” a discussão sobre a inovação estar inserida em um contexto.

A síntese das práticas de inovação é estruturada com base na visão sistêmica. São divididas nas perspectivas e estão interrelacionadas.

O ponto central (mas não focal) do framework é a perspectiva de processos, assim como na visão sistêmica, como apresentamos anteriormente.

A perspectiva de processos do framework

A perspectiva de processos do framework é uma expansão da lógica da inovação apresentada no capítulo de conceitos.

Termos utilizados na perspectiva de processo do framework

Vamos resgatar a análise das ambiguidades dos termos do fluxo da inovação, apresentada no capítulo de conceitos. Repetimos a seguir aquela figura e acrescentamos termos destacados em azul, que iremos adotar no framework.

Etapas da perspectiva de processo do framework

A perspectiva de processo do framework representa a lógica da inovação e compreende a descrição de etapas genéricas de inovação. Essas etapas são uma síntese das principais abordagens e metodologias de inovação, na perspectiva processual. Elas devem ser adaptadas às suas estratégias de inovação, com base nos fatores contextuais, que delimitam como você irá inovar.

Adotamos o termo “etapa” de uma forma livre e não formal.  Não usamos o termo “fases” da inovação. Reservamos o termo  “fase” como um elemento que representa “divisões” do ciclo de vida de um projeto. Portanto, seu significado vem da “gestão de projetos” (veja em definições básicas)

A figura abaixo apresenta de forma estruturada essas etapas. Os títulos das etapas são os termos destacados em azul na figura anterior. Porém, adicionamos etapas relacionadas com processos de apoio à inovação: rastrear, monitorar e analisar contexto; gerenciar ecossistema; e gerenciar pessoas, organização e processos de apoio transversais.

Descrição das etapas

As etapas estão descritas na página principal de apresentação do framework

Observações sobre o framework

Queremos enfatizar quatro aspectos do framework:

1) A perspectiva de processos sintetiza as abordagens, metodologias e práticas com o viés de processo (óbvio) e é uma das perspectivas do framework.

2) A representação linear da perspectiva de processo foi uma escolha nossa, visando mostrar que a inovação sai de um ponto (situação atual) e chega em outro (situação futura). Ela é derivada da lógica básica da inovação apresentada no capítulo de conceitos, que também é linear. Porém, os processos de inovação que você definir devem:

  • ocorrer por meio de atividades iterativas;
  • ser cíclicos, com a decisão de persistir ou pivotar no final de cada ciclo;
  • incorporar feedbacks da fase de uso e operação;
  • orquestrar projetos de inovação diversificados em um portfólio, de acordo com os objetos de inovação, grau de novidade e grau de complexidade, procurando equilibrar um mix de projetos explorations e exploitations;
  • permitir a aplicação de vários filtros durante a inovação tanto no portfólio de projetos como na realização de um projeto individual.

Recorde as discussões sobre: como representamos a inovação (no capítulo introdutório do livro); qual a forma da inovação (no capítulo de conceitos); e a lógica básica da inovação (no capítulo de conceitos).

3) O framework  não indica como você deve inovar. Isso você define com base nas metodologias, métodos e ferramentas de inovação que você selecionar e adaptar. O framework é para guiar você nas escolhas desses componentes.

4) O framework também contém a síntese das abordagens relacionadas com as demais perspectivas da visão sistêmica, como ilustra a figura a seguir. Veja, que a perspectiva de processo de destaca, mas uma iniciativa de inovação deve considerar práticas de outras perspectivas.

Limitação atual do framework

Por enquanto o framework é “genérico”, o que o torna limitado e você deve adaptá-lo para aplicações específicas. Algumas práticas para inovação de alguns objetos de inovação, como marca e marketing não foram levantadas ainda. Após a apresentação do framework, vamos mostrar especializações dele para algumas combinações dos fatores contextuais.  Esperamos colher mais evidências para verticalizar o framework por setor industrial e expandi-lo para outros objetos de inovação.

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