Nesta seção você pode saber mais sobre as abordagens e teorias de inovação e como estruturamos este conteúdo.
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Acesse aqui a lista das abordagens que pretendemos publicar
Entender as várias abordagens de inovação com suas respectivas vantagens e desvantagens é um pré-requisito para que você possa selecionar a melhor abordagem para o seu contexto.
Os fatores contextuais da sua realidade, seu grau de maturidade e seu repertório irão influenciar no sucesso (ou não) da adoção de uma combinação de abordagens.
O que são abordagens e teorias de inovação?
O que são abordagens?
De acordo com o nosso glossário, abordagens “são ideias ou ações que objetivam lidar com um problema ou situação” (PRINCETON, 2010).
- uma abordagem é constituída por um conjunto de princípios e práticas que utilizamos para lidar com um problema ou situação;
- as abordagens podem ser teóricas ou procedurais;
- as teóricas contém princípios
- as procedurais podem conter princípios e práticas e podem ser desdobradas em metodologias;
- algumas abordagens procedurais desdobram-se em mais de uma metodologia (caso do design thinking, por exemplo) e outras são equivalentes a metodologias (caso do lean startup, por exemplo);
O que são teorias?
Veja no glossário, que teoria é um conceito mais formal que uma abordagem, apesar que ambos podem possuir princípios e práticas. Uma teoria é um conjunto de relações conceituais explicadas, que passa por um processo evolutivo iterativo (de modelo descritivo a uma teoria prescritiva), que inclui períodos de avaliação (o glossário possui definições mais completas de teoria).
De onde surgem as abordagens?
Algumas abordagens de inovação surgem durante a resolução de um problema prático, ou do aproveitamento de oportunidades oriundas de novas tecnologias.
Ou seja, as abordagens propõem princípios e estão associadas a metodologias, que foram criadas (ou recombinadas) para a criação de novas ofertas (produtos e/ou serviço) ou quando ocorre uma mudança (melhoria ou transformação) de elementos do negócio (por exemplo, para aumentar a excelência operacional).
Seus autores publicam os resultados e ela vira a abordagem do momento (se a publicação fizer sucesso, dependendo da competência do autor). No fundo, inicialmente, uma nova abordagem se torna uma hipótese, como explicamos no próximo tópico “Como dizer que uma abordagem tem eficácia comprovada?”.
Afinal, abordagem ou teoria de inovação?
Consideramos abordagens e teorias de inovação como sinônimos, apesar de saber que teorias são mais elaboradas e mais formais do que abordagens. Trataremos todos como sendo abordagens, mas se o autor usou o termo teoria, vamos adotar, mesmo que a proposta do autor não atenda a todos os requisitos necessários para ser considerada uma teoria. Todas serão armazenadas na seção de abordagens da flexM4I.
No entanto, utilize o termo que for mais alinhado com a cultura organizacional da sua empresa.
Como dizer que uma abordagem tem eficácia comprovada?
Se você for um leitor de empresa, imaginamos que você não esteja muito interessado no rigor científico. Deve ficar perdido com tantas abordagens (veja a lista de abordagens). Porém, você quer algo de “eficácia comprovada” para ser aplicado na sua empresa.
Evolução de abordagens, metodologias e teorias
Se uma abordagem for inovadora, quebrando paradigmas e os resultados de sua aplicação forem surpreendentes, muitas outras empresas irão aplicá-la. Mas ela ainda é uma hipótese.
Cada nova aplicação é uma tentativa de refutar ou falsear a abordagem. Se ela sobreviver, ou seja, se a nova aplicação apresentar ótimos resultados, dizemos que ela foi corroborada. Conforme novos relatos de sucesso forem surgindo, ela vai se tornando mais robusta.
Depois de um tempo, quando a quantidade de aplicações for significativa, alguém da academia ou de empresas de consultoria pode realizar estudos de caso, ou mesmo pesquisas quantitativas. Se os resultados forem positivos, a abordagem será considerada validada. Mas aí talvez seja tarde demais para você adotá-la, pois ela não trará mais um diferencial competitivo (leia mais sobre isso na seção “capabilidades ordinárias e dinâmicas”).
A seção sobre a avaliação da eficácia de uma abordagem ou prática de inovação mostra algumas alternativas de criação de artefatos para apoiar a inovação, assim como métodos para avaliar se esses artefatos são eficazes ou não, discutindo possíveis procedimentos científicos associados. |
O que fazer?
Leia muito. Procure publicações que comparam e comprovam o sucesso das abordagens.
Cuidado com “vendedores” muito bons.
Não adote uma abordagem, porque somente um autor relatou sua experiência e disse que teve sucesso.
Uma abordagem muito nova ainda não teve tempo de ter o seu sucesso comprovado. É um risco adotá-la, mas pode trazer um diferencial competitivo. Para inovar e ter sucesso, sua empresa deve ter um diferencial perante outras. Apesar do risco, pode valer a pena. Conte então com a sua capacidade de análise ou de outras pessoas experientes para decidir se deve adotar ou não.
Não considere uma abordagem (e metodologias correspondentes) como uma “receita de bolo” a ser seguida …
… sem uma avaliação crítica ou sem um mediador, que tem experiência com a aplicação da abordagem e metodologias correspondentes.
Perceba que muitas abordagens e metodologias funcionam em alguns ambientes e não funcionam em outros. Por que? Por causa dos fatores contextuais. Algumas iniciativas só funcionam se um consultor estiver junto explicando como fazer (este é o negócio dele). Depois que ele vai embora, muitas vezes, a situação deteriora novamente, pois não foi incorporada pelas pessoas e na cultura organizacional, não foi internalizada, a empresa não amadureceu, a cultura pode ter limitado. São muitas as razões.
Nosso objetivo é trazer informações sobre as abordagens para simplificar suas escolhas. Procuraremos indicar os prós e os contras e indicar publicações. Toda decisão contém trade-offs. Mas a quantidade de abordagens é grande para que possamos ser sempre assertivos . E não custa repetir, os fatores contextuais da sua realidade, seu grau de maturidade e seu repertório irão influenciar no sucesso (ou não) da adoção de uma combinação de abordagens.
Uma razão para não publicar a flexM4I no formato tradicional de livros é para poder atualizar rapidamente. Assim, se uma nova abordagem emergir, temos potencialmente a possibilidade de publicar seu conteúdo e análise, mas que pode mudar com o tempo. Não faremos isso via blog, pois o conteúdo não seria estruturado. No futuro, após a consolidação de um conteúdo considerado mínimo (a flexM4I está em construção) pretendemos indicar quais as novidades incorporadas.
Usar a Wikipédia?
Indicaremos o conteúdo da Wikipédia ou outra fonte de acesso gratuito, se considerarmos que o seu conteúdo é de qualidade.
Acreditamos muito no compartilhamento gratuito do conhecimento.
Como ainda estamos construindo a flexM4I, a maior parte das abordagens será direcionada para a Wikipédia (em português) e wikipedia (em inglês). Conforme editarmos um material diferenciado, iremos atualizar na flexM4I. No futuro, pretendemos atualizar e editar os verbetes da Wikipédia. Uma visão ideal para o futuro é que todo o conteúdo teórico sobre as abordagens esteja na Wikipédia, pois ela é de acesso universal e amplo. Até lá, continuaremos a colocar o conteúdo aqui.
No entanto, a articulação entre as abordagens de inovação faz parte da teoria da flexM4I.
A descrição de algumas metodologias, métodos e ferramentas também poderão ser acessadas na Wikipédia. No entanto, a articulação desses componentes com as abordagens, assim como a disponibilização dos templates que possam ser usados para sua aplicação e a descrição dos casos continuarão a fazer parte da flexM4I, pois não fazem parte do escopo da Wikipédia.
Aplique uma combinação de abordagens e metodologias
Realmente é difícil garantir que uma abordagem vai ter sucesso (veja o tópico anterior se você ainda não leu).
Você deve combinar abordagens e as metodologias relacionadas e evoluir. E então, experimentar, experimentar, experimentar !!!
Lembre-se que a inovação é uma jornada sem fim e você deve respeitar o nível de maturidade em inovação da sua empresa, porém, sempre almejando mudar de patamar para evoluir. Por isso é que existem várias práticas que devem ser consideradas, quando você configurar a sua gestão de inovação.
E o que funciona em um ambiente, pode não funcionar em outro. Por que? Depende dos fatores contextuais (em construção). Entre eles, o mais básico que influencia o sucesso de qualquer iniciativa de inovação são as pessoas com a sua mentalidade e competência e a organização com sua capabilidade e cultura de inovação.
Abordagens contraditórias
As abordagens que apresentamos ilustram e remetem a diversas linhas de atuação teórica, princípios e práticas relacionadas com a inovação. Existem muitas comunidades que tratam de inovação e, portanto, existem várias abordagens, cada uma com os conceitos e jargões da comunidade. Foi por isso que criamos a seção de principais definições para você conhecer os diversos significados dos termos que usamos para poder fazer uma ponte entre eles e adotar aquilo que for mais apropriado para a cultura da sua organização.
Alguns autores criticam abordagens existentes para justificar a nova abordagem que eles propõem. Você deve ficar mesmo “perdido” diante de tantas contradições. Por isso, sempre que possível, você deve comparar o conteúdo e propostas das abordagens, metodologias, métodos e ferramentas para (veja o framework):
- planejar seu projeto de inovação;
- estabelecer seus processos de inovação (para institucionalizar, quando seus desafios forem recorrentes);
- montar uma metodologia de inovação.
Evite tentar implantar abordagens contraditórias, que possuem princípios conflitantes.
Veja o que escrevemos anteriormente no tópico “Como dizer que uma abordagem tem eficácia comprovada?”
Quais as categorias das abordagens e teorias?
A página de busca das abordagens possui duas formas de você encontrar uma abordagem:
- busca por um termo: digitando um termo, os resultados da busca são apresentados em uma outra página, na qual listamos as abordagens que contém aquele termos
- filtrar a lista selecionando categorias das abordagens: na própria página inicial das abordagens e teorias de inovação, são apresentadas as abordagens que foram classificadas nas categorias selecionadas.
Todas as abordagens estão relacionadas com inovação?
Ótima pergunta. Mesmo que os autores tenham criado suas abordagens para áreas correlatas, como por exemplo, inovação em modelo de negócio ou confiabilidade, inserimos na lista porque consideramos que de alguma forma estão relacionadas com a inovação.
Listamos várias abordagens que consideramos básicas e que não trazem um diferencial, tais como gestão da qualidade, gestão de processos, lean thinking etc. Essas abordagens já estiveram “na moda”, trouxeram um potencial para as empresas se diferenciarem no passado, mas depois que foram incorporadas por muitas empresas, deixaram de trazer um diferencial.
Por que consideramos básicas? Porque elas criam um patamar mínimo para se inovar.
Não adianta nada sua empresa pensar em adotar gestão ágil, design thinking, squads, ambidestria organizacional, intraempreendedorismo, indústria 4.0 e outras, se ela não tem qualidade, não pratica a gestão de processos e não é enxuta.
Já pensou em você decidir aplicar a abordagem de servitização para deixar de vender um produto e passar a prover serviços por meio desse produto, que apresenta uma elevada taxa de falhas em campo? Neste novo modelo de negócios, você assume a manutenção embutida no preço do aluguel e a quantidade de falhas “mata” sua lucratividade. Ou seja, falta aplicar a abordagem de confiabilidade para testar e diminuir a taxa de falhas, antes de assumir a manutenção do seu produto.
Lógico que podem haver práticas dessas abordagens “mais tradicionais” (básicas), que não fazem mais sentido se combinadas com novas abordagens. Porém, na maioria das vezes, essas abordagens são essenciais para sua empresa implantar uma nova abordagem para mudar de patamar competitivo.
Essa é a razão da constante renovação de abordagens muito bem sucedidas, tais como lean thinking.
Alguns autores de muito sucesso no passado, ficam renovando e mudando os paradigmas de suas propostas para se atualizarem e continuarem “na moda”. Isso funciona quando eles forem acumulando experiências práticas. Podemos citar, como exemplo, o processo “stage-gate” do Robert Cooper. Ele está se renovando e adaptando sua abordagem (e metodologia) às novas tendências. Mas sua abordagem, por exemplo, foi estigmatizada por autores de novas abordagens, com base nos erros (aprendizados) do passado.
Para uma consultoria, é simples implantar uma nova abordagem “da moda” negando abordagens “ultrapassadas”. Repetimos, inovação é uma jornada sem fim. Sempre existe espaço para evoluir. Pense em aplicar algumas abordagens consolidadas e comprovadamente eficazes como um embasamento para evoluir. Mas logicamente não implemente aquilo que já não faz mais sentido. E mais uma vez, de nada adianta todo esse esforço se a competência e mentalidade das pessoas, assim como a capabilidade e cultura da organização não estiverem alinhadas com essas iniciativas.
Visão da floresta e de algumas árvores
Iremos sintetizar os principais elementos dessas abordagens neste capítulo na forma de verbete. Assim você irá adquirir um conhecimento amplo das iniciativas existentes, no que chamamos de visão da floresta. No entanto, lembre-se que a teoria é para fornecer um embasamento e capacidade crítica. No momento da aplicação, utilize as metodologias, métodos, ferramentas, ferramentas e práticas que mostraremos. Eles são extraídos das abordagens e metodologias correspondentes.
Os verbetes sobre as abordagens são sucintos, mas indicaremos fontes adicionais de consulta. Escolhemos algumas abordagens para serem detalhadas, pois elas são muito utilizadas e possuímos uma maior afinidade e experiência com elas (elas fazem parte do nosso repertório). Não conseguimos ser exaustivos na apresentação de todas as abordagens. Se você desejar contribuir para um detalhamento de alguma abordagem e gostaria de compartilhar conosco, por favor, entre em contato.
O risco de reducionismo e superficialidade
Apresentar somente verbetes sobre as abordagens tem o risco de ser superficial. Veja a discussão sobre este assunto na introdução da parte teórica, tópico “trade-off do nível de detalhe”.