Radar da embalagem
Uma referência para o design de embalagens sustentáveis
flexM4I > abordagens e práticas > Radar da embalagem (versão 1.0)
Autoria: Este Radar foi criado por Ricardo Sastre (ricardo@mudradesign.com.br) e revisado por Cristiane Ferrari Zeni (cristiane@mudradesign.com.br)
Conteúdo desta página
- 1 Introdução
- 2 Descrição resumida
- 3 Quando você deveria utilizar este radar?
- 4 Por que você deveria utilizar este radar?
- 5 Visão geral
- 6 Ciclo de vida de embalagens
- 7 Categorias de conteúdo
- 8 Etapas do projeto de embalagens e relação com o radar
- 9 Premissas, dicas e cuidados
- 10 Material de apoio
- 11 Referências
Introdução
Este instrumento é utilizado pela empresa Mudrá Design no projeto de embalagens. O conteúdo desta seção é baseado na publicação de Sastre et al. (2022).
Conheça a empresa Mudrá Design que é um dos casos de empresa inovadora, relatado no repositório de casos da flexM4i. |
Descrição resumida
O instrumento reúne objetivamente conhecimentos que estão dispersos na literatura acadêmica no formato de um radar.
Este radar é formado por 8 segmentos circulares e 7 camadas.
Os 8 segmentos representam as fases do ciclo de vida de uma embalagem:
- Extração da matéria-prima
- Transformação da matéria prima
- Projeto Estrutural e Gráfico
- Fabricação da Embalagem
- Envase
- Venda
- Uso
- Pós-uso
As camadas representam as categorias de conteúdo (conhecimentos sistematizados) em cada fase do ciclo de vida (segmento do círculo).
- Ciclo de vida: esta é a camada central do radar, que indica as fases do ciclo. Cada fase agrega nos seus segmentos os conteúdos apresentados apresentados a seguir (próximas camadas),
- Funções das embalagens,
- Classes das embalagens,
- Materiais das embalagens e processos de fabricação
- Stakeholders,
- Requisitos ambientais e
- Logística.
O modelo foi representado em formato circular, razão de ser denominado ‘Radar da embalagem’. A natureza gráfica, no formato de one page, foi cuidadosamente desenhada para facilitar a leitura, consulta, percepção de interdependências entre conteúdos e visibilidade de todo o ciclo de vida.
Quando você deveria utilizar este radar?
Por que você deveria utilizar este radar?
- Como modelo de referência faz com que a perspectiva complexa e interdependências do ciclo de vida se tornem tangíveis para os membros da equipe de design de embalagens para nortear a tomada de decisão de projeto ainda nas fases iniciais.
- A rápida visualização facilita o entendimento do projetista em relação a sua demanda técnica criativa, podendo servir de instrumento para capacitação de pessoal ou instrumento pedagógico na área de projeto de embalagem.
Visão geral
As fases do ciclo de vida foram organizadas ciclicamente, sugerindo-se a leitura do centro para as bordas (radial), propostas a partir dos temas iniciais para a concepção de embalagem, como funções e classificação, por exemplo.
Outro fator determinante foi a disposição de conteúdos relacionados com cada fase do ciclo de vida e com cada categoria (funções, classes, materiais e processos etc.) em textos objetivos (curtos).
Como o instrumento é circular, quanto mais próximo da borda, mais espaço para conter informações. Na categoria materiais e processos, sugere-se uma leitura no sentido horário (circunferencial), iniciando na extração da matéria-prima até o processo de envase. Os textos estão dispostos no sentido de leitura, não se fazendo necessário mover a folha ou a cabeça para lê-lo por inteiro. A organização dos textos no formato sugerido, trouxe a perspectiva de um radar, razão pela qual foi assim denominado “Radar da embalagem”.
A estrutura do radar está ilustrada na figura abaixo. Para baixar o radar com todo o seu conteúdo, vá para o tópico “Material de apoio”.
Figura 1186: estrutura do radar da embalagem
Ciclo de vida de embalagens
O ciclo de vida de embalagens define as fases ao longo das quais ocorre o desenvolvimento e uso das embalagens. Essas fases do ciclo de vida, que são os segmentos do círculo do radar:
- Extração da matéria-prima: é quando são extraídos da natureza materiais, como areia, algodão, petróleo, minério e madeira.
- Transformação da matéria prima: é a segunda fase que resulta em vidro, tecido, plástico, metal, madeira ou papel.
- Projeto Estrutural e Gráfico: A terceira etapa trata da fase projetual a concepção lógica e criativa da embalagem (estrutural e gráfica). É como se denomina de design de embalagens. Esta fase é realizada, geralmente, por um estúdio, agência de design ou pelo próprio cliente que dará o encaminhamento para a indústria de embalagens. Em alguns casos, a própria indústria de embalagens adapta a arte final do cliente em matrizes disponíveis.
- Fabricação da Embalagem: é subdividida em vários processos indicados no radar.
- Envase: é o processo onde o produto é inserido na embalagem final. Essencial para garantir a qualidade e a segurança, o envase pode ser realizado de maneira automática ou manual, dependendo do tipo de produto e da escala de produção.
- Venda/ Distribuição: podem ocorrer de diversas formas, seja em uma gôndola de supermercado ou e-commerce por exemplo.
- Uso: é quando o consumidor entra em contato com a embalagem. Ele primeiro decide comprar o produto. Em seguida, ele manuseia a embalagem e interage com o produto contido na embalagem.
A fase de uso é crucial para a experiência do usuário, pois envolve a facilidade de abertura, utilização e, eventualmente, o reuso da embalagem, além de ser determinante para a proteção e conservação do produto até seu consumo final. A fase de projeto estrutural e gráfico define o design da embalagem e é fundamental para atração e interesse do consumidor (além do poder da marca). Um design eficaz pode destacar o produto nas prateleiras, transmitir sua identidade de marca e informar sobre suas características e benefícios, incentivando assim a decisão de compra. |
- Pós-uso: é quando ocorrem o descarte das embalagens, o tratamento e triagem.
Quando previamente visualizadas pelo projetista dentro de uma perspectiva sistêmica, as fases do ciclo de vida, geram a oportunidade para se pensar no fechamento do ciclo de forma sustentável. Neste caso, poderia haver um retorno da embalagem às fábricas e sua reciclagem ou outro procedimento que estenda sua vida útil (reuso, remanufatura) (Jang et al., 2020). Há ainda a possibilidade de retorno da embalagem ao sistema natural, quando ela for compostável (Casarejos et al., 2018).
As fases de envase, venda e uso da embalagem se superpõem ao ciclo de vida do produto para o qual a embalagem foi concebida (como ilustra a próxima figura).
Figura 1187: Superposição entre os ciclos de vida do produto e da embalagem
Categorias de conteúdo
Este tópico e os sub tópicos apresentados a seguir são baseados no apêndice da publicação original (Sastre et al., 2022), que é a referência principal da seção do radar da embalagem.
Como apresentado na visão resumida, os conteúdos são as camadas do radar. A camada do ciclo de vida é a central do radar, que foi apresentada no tópico anterior. Neste tópico vamos apresentar as seguintes camadas:
- Funções das embalagens,
- Classes das embalagens,
- Materiais das embalagens e processos de fabricação: apesar de serem conteúdos diferentes, os materiais são considerados na fases iniciais do ciclo de vida (extração e transformação de matéria prima) e os processos nas fases posteriores (Projeto Estrutural e Gráfico, Fabricação da Embalagem, Envase e Pós-uso),
- Stakeholders,
- Requisitos ambientais e
- Logística.
Classes das embalagens
As classes das embalagens referem-se ao contexto de aplicação das embalagens. A próxima figura traz uma visão geral da classificação das embalagens.
Figura 1188: classificação das embalagens
As embalagens de forma geral podem ser classificadas nos tipos primárias, secundárias e terciárias
- As primárias são aquelas utilizadas pela indústria no envase do produto, (tampa, frasco e rótulo).
- As embalagens secundárias são as embalagens de consumo, aquelas que estão em contato com o usuário e expostas no ponto de venda.
- As embalagens de transporte são as terciárias e contém de forma organizada todos os elementos anteriores.
Por uma questão de segurança e manutenção da integridade do produto, são utilizados alguns componentes, tais como: cantoneiras e filmes plásticos para pallets, pode-se adotar um berço dentro das embalagens de consumo para certificar que no transporte o frasco não sofrerá nenhuma avaria.
Em alguns casos, a embalagem de transporte serve como embalagem de consumo, isso ocorre em produtos maiores, como eletrodomésticos e máquinas.
Ampliando esta classificação apresentam-se:
- As embalagens de quarto nível ou contenedores, que facilitam a movimentação e armazenagem em transportes e
- As embalagens de quinto nível, utilizadas para envio de longa distância, como os containers.
O Radar considera todos os níveis de classificação e os componentes da embalagem em suas etapas do ciclo de vida, seja através de um rótulo ou um pallet. Cada nível de importância e as funções que as embalagens atribuem no acondicionamento de produtos, determinará o tipo de solução a ser adotada.
Sob o ponto de vista de sustentabilidade entende-se que bons projetos devem substituir ou minimizar a profusão de níveis de embalagens ao longo dos processos logísticos, visto que o tempo de vida útil destas costuma ser curto e nem sempre são produzidas de forma sustentável.
Bons projetos de embalagens devem substituir ou minimizar a profusão de níveis de embalagens
Defende-se fortemente a reutilização das embalagens secundárias, terciárias e de mais altos níveis, numa perspectiva de circularidade e extensão da vida útil.
Mais detalhes são apresentados na categoria Logística. |
Funções das embalagens
As funções das embalagens representam as ações desempenhadas pela embalagem em um dado contexto de uso.
As funções de uma embalagem podem ser divididas em primárias e auxiliares.
Funções primárias
As funções primárias são:
- Armazenagem: Compreende a preservação do produto acabado no estoque aguardando comercialização e o tempo de permanência no ponto de venda.
- Proteção: Compreende a preservação da integridade física e química do produto.
- Transporte: Compreende a preservação da integridade do produto desde o fabricante até o canal de venda, estando sujeitas à exposição ao tempo e o atrito no transporte.
- Exposição: Compreende a exposição do produto no ponto de venda, a comunicação dos atributos de seu conteúdo e a utilização da embalagem como instrumento de venda.
A função de exposição pode ser ainda subdividida em:
- Conceituais: Compreende construir a marca do produto; formar conceito sobre o fabricante e agregar valor significativo ao produto.
- Mercadológicas: Compreende chamar a atenção; transmitir informações, despertar desejo de compra e vencer a barreira do preço.
- Comunicação e marketing: Compreende a concepção de oportunidade de comunicação do produto. A embalagem torna-se suporte de ações promocionais.
Funções auxiliares
As funções auxiliares são:
- Econômicas: Componente do valor e do custo de produção (matéria-prima).
- Tecnológicas: Envolve a criação de sistemas de acondicionamento; a adoção de novos materiais e a adoção de técnicas de conservação de produtos.
- Sociocultural: Expressão da cultura e do estágio de desenvolvimento de empresas e países.
- Meio ambiente: Importante componente do lixo urbano. A reciclagem / reutilização é uma tendência mundial
A embalagem é um componente na formação de preço de um produto tornando-se matéria-prima para a indústria que a utiliza para embalar seu produto. Adotar uma política de utilizar uma embalagem com o menor custo possível pode resultar no comprometimento da integridade física do produto ou segurança para o usuário.
Para manter essa integridade do produto, novas tecnologias surgem para auxiliar no acondicionamento, utilizando materiais sofisticados e métodos de produção diferenciados que resultam na maior conservação dos produtos e possibilitam a expansão do mercado para outros países distantes. A função sociocultural pode ser vista em algumas embalagens por meio da expressão de uma determinada sociedade, assim como fatos históricos.
O principal componente do lixo urbano são os resíduos orgânicos, mas a embalagem aparece como o item de maior visibilidade, segundo a organização The World Bank (Wordbank, 2021). Pode-se supor que isso ocorra especialmente por conta do volume que ocupa e sua frequente não biodegradabilidade.
Ademais, a necessidade de separação entre material envasado e embalagem é uma necessidade. Isso importa, visto que o produto envasado pode até ser biodegradável, mas se não for removido da embalagem, sua biodegradabilidade estará comprometida e sua vida se estenderá pelo mesmo tempo de subsistência da própria embalagem no meio ambiente, ou próximo disso, caso a embalagem seja de fato protetora do material envasado.
No radar você pode perceber que algumas funções estão relacionadas com classes específicas de embalagens, conforme a fase do ciclo de vida. |
Materiais e Processos
São os conteúdos relacionados com os materiais e tipos de processos necessários ao longo do ciclo de vida de uma embalagem. Essas duas categorias estão agrupadas no radar, mas aqui elas são apresentadas separadamente, pois são consideradas em diferentes fases do ciclo de vida.
Os materiais são considerados na fases iniciais do ciclo de vida (extração e transformação de matéria prima) e Os processos nas fases posteriores (Projeto Estrutural e Gráfico, Fabricação da Embalagem, Envase e Pós-uso)
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Materiais
Os principais materiais utilizados na fabricação de embalagens são:
- a madeira,
- o papel,
- o metal,
- o plástico,
- o tecido e
- o vidro.
Outras soluções foram desenvolvidas através das misturas de insumos, como as embalagens denominadas de multicamadas e as embalagens flexíveis para alimentos:
- Multicamadas: são produzidas com a finalidade de acondicionar líquidos, composta por sete lâminas.
- Embalagens flexíveis para alimentos: geralmente compostas por dois polímeros e um metal.
Nestes casos, o objetivo pela mistura de materiais é atribuir aumento da vida útil de produtos perecíveis. Essas soluções tendem a dificultar o manejo no fim de vida das embalagens por serem difíceis de separar os materiais para reciclagem.
Novos materiais estão sendo concebidos com o objetivo de reduzir o impacto ambiental, como polímeros produzidos a partir de fontes vegetais e/ou reaproveitamento de resíduos, estas soluções apresentam novidades constantes no setor de embalagens.
Madeira
A madeira é comumente utilizada para caixas, engradados e paletes que são empregados no transporte de itens pesados ou de grande valor, garantindo proteção contra impactos durante o transporte e armazenamento. Além disso, a madeira pode ser uma escolha ecológica, especialmente se for proveniente de fontes sustentáveis e gerenciada de forma responsável.
Papel
O papel é produzido a partir da polpa da madeira, maceradas em água e colocadas para secar no calor e pressão como uma chapa lisa ou cilindro. A água amacia a superfície externa das fibras de celulose, que então se fundem com outras fibras através de pressão ou sucção através de uma máquina específica para fabricação de papel.
Plástico
Os polímeros são derivados do petróleo e a sua maioria é derivada de gases simples como etileno e propileno. Existem cerca de 12 materiais plásticos comumente usados em embalagens. Os principais são: polietileno (PE), polipropileno (PP), policloreto de vinila (PVC), Poliestireno (PS), Poliéster (PET e PEN) e poliamida (Náilon).
Vidro
O vidro é produzido a partir de minerais, sendo o principal a sílica (areia) com pequenas quantidades de soda e cal, além de óxido de cálcio, óxido de cálcio e óxido de magnésio.
Metal
Os metais mais importantes usados para embalagens são o aço, o estanho e o alumínio.
Tecido
As embalagens de tecido são produzidas a partir de algodão, ráfia, cascas de arroz ou materiais sintéticos como a poliamida e poliéster.
Novos materiais
Novos materiais estão sendo pesquisados como:
- filmes biodegradáveis a partir de óleo vegetal (Adel et al., 2019);
- extrato de borra de café (Cacciotti et al., 2018);
- filmes a base de penas de aves (Dieckmann et al., 2019);
- bagaço de cana de açúcar (Ketkaew et al., 2018);
- strume de vaca (Vishnuvarthanan et al., 2019),
- moléculas vegetais (Elhussieny Et Al., 2020; Iahnke Et Al., 2015; Romani; Prentice-Hernández; Martins, 2017; Tumwesigye; Oliveira; Sousa-Gallagher, 2016) e
- nanotecnologias (Azeredo, 2009; Connolly Et Al., 2019; Ferrer; Pal; Hubbe, 2017).
Processos
Variedade de Materiais e Processos: Os processos de fabricação de embalagens variam dependendo do material e do produto a ser embalado, com influência de fatores como custo.
Conhecimento do Projetista: Embora não seja esperado que projetistas de embalagens dominem todos os processos de fabricação, é recomendado que conheçam os processos disponíveis e suas características fundamentais. Especializar-se em um processo específico pode ser benéfico para sua atuação no mercado.
Processos Específicos por Material:
- Papel Cartão/Papelão: Utiliza máquinas de corte e vinco, coladeiras para projetos que necessitam de colagem e máquinas para acabamentos especiais como vernizes e texturas.
- Madeira: Fabricação por marcenaria ou usinagem, geralmente usada para transportar objetos pesados.
- Plásticos: Incluem processos de injeção, sopro, termoformagem e extrusão.
- Vidro: Maioritariamente moldado por sopro, com processos adicionais para frascos menores.
- Metal: Produzido por estampagem com solda, aplicação de tampa e fundo, adequado para altas tiragens.
- Tecidos: Produzidos por fiação, malharia ou tecelagem, comumente usados em sacos para grãos.
Processos de Impressão:
- Matrizes e Técnicas: Utilizam matrizes com relevo (flexografia, tipografia), planas (litografia, off-set), entalhadas (rotogravura, tampografia) e permeográficas (serigrafia).
- Aplicações Comuns: Offset para papel, flexografia para plásticos, serigrafia para potes, rotogravura para alta tiragem e impressão digital para pequenas quantidades.
A próxima figura apresenta uma classificação dos processos de impressão.
Figura 1189: classificação dos processos de impressão de uma embalagem
Os processos de envasamento podem ser divididos em Manual vs. Automatizado. Empresas menores ou com baixa escala de produção tendem a usar processos manuais, enquanto as maiores optam pelo automatizado.
O Design estrutural de uma embalagem deve considerar a facilidade de manipulação para aumentar a produtividade e simplificar a desmontagem para reciclagem.
Impacto da Indústria 4.0:
- Embalagens Inteligentes: As embalagens podem atuar como repositórios de informações durante o ciclo de vida de um produto.
- Otimização e Interatividade: Novas tecnologias estão sendo aplicadas para otimizar a produção, a interação com o usuário e a reciclagem no pós-uso.
Stakeholders
Referem-se ao tipo de indivíduo envolvido em cada fase do desenvolvimento da embalagem. No quadro a seguir apresentamos os principais stakeholders, separados como internos e externos, observados em todo o ciclo de vida da embalagem.
Quadro 1190: Stakeholders internos e externos relacionados com embalagens
Há um elevado número de stakeholders relacionados com um projeto de embalagem, agindo direta ou indiretamente. Eles podem influenciar de alguma forma a concepção estrutural e gráfica, seja por meio de tópicos regulatórios impressos nos rótulos ocupando espaços em demasia ou por causa de uma mudança estrutural para facilitar o envase do produto em máquina.
No Radar da embalagem, os stakeholders foram sugeridos em cada fase do ciclo de vida como diretos e indiretos. Esta definição pode ser modificada, dependendo da realidade de cada projeto, por exemplo: os produtores rurais podem ter uma influência direta na extração da matéria-prima, mas uma influência indireta na concepção da matéria-prima. |
Requisitos ambientais
São os elementos norteadores ao longo do ciclo de vida de uma embalagem sustentável, que devem ser considerados / atendidos.
Uma descrição completa dos requisitos citados neste tópico estão no apêndice da publicação original (Sastre et al., 2022), que remete para outras tabelas que mostram os estudos realizados. |
Apresentamos a seguir dois quadros que ilustram a evolução do conceito de embalagem sustentável:
- O conceito que fornece uma estrutura para o design de embalagens sustentáveis de autoria da Sustainable Packaging Coalition (Greenblue, 2011) e
- O conceito de que fornece as estratégias para design de embalagens, fabricação, logística e marketing de autoria da Sustainable Packaging Alliance, Australia (Lewis et al., 2007)
Quadro 1191: Princípios do conceito de estrutura para o design de embalagens sustentáveis
Fonte: Sustainable Packaging Coalition — SPC (Greenblue, 2011)
A definição de embalagem sustentável apresentada pela (SPC) atende as três dimensões da sustentabilidade (ambiental, econômica e social):
- Na dimensão ambiental são defendidas definições relacionadas ao consumo de recursos naturais, geração de resíduos, práticas sustentáveis e atributos projetuais, em um contexto de circularidade.
- Na dimensão econômica, a definição da conta da compatibilidade dos custos da embalagem para atender ao mercado.
- Na dimensão social, a definição procura dar conta da saúde e segurança do usuário e comunidade através da manutenção da integridade física do produto, atendendo às funções primárias da embalagem (contenção, proteção e transporte).
Quadro 1192: Princípios do conceito das estratégias para design de embalagens, fabricação, logística e marketing
Fonte: Sustainable Packaging Alliance (SPA), Australia (Lewis et al., 2007)
A definição da (SPA) contempla duas das três dimensões da sustentabilidade (ambiental e econômica):
- Na dimensão ambiental, o foco é a redução de consumo de recursos naturais e na geração de resíduos.
- Na dimensão econômica, a definição preocupa-se com a redução de custos e melhoria nas margens de lucro das empresas.
Outro fator mencionado é em relação ao projeto da embalagem focado em atender as melhorias relacionadas a sua funcionalidade e na otimização de materiais e processos, na interação entre o produto e a embalagem.
Em ambas as definições (da SPC e da SPA), nota-se uma preocupação maior com os aspectos ambientais envolvendo o sistema produto/embalagem.
Para a construção do radar foi realizado um trabalho de comparação de alguns documentos que continham requisitos. Os estudos pode ser consultados na planilha deste link:
https://docs.google.com/spreadsheets/d/1qvrTnwlk2DsBx5_PuZGQ4__b5McvLUgh/edit?usp=sharing&ouid=115851390638887280605&rtpof=true&sd=true
Listamos os requisitos constantes no radar que estão divididos (com repetições) para cada fase do ciclo de vida de uma embalagem (segmentos do círculo);
- Aproveitamento do produto embalado
- Compatibilidade dos componentes da embalagem
- Comunicação para o descarte
- Conscientização ambiental
- Consumo de recursos naturais
- Consumo total de energia
- Destinação dos resíduos sólidos
- Emissões atmosféricas
- Emissões de gases de efeito estufa
- Geração de resíduos sólidos
- Lançamento de efluentes
- Prazo de validade
- Proteção do produto
- Proteção embalagem x produto
- Reciclabilidade
- Reutilização
- Separação dos componentes da embalagem no pós consumo
- Simbologia da reciclagem
- Substâncias tóxicas e perigosas
- Transporte: cubagem
- Uso de água
- Uso de matéria-prima reciclada
Logística
Apresenta o tipo de estratégia logística necessária a cada fase do ciclo de vida da embalagem. A logística envolve a gestão do processamento de pedidos, estoques, transportes e a combinação de armazenamento, manuseio de materiais e embalagem, todos integrados por uma rede de instalações. Observando as ações logísticas no ciclo de vida da embalagem, surgiram diversas sub-embalagens (embalagem no processo de concepção e uso da embalagem) sendo utilizadas durante o processo:
- 1ª embalagem: No transporte da matéria-prima extraída da natureza até o transformador da matéria-prima.
- 2ª embalagem: Após o beneficiamento, o produto gerado é embalado e segue para a indústria de embalagem.
- 3ª embalagem: Encaminhar as embalagens produzidas para a indústria de envase.
- 4ª embalagem: Após o envase do produto, são acondicionados em caixas de transporte, pallets e/ou containers e encaminhadas aos pontos de venda.
- 5ª embalagem: O consumidor possivelmente utilizará sacolas, sacos ou caixas para transportar os produtos comercializados.
- 6ª embalagem: Após o consumo, as embalagens vazias são acondicionadas em sacolas ou sacos de lixo para serem descartadas ou encaminhadas para reciclagem (logística reversa).
Relações entre as categorias
Visando ampliar a percepção de dependências entre ações de projeto para evitar esquecimentos que causem falhas em fases avançadas do ciclo de vida, buscou-se revelar as potenciais interações que ocorrem entre as categorias de conteúdos entre si, e que deveriam ser avaliadas com cuidado durante o projeto.
A matriz de relacionamento foi desenvolvida para demonstrar as possíveis interações entre as categorias de conteúdos do artefato.A figura apresenta o resultado da análise conjunta realizada pelos três especialistas. As relações podem ser fracas (1), médias (3) e fortes (9) e uma nota foi atribuída sempre que houve consenso entre pelo menos dois dos avaliadores.
Figura 1193: matriz de relação das categorias de conteúdos do radar de embalagem
As relações fracas (valor 1) são aquelas que não apresentam uma influência direta entre si.
O ciclo de vida tem pouca relação com as funções da embalagem por serem elementos independentes em seu desenvolvimento.
O tipo da embalagem (primária, secundária etc.) e as funções que a embalagem exerce, estão indiretamente relacionadas com os requisitos ambientais (a relação direta ocorre com o tipo de material da embalagem).
Por exemplo: a preocupação pelo correto descarte da embalagem deve ocorrer, independente se ela for uma caixa de transporte ou uma embalagem de consumo.
As relações médias (valor 3) foram atribuídas aos cruzamentos que apresentaram entre si uma influência moderada.
Por exemplo: o material utilizado e o processo de fabricação de uma embalagem não interferem diretamente no processo logístico, responsável pelo transporte e armazenagem de produtos embalados.
As relações fortes (valor 9) foram atribuídas aos cruzamentos que apresentaram uma relação direta entre si, composto pela maioria.
O ciclo de vida (ponto de partida do radar) e a logística apresentaram quatro relações fortes (com materiais e processos stakeholders, requisitos ambientais e logística). Nesses casos, eles podem influenciar na sua configuração e caminhos percorridos.
Por exemplo, em cada etapa do ciclo de vida pode ocorrer um processo logístico e uma embalagem distinta para cumprir as funções de contenção, proteção e transporte de um insumo ou itens de produção.
As funções da embalagem (armazenagem, proteção, transporte, exposição ou outra) são fatores determinantes para definir a classificação da embalagem a ser utilizada (primária, secundária, terciária ou outra), os envolvidos (stakeholders) e o processo logístico do produto embalado.
Etapas do projeto de embalagens e relação com o radar
Como o radar deve ser utilizado durante o projeto de embalagens, apresentamos a seguir um resumo deste processo.
A partir de um estudo de diversas propostas de processos de desenvolvimento de embalagens, chegamos a uma síntese de 5 etapas:
- Briefing
- Planejamento
- Desenho
- Implantação
- Validação
A próxima figura ilustra este processo.
Figura 1194: síntese das etapas de projetação de embalagens (clique na figura para mostrar em outra aba)
O estudo de comparação entre os processos de desenvolvimento de embalagens está documentado nesta planilha https://docs.google.com/spreadsheets/d/12l0cXjj6cgBayQdDAe6lf3E4rDXbOFsp/edit?usp=sharing&ouid=115851390638887280605&rtpof=true&sd=true |
Em seguida detalhamos cada uma dessas etapas.
Briefing
As principais atividades dessa etapa são:
- Coleta de dados
- Problema
- Objetivo
- Função
- Estudo de campo
- Lista de Requisitos
A relação com o radar está qualitativamente ilustrada na próxima figura.
Figura 1195: Relação da etapa de Briefing do processo de desenvolvimento de embalagens com o Radar da embalagem
Essa etapa foca na identificação e análise inicial do problema, definição de objetivos, e coleta de informações relevantes por meio de estudo de campo, culminando na criação de uma lista de requisitos necessários para a solução ou para o desenvolvimento do projeto.
O Briefing é a primeira fase da projetação. Nesta fase ocorre a coleta de dados preliminares, define-se a problemática, as funções e os objetivos do projeto. Recomenda-se realizar estudos de campo e identificação de requisitos coletados ou observados dentre outros dados preliminares relativos ao contexto de fabricação, transporte, comercialização, uso, normas e regulamentações e propriedades ambientais esperadas para a embalagem.
Na etapa de briefing, os objetivos do projeto de uma embalagem sustentável necessariamente deverão envolver a escolha de matérias-primas de fontes renováveis, que não esgotem ou agridam o meio-ambiente (extração da matéria-prima), que sejam processadas com uso de energia renovável e baixa pegada de carbono (fabricação da matéria-prima) e que ao final da vida útil possam ser reaproveitadas ou compostadas (pós-uso).
Planejamento
As principais atividades dessa etapa são:
- Análise técnica
- Preparação
- Incubação
- Posicionamento
- Estudo de viabilidade
A relação com o radar está qualitativamente ilustrada na próxima figura.
Figura 1196: Relação da etapa de Planejamento do processo de desenvolvimento de embalagens com o Radar da embalagem
Esta etapa contempla a análise mais profunda das soluções técnicas e na preparação para o desenvolvimento do projeto. A “incubação” pode se referir a um período de reflexão ou desenvolvimento de ideias iniciais. O “posicionamento” sugere a definição de estratégias ou direcionamento do projeto. Finalmente, o “estudo de viabilidade” avalia a praticidade e a sustentabilidade econômica das soluções propostas.
Fazem parte do planejamento em um projeto de embalagens, a escolha de materiais e processos de fabricação, os quais influenciam significativamente nos projetos de embalagens. A análise técnica e de viabilidade decide se alguma mudança deve ser realizada no projeto da embalagem.
Na opinião dos especialistas o planejamento é a etapa que contempla uma discussão mais aprofundada relacionada com todas as fases do ciclo de vida da embalagem, esse é o momento de traduzir as necessidades em soluções.
Após essas duas primeiras etapas, as subsequentes seguem cumprindo funções pontuais no desenvolvimento de embalagem, evoluindo para uma solução final, pois praticamente todas as características de uma embalagem são definidas nessas etapas.
Desenho
As principais atividades dessa etapa são:
- Geração de alternativas
- Design estrutural
- Design gráfico
- Seleção de alternativas
- Detalhamento
A relação com o radar está qualitativamente ilustrada na próxima figura.
Figura 1197: Relação da etapa de Desenho do processo de desenvolvimento de embalagens com o Radar da embalagem
Esta etapa é focada na criação e exploração de diferentes soluções ou designs. Inicialmente, várias alternativas são geradas. Em seguida, essas ideias passam pelo processo de design estrutural e gráfico, que define tanto a forma quanto a aparência visual dos conceitos. A etapa de seleção de alternativas serve para escolher as soluções mais promissoras baseadas em critérios predefinidos. Por fim, o detalhamento envolve a elaboração completa das soluções selecionadas, preparando-as para a próxima fase de implantação.
Esta etapa determina soluções gráficas e estruturais com base no que foi especificado anteriormente. O Radar traz diversos pontos que devem ser considerados nesta etapa. É quando os processos de impressão descritos anteriormente são determinados.
Implantação
As principais atividades dessa etapa são:
- Prototipagem
- Solução final
- Produção
- Testes e ensaios
- Viabilidade
- Refinamentos
A relação com o radar está qualitativamente ilustrada na próxima figura.
Figura 1198: Relação da etapa de Implantação do processo de desenvolvimento de embalagens com o Radar da embalagem
Esta etapa se concentra em transformar os designs detalhados em modelos funcionais. Começa com a prototipagem, permitindo que conceitos sejam testados e avaliados fisicamente. Segue-se com a definição da solução final, ajustando os protótipos conforme necessário. A produção pode ser uma preparação para a fabricação em pequena escala ou para testes mais rigorosos. Testes e ensaios são realizados para garantir que o produto atenda a todos os requisitos e padrões de qualidade. A viabilidade continua sendo avaliada para garantir que a solução seja econômica e prática. Os refinamentos finais são feitos com base nos feedbacks dos testes, aperfeiçoando o produto antes do lançamento ou da produção em massa.
Validação
As principais atividades dessa etapa são:
- Avaliação e ajustes
- Acompanhamento
- Melhoria contínua
A relação com o radar está qualitativamente ilustrada na próxima figura.
Figura 1199: Relação da etapa de Validação do processo de desenvolvimento de embalagens com o Radar da embalagem
Esta etapa foca na avaliação do produto ou projeto após sua implementação inicial. Inicia-se com “Avaliação e ajustes”, onde o desempenho do produto é continuamente avaliado e ajustes são feitos para resolver quaisquer problemas que possam surgir. “Acompanhamento” implica na observação e monitoramento contínuo do produto no mercado ou em uso para assegurar que continua atendendo às necessidades e expectativas. Finalmente, “Melhoria contínua” sugere um compromisso com o aprimoramento constante do produto ou processo, incorporando inovações e feedbacks para melhorias futuras.
Premissas, dicas e cuidados
Premissa
- Recomenda-se que este instrumento seja utilizado por profissionais da área de embalagem nas fases iniciais de projeto.
Dica
- O presente instrumento é um material de consulta que auxilia a equipe de projeto em tomadas de decisão em projetos de embalagens, promovendo visibilidade sistêmica.
Cuidado
- Recomenda-se o uso do Radar da embalagem nas fases iniciais de projeto (briefing e planejamento), ele é um instrumento de consulta e não um método de desenvolvimento de embalagens.
Material de apoio
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Referências
Essas referências foram utilizadas para se desenvolver o radar, mas nem todas são citadas no texto desta seção. São as referências da publicação que deu origem a esta seção, Sastre et al. (2022).
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