Lógica da inovação
Rastrear, monitorar e analisar o contexto

flexM4I > a teoria > Lógica da inovação > Rastrear, monitorar e analisar o contexto (versão 3.0)
Autoria: Henrique Rozenfeld ([email protected])  

Compreende alguns processos contínuos, que alimentam de informações e conhecimentos os processos de inovação.

Essa categoria de processos está acima das demais e é contínua para mostrar que ela alimenta de informações as outras etapas durante a inovação: tanto no momento de consolidação antes do planejamento estratégico e/ou planejamento da inovação, como durante a realização dos projetos de inovação.

Importância dessa categoria

Essas informações podem impactar um projeto de inovação em desenvolvimento ou mesmo a operação da solução criada. 

Por exemplo, 

  • novas regulamentações, como a lei de resíduos sólidos ou a lei geral de proteção de dados podem impactar projetos em desenvolvimento ou mesmo soluções que já estão no mercado.
  • o lançamento de uma nova tecnologia ou mesmo solução do concorrente pode fazer com que sua empresa tenha de repensar seus projetos de inovação. Uma fabricante de impressoras estava desenvolvendo a primeira impressora duplex (que imprime dos dois lados) do mercado. No meio do desenvolvimento, uma grande empresa concorrente de marca conhecida lançou uma impressora duplex antes. O impacto deste lançamento fez com que a empresa inicial interrompesse o desenvolvimento, pois o market share planejado não seria mais atingido, o que comprometeria os retornos planejados.

Principais atividades genéricas

Os processos desta categoria consideram o contexto interno e externo; a situação atual e tendências futuras sobre todas as perspectivas da empresa e seu ecossistema. As principais atividades genéricas são:

  • Rastrear (screening em inglês) encontrar as fontes de informação para inovação, tanto as oportunidades como ameaças.
  • Monitorar: após as fontes terem sido identificadas, sua empresa irá monitorar para extrair as informações.
  • Analisar:  transformar as informações em conhecimento e preparar relatórios para serem usados por outras etapas.

Apesar de ser contínua, podemos realizar análises pontuais da situação atual para subsidiar o planejamento estratégico, ou o planejamento da inovação, ou um projeto específico. Essa análise pontual pode ocorrer por meio de (entre outras abordagens):

  • Diagnóstico qualitativo realizado com entrevistas sobre problemas relacionados com todas as perspectivas do negócio (estratégia, processos, recurso, pessoas, organização) para se levantar disfunções, de acordo com a abordagem da teoria das restrições
  • Modelagem dos processos atuais e seus indicadores de desempenho, de acordo com a abordagem de gestão de processo (BPM: business process management)
  • Mapeamento do fluxo de valor para levantar desperdícios e pontos de melhoria, de acordo com a abordagem de lean thinking
  • Medição do nível de maturidade atual

O que deve ser rastreado, monitorado e analisado?

A próxima figura ilustra os elementos do contexto externo e interno que devem ser rastreados, monitorados e analisados. Eles correspondem às perspectivas da visão sistêmica do macro,  micro ecossistema e da empresa.

Tanto a situação atual como as tendências e futuro devem ser considerados.

A análise deve ser consolidar para cada uma das perspectivas:

  • dores e problemas
  • forças
  • desafios
  • ameaças 
  • fraquezas
  • necessidades e requisitos
  • oportunidades

Na síntese dos processos da flexM4I apresentamos abordagens e metodologias para rastrear, monitorar e analisar os contextos externos e internos.

Exemplos de práticas desta categoria

Neste tópico apresentamos uma lista de poucos exemplos de abordagens, metodologias, métodos e ferramentas relacionados com esta categoria. Consulte a síntese da perspectiva de processo para acessar uma lista mais completa e informações adicionais sobre essas práticas.

Essas práticas podem servir de referência para a sua empresa: adotar alguns dos seus princípios; definir seus processos; implementar alguns métodos e ferramentas de inovação. 

Referências

As referências a seguir não são somente desta seção, mas de todo o capítulo da lógica da inovação .

ABPMP (2013). CBOK v3.0 - Guide to the Business Process Management Common Body of Knowledge. 3. ed. Indiana: Association of Business Process Management Professionals. Disponível em: www.abpmp.org.

ADNER, R. (2006). Match your innovation strategy to your innovation ecosystem. Harvard Business Review, 84(4).

Adner, R. (2012). The wide lens: A new strategy for innovation. Penguin Uk.

Adner, R. (2017). Ecosystem as structure: An actionable construct for strategy. Journal of management, 43(1), 39-58. https://doi.org/10.1177/0149206316678451.

BALDAM, Roquemar; VALLE, Rogerio; ROZENFELD, Henrique (2014). Gerenciamento de processos de negócios - BPM: uma referência para implantação prática. 1. ed. Rio de Janeiro: Elsevier.

BENASSI, João Luís Guilherme; AMARAL, Daniel Capaldo; FERREIRA, Lucelindo Dias. Towards a conceptual framework for product vision. International Journal of Operations & Production Management, 2016.

Behrens, J. (2011). Chair of Decision Making in Innovation Portfolio Management Decision Making in Innovation Portfolio Management - AN EXPERIMENTAL PAPER SERIES - Dissertation to obtain the academic title Chair of Technology and Innovation Management. WHU - Otto Beisheim School of Management Chair.

Bianchi, M. J., Conforto, E. C., & Amaral, D. C. (2021). Beyond the agile methods: a diagnostic tool to support the development of hybrid models. International Journal of Managing Projects in Business, 14(5), 1219–1244. https://doi.org/10.1108/IJMPB-04-2020-0119

Bland, D. J., & Osterwalder, A. (2020). Testing business ideas. John Wiley & Sons.

Blank, S. (2007). The four steps to the epiphany: successful strategies for products that win. John Wiley & Sons.

Blank, S., & Dorf, B. (2012). The startup owner's manual: The step-by-step guide for building a great company. John Wiley & Sons.

BLEW, R. D. (1996). On the definition of ecosystem. Bulletin of the Ecological Society of America, 77(3), 171–173. https://doi.org/10.1017/CBO9781107415324.004

Chesbrough, H. (2019). Open innovation results: Going beyond the hype and getting down to business. Oxford University Press.

Cooper, R. G. (2006). The seven principles of the latest Stage-Gate method add up to a streamlined, new-product idea-to-launch process. White_paper Stage_gate, April.

Enkel, E.; Bell, J.; Hogenkamp, H. (2011) Open innovation maturity framework. International Journal of Innovation Management, [s. l.], v. 15, n. 6, p. 1161–1189.

Gerolamo, M. C. (2019). Gestão da mudança na perspectiva do comportamento organizacional e da liderança: proposta de um framework teórico e avaliação de iniciativas acadêmicas. Tese de Livre Docência, Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos. doi:10.11606/T.18.2020.tde-10032020-143539 . Recuperado em 2021-08-28, de www.teses.usp.br

Gross, R., Hanna, R., Gambhir, A., Heptonstall, P., & Speirs, J. (2018). How long does innovation and commercialisation in the energy sectors take? Historical case studies of the timescale from invention to widespread commercialisation in energy supply and end use technology. Energy Policy, 123(September), 682–699. https://doi.org/10.1016/j.enpol.2018.08.061

Harmon, P. (2015) The Scope and Evolution of Business Process Management. In: vom Brocke, J.; Rosemann, M. (Eds.). . Handbook on business Process Management, vol. 1. 2nd. ed. Berlin, Heidelberg: Springer Berlin Heidelberg, 2015. p. 37–80.

Frazzon, L. S., Inomata, D. O., De Oliveira, K. F., & Forcellini, F. A. (2015). O processo de desenvolvimento de um serviço inovador com base em um modelo de referência. Revista Produção Online, 15(2), 622. https://doi.org/10.14488/1676-1901.v15i2.1933 

IEEE Standard for Application and Management of the Systems Engineering Process, IEEE Std 1220-2005, pp c1-66. 2007.

IATF 16949 / ISO 9001 Quality Management System (acessível somente para pessoas registradas em https://www.iatfglobaloversight.org/ )

ISO/IEC/IEEE Systems and Software Engineering - System Life Cycle Processes, IEEE STD 15288-2008, pp c1–84, 2008.

IKENAMI, R. K. (2016). A abordagem "ecossistema" em teoria organizacional: fundamentos e contribuições. Dissertação de Mestrado, Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo. doi:10.11606/D.3.2016. tde-28092016-112348. Recuperado em 2020-08-06, de www.teses.usp.br

KEELEY, L., Pikkel, R., Quinn, B. and Walters, H., 2016. Dez tipos de inovação. DVS Editora.

Keupp, M. M., Palmié, M., & Gassmann, O. (2012). The Strategic Management of Innovation: A Systematic Review and Paths for Future Research. International Journal of Management Reviews, 14(4), 367–390. https://doi.org/10.1111/j.1468-2370.2011.00321.x

MILES, R. E., Snow, C. C., Meyer, A. D., & Coleman, H. J. (1978). Organizational strategy, structure, and process. Academy of Management Review. Academy of Management, 3(3), 546–562. https://doi.org/10.5465/AMR.1978.4305755

Moore, S. (2009). Strategic project portfolio management: enabling a productive organization (Vol. 16). John Wiley & Sons.

Nakamura, R. (2017). Alinhamento do modelo de referência do processo de desenvolvimento de produtos entre cliente (montadora) e fornecedor de primeiro nível no segmento automotivo. Dissertação de Mestrado, Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos. doi:10.11606/D.18.2017.tde-14092017-103136. Recuperado em 2021-09-25, de www.teses.usp.br

NOGUEIRA, Vanessa Silva; OLIVEIRA, C. A. A. de. (2015). Causas da mortalidade das startups brasileiras - como aumentar as chances de sobrevivência no mercado. In Fundação Dom Cabral.

North, K., & Kumta, G. (2018). Knowledge management: Value creation through organizational learning. Springer.

OECD/Eurostat. (2015) Oslo manual 2015: Guidelines for collecting and interpreting technological innovation data. (2005). Organisation for Economic Co-operation and Development Statistical Office of the European Communities.

OECD/Eurostat. (2018). Oslo Manual 2018: Guidelines for Collecting, Reporting and Using Data on Innovation. Organisation for Economic Co-operation and Development Statistical Office of the European Communities.OECD. https://doi.org/10.1787/9789264304604-en

ORTT, J. R., & Van Der Duin, P. A. (2008). The evolution of innovation management towards contextual innovation. European Journal of Innovation Management, 11(4), 522–538. https://doi.org/10.1108/14601060810911147

Pahl, Gerhard ; Beitz, Wolfgang; Feldhusen, Jörg; Grote, Karl-Heinrich  (2007) Engineering Design: A Systematic Approach. Springer-Verlag London Limited

Pardessus, T. (2010). Concurrent Engineering Development and Practices for Aircraft Design at Airbus. 24th International Conference on Engineering and Business Management, Vols 1-8, 1608–1611.

Park, K., & Ali, M. (2011). A spiral process model of technological innovation in a developing country: The case of Samsung. African Journal of Business Management, 5(13), 5162–5178. https://doi.org/10.5897/AJBM10.1370

Paula, V. B. G. (2015). Análise da gestão das propriedades de massa no desenvolvimento de aeronaves . Dissertação de Mestrado, Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos. doi:10.11606/D.18.2016.tde-18022016-094444. Recuperado em 2021-09-25, de www.teses.usp.br

PMI (2013). PMBoK - Guide to the project Management body of knowledge. 5th. ed. Pennsylvania: Project Management Institute, Inc.

PMI (2017). The Standard for Project Management. Newtown Square, PA.

PMI (2021). PMBoK - Guide to the project Management body of knowledge. 7th. ed. Pennsylvania: Project Management Institute, Inc.

PORTER, M.E. (1997). Competitive strategy: techniques for analyzing industries and competitors. The free press, New York.

Porter, M. E. (1998) - Competitive Advantage: Creating and Sustaining Superior Performance, Free Press, New York.

Porter, M. E. (2011). What is strategy? Harvard Business Review, 7–17. https://doi.org/10.4324/9781315817132-6 

Rad, P. F., & Levin, G. (2006). Project portfolio management tools and techniques. IlL Publishing, New York a division of International Institute for Learning.

REID, Susan E.; DE BRENTANI, Ulrike. Market vision and market visioning competence: Impact on early performance for radically new, high‐tech products. Journal of Product Innovation Management, v. 27, n. 4, p. 500-518, 2010

RIES, E. (2011). The lean startup. New York: Crown Business.

Rozenfeld et al. Gestão de desenvolvimento de produtos: uma referência para a melhoria do processo. São Paulo, Saraiva. 2006.

Rummler, G. A; Ramias, A. J. (2010) A framework for defining and designing the structure of work. In: vom Brocke, J.; Rosemann, M. (Eds.). . Handbook on Business Process Management 1. Berlin, Heidelberg: Springer Berlin Heidelberg. p. 83–106.

Stickdorn, M., Hormess, M. E., Lawrence, A., & Schneider, J. (2018). This is service design doing: applying service design thinking in the real world. " O'Reilly Media, Inc.".

TANSLEY, A. G. (1935). The use and abuse of vegetational concepts and terms Ecology. Ecology, 16(3), 284–307. Retrieved from papers2://publication/uuid/57272B22-E9CD-471B-AAE9-4F8136926085

Teece, David; Leih, Sohvi (2016). Uncertainty, innovation, and dynamic capabilities: An introduction. California Management Review, v. 58, n. 4, p. 5-12

Ulrich, Karl T.; Eppinger, Steven D.; Yang, Maria (2020) Product Design and Development. 7th. ed. New York: McGraw Hill.

Whittington, R., Regnér, P., Angwin, D., Johnson, G., & Scholes, K. (2020). Exploring Strategy Text and Cases. Pearson UK.

#printfriendly a { color: blue !important; text-decoration: underline !important; } #printfriendly i, #printfriendly em { color: purple !important; } @media print { .break-page-before { page-break-before: always !important; } h1 { page-break-before: always !important; font-size: 32px !important; } div.no-page-break-before h1, div.no-break-page-before h1 { page-break-before: avoid !important; } }