Na figura podemos ver graficamente a definição do break even point no nosso exemplo fictício. No gráfico abaixo mostramos os fluxos de receitas e gastos acumulados.

Payback – período de retorno

No gráfico acima mostramos o fluxo de caixa acumulado. Podemos definir o ponto de equilíbrio como um volume de vendas ou uma quantidade de PSS que devem estar ativados. Este indicador não reflete as receitas recorrentes que ocorrem após essa data.
Valor Presente Líquido (VPL) – Net Present Value (NPV)

O VPL é um valor que calculamos com base em todas as entradas e todas as saídas do caixa do nosso projeto de servitização. São as todas as receitas menos os custos, despesas e investimentos ao longo de todo o ciclo de vida do PSS. Só que consideramos o valor do dinheiro no tempo. Trazemos todos os valores para a data atual, por isso chamamos de valor presente. E é líquido porque é o que “sobra”. Para trazer os valores para a data presente usamos juros compostos para cada um dos valores. E a taxa de juros que utilizamos é a taxa de desconto (comumente utilizamos a TMA).
A fórmula do VPL é uma soma de juros compostos de uma série, na qual descontamos o valor segundo a TMA de cada parcela, menos os investimentos iniciais.
Fórmula para cálculo do VPL:

onde
caixa livrej = receitas – custos – despesas – investimentos (no período j)
n: quantidade de meses do empreendimento (n meses)
i= taxa de desconto (TMA)
Se o valor do VPL for menor negativo, pode esquecer o negócio porque ele não é rentável. Se o valor for positivo significa que você terá retorno considerando todas as entradas e saídas do caixa e a TMA. No entanto você pode ter um projeto com VPL positivo e o payback muito longo. Devido aos riscos inerentes ao paybacl longo, pode não ser um projeto interessante. O VPL é bom para comparar alternativas de empacotamento da proposição de valor do PSS.
Mas o uso do VPL possui algumas desvantagens:
- se você tiver muitas incertezas, o VPL pode não ser confiável também porque seu cálculo parte dessas premissas
- a incerteza do ciclo de vida pode mascarar um risco. Você pode considerar uma vida grande para o PSS, que seria um caso ideal para você receber as receitas recorrentes depois de depreciar todos os ativos. Assim, seu VPL será bem elevado. No entanto, como ter certeza dessa vida? E se vários clientes romperem os contratos antes do período do retorno?
- o valor do VPL não é comparado a nenhum indicador existente. Mas repetimos, é bom para comparar alternativas
- o VPL diz que o projeto terá retorno, mas não diz quando. Pode ser que ele dá retorno no final do projeto. Ou seja, teremos de ficar muito tempo com o caixa negativo. Será que vale a pena diante dos riscos?
Taxa interna de retorno (TIR) – Internal Rate of Return (IRR)
A TIR usa a mesma base de raciocínio que o VPL. A série de juros compostos. Ela é calculada utilizando a mesma fórmula do VPL. Enquanto no cálculo do VPL entramos com a taxa de juros “i” e calculamos o valor do VPL, no cálculo da TIR calculamos a taxa de juros (“i”) que faz com que o VPL seja igual a zero (VPL = 0).
Em outras palavras é a taxa de juros que faz com que todas as entradas sejam iguais às saídas de caixa em todo o período do projeto.
A vantagem é chegarmos em um valor (a taxa) comparável com outros indicadores financeiros. Por exemplo, se a TIR der bem maior que a TMA o projeto é muito viável. No VPL sabemos que ao ser positivo, o projeto já dará um retorno maior do que a TMA. Mas não sabemos quão maior. Na TIR podemos comparar e chegar a essa conclusão.
Os mesmos problemas identificados para o VPL servem para a TIR.
Existe uma proposta para se retirar os valores dos ativos dos produtos a cada vez que se ativa um PSS (quando se necessita do produto) do fluxo de caixa corrigido pela TMA e corrigir os valores dos ativos futuros pelo custo de capital sem o risco. Na prática, todavia, é mais simples corrigir todos os valores do fluxo de caixa por uma taxa de desconto única. Os ativos que serão imobilizados no futuro, no momento da ativação de um PSS que necessite de um produto (as vezes pode-se reutilizar um produto devolvido por um cliente no rompimento de um contrato) serão saídas do seu caixa, investimentos. Portanto, muitos investidores desejam remunerar essas saídas futuras pela TMA, pois existe o risco do negócio se tornar inadimplente.

Normalmente utilizamos um valor porcentual para expressar o ROI.
O ROI é um dos melhores indicadores de lucratividade do negócio, é fácil de calcular e permite que se faça uma análise comparativa entre alternativas de investimento.
Porém nos casos de PSS orientado ao uso ou ao resultado fica mais difícil trabalhar com este indicador, pois cada novo PSS ativado pode representar um novo investimento. Não é como na forma tradicional na qual só existe um investimento inicial.
