Glossário: Teoria da agência

« retornar para home do glossário

A teoria da agência, formulada por Jensen e Meckling (1976), busca explicar como alinhar os interesses entre partes envolvidas em relações contratuais assimétricas. No contexto empresarial, aplica-se principalmente à relação entre:

  • Principal: quem delega uma tarefa (ex.: acionistas ou proprietários da empresa);
  • Agente: quem executa a tarefa em nome do principal (ex.: executivos, gestores).
  • O conceito central desta teoria é que  existe um conflito potencial de interesses quando o agente toma decisões que afetam o principal, pois:
  • divergência de interesses entre o principal e o agente;
    existe assimetria de informação, quando o agente tem mais informação e pode agir em benefício próprio, e não necessariamente no interesse do principal. Esses comportamentos oportunistas podem resultar em decisões que não maximizam o valor para os acionistas.

Objetivo da teoria

A teoria propõe mecanismos de governança para alinhar os interesses entre principal e agente, como:

  • Contratos com incentivos financeiros (ex.: bônus por desempenho);
  • Sistemas de monitoramento (ex.: auditorias, conselhos de administração);
  • Mecanismos de controle e prestação de contas.

Limitações da teoria para a governança da inovação
Segundo Filatotchev, Aguilera e Wright (2020), a teoria da agência é insuficiente para lidar com os desafios específicos da inovação, porque:

  • Foco excessivo em controle, eficiência e risco moral: privilegia mecanismos de supervisão e punição, inibindo a experimentação. Mas a inovação demanda exploração, risco e flexibilidade.
  • Assume relacionamentos oportunistas e de curto prazo, o que não favorece a colaboração e confiança — essenciais para inovar.
  • Desconsidera a natureza colaborativa da inovação: ignora que inovar envolve múltiplos stakeholders e aprendizagem compartilhada.
  • Não trata bem a incerteza e a complexidade: parte do pressuposto de que objetivos e meios são claramente definidos, o que raramente ocorre em contextos de inovação.
  • Desconsidera aspectos como cultura, legitimidade institucional e diversidade de stakeholders, que são centrais para a governança da inovação.

Contribuição alternativa dos autores: propõem complementar a teoria da agência com abordagens institucionais e comportamentais, ampliando o foco da governança da inovação para incluir:

  • Capacidade adaptativa;
  • Criação de confiança entre atores;
  • Incentivos para cooperação e exploração de novas oportunidades.

Filatotchev, I., Aguilera, R. V., & Wright, M. (2020). From governance of innovation to innovations in governance. Academy of Management Perspectives, 34(2), 173–181. https://doi.org/10.5465/amp.2017.0011

Jensen, M. C., & Meckling, W. H. (1976). Theory of the firm: Managerial behavior, agency costs and ownership structure. Journal of Financial Economics, 3(4), 305–360. https://doi.org/10.1016/0304-405X(76)90026-X

« retornar para home do glossário
#printfriendly a { color: blue !important; text-decoration: underline !important; } #printfriendly i, #printfriendly em { color: purple !important; } @media print { .break-page-before { page-break-before: always !important; } h1 { page-break-before: always !important; font-size: 32px !important; } div.no-page-break-before h1, div.no-break-page-before h1 { page-break-before: avoid !important; } }