Como o próprio nome diz, um modelo de referência de processo é uma representação de um processo, que pode servir de referência para diversos usos. Se for um processo de negócio, é a representação de um processo de negócio.
Não existe um consenso do significado do termo “modelo de referência”. É um termo polissêmico o que causa muitas ambiguidades, como o termo modelo de processo. |
“Modelo de referência de processos é um modelo que compreende definições de processos em um ciclo de vida, descrito em termos de propósito e resultados do processo, juntamente com uma arquitetura que descreve as relações entre os processos” (ISO/IEC FDIS 15504-1.6, 2004).
Alguns autores dizem que “este termo é usado para denominar modelos de processo genéricos de um domínio específico, ou seja, um modelo de processo que poderia ser utilizado como referência ou benchmark para uma empresa” (Costa et al., 2015).
Fettke et al. (2005) afirmam que “modelos de referência também são chamados de, modelos de referência genéricos, padrões (patterns) de modelos ou blueprint de processos de negócio. Para se criar um modelo de referência particular (de uma empresa), os modelos de referência devem ser adaptados a uma empresa específica”.
Os modelos de referência de processo de negócio (ou modelos de processo genéricos) são “descrições de processos (no mundo dos modelos), que podem fornecer a base para as instâncias de processos do mundo real” (Houy; Fettke; Loos, 2010).
“Os modelos de referência permitem que as organizações usem a experiência disponível e as melhores práticas de mercado quando forem criar as suas arquiteturas de processo de negócio ao invés de tentar reinventar o que já existe.” (ABPMP, 2013; Rosemann, 2003 apud Pieroni, 2017)
Terminologia adotada na flexM4i
Na flexM4i vamos adotar a terminologia ilustrada na próxima figura.
Figura 242: ilustração do modelo de referência ou metodologia (e outros termos equivalentes) como uma referência genérica que serve de inspiração para a definição de modelos de processo ou processos (e outros termos equivalentes) de uma empresa específica (clique na figura para aumentar)
Um modelo de referência ou metodologia instanciada e formalizada em uma empresa torna-se um (modelo de) processo específico dessa empresa.
Na flexM4i, modelo de referência é a representação de um processo genérico, independente de uma empresa específica
Outros significados de modelo de referência
Mas veja que modelo de processo é um termo polissêmico o que causa muitas ambiguidades.
Ele pode tanto ser empregado como um modelo de processo genérico (independente de uma empresa) como um modelo de processo específico de uma empresa.
Como a figura ilustra, na flexM4i denominamos os modelos de processo genéricos de “modelo de referência” ou “metodologia”. Outras denominações são:
- Modelo de processo de referência
- Modelo de processo de referência genérico
- Modelo de referência genérico
- Processo genérico
- Processo de referência (genérico)
Na flexM4i, denominamos os modelos específicos de “modelo de processo (de um processo da empresa)” ou simplesmente de “processo”. Outras denominações são:
- Processo de referência (específico)
- Modelo de referência
- Modelo de processo de referência
- Modelo de processo de referência específico
- Modelo de referência específico
Modelo de referência ou metodologia?
Observe na figura que tratamos esses dois termos como sinônimos.
Uma metodologia (ou várias) pode servir de inspiração para você definir o modelo de processo da sua empresa, ou seja, a metodologia é uma referência para a definição do modelo de processo (de uma empresa específica), que por sua vez se torna uma referência para a especificação de projetos. Na próxima figura anterior ilustramos essas relações)
Adote o termo alinhado com a cultura da sua empresa e não se preocupe em “estar correto”, pois esses termos são polissêmicos.
Depois de adotar os termos alinhados com a cultura organizacional da sua empresa, utilize-os de forma consistente, mas conheça os outros termos utilizados para poder entender publicações que utilizam outros significados ou mesmo para compartilhar conhecimentos com outras pessoas.
Esta e outras definições relacionadas com processo foram articuladas e apresentadas em uma sequência lógica na seção “Definições e conceitos relacionados com processos”. |
ABPMP (2013). CBOK v3.0 – Guide to the Business Process Management Common Body of Knowledge. 3. ed. Indiana: Association of Business Process Management Professionals. Disponível em: www.abpmp.org.
Costa, D. G., Macul, V. C., Costa, J. M. H., Exner, K., Pförtner, A., Stark, R., & Rozenfeld, H. (2015). Towards the next generation of design process models: A gap analysis of existing models. Proceedings of the International Conference on Engineering Design, ICED, 2(DS 80-02).
Costa, D. G. G., Costa, J. M. H., & Rozenfeld, H. (2017). A guide to investigating design process models context of use. Proceedings of the International Conference on Engineering Design, ICED, 2(DS87-2), 31–40.
Fettke, P., Loos, P., & Zwicker, J. (2005). Business process reference models: Survey and classification. Lecture Notes in Computer Science (Including Subseries Lecture Notes in Artificial Intelligence and Lecture Notes in Bioinformatics), 3812 LNCS, 469–483. https://doi.org/10.1007/11678564_44
Houy, C.; Fettke, P.; Loos, P. (2010).Empirical research in business process management – analysis of an emerging field of research. Business Process Management Journal, v. 16, n. 4, p. 619–661.
ISO/IEC FDIS 15504-1.6 (2004). Information Technology — Process Assessment — Part 1: Concepts and Vocabulary
Pieroni, M. P. (2017). Proposal of a Business Process Architecture (BPA) development method for supporting the transition of manufacturing companies into Product-Service System (PSS) providers. Dissertação de Mestrado, Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos. doi:10.11606/D.18.2017.tde-08032017-112227. Recuperado em 2023-02-02, de www.teses.usp.br
Rosemann, M. Application reference models and building blocks for management and control. In: Bemus, P.; Nemes, L.; Schmidt, G. J. (Eds.). . Handbook on Enterprise Architecture. Berlin, Heidelberg: Springer Berlin Heidelberg, 2003. p. 595–615.
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