Proposição de valor – ideação e validação

Após a síntese dos conhecimentos adquiridos sobre os stakeholders e suas necessidades, chegou a hora de propor soluções que geram valor para o usuário. É neste momento que são propostas soluções que resolvem as dores (problemas etc.), potencializam os ganhos e aproveitam as oportunidades e os insights. No final, são construídos MVPs (Mínimo Produto Viável) e protótipos das soluções, que são testadas a fim de validar as hipóteses de valor levantadas pelo time de servitização. É a primeira avaliação do market-fit.

Ideação

Primeiro são geradas ideias e propostas de solução para as dores, ganhos, necessidades e oportunidades do ponto de vista dos stakeholders. A partir das ideias propostas, os melhores conceitos, que têm capacidade de atender aos desejos e problemas dos stakeholders, serão priorizados para prototipagem e teste. É possível realizar esta atividade internamente no time de servitização ou envolver stakeholders externos no processo criativo. O envolvimento de stakeholders pode auxiliar a reduzir o risco de desenvolver soluções inadequadas às suas necessidades.

O momento inicial de ideação pode gerar tanto ideias pontuais, por exemplo princípios de solução não integrados, quanto conceitos de alto nível, que oferecem uma visão ampla da solução. Para dar início à geração de ideias, recomendamos que um facilitador seja indicado para guiar o processo. O facilitador deve incentivar o time a propor ideias que solucionem os problemas, atendam às necessidades e desejos, fortaleçam insights, e aproveitem as oportunidades mapeados nas entregas relacionadas à identificação e entendimento dos stakeholders. A maior dificuldade neste momento é pensar nos produtos e serviços de forma integrada para compor uma solução completa. O facilitador pode utilizar métodos de criatividade para proposição de ideias, que devem ser documentadas para a próxima etapa de priorização das propostas de solução. A aplicação do método de brainstorming, desde que bem conduzida, também contribui para a geração de ideias – ela depende do repertório do time.

Após a geração de ideias, o time vai revisar todas as soluções geradas para refinar o conceito e agrupar as ideias que são relacionadas. Esse é o momento de integrar as ideias, se possível, e selecionar as melhores soluções. Para isso, o time pode definir critérios para avaliação das ideias, como por exemplo a capacidade da ideia em resolver problemas, capacidade de atender necessidades e desejos, capacidade de aproveitar oportunidades, alinhamento com os objetivos estratégicos e com a servitização, capacidade tecnológica da empresa em desenvolver a solução etc.

A partir dos critérios, o time vai selecionar as ideias que serão parte da composição da solução final. A entrega final dessa atividade deve ser uma lista priorizada das ideias que o time considera mais promissoras, as quais serão detalhadas e testadas pelo time de servitização. Os protótipos criados para os testes devem mostrar uma representação simplificada da solução, que ainda será alterada e adaptada para prover o máximo valor para os stakeholders e gerar o máximo retorno para a empresa.

Validação das ideias

Os protótipos simplificados, ou de baixa fidelidade, têm como objetivo representar as funcionalidades, características, requisitos e hipóteses da solução que o time gostaria de verificar. O protótipo não precisa representar a solução completa para ser avaliado, por isso pode ser elaborado com materiais simples, como vídeos, maquetes ou representação por roleplaying. A partir do protótipo é possível verificar se a solução realmente gera os benefícios e impactos esperados nos stakeholders. 

A interação do usuário com a solução simplificada, durante o seu desenvolvimento, elimina a necessidade de elaborar uma proposta de solução detalhada até o fim antes de testar sua validade. Os protótipos de alta fidelidade representam um alto risco e um grande investimento para a empresa. Além disso, a solução simplificada também permite a identificação preliminar dos requisitos que o conceito deverá atender, o que pode auxiliar na definição do modelo de negócio e na análise da viabilidade econômico-financeira da solução.