Glossário: Inovação radical

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“Uma inovação radical é um produto, processo ou serviço com características de desempenho sem precedentes ou características familiares que oferecem melhorias significativas no desempenho ou custo, que transformam os mercados existentes ou criam novos mercados. Inovações radicais transformam o relacionamento entre clientes e fornecedores, reestruturam o mercado, deslocam produtos atuais e criam categorias de produtos inteiramente novas. Eles fornecem o motor para o crescimento de longo prazo que os líderes corporativos buscam.”(Leifer et al., 2001).

Inovação radical envolve a descontinuidade em marketing e tecnologia tanto na perspectiva macro como micro, ou seja, introduz mudanças em um produto conhecido que resulta em um novo mercado, que não existia, ou cria um produto que não existia  (Garcia & Calantone, 2002).

Para entender a definição de inovação radical de Garcia & Calantone (2002), precisamos entender o seguintes termos:

  • a descontinuidade em marketing: a inovação necessita de novos segmentos de mercado para evoluir e/ou novas habilidades da empresa;
  • a descontinuidade em tecnologia: a inovação necessita de um mudança de paradigma no estado da arte na ciência ou tecnologia usada pelo produto, demanda novos recursos de P&D e/ou novos processos de produção;
  • a descontinuidade na perspectiva macro: a inovação é percebida como nova para o mundo, setor ou mercado.
  • a descontinuidade na perspectiva micro: a inovação é percebida como nova para a empresa ou para os seus clientes.

Representação na próxima tabela.

Segundo Garcia & Calantone (2002), uma inovação radical é algo raro. Por isso eles criaram o termo inovação “realmente nova”, que fica entre uma inovação incremental e uma radical.

Outras definições:

“Inovação radical é a criação de uma nova plataforma ou domínio de negócios que tem grande impacto em mercados atuais ou novos em termos de oferecer benefícios totalmente novos e alto impacto na empresa por meio da expansão para novos mercados e domínios tecnológicos, aumento de receitas e, finalmente, lucros” (O’Connor et al., 2008)

O termo usado em inglês neste livro é “breakthrough innovation”.

Salerno &  Gomes (2008) consideram como sinônimos da inovação radical: inovação disruptiva, breakthrough e game changer. A tradução literal de “breakthrough” seria “ruptura”.  Os termos “ruptura” e “disruptiva” podem ser usados de forma intercambiável em conversas informais. No entanto, no contexto de gestão e inovação, “disruptiva” carrega um significado específico relacionado à teoria de Christensen sobre como as inovações transformam indústrias. Consulte a definição de inovação disruptiva

“Inovações radicais transformam mercados ou setores existentes ou criam novos mercados. A inovação radical é acompanhada por altos níveis de incerteza porque, para alcançar esses saltos de desempenho, as empresas devem expandir para incorporar ou criar mercados de clientes emergentes ou novas competências tecnológicas.” (O’Connor, 2008)

Nesta publicação, O’Connor (2008) cita outras publicações, que indicam que uma inovação radical oferece algo novo ao mundo ou algo com uma melhoria de desempenho de 5 a 10 vezes ou uma redução de custo significativa (por exemplo 50%), de tal forma que um novo domínio de aplicação seja aberto.

Uma inovação radical utiliza uma nova tecnologia recém descoberta ou uma combinação única de tecnologias, que formam uma base da vantagem competitiva  (O’Connor, 2008).

Em uma publicação mais recente, O’Connor, Corbett  & Peters (2018) cunharam o termo “inovação estratégica” que engloba a inovação radical e outros tipos de inovação. Assim, o contraponto à inovação incremental é a inovação estratégica e não mais a radical. Consulte a definição de inovação estratégica.

Inovação radical tem o potencial para produzir um ou mais dos seguintes resultados (Simon et al., 2003):

  • Um conjunto totalmente novo de características de desempenho.
  • Melhorias superiores a cinco vezes em desempenho comparado com as ofertas existentes.
  • Uma redução significativa no custo (>30 por cento).

Inovação radical foca nos impactos de longo prazo e pode envolver a substituição de produtos atuais, alterando a relação entre clientes e fornecedores e criando uma categoria de produto completamente nova (Hopp et al., 2018).

Consideramos que este tipo de inovação é limitado para ser utilizado na gestão da inovação. A dicotomia entre “inovação incremental” versus “inovação radical” é simplista. Devemos considerar outros aspectos (atributos) para se definir um tipo de inovação voltado à gestão da inovação.

Veja a lista de tipologias de inovação, que listamos na flexM4I, assim como uma tipologia de inovação proposta, que é uma síntese das tipologias analisadas e que sua empresa pode usar como referência para o objetivo de apoiar a gestão contextual da inovação. Para um outro objetivo de classificar iniciativas / projetos de inovação na gestão de portfólio, indicamos a tipologia dos três horizontes de inovação e crescimento.


Garcia, R., & Calantone, R. (2002). A critical look at technological innovation typology and innovativeness terminology: a literature review. Journal of Product Innovation Management, 19(2), 110–132. https://doi.org/10.1111/1540-5885.1920110

Hopp, C., Antons, D., Kaminski, J., & Salge, T. O. (2018). What 40 Years of Research Reveals About the Difference Between Disruptive and Radical Innovation. Harvard Business Review, 35(3), 458–487. https://hbr.org/2018/04/what-40-years-of-research-reveals-about-the-difference-between-disruptive-and-radical-innovation 

Leifer, R., O’Connor, G. C., & Rice, M. (2001). Implementing radical innovation in mature firms: The role of hubs. Academy of Management Perspectives, 15(3), 102–113. https://doi.org/10.5465/ame.2001.5229646

O’Connor, G. C., Leifer, R, Paulson, A.S., Peters, L.S. (2008). Grabbing lightning: Building a capability for breakthrough innovation. John Wiley & Sons.

O’Connor, G. C. (2008). Major innovation as a dynamic capability: A systems approach. Journal of Product Innovation Management, 25(4), 313–330. https://doi.org/10.1111/j.1540-5885.2008.00304.x  

O’Connor, G. C., Corbett, A. C., & Peters, L. S. (2018). Beyond the champion: institutionalizing innovation through people. Stanford University Press.

Salerno, Mario Sergio &  Gomes, Leonardo Augusto de Vasconcelos. Gestão da inovação (mais) radical.  1. ed. – Rio de Janeiro : Elsevier, 2018. il.

Simon, E. S., McKeough, D. T., Ayers, A. D., Rinehart, E., & Alexia, B. (2003). How do you best organize for radical innovation? Research Technology Management, 46(5), 17–20. https://doi.org/10.1080/08956308.2003.11671582

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