Segmentação comportamental
flexM4I > abordagens e práticas > Segmentação comportamental (versão 1.1)
Autoria: Henrique Rozenfeld (roz@usp.br) com apoio do chatGPT 4.0 da OpenAI (leia mais)
Descrição resumida
A segmentação comportamental em marketing é uma estratégia que divide o público-alvo com base em seus comportamentos de consumo, interações e engajamento com a marca ou produto.
Os objetivos da segmentação comportamental são:
- criar mensagens de marketing mais personalizadas e eficazes,
- desenvolver produtos que atendam às necessidades específicas dos consumidores e
- aumentar a eficiência das campanhas de marketing ao direcioná-las para grupos mais propensos a responder positivamente.
Este processo é crucial para entender melhor o público-alvo e para personalizar a comunicação e as ofertas de acordo com os diferentes segmentos de clientes.
Principais atividades
Diferente de outras formas de segmentação, como demográfica ou geográfica, a segmentação comportamental foca em como os consumidores agem, o que inclui:
- Histórico de compras: Observar padrões nas compras passadas dos consumidores, como frequência, volume e tipo de produtos adquiridos.
- Estágio no ciclo de vida do cliente: Identificar em que estágio do processo de compra o consumidor se encontra (consciência, consideração, decisão, retenção).
- Benefícios procurados: Entender quais benefícios ou valores os consumidores buscam em produtos ou serviços.
- Engajamento com a marca: Analisar como os consumidores interagem com a marca, incluindo uso de mídias sociais, respostas a campanhas de marketing e participação em programas de fidelidade.
Comportamento de navegação online: Rastrear o comportamento online, como páginas visitadas, cliques em anúncios e tempo gasto em determinados conteúdos.
Relação com consumer / customer intelligence
Na flexM4i, articulamos as abordagens de business intelligence e analytics, como mostra a figura a seguir.
Figura 918: abrangência e hierarquia das abordagens e tecnologias da business intelligence (BI)
Clique na figura para aumentá-lá, abrir em outra aba e baixar o pdf como infográfico com os links para as seções relacionadas com as inteligências identificadas na figura. |
Veja a posição da consumer / customer intelligence na figura, que abrange a social media e social intelligence e utiliza conceitos do estudo de comportamento do consumidor (consumer behavior).
O que é consumer / customer intelligence?
A consumer / customer intelligence visa entender o comportamento, as preferências, as necessidades e as expectativas dos consumidores como um todo, independentemente de terem um relacionamento direto com a empresa. Cria uma base para tomar decisões estratégicas e táticas em relação ao marketing, vendas, atendimento e relacionamento com o cliente.
Ela desempenha um papel crucial nas atividades de inteligência de mercado e marketing, contribuindo para a compreensão e o atendimento eficaz das necessidades dos clientes.
O estudo do comportamento dos consumidores traz o embasamento para a inteligência do consumidor / cliente e para a realização do marketing de relacionamento.
A customer intelligence envolve a utilização de diversas fontes de dados, como interações com clientes, transações, dados demográficos, feedbacks e análises de mídias sociais (realizada pela social media intelligence), entre outros. Essas informações são processadas e analisadas para obter insights valiosos sobre os clientes, segmentos de mercado, padrões de compra e tendências.
Esses padrões podem incluir hábitos de compra, frequência de compras, preferências de produtos, engajamento com campanhas de marketing, entre outros.
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Controvérsias sobre a segmentação comportamental
Essas controvérsias são um resumo do tópico apresentado por Kotler & Keller (2019).
A segmentação comportamental no marketing com base na consumer intelligence, permite às empresas monitorar o comportamento online do público-alvo, otimizando a correspondência entre propagandas e potenciais clientes. Esse monitoramento é baseado em cookies, que registram atividades online, como sites visitados e produtos visualizados.
Estudos revelaram que muitos sites compartilham dados de navegação, até mesmo sem cliques em botões de redes sociais. Empresas como a Microsoft coletam dados básicos dos usuários e combinam com o comportamento online para fornecer anúncios direcionados.
Por exemplo, podem direcionar anúncios para mães que trabalham com base em comportamento e localização.
A segmentação comportamental aumenta a probabilidade de cliques em anúncios e torna a publicidade mais relevante, beneficiando tanto consumidores quanto anunciantes com conteúdo gratuito. Apesar de práticas de anonimato, como transformar endereços de email em sequências codificadas, há preocupações crescentes sobre privacidade. Muitas páginas web contêm códigos de múltiplas agências de publicidade, levantando questões sobre a eficácia da autorregulação da indústria e a possibilidade de legislação específica para proteger a privacidade dos usuários.
A Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGDP)
A Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGDP), sancionada no Brasil em 2018, “cria um conjunto de novos conceitos jurídicos (e.g. “dados pessoais”, “dados pessoais sensíveis”), estabelece as condições nas quais os dados pessoais podem ser tratados, define um conjunto de direitos para os titulares dos dados, gera obrigações específicas para os controladores dos dados e cria uma série de procedimentos e normas para que haja maior cuidado com o tratamento de dados pessoais e compartilhamento com terceiros.
A lei se aplica a toda informação relacionada a pessoa natural identificada ou que possa ser identificável e aos dados que tratem de origem racial ou étnica, convicção religiosa, opinião política, filiação a sindicato ou a organização de caráter religioso, filosófico ou político, dado referente à saúde ou à vida sexual, dado genético ou biométrico, sempre que os mesmos estiverem vinculados a uma pessoa natura” (Leia mais na Wikipédia).
A LGPD protege mesmo?
Sob a LGPD, as empresas precisam obter consentimento explícito para coletar e processar dados pessoais e devem informar os usuários sobre como esses dados serão usados.
No entanto, na prática, a eficácia dessa lei enfrenta desafios:
- Um dos principais desafios é o comportamento dos próprios usuários. Muitas vezes, as pessoas aceitam os cookies e os termos de uso sem ler ou entender completamente as implicações, principalmente quando desejam acessar rapidamente o conteúdo de um site. Isso pode levar a uma situação em que, apesar das proteções legais, os dados dos usuários ainda são amplamente acessados e utilizados por agências de publicidade e outras entidades.
- Além disso, a aplicação da lei depende da vigilância e da ação das autoridades reguladoras. Isso inclui garantir que as empresas estejam em conformidade com a LGPD e aplicar penalidades quando as regras são violadas. A complexidade e a natureza dinâmica da tecnologia e da publicidade online também podem dificultar a monitoração e a garantia da conformidade.
Gabriel Duque levantou 5 desafios da LGPD:
- Falta de confiança dos brasileiros na Lei
- Importância do consentimento e da transparência
- Ausência de perspectivas para uma autoridade regulamentadora
- Necessidade de comprovar todo o processo
- Implementação de processos e procedimentos para seguir a Lei
Leia mais no link da referência do post do Gabriel Duque. |
Apoio do chatGPT 4.0
A edição de parte desta seção contou com o apoio do chatGPT 4.0, o assistente de Inteligência Artificial da OpenAI:
- a versão inicial da descrição resumida foi proposta pelo chatGPT e depois editada pelo autor
- o resumo das controvérsias, extraídas do livro Kotler & Keller (2019) foi realizado pelo chatGPT e editado pelo autor.
Referências
Duque, Gabriel (2018). 5 desafios da proteção de dados pessoais com a LGPD. Disponível em: https://blog.idwall.co/desafios-protecao-de-dados-pessoais-lgpd/ Acesso em: 5 dezembro 2023.
Kotler, P. & Keller, K.L. (2019) Administração de marketing, 15a edição, Pearson