“Economia circular é um sistema industrial que é restaurativo e regenerativo por intenção e design” (EMF, 2013).
“Economia circular é um sistema regenerativo em que a entrada de recursos, desperdícios, emissões, e perda de energia são minimizados diminuindo-se a velocidade, fechando e estreitando os ciclos de materiais e energia. Isso pode ser atingido por meio de design robusto de produtos com vida longa, manutenção, reparo, reuso, remanufatura, recondicionamento e reciclagem” (Geissdoerfer et al., 2017).
O modelo econômico ‘extrair, produzir, desperdiçar’ da atualidade está atingindo seus limites físicos. A economia circular é uma alternativa atraente que busca redefinir a noção de crescimento, com foco em benefícios para toda a sociedade. Isto envolve dissociar a atividade econômica do consumo de recursos finitos, e eliminar resíduos do sistema por princípio. Apoiada por uma transição para fontes de energia renovável, o modelo circular constrói capital econômico, natural e social (EMF, 2020).
Kirchherr, Reike & Hekkert (2017) apresentam uma definição, após estudar e sistematizar 114 definições de economia circular:
A economia circular é um sistema econômico que substitui o conceito de “fim de vida” pela redução, reutilização, reciclagem e recuperação de materiais nos processos de produção/distribuição e consumo. Atua no nível micro (produtos, empresas, consumidores), nível meso (parques ecoindustriais) e nível macro (cidade, região, nação e além), com o objetivo de alcançar o desenvolvimento sustentável, criando simultaneamente qualidade ambiental, economia prosperidade e equidade social, em benefício das gerações atuais e futuras. É possibilitado por novos modelos de negócios e consumidores responsáveis.
Korhonen, Honkasalo & Seppälä (2018) propõem uma definição baseada em um estudo científico das diversas áreas que tratam da economia circular:
A economia circular é uma economia construída a partir de sistemas sociais de produção-consumo, que maximizam o serviço produzido a partir do fluxo linear de material e energia: “natureza-sociedade-natureza. Isso é feito usando fluxos de materiais cíclicos, fontes de energia renováveis e concatenando (cascading) fluxos de energia (*1). A economia circular bem-sucedida contribui para as três dimensões do desenvolvimento sustentável (*2). A economia circular limita o fluxo de produção a um nível que a natureza tolera e utiliza os ciclos do ecossistema nos ciclos econômicos, respeitando suas taxas de reprodução natural.
Observações:
(*1): como no caso da simbiose industrial, na qual os resíduos de uma empresa são utilizados como insumos em outras.
(*2): as dimensões são: ambiental, social e econômica.
Visite a seção sobre economia circular para conhecer mais sobre este assunto. |
Geissdoerfer, M.; Vladimirova, D. & Evans, S. (2018). Sustainable Business Model Innovation: a review. Journal of Cleaner Production, 198. 401-416. doi: 10.1016/j.jclepro.2018.06.240
EMF (2013). Towards the Circular Economy: Economic and business rationale for an accelerated transition. Ellen MacArthur Foundation, 1, 1–96.
EMF Ellen MacArthur Foundation
https://www.ellenmacarthurfoundation.org/pt/fundacao-ellen-macarthur/a-fundacao
Kirchherr, J., Reike, D., & Hekkert, M. (2017). Conceptualizing the circular economy: An analysis of 114 definitions. Resources, Conservation and Recycling, 127(April), 221–232. https://doi.org/10.1016/j.resconrec.2017.09.005
Korhonen, J., Honkasalo, A., & Seppälä, J. (2018). Circular Economy: The Concept and its Limitations. Ecological Economics, 143, 37–46. https://doi.org/10.1016/j.ecolecon.2017.06.041
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