A prática - Caso
UBER

Plataforma urbana para transporte urbano 

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Resumo

Modelo de negócios baseado na venda de experiências (transporte), caracterizado por uma plataforma mediadora (aplicativo) entre clientes e motoristas. Obteve grande sucesso e teve sua proposição de valor adaptada para diversos outros setores, tornando-se mundialmente conhecida.

Este é um caso que ilustra o modelo de negócio PSS (veja a seção sobre PSS).

Tipo de empresa: grande e estabelecida

Objetos de inovação: modelo de negócio

Grau de novidade: disruptiva

Estratégia: B2C

Setor: transportes e logística

Intro

A Empresa

Fundada sob o nome de UberCab em 1999, a Uber apresentou-se como uma empresa de transportes e logística, atuando como um mediador entre o cliente e o motorista. Seu modelo de negócios foi rapidamente reconhecido como uma inovação disruptiva no mercado de transportes, principalmente devido a facilidade de uso, preços mais acessíveis que táxis convencionais e maior integração com digitalização, recebendo diversos investimentos que capacitaram sua expansão mundial. 

Por que conhecer este caso?

O desenvolvimento tecnológico e o constante crescimento da digitalização, vem abrindo espaço para a criação de novos modelos de negócio, que atuam principalmente como mediadores entre clientes, operando uma plataforma online. Este é o caso da Uber, que utiliza conceitos da economia compartilhada para vender experiências a seus clientes, onde o ‘’valor’’ pelo qual o cliente paga é o ato de transportar-se. Tais modelos de negócio estão em alta ultimamente, expandindo-se para diversos setores por meio de diferentes estratégias, como por exemplo o Airbnb para hospedagens, o Blablacar para viagens e o Ifood para alimentação.

O caso da Uber retrata como plataformas digitais

estão comprometendo setores  tradicionais

exigindo até a criação de novas leis para regulamentá-las

Oportunidades / Problemas

Hoje em dia, pode-se dizer que houve uma grande mudança de pensamento mundial. Possuir um veículo, que antes era visto como fundamental, está cada vez tornando-se mais banal, sendo substituído devido a vários fatores: 

  • Elevado custo de aquisição de um veículo
  • Elevado custo de manutenção de um veículo
  • Problemas no transporte urbano (engarrafamentos, falta de vagas para estacionar…)
  • Falta de segurança de alguns motoristas
  • Não dirigir alcoolizado
  • Excesso de veículos sendo produzidos = maior impacto ambiental 
  • Aparição de soluções alternativas para o transporte urbano (a própria Uber, Zipcar, evolução do transporte público…)

Atividades realizadas

O modelo de negócios desenvolvido na Uber demonstra o reconhecimento de tal tendência, o que resultou na proposição de um novo método de transporte, onde seus clientes pagam apenas pelo ato de transportar-se. Por meio do investimento em logística, foi possível desenvolver um sistema no qual o preço da viagem baseia-se na oferta e demanda, geralmente muito abaixo do valor cobrado por táxis convencionais, tornando-se muito bem visto aos olhos de seus clientes, o que proporcionou rápida expansão. 

Solução

Portanto, foi criada uma plataforma que conecta passageiros e motoristas, tal plataforma é ágil e de simples utilização, sendo cobrada uma taxa em cima do valor de cada viagem. O modelo de negócios prevê que qualquer pessoa que desejar (e tenha os pré-requisitos como, por exemplo, carteira de motorista, histórico criminal limpo e um veículo adequado) pode registrar-se como um motorista, possibilitando uma grande expansão da frota, que ‘’automaticamente’’ adapta-se à oferta e demanda da região.

Práticas de inovação

Diversas foram as práticas de inovação que possibilitaram o sucesso da Uber:

  • Solução alternativa para transportes
  • Interface do aplicativo de fácil utilização
  • Possibilidade de tornar-se um motorista parceiro de maneira simples
  • Logística de oferta e demanda inovadora 
  • Modelo de negócios novo no setor de transporte
  • Disponibilização de diversos recursos que promovem sensação de segurança aos clientes e motoristas
  • Relação onde seus motoristas são considerados ‘’fornecedores’’, ou trabalhadores independentes

Controvérsias

O modelo de negócios disruptivo da Uber, por ser um modelo inovador, ainda não é devidamente regulamentado. Esse modelo de negócios gerou uma controvérsia no mercado, relacionada à precarização do trabalho. Para se tornar um motorista da Uber, bastava ser aprovado na verificação realizada pelo próprio aplicativo. O pagamento do motorista não leva em consideração leis e impostos trabalhistas, o que teria um impacto direto no preço final das corridas. Seus motoristas estão, na verdade, em situação de trabalho informal. 

Diversas outras empresas, que apresentam um modelo de negócios semelhante, vem enfrentando tais complicações, como por exemplo o iFood e o Rappi, onde o delivery é realizado por entregadores em situação de informalidade, sem carteira assinada e portanto, sem acesso aos direitos dos trabalhadores. Tais trabalhadores independentes não estariam abrindo mão de diversas conquistas trabalhistas, como férias remuneradas, dispensa em caso de doenças e salário mínimo. 

Tal fato resultou na criação de diversas leis novas em algumas localidades, que regulamentam tais serviços, promovendo proteção ao trabalhador.  Há até diversas cidades, que proibiram modelos de negócio similares.

A empresa em números

operação

em 69 países

Operando

em +10000 cidades 

motoristas parceiros

5 milhões

Valor de mercado 

US$ 78 bi

Usuários

93 milhões

funcionários

20.000

Fontes e referências

https://www.uber.com/pt-BR/newsroom/fatos-e-dados-sobre-uber/

https://theconversation.com/uber-might-not-take-over-the-world-but-it-is-still-normalising-job-insecurity-127234

https://www.comerciariossalvador.com.br/motorista-de-uber-tera-direitos-trabalhistas-no-reino-unido/

https://www.uber.com/br/en/

Anwar, S. (2018). Growing global in the sharing economy: Lessons from Uber and Airbnb. Global Business and Organizational Excellence, 37(6), 59-68.

Polkowska, D. (2019). Does the app contribute to the precarization of work?: The case of Uber drivers in Poland. Partecipazione e Conflitto, 12(3), 717-741.

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