Glossário: Estratégia emergente

« retornar para home do glossário

Estratégia emergente é um arquétipo de estratégia. É aquela que não foi previamente planejada, mas que se forma progressivamente como um padrão consistente de ação, baseado em comportamentos organizacionais recorrentes e resultados obtidos por meio da experimentação, adaptação e aprendizado.

Segundo Mintzberg & Waters (1985), uma estratégia emergente não surge da intenção explícita dos gestores, mas da coerência retrospectiva das decisões e ações que foram tomadas ao longo do tempo.

Características fundamentais:

  • Não parte de um plano prévio, mas de ações e decisões que funcionaram bem e foram repetidas;
  • Pode resultar de ideias vindas da base operacional, de clientes, ou da experimentação descentralizada;
  • Reflete capacidade adaptativa da organização, especialmente útil em ambientes incertos, turbulentos ou em rápida transformação.

Distinções importantes:

  • Estratégias emergentes não são aleatórias: elas formam padrões coerentes de comportamento estratégico, mesmo que a posteriori;
  • Nem toda ação emergente se torna estratégica — apenas aquelas que se estabilizam como direção consistente;
  • Estratégias emergentes não são necessariamente inovadoras ou exploratórias — podem envolver tanto melhoria contínua (exploitation) quanto novas abordagens (exploration).

Relação com outros conceitos da flexM4i:

  • Estratégias emergentes são frequentemente associadas ao intraempreendedorismo e à autonomia em ambientes ágeis;
  • Alimentam o pipeline e o portfólio de inovação por meio de propostas bottom-up;
  • Conectam-se diretamente à tese de inovação em contextos onde a experimentação e os dados realimentam as hipóteses estratégicas;
  • São um componente essencial de sistemas adaptativos e de governança viva, valorizando o aprendizado contínuo.
O arquétipo da estratégia emergente, conforme definido por Mintzberg & Waters (1985), é uma estratégia puramente emergente — um modelo teórico-limite, caracterizado por total ausência de intenção inicial e por padrão de ação formado exclusivamente por resposta adaptativa. Na prática, esse tipo puro raramente ocorre isoladamente. A maioria das estratégias organizacionais reais ocupa posições entre esse extremo e o seu oposto, o arquétipo da estratégia puramente deliberada (veja o posicionamento a seguir).

Posicionamento no modelo conceitual das estratégias

A figura a seguir posiciona esta estratégia dentro de um modelo conceitual proposto por Mintzberg e Waters (1985), no qual estratégias reais se distribuem entre dois arquétipos teóricos extremos: a estratégia (puramente) deliberada, baseada em intenção e controle total, e a estratégia (puramente) emergente, baseada em adaptação e aprendizado contínuo sem intenção prévia.

Este modelo representa um contínuo estratégico, onde cada tipo de estratégia combina, em diferentes graus, intenção e controle interno com emergência e adaptação.

A figura abaixo mostra esse posicionamento, distinguindo os arquétipos conceituais dos tipos de estratégias praticadas pelas organizações.

Figura 1342: Posicionamento dos tipos de estratégia entre os arquétipos de estratégia (puramente) deliberada e (puramente) emergente

Seguem os links dos verbetes das demais estratégias mencionadas na figura acima:


Mintzberg, H., & Waters, J. A. (1985). Of strategies, deliberate and emergent. Strategic Management Journal, 6(3), 257–272.

« retornar para home do glossário
#printfriendly a { color: blue !important; text-decoration: underline !important; } #printfriendly i, #printfriendly em { color: purple !important; } @media print { .break-page-before { page-break-before: always !important; } h1 { page-break-before: always !important; font-size: 32px !important; } div.no-page-break-before h1, div.no-break-page-before h1 { page-break-before: avoid !important; } }